sábado, 11 de maio de 2019

Formula E: Vergne foi o vencedor no Mónaco

E na nona corrida do campeonato, o vencedor repetiu-se. Jean-Eric Vergne foi o vencedor no ePrémio do Mónaco, que aconteceu esta tarde, e saiu do principado com a liderança do campeonato. O piloto da DS Tacheetah esteve no primeiro posto do principio até ao fim, e conseguiu superar Oliver Rowland e Felipe Massa, que ficou com o lugar mais baixo do pódio. Quanto a António Félix da Costa, foi o sexto, mostrando consistência, mas perdeu um lugar no campeonato, descendo para quarto.

Depois da qualificação, onde Jean-Eric Vergne conseguiu dar uma pole-positon à DS Techeetah, a corrida nesta versão do circuito monegasco prometia ser como todas as corridas até agora: sem vencedor definido, e provavelmente com o nono vencedor diferente em nove corridas. Mas antes da corrida, soube-se que o neozelandês da Jaguar, Mitch Evans, tinha sido penalizado em dez lugares, acabando por partir da 12ª posição.

Na partida, Vergne conseguiu aguentar os avanços de Wehrlein, enquanto atrás, Félix da Costa continuou no oitavo posto. Nas voltas seguintes, o francês conseguiu afastar-se do alemão da Mahindra, fazendo constantemente a volta mais rápida. O primeiro a passar pelo Attack Mode foi André Lotterer, na volta 4, mas não ativou. Mais tarde, o primeiro que conseguiu foi Buemi, e usou isso para atacar Felipe Massa. Contudo, o brasileiro reagiu também passando pelo Attack Mode.

Alguns minutos depois, Wehrlein cometeu um erro na travagem para Ste. Devote e perdeu dois lugares para Massa e Buemi, e pouco depois, também entrou em Attack Mode. As coisas não alteraram nas posições, que incluiu uma tentativa de ultrapassagem de Alex Sims a Sebastien Buemi na travagem para Ste. Devote, sem sucesso.

Quando Félix da Costa passou pelo Attack Mode, conseguiu passar Alex Lynn, para ser sétimo, e pouco depois, passou Sims, para ser sexto. Depois, passou ao ataque a Buemi, para tentar ser o quinto. Não conseguiu apanhá-lo, mas tinha feito provisoriamente a melhor volta.

Entretanto, Di Grassi, que era décimo, foi para o Attack Mode, tentando passar Vandoorne, mas o belga reagiu a ir novamente ao Attack Mode, atacando Alexander Sims. Contudo, o belga tocou na traseira do inglês da BMW, atrasando-se, mas também o belga perdeu lugares para bird e Di Grassi, ficando fora dos pontos. E no meio do pelotão, o carro de Alex Lynn sofreu danos depois de uns toques, e a peça voou para o meio da pista, causando danos em alguns carros, como a de Max Gunther, que furou e despistou-se na curva Anthony Nogués. Resultado final: Full Course Yellow por uma volta, para tirar a peça.

No recomeço, Félix da Costa voltou a passar pelo Attack Mode, ataca em Ste. Devote, mas não consegue. Atrás, Di Grassi leva um toque e acaba por desistir, quase ao mesmo tempo em que o suíço ia para o Attack Mode. 

E na frente... os quatro primeiros estavam colados um ao outro. Contudo, atacavam sem ultrapassar. Atrás, Félix da Costa perdia um posto para Sam Bird, que fazia uma corrida de recuperação. Na corrida, Vergne afastava-se de Rowland, que sofria pressões de Massa e Wehrlein. A parte final ficou marcado pela segunda passagem dos trés primeiros pelo Attack Mode, enquanto Robin Frijns, o lider do campeonato, bateu no carro de Alexander Sims na travagem para Ste. Devote, acabando por desistir.

Na última volta, todos ficam no limite, mas os quatro primeiros mantêm-se. Atrás é que houve modificações, com Bird a bater em La Rascasse e Félix da Costa a beneficiar, subindo para sexto na corrida.

Em termos de campeonato, Vergne é agora o novo líder, com 87 pontos, contra os 82 de André Lotterer e 81 de Robin Frijns. Félix da Costa é agora o quarto, com 78. Agora, a próxima prova será em Berlim, dentro de duas semanas, a 25 de maio.

Youtube IndyCar Video: O IndyGP, em direto

O mês de Indianápolis começou neste sábado com o IndyGP, a corrida que acontece no circuito que o pessoal do Brickyard construiu para acolher a Formula 1. E se quiserem, podem ver aqui em direto a corrida, através da NBC. E ameaça chuva... 

Formula 1 2019 - Ronda 5, Espanha (Qualificação)

Barcelona é um sitio chato. Não a cidade, mas sim o seu circuito. Contudo, nestas últimas semanas, soube-se que o GP de Espanha poderia deixar de correr ali por causa dos dinheiros que abasteciam aquele lugar. A câmara da cidade decidiu deixar de financiar o Grande Prémio, e o contrato acaba este ano, sem grandes perspectivas de renovamento. E sem Fernando Alonso na grelha, é provável que a Formula 1 deixe de vir à Península Ibérica, algo do qual não acontece desde... 1983.

Mas por agora, isso são especulações. O que temos este ano é a Formula 1 no circuito onde costuma fazer os seus testes de inverno, e do qual todas as equipas conhecem bem. Tanto que a Williams decidiu trocar os chassis de Robert Kubica e George Russell. Independentemente de quem ficou com o chassis ambos foram os últimos no Q1. E pior: Russell bateu forte durante a primeira qualificação, por causa do despiste de Nico Hulkenberg, que se tinha despistado, mas continuara até às boxes, espalhando destroços pela pista.

No final, para além destes três eliminados, o Alfa Romeo de António Giovinazzi e o Racing Point de Lance Stroll acompanharam-nos no fundo da grelha nesta Q1 de Barcelona.

Na Q2, os carros da Mercedes foram logo para a pista, com os pneus macios, e logo marcaram tempo. Primeiro, Bottas, que fez 1.16,269, mas depois, Hamiltom bateu o recorde da pista, fazendo 1.16,038. Vettel era twerceiro, seguido por Max Verstappen, mas todos estavam muito distantes dos Mercedes, quase inalcançáveis. E os Haas brilhavam, sendo quinto e sétimo, com Charles Leclerc entre eles.

Na segunda fase, os Mercedes voltaram a correr, e desta vez foi Bottas a conseguir ficar com o recorde da pista: 1.15,924. Depois, o pelotão aproveitou a baixou os tempos, causando confusão, porque como sabem, o meio do pelotão é muito competitivo. No final, para além dos Mercedes, Red Bull, Ferrari e Haas, acabou também por ir o carro de Daniil Kvyat e o Renault de Daniel Ricciardo.

Dos que ficaram de fora, ficaram os McLaren de Carlos Sainz Jr, Lando Norris, o Racing Point de Sergio Perez, o Toro Rosso de Alexander Albon e o Alfa Romeo de Kimi Raikkonen.

Para a parte final, a Q3, esta começou com o duelo Hamilton-Bottas. Primeiro, o britânico fez 1.16,040, com o finlandês a seguir, com um tempo canhão de 1.15,406, recorde da pista. Vettel era terceiro, mas oito centésimos atrás deles, quase uma eternidade. E Charles Leclerc estava nas boxes, porque estavam a reparar o seu assoalho, para ter tempo de marcar antes da bandeira de xadrez.   

No final, Bottas deu meros 0,6 segundos - um tempo enorme, neste mundo da Formula 1 - sobre Lewis Hamilton, e com esta terceira pole-position consecutiva, parece um piloto em alta e capaz de lutar pelo título, como fez Nico Rosberg em 2016. Sebastian Vettel era terceiro, a mais de um segundo se diferença do finlandês, e na frente de Charles Leclerc, apenas quinto, com Max Verstappen entre eles.

Amanhã, veremos como será a corrida, mas tudo parece que será mais uma vitória para os Flechas de Prata, pois os Ferrari, definitivamente, não tem carro para os apanhar. Até tenho a sensação de que já assistimos a uma temporada de domínio dos carros anglo-alemães...

Formula E: Vergne foi o melhor na qualificação monegasca

O francês Jean-Eric Vergne foi o poleman nas ruas do Mónaco, mas na pista não foi o melhor. Na realidade, foi o Nissan de Oliver Rowland o melhor, mas este foi penalizado. E outro que também foi melhor que o piloto francês tinha sido o Jaguar de Mitch Evans, mas levou nova advertência e perdeu dez posições na grelha, acabando por largar na 12ª posição.

Quanto a António Félix da Costa, o piloto da BMW conseguiu o nono melhor tempo, mas subiu um lugar mais tarde, devido à penalização de Evans.

Debaixo de sol nas ruas do Principado, a qualificação começou com o primeiro grupo, que tinha Robin Frijns, André Lotterer, Jérôme D'Ambrosio, António Félix da Costa e Lucas Di Grassi, os cinco primeiros do campeonato. O português foi o melhor neste grupo, conseguindo 50,375, mas tinha de ver os outros para saber se tinha chances de ir para a SuperPole.

No grupo 2, com Jean-Éric Vergne, Edoardo Mortara, Mitch Evans, Daniel Abt e Sam Bird, Mortara até começou bem, mas não conseguiu marcar em tempo no momento decisivo. Quem aproveitou foi Jean-Eric Vergne, que cravou uma volta de 50,048, seguido de Evans, com 50,247. San Bird foi apenas sétimo - em termos provisórios - e ficava de fora da SuperPole.

Para o terceiro grupo, que contava com Alexander Sims, Pascal Wehrlein, Sébastien Buemi, Oliver Rowland, Stoffel Vandoorne e Felipe Massa, o piloto da BMW foi o primeiro a abrir, fazendo um tempo ligeiramente superior ao seu companheiro de equipa, e ganhando alguma vantagem em relação à SuperPole. Contudo, Wehrlein reagiu, conseguindo 50,058 e entrava nos primeiros, com Massa em terceiro, seguido por Buemi.

Do Grupo 4, curiosamente, não saiu ninguém para a fase final da qualificação. Nem Oliver Turvey, ou Alex Lynn, Gary Paffett, Tom Dillmann, Max Günther e José María López conseguiram tempo suficiente para lutar pelas posições da frente da grelha, sendo o melhor a ser Lynn, que no seu Jaguar, foi o oitavo na grelha.

Assim, para a SuperPole iam Vergne, Wehrlein, Massa, Buemi, Rowland e Evans.

Ali, Evans foi o primeiro na pista e fez uma boa volta, marcando ritmo para o resto do pelotão. Contudo, Rowland fez melhor, com um tempo de 50,021, ficando na frente da tabela de tempos e obrigando os que estavam atrás a fazer melhor que ele. Seguiram Buemi, Massa e Wehrlein, mas nenhum deles foi melhor, sobrando então para Jean-Eric Vergne, que era o último a fazer uma volta. Ali, o francês da Techeetah fez 50,042, pulando para o segundo posto. Parecia que a primeira fila já era um bom resultado, mas depois Rowland teria de cumprir penalização, logo, herdou o primeiro posto. E com Evans a cair dez posições, a primeira fila acabou por ser detida por pilotos que não a alcançaram inicialmente.

A corrida acontece um pouco mais tarde que o habitual, pelas 15:30, hora de Lisboa.

WRC 2019 - Rali do Chile (Dia 1)

Ott Tanak é o líder do Rali do Chile, cumpridas estão as seis primeiras especiais. O piloto da Toyota tem uma vantagem de 22,4 segundos sobre Sebastien Ogier, no seu Citroen C3 WRC. No terceiro posto segue o finlandês Jari-Matti Latvala, que está a 28,4 segundos do líder.

Estreia no Mundial de ralis, e com uma lista de inscritos bem saudável - 53 pilotos participantes - o rali do Chile, que é disputado nas paisagens à volta de Concepion, no centro do país, que fazem lembrar um pouco o País de Gales ou o norte de Portugal. E foi nesse cenário que os pilotos começaram a disputar, com o primeiro destaque a ser o Toyota da Jari-Matti Latvala, que venceu a primeira especial, a de El Pinar, empatado com o seu companheiro de equipa, Kris Meeke. Ambos deram 2,1 segundos ao Ford de Elfyn Evans, enquanto Sebastien Ogier estava a 2,6 e Ott Tanak era quinto, a 2,9.

Tanak voou em El Puma, a segunda especial, conseguindo 3,2 segundos sobre Ogier e 6,6 sobre Neuville, acabando por ficar com a liderança, a 2,9 segundos do piloto francês da Citroen. Contudo, uma falha de comunicação fez com que o piloto belga arrancasse sem que o Delegado de Segurança da FIA tivesse dado autorização. Resultado: bandeira vermelha para o piloto belga da Hyundai, e foi-lhe dado um tempo nominal. Mas não perdeu muito tempo.

Na terceira especial, a primeira passagem por Espigado, Neuville foi o melhor, 0,2 segundos mais veloz que Jari-Matti Latvala e 0,7 sobre Ott Tanak. O estónio foi o melhor na quarta especial, a primeira da tarde, ao ser mais veloz em 9,8 segundos a Sebastien Loeb. Latvala foi o terceiro, a 10,7, seguido por Ogier, a 11,2.

Para a quinta especial, a segunda passagem por Espigado, Tanak voltou a vencer, 3,7 segundos adiante de Sebastien Loeb, e 5,8 sobre Sebastien Ogier., igualado com Jari-Matti Latvala. E a finalizar o dia, na especial de Concepcion, Loeb foi o melhor, batendo Neuville por 0,6 segundos.

Na classificação, depois dos três primeiros, está Thierry Neuville, a 29,5 segundos, no seu Hyundai, enquanto não muito longe, a 46,5 e 48,7, respectivamente, estão o Toyota de Kris Meeke e o Hyundai de Sebastien Loeb. Elfyn Evans é o sétimo, a um minuto, 1,4 segundos, na frente do Hyundai de Andreas Mikkelsen, e a fechar o "top ten" estão o Ford de Teemu Suninen e o Citroen de Esapekka Lappi.

O rali do Chile prossegue este sábado, com a realização de mais seis especiais.

sexta-feira, 10 de maio de 2019

Youtube IndyCar Trailer: Um video das 500 Milhas de 2019

Maio é o mês da IndyCar em Indianápolis. E claro, nada como anunciar a corrida como um dos maiores espectáculos do mundo. 

Formula E: A ambição de António Félix da Costa

Nona prova do campeonato e a terceira em solo europeu, o ePrémio do Mónaco, que vai acontecer duas semanas antes do Grande Prémio, é mais uma corrida onde se vai ver o equilíbrio entre os pilotos se irá manter. É que nas últimas oito provas, houve oito vencedores diferentes, incluindo António Félix da Costa, que venceu na primeira prova do campeonato, na Arábia Saudita.

Agora, num lugar clássico do automobilismo, o piloto português da BMW Andretti, e atual terceiro classificado, vai querer manter-se na luta pelo título, embora partir do Grupo 1 não ajuda, como se têm visto nas últimas qualificações.

"A qualificação é sempre determinante e estando novamente inserido no grupo 1 não ajuda, no entanto acreditamos que aqui no Mónaco poderá não fazer tanta diferença para os restantes grupos.", começou por dizer.  

"Seja como for vamos dar tudo, procurar não cometer erros e quero lutar por mais um pódio para me manter na luta do título. A equipa tem trabalhado muito no desenvolvimento do nosso carro e espero que tenhamos as armas necessárias para puder batalhar pelos lugares da frente. Correr aqui no Mónaco é sempre especial, um local com muita história, onde já subi ao pódio noutras categorias e espero repeti-lo este fim-de-semana", concluiu. 

O traçado usado pela Formula E tem 1765 metros de extensão, e neste sábado, numa corrida que durará 45 minutos mais uma volta, que começará pelas 15 horas de Lisboa, Félix da Costa vai tentar manter-se na luta pelo título.

quinta-feira, 9 de maio de 2019

Youtube Motorsport Documentary: Drive Like Andretti


Maio é o mês das 500 Milhas e Mário Andretti é uma lenda do automobilismo mundial. Mas ele é o patriarca de uma familia de automobilistas, que têm Michael e John Andretti, e o neto Marco Andretti. Ou seja, é mais de meio século de Andretti no automobilismo.

E no ano em que vão passar 50 anos sobre a única vitória de Mário Andretti no "Brickyard", a NBC Sports decidiu fazer um documentário de duas partes sobre a influência deles no automobilismo. As duas partes estão aqui para poderem ver.

Como está, é uma tarefa impossivel

O Brasil é governado por incompetentes? Depende da perspectiva. Se quiserem, de uma certa forma, pergunto a mim mesmo quando é que foi governado de modo eficaz. Mas digo isto por causa do acordo que ontem foi anunciado, afirmando que o GP do Brasil irá para o Rio de Janeiro em 2020, em substituição de São Paulo, onde corre em Interlagos desde 1990.

Segundo falam, os custos de construção da pista, no Parque Deodoro, estão orçados em 850 milhões de reais (192 milhões de euros), e segundo falam, ai ser tudo feito em sete meses. Daí falarem que em 2020, haverá pista.

Há alguns problemas nesse acordo, O primeiro dos quais é óbvio: o Rio... não tem autódromo. Jacarépaguá foi arrasada em 2012 para dar lugar ao parque olímpico, que foi construído para os Jogos de 2016, apesar dos protestos dos automobilistas. Fala-se desde então num autódromo no Parque Deodoro, uma antiga instalação militar, mas desde então não houve nem obras de limpeza no local. Em suma, é algo do qual "para carioca ver".

Segundo, os representantes falaram que a transferência para o Rio tinha a ver com uma alegada dívida que o Circuito de Interlagos têm, envolvendo participação pública. Na verdade, segundo conta o site Grande Prêmio, a SPTuris, que gere Interlagos, não há dívidas nas contas, e até estão a gastar cerca de 2,1 milhões de reais (481 mil euros) para reformar as boxes do autódromo. Logo, estão a usar dados falsos para justificar a retirada antecipada do contrato atual. E nem a estrutura dirigente da Formula 1 sabe disto. 

Este acordo é cómico, mas pode ser trágico. Por vários motivos. O acordo afirma que o autódromo será construído nesse local, com dinheiro privado, e em 2020, a Formula 1 estará lá. Mas... sem autódromo, sem plano de construção e financiamento, e atropelando os acordos atuais, poderá fazer com que a Formula deixe de ir ao Brasil, lugar onde vai desde 1973. Neste momento, o acordo que tem assinado vai até 2020, no Autódromo José Carlos Pace, em São Paulo, e também calha no mesmo ano onde terminam os acordos com a Rede Globo de Televisão, que são lucrativos e garantem ao Brasil que pode ver as corridas em sinal aberto, algo cada vez mais raro de se ver um pouco por todo o mundo.

Rasgar todos os acordos - apesar do governo dizer que "as negociações estão avançadas" - é contraproducente. E revela também imenso desconhecimento de como as coisas são feitas no mundo da Formula 1.

Primeiro que tudo: a Formula 1 não constrói autódromos. Nunca construiu e nunca construirá. Todos os autódromos onde Bernie Ecclestone trouxe a Formula 1, na Ásia, foram construídos por estados. Seja ele o estado central ou governos locais, foram eles que o fizeram. Aliás, fizeram quase tudo, a troco de quase nada, pois a Formula One Management, por exemplo, tinha direitos sobre a publicidade estática dos autódromos. Os donos dos circuitos podiam cobrar os bilhetes e pouco mais. Tudo o resto ia para a FOM. E ainda cobrava valores altos para receber a Formula 1 por ano. Os países árabes recebem a Formula 1 a troco de 60 milhões de dólares por ano, porque tem dinheiro. E são os governos que constroem e pagam para os receberem porque os seus bolsos são muito fundos. Ora, o governo do estado do Rio de Janeiro... está falido. A cidade está falida, tem os seus próprios problemas - o crime está a ficar sem controlo, e os governantes tem dificuldades em controlá-la - onde é que vão arranjar dinheiro para pagar todos os anos para receber a Formula 1 no Brasil? 

Até posso falar de um exemplo que conheço bem, porque segui de perto a obra. O Autódromo de Portimão foi construído entre o inicio de 2007 e o final de 2008, com boa parte do dinheiro a ser privado. Irlandês, para ser mais preciso. O governo fez do autódromo um projeto de interesse nacional, ou seja, havia prioridade nos dinheiros investidos e facilidades burocráticas. Mas houve algum investimento local, nomeadamente da câmara municipal de Portimão. O projeto custou, ao todo, cerca de 240 milhões de euros e era abrangente: autódromo, kartódromo, um complexo de vivendas de luxo e hotéis de cinco estrelas. O autódromo foi inaugurado em novembro de 2008 debaixo de fanfarra... e no preciso momento em que rebentava a bolha financeira na Irlanda. Resultado? A firma de investimento faliu, os bancos que o financiaram foram resgatados, e a firma por trás do autódromo teve de pedir proteção contra os credores para evitar entrar em falência. E a câmara de Portimão é, per capita, uma das mais endividadas do país. O autódromo já está melhor em termos de finanças, mas em muitos aspectos, foi um buraco negro.

E pior: o grande objetivo, a Formula 1, não foi alcançado.    

Mas também, de tantas promessas de erguer um autódromo, até agora, os cariocas não viram nada. Ter um contrato até pode ser um estímulo para que a pista seja construída, mas temos que seja algo "para inglês ver". Fala-se que existem muitos obuses por explodir (aquilo foi um antigo campo de tiro), e até nesse aspecto, pode demorar um ano para tirar tudo. Pensando que para construir uma pista, pode demorar outro ano, mesmo que comece amanhã, se calhar lá para o final de 2021 tudo poderá estar pronto. 

Mas no final, na melhor das chances, São Paulo poderá ficar com a Formula 1 por muitos e bons anos. Na pior, a Formula 1 pode sair do Brasil para não mais voltar.

Post-Scriptum: Segundo conta o Américo Teixeira Junior, o atual contrato com Interlagos tem uma clausula de opção que vai até 2025, e e há relativamente pouco tempo, ela foi acionada pela Perfeitura de São Paulo. Logo, toda esta história do Rio receber a Formula 1 em 2020 tem tudo cara de "fake news".

quarta-feira, 8 de maio de 2019

A imagem do dia

Gilles com Didier na sua frente, seu agora "inimigo a abater". Isto é Zolder, e estamos a 8 de maio de 1982. Toda esta tensão está retratada nesta foto tirada por Bernard Cahier. 

Há 37 anos, Gilles Villeneuve passava à História. Em Zolder, um desentendimento com Jochen Mass faz com que se despiste e o seu carro se desintegre, causando ferimentos mortais no canadiano. 

Certemente que os fãs do canadiano detestam Didier Pironi por causa do incidente da corrida anterior, do qual muitos acham que teria sido evitável. Mas quem sabe da história, sabe também que ele sofreu com o que aconteceu e sentiu essa responsabilização quando um mês depois, ele fez a pole-position para o GP do Canadá, em Montreal, e fez o impossível para fazer um discurso responsável e dedicar a pole a Gilles. 

Mas mesmo assim, não impediu os comentários maldosos: Nigel Roebuck conta que quando Keke Rosberg ouviu o que Pironi dizia, respondeu com um "se não fosse as atitudes dele, o Gilles ainda estaria aqui." E o seu próprio acidente, que aconteceu precisamente três meses depois do canadiano, em Hockenheim, foi visto como uma espécie de vingança divina...

Apesar dessas tragédias que abalaram a Ferrari, o legado de Gilles é importante. Só venceu seis corridas em 67 disputadas, 66 dos quais num carro da Scuderia. Foi apenas vice-campeão em 1979, mas há muito ele alcançou a imortalidade. "Salut, Gilles!"

Youtube Automobile Reveal: Um dia na fábrica da Tesla


Este video do Top Gear é interessnte: em dezoito minutos, conseguiram resumir o que foi um dia de um dos seus jornalistas na Califórnia, na fábrica da Tesla. E não foi um dia normal para ele e para os outros que lá foram: é que ele não só foi à fábrica de Fremont, como também testou um Model 3 e no final do dia, foi à apresentação do Modelo Y, o quinto da história da marca.

É interessante de se ver, digo já.

terça-feira, 7 de maio de 2019

Youtube Motorsport Trailer: "Rapid Response", a história dos socorros na CART


É raro receber no teu mail o anuncio de um documentário, mas recebi isto hoje. Curioso, fui ver o que era. E confesso que gostei do que vi. E tem de ser, não é?

Explico já: tal como o Dr. Sid Watkins na Formula 1, o Dr. Steve Olvey foi um dos pioneiros da emergência médica na CART, e depois, IndyCar. Numa altura em que o automobilismo era realmente perigoso, onde os acidentes a mais de 330 km/hora poderiam ser potencialmente fatais e muitas das vezes feriam gravemente os pilotos, pessoas como o Dr. Olvey eram importantes para salvar os pilotos nos segundos a seguir a um acidente. Mas os meios eram escassos, quando tudo começou. E com o tempo, as coisas melhoraram bastante.


Este documentário, que se vai estrear em Indianápolis dentro de alguns dias, mostra o que foi a luta para chegar até aqui. E pelo trailer, onde têm os testemunhos de pessoal como Mário Andretti e Bobby Unser, entre outros - e do próprio Dr. Olvey - parece ser muito bom.

Youtube Rally Preview: O Rali do Chile

Esta semana estreia-se um novo rali no calendário: o rali do Chile. Duas semanas depois da Argentina, máquinas e pilotos moveram-se para o outro lado dos Andes para correrem em estradas totalmente desconhecidas para os pilotos de fábrica, mas daquilo que vieram, faz-lhes lembrar o Rali de Gales.

Neste video, faz-se a apresentação do rali e o que os pilotos esperam.

Youtube Motorsport Racing: A primeira corrida da W Series

Começou no passado fim de semana a W Series, a primeira série totalmente feminina de automobilismo. A primeira corrida foi em Hockenheim, na Alemanha, e o pequeno calendário faz parte dos fins de semana da DTM. Com 18 pilotos presentes, esta série totalmente feminina tem como objetivo apoiar as melhores pilotos e tentar levá-los para categorias superiores, eventualmente a Formula 2 e a Formula 1. 

Aqui, podem ver na íntegra o que foi a primeira corrida de sempre desta nova série, cujas corridas durarão meia hora mais uma volta. 

segunda-feira, 6 de maio de 2019

A imagem do dia

Passou por estes dias, mas há meio século, aconteceu um dos exemplos de como a tecnologia foi longe demais. Em Montjuich, em Barcelona, dois carros foram destruidos em duas voltas e esta foto, e Bernard Cahier, foi o melhor símbolo de como o automobilismo era perigoso. 

Em 1968, a aerodinâmica surgiu, graças à Lotus e à imaginação de Colin Chapman, as asas tornaram-se enormes, colocadas na frente e atrás dos carros de corrida. Contudo, as equipas não faziam ideia sobre as forças que estavam a lidar. As asas tinham chegado ao metro de altura, para terem o downforce necessário nas curvas. Mas os materiais, quase todos de aluminio, eram mais frágeis que imaginavam. E já no final da temporada de 1968, havia casos de asas dobradas e quebradas em plena velocidade. Um exemplo foi Jack Brabham, que em Kyalami, na primeira prova do ano, teve a sua asa quebrada, mas conseguiu parar a tempo de um desastre.

Mas a 4 de maio de 1969, no circuito de Montjich, palco do GP de Espanha, as coisas foram piores. O circuito, urbano mas veloz, situava-se no monte que era sobranceiro à cidade condal. Apenas 14 carros estavam presentes, e os incidentes começaram na volta oito, quando Graham Hill perdeu o controlo do seu Lotus depois a asa traseira se quebrar. Saindo ileso do carro, quando viu que a causa do acidente tinha sido a fragilidade da sua asa, quis avisar as boxes, mas nessa altura... Jochen Rindt sofreu uma quebra semelhante, acabando com o nariz partido e o carro destruído.

Rindt, que tinha vindo para a Lotus no final do ano anterior, já tinha uma ideia do que poderia ser esta passagem pela Lotus. Mas ele queria ser campeão do mundo, e tinha de ir por aqui. O que não sabia é que iria ser colocado à prova muito cedo. E começava uma relação tumultuosa com Chapman.

Formula E: Attack Zone do Mónaco não vai ser no pitlane

A menos de uma semana do ePrix do Mónaco, a organização decidiu, depois de reflexão, que o "Attack Zone" não será no pitlane do circuito, mas noutro lado. Segundo conta o site e-racing365.com, desde o final de março que havia conversações entre o Automobile Club de Monte Carlo, a FIA e a organização da Formula E, e essa foi uma possibilidade levantada. No final, decidiram que o Attack Zone vai ser entre a Chicane do Porto e a curva Tabac, numa zona veloz, depois de também terem pensado na zona de La Rascasse, antes da meta.

"[O Attack Zone] será entre as curvas 4 e 5, entre a zona do Porto e a curva Tabac", confirmou o diretor esportivo da Fórmula E, Frederic Espinos, ao e-racing365. "Escolhemos [este lugar] porque os pilotos não podem ultrapassar facilmente aqui, então o objetivo era colocá-lo no melhor lugar onde eles têm apenas a vantagem do Attack Zone".

Sobre o terem deixado de fora o pitlane do circuito, Espinos deu razões de segurança.

Pensamos realmente em fazer [o Attack Zone] no pit lane, mas por razões gerais de segurança, decidimos contra isso. Teria sido complicado, especialmente com pessoas que trabalham lá, claramente não era o ideal ”, começou por explicar. “Foi uma boa ideia e teria sido interessante em termos de estratégia, mas quando começámos a analisar os prós e contras das pessoas no pit lane e isso era muito complexo, principalmente no capítulo da segurança.”, concluiu.

O ePrémio do Mónaco, que acontece a cada dois anos, para variar com o GP histórico, acontece no próximo sábado.

Youtube Motorsport Video: O ePrix de Paris, na íntegra

Uma semana depois de uma das provas mais agitadas da história do automobilismo elétrico, o ePrémio de Paris está aqui, na íntegra. Num dos circuitos mais pequenos do calendário, à volta dos Les Invalides, a prova ficou marcada pela chuva e pelos diversos acidentes, dos quais o grande vencedor - ou o que se safou melhor - foi o holandês Robin Frijns, que ficou na frente de André Lotterer, e ambos tornaram-se, respectivamente, no líder e vice-líder do campeonato.

Já o português António Félix da Costa foi sétimo e desceu para o terceiro posto da geral, igualado com Lucas di Grassi.

Para quem não viu ou quer voltar a ver, eis o video.

CPR: Fontes faz balanço de Mortágua

José Pedro Fontes andou bem, mas um acidente perto do final do Rali de Mortágua impediu-o de alcançar a vitória na terceira prova do Nacional de ralis. O piloto do Citroen C3 R5 da Citroën Vodafone Team ficou desgostoso pelo resultado, mas reconheceu que andou bem e poderia ter vencido.

"Depois das Super Especiais de ontem, troços com características muito próprias, o dia de hoje teve duas fases distintas: uma de manhã, em que os troços estavam muito duros, com muita pedra solta, o que degradou um pouco os nossos pneus, não nos permitindo chegar tão longe quanto queríamos, e outra de tarde em que, com uma melhor escolha de pneus, conseguimos impor as valências do nosso C3 R5. Vencemos 4 troços e preparávamo-nos para vencer o rali, só que o destino assim não quis," começou por explicar o piloto navegado por Inês Fonte

"Tudo aconteceu na fase final do troço, numa zona que nem identificámos como perigosa, apesar de rápida e estretia. Num ressalto a traseira do carro escorregou e embateu com alguma violência, impedindo-nos de continuar em prova. È verdade que o desfecho foi negativo, mas não posso deixar de sublinhar a excelente performance que rubricámos e que tinham tudo para ser materializada num triunfo. Estou triste, mas não desanimado", continuou.

Apesar do triste desfecho, não deixou de congratular Ricardo Teodíosio pela vitória e agora concentrar-se para correr na prova seguinte, que será o Rali de Portugal.

"Acho que temos condições para voltar a andar a este ritmo e lutar pela vitória em qualquer das provas que temos pela frente. Lamento o sucedido em boa parte por não poder dar à minha equipa um triunfo que parecia certo. Resta-me dar os parabéns ao vencedor e iniciar já a preparação do Vodafone Rally de Portugal," concluiu.

domingo, 5 de maio de 2019

A imagem do dia

As Seis Horas de Spa-Francochamps são sempre a ultima corrida antes de Le Mans, e no inicio de maio, é primavera na Europa. Não é a primavera de 27ºC que tive por aqui no sábado, onde andamos de camiseta e óculos de sol, mas algo agradável. Contudo, neste fim de semana, em França, leste da Bélgica e Alemanha Ocidental, uma corrente fria do Mar de Barents, na Rússia, fez com que nevasse nas Ardenas. Verdade: neve. 

E pela primeira vez em muito tempo, houve neve numa prova de Endurance. Claro, isso não impediu da corrida acontecer, e claro também, não impediu de ver Fernando Alonso de vencer as Seis Horas, a bordo do seu Toyota, e claro, preparando-se para La Sarthe, como um dos favoritos à vitória. 

Mas uma paisagem destas? Não tem preço. E em termos de história, só se contam pelos dedos de uma mão as corridas que aconteceram num cenário nevoso. É mais normal ver ralis...