sábado, 15 de setembro de 2007

Colin McRae (1968-2007)

Confirma-se o pior: o piloto escocês Colin McRae morreu esta tarde, vítima de um acidente de helicóptero perto da sua terra natal, em Larnakshire, na Escócia. Tinha 39 anos.


O helicóptero, guiado por McRae, transportava quatro pessoas, entre os quais o seu filho, caiu aparentemente no momento em que descolava. A policia local coinfirma que não há sobreviventes. Os restantes elementos ainda não foram identificados, mas aparentemente alguns orgãos de comunicação britânicos afirmam que o seu filho Johnny, de 5 anos, era um dos tripulantes. Apesar de não haver confirmações oficiais, devido ao facto de as autoridades esperarem por peritos em acidentes aéreos, o seu "manager", Jean-Eric Freudiger, confirma que Colin estava a pilotar o helicóptero e que estava mau tempo no momento do acidente, com ventos fortes e chuva.


McRae era filho de Jimmy McRae, cinco vezes campeão de inglaterra em Rali, e de Alistair McRae, antigo piloto da equipa oficial da Hyundai. É o piloto britânico mais bem sucedido de sempre, tendo sido Campeão do Mundo da modalidade em 1995, ao volante de um Subaru Impreza. McRae venceu 25 ralies do Mundial, incluindo dois Ralies de Portugal (1998 e 1999).


Apesar de oficialmente nunca se ter retirado do WRC, McRae estava afastado da competição desde 2004. Em 2006 substituiu Sebastien Löeb em duas provas do mundial, quando este se lesionou num ombro, num acidente de bicicleta. Desde então que ele correu em Rali-raids, ao volante de um Volkswagen Touareg, e nas 24 Horas de Le Mans. Ele também era famoso pelos seu jogo de computador "Colin McRae Rally", da Codemasters, cuja edição inicial aconteceu em 1998.


É uma semana triste para a modalidade. Depois da anunciada retirada de Marcus Gronholm, agora isto...

Temo o pior...

Colin McRae, antigo piloto escocês de ralies e antigo campeão do mundo pela Subaru, poderá ter morrido esta tarde num acidente de helicóptero na sua casa em Sthraclyde, na Escócia.

O helicóptero pertencente a ele caiu pelas quatro da tarde de hoje, acompanhado por um ou mais passageiros. A policia local confirmou que não há sobreviventes, mas qualquer identificação só poderá ser feita no dia seguinte.


Vários jornais online ingleses confirmam que ele é uma das vítimas mortais, mas neste momento, a policia local não fará qualquer confirmação até amanhã de manhã, porque os corpos estão irreconhecíveis, e também porque aguradam pela chegada ao local de peritos em acidentes aéreos, para assim poderem determinar as causas do acidente. O que se sabe é que o tempo a essa hora estava mau, com chuva e vento forte.


Colin McRae tem 39 anos, é filho de Jimmy McRae, uma lenda local (cinco vezes campeão inglês de Ralies), e de Allister McRae, que pilotou pela Hyundai no inicio da década. Foi piloto da Subaru, Ford e Citroën, entre outros. Foi campeão do mundo da modalidade em 1995, e actualmente corria nos "raids" todo o terreno, a bordo de um Wolkswagen. A sua última participação em ralies foi no ano passado, no Rali do Chipre, quando substituiu o lesionado Sebastien Löeb.


A sua rapidez carisma são lendários: no inicio da carreira, as suas saídas de pista eram tantas que o apelidaram logo de "Colin McCrash". Mas o título mundial de 1995, ganho à custa do seu companheiro de equipa, o espanhol Carlos Sainz, fez com que fosse um piloto respeitado. Foi também o primeiro piloto a emprestar o seu nome a um videojogo: o "Colin Mcrae Rally", lançado em 1998 pela firma inglesa Codemasters, foi um marco na história dos videojogos, por ser o primeiro de muitos simuladores realistas de rali.

GP2: Nicolas Lapierre ganha em Spa

Pela segunda vez esta temporada, o francês Nicolas Lapierre ganha no circuito belga de Spa-Francochamps. Partindo da pole-position, o piloto francês dominou a corrida como quis e conseguiu a vitória. O italiano Luca Fillipi e o brasileiro Lucas di Grassi completaram o pódio.

Aliás, este terceiro lugar de Di Grassi veio relançar ainda mais a luta pelo título, já que o seu maior rival, o alemão Timo Glock, não pontuou nesta corrida. Contudo, o ponto extra que Glock conseguiu, por ter feito a volta mais rápida, fez com que não saísse desta corrida de mãos a abanar.


Os pilotos brasileiros não tiveram muita sorte: Bruno Senna ficou parado na partida e desistiu por despiste na volta 13, Alexandre Negrão desistiu com problemas mecânicos quando rodava na sexta posição.


A três provas do fim, o alemão Glock lidera, com 79 pontos, menos cinco que o brasileiro Lucas di Grassi. Amanhã de manhã é a segunda corrida deste fim de semana.

Extra-Campeonato: "All Blacks" esmagam "Lobos" por 108-13

A derrota era esperada. A abada também. Mas o pior não aconteceu. E mais: os "Lobos" marcaram um ensaio e sairam derrotados por menos de 100 pontos no seu jogo contra a Nova Zelândia, os "All Blacks". E no final, os nossos jogadres sairam do estádio sob uma enorme salva de palmas!



Por aquilo que me disseram (não consegui ver o jogo. Não tenho Sport TV...), se Portugal tivesse pernas para mais 20 minutos, daqueles que têm agora, provavelmente assustavam os neo-zelandeses. Aguentaram muito tempo com um "score" de 12-3 contra eles. Mas depois, eles marcaram cinco ensaios e "mataram" o jogo. Na segunda parte lá estiveram melhor (marcaram o tal ensaio), mas clauducaram no final e o 108-13 não surpreende. É o pior resultado de sempre em jogos oficiais, é certo, mas jogando contra a melhor selecção do mundo, o que esperavam?


Mas o mais difícil já passou. Agora é a Itália e a Roménia. E se ganharem aos romenos, os objectivos foram totalmente cumpridos.

GP Belgica - Qualificação

Hoje, a Ferrari levou a melhor: ficou com a primeira linha da grelha de partida. O finalndês Kimi Raikonnen superou o seu companheiro de equipa Felipe Massa na luta pela "pole-position". O piloto finlandês foi o unico que rodou a menos de 1:46 minutos, ao fazer em 1:45,994 segundos, contra os 1:46,011 segundos do piloto brasileiro.

Os McLaren contentaram-se com a segunda fila da grelha de partida, onde Fernando Alonso superou Lewis Hamilton em mais de três décimos de segundo. Na terceira fila ficaram o BMW do polaco Robert Kubica e o Williams-Toyota de Nico Rosberg. O segundo carro da BMW, o de Nick Heidfeld, fez o sétimo melhor tempo, e vai ficar ao lado do Red Bull de Mark Webber. A completar o Top Ten, temos o Toyota de Jarno Trulli e o Renault de Heiki Kovalainen.

Em relação aos outros pilotos, digo o seguinte: Ralf Schumacher foi 12º, atrás de Giancarlo Fisichella; David Coulthard ficou logo a seguir, Jenson Button foi 14º, e Rubens Barrichello foi 18º. Os Spyker lutaram com a Super Aguri para evitar os últimos lugares, com Adrian Sutil a levar a melhor, mas o seu companheiro, Sakon Yamamoto, será o inevitável último.

Amanhã há mais!

Extra-Campeonato: É hoje!

Mais logo, pelo meio-dia, a Selecção Nacional de Rugby vai jogar contra a Nova Zelândia, a potência mundial da modalidade. Lobos contra All Balcks, quem poderia imaginar tal duelo há meia dúzia de meses atrás?

Mas vai acontecer. É como se São Tomé e Principe fosse jogar contra o Brasil: amadores contra ultra-profissionais, vindos de um país cujo desporto é passatempo nacional. E ainda por cima, o seu cântico de guerra, o "Haka", é de arrepiar!

Eu sei que a derrota é certa. Mas se marcarem um ensaio que seja, garanto que amarei esta Selecção para sempre... E vejam a maneira como cantam o nosso hino! Muito melhor que os riquinhos do futebol... ó Deco, quando é que aprendes a cantar o hino de vez?

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

As reacções à sentença na Blogosfera, parte 2

E para fechar este capítulo, coloco aqui mais algumas declarações de bloguistas amigos meus, que decidiram comentar a sentença de ontem em Paris, no rescaldo da "18ª etapa do Mundial de formula 1". Vai ser a última vez que vou tocar este assunto, e não comentarei mais, pois já tou chateado de tantas opiniões sem nexo, principalmente por aqueles que queriam que todos, incluindo pilotos, pagassem o preço...

E foi isto. A Mclaren perdeu os pontos da atual temporada e terá de pagar uma multa de cem milhões.

Não se mexeu com os pilotos. Justo. Se alguém errou não foram eles. Que paguem os que fizeram a porcaria toda. Numa das cenas do filme ‘Grand Prix’ Pete Aron, o piloto americano que corria pela BRM vem para os boxes de Mônaco e logo o dono da equipe vem lhe dar uns esporros e dizer que ele está quebrando o carro. Aron lhe diz que as marchas estão enroscando e ainda assim o chefe não se convence. Então Aron lhe diz: “-Eu não construí o carro, só o dirijo”! E é isto mesmo. Leôncio e Hamilton não roubaram informação nenhuma. Não construíram os carros. Só os pilotavam.

Que agora se faça justiça fora do âmbito esportivo. Que se prendam Nigel Stepney e o outro coió do qual esqueci o nome. E que a história tratará de esquecer também. Esta história, da espionagem, renderá apenas um (*) ao lado do nome da Ferrari como campeã mundial de construtores de 2007: Campeã 2007 construtores – Ferrari* - (* após desclassificação da Mclaren). Felizmente não haverá um ao lado do nome do campeão mundial entre os pilotos.

Ron Groo, em Blig do Groo.

"Noto uma ira acima do normal nos comentários de todos aqui sobre o escândalo Ferrari-McLaren. As pessoas levam tudo muito a sério...

Primeiro, é algo que acontece num mundo distante da maioria. Sendo mais direto: não temos nada a ver com isso. Dizer que se sente "enganado pela F-1", "decepcionado com a McLaren" e coisas do tipo é discurso nascido para cair no vácuo. Afinal, estamos falando de corridas de carros. A existência de ninguém será afetada diretamente pelo que aconteceu em Maranello, Woking e Paris. A gente acompanha, assiste, eventualmente torce. Acabou, desliga a TV e vai cuidar da vida.

Depois, me parece curioso como muita gente se sente no direito de decretar verdades absolutas sobre os pilotos, a FIA, as equipes, partindo para um raciocínio simplista que não corresponde à realidade. "A McLaren copiou a Ferrari, portanto roubou, portanto seus pilotos devem ser punidos", dizem.

Seria ótimo se o mundo fosse assim, mas não é. Muito menos o mundo da F-1.(...)"

Flávio Gomes, em Blig do Gomes.

"Como era de se esperar, a maioria absoluta dos especialistas discordou da punição. "Faltou coragem" e "saiu barato" foram algumas das opiniões que li por aí. Todas válidas e sinceras. Mas continuo com meu pensamento de que a decisão do Conselho Mundial foi muito acertarda. Num momento de profunda tensão, era preciso ser prático e inteligente. Os membros da FIA fizeram exatamente o que tinham de fazer.

Primeiro ponto: a quem interessava uma sanção pesada à McLaren? A Ferrari, principal acusadora, considerou o veredito do Conselho Mundial satisfatório. Por que, então, levar as coisas mais adiante? É simples assim. Nessas horas, público e imprensa não têm nenhuma importância.

Outra observação essencial: a McLaren não foi julgada pelo uso das informações da Ferrari. A punição que veio foi por conta da posse desse material. Até hoje - por mais que algumas evidências apontem na direção contrária - não foi provado que os ingleses se beneficiaram dos dados de seus rivais. Os dirigentes não iriam tomar uma decisão tão importante baseando-se apenas nessa suposição.

Há ainda duas fortes razões para a absolvição da McLaren. A Mercedes, parceira de longa data da equipe inglesa, é uma delas. Envolvida em todo o imbróglio sem culpa, seus interesses e sua história precisavam ser considerados pelos membros do Conselho Mundial. Não era fácil destruir, com uma canetada só, todo o investimento da fábrica alemã nos últimos treze anos.

Além disso, existe também um outro fator semelhante. O passado limpo da McLaren. Desde 1980 sob a direção de Ron Dennis, o time nunca teve seu nome ligado a nenhuma falcatrua. Parece um argumento fraco, mas não é. Duvido que o chefão da McLaren soubesse das atitudes de Mike Coughlan, o homem que recebeu de Nigel Stepney o dossiê com informações secretas da Ferrari.

Dennis tem um passado grande demais para arriscar-se só agora. Ele ainda comanda as ações da McLaren com mão de ferro, ao contrário do que muitos garantem. É por isso que acho, no mínimo, improvável que os dados da Ferrari tenham sido usados no modelo da equipe inglesa. O grande avanço da McLaren na atual temporada pode ser debitado, perfeitamente, ao excelente staff técnico do time."

Gustavo, in Blog F1 Grand Prix


"Se fosse uma situação inversa - contra a Ferrari - vocês acham que algo teria acontecido?"

Vi, in F1 Girls

"Após tanta especulação, o resultado deixa a sensação de que essa punição agradou a todos, até mesmo para a McLaren, pois a equipe deverá vencer o campeonato de pilotos de 2007, mas lutará por alguns anos para se reerguer política e financeiramente desse escandâlo, enquanto a Ferrari partirá para um match-race em 2008, sem nenhum rival decididamente forte o suficiente para incomoda-la. Salvo a McLaren não apelar."

João Carlos Viana, in jcspeedway

"A McLaren foi eliminada do Mundial de 2007, perdendo todos os pontos conquistados e evidentemente sem direito de pontuar nas quatro corridas finais, além de receber uma sanção pecuniária recorde de US$ 100 milhões.

Que aliás, saiu barato. Por que? Ora... porque esse valor é irrisório perto do orçamento que a equipe tem para todo o ano. Lito Cavalcanti, comentarista do Sportv, garante que é oito vezes mais do que o que a equipe terá que pagar à FIA, no prazo de 90 dias.

O prejuízo da McLaren, além da imagem arranhada, levando de roldão sua sócia, a Mercedes, é grande. A equipe não terá direito à receita dos direitos de imagem em 2008. Nem ela e nem a estreante Prodrive - que será ironicamente o time B da McLaren no ano que vem. E há quem diga que esse montante é bem maior do que a multa recebida.

E tem mais: Fernando Alonso dificilmente emplacará a próxima temporada por lá. No contrato celebrado entre ele e Ron Dennis, foi incluída uma cláusula onde ficou claro que o piloto poderia exigir o rompimento do compromisso se sua imagem fosse arranhada e a equipe não marcasse pontos.


Pois bem: a McLaren ficará com zero ponto, a imagem de Alonso também foi prejudicada e a pergunta vai ficar no ar: para onde vai Alonso em 2008?Finalmente, o mercado de pilotos vai esquentar para valer. E a primeira peça a ser movida neste jogo de xadrez é o atual bicampeão mundial de Fórmula 1."


(...)"Sobre a espionagem, nem tenho muito o que dizer. Feita a Pizza, vamos agora comê-la e aproveitar o fim do campeonato."

Jorge Pezzolo, in Plog do Pezzolo

"No fim das contas trataram a Mclaren como filho de papai milionário que matou o amante da sua esposa, foi preso mas depois liberado pelo delegado amigo do pai. Compraram sua liberdade, mas não sua inocência. Qual o sentido de se aplicar uma multa pesadíssima para a equipe enquanto os pilotos continuam com seus pontos e certamente um dos dois vai ser campeão do mundo, mesmo com a grande possibilidade de terem levado vantagem para conquistar esses pontos. E pra onde vai toda essa dinheirama? Boa pergunta essa... A entidade precisa de dinheiro? Ou foi ela que saiu lesada?"

Sakher, in Quickride

"Enfim, no queimar da lenha, saiu uma bela pizza assada. Digamos que de alho, que eu detesto e só malucos conseguem digerir sem ficar com "seqüelas" no hálito. Gregos e troianos agradados e a vida segue... há um campeonato a se disputar, né?"

Rogério Magalhães, in Muquifo do Portuga

A imagem do dia

Amiguinhos, é hora de deixarmos para trás as polémicas e olhar em frente, pois é aí onde está o caminho. Sendo assim, temos um Grande Prémio este fim de semana, num dos meus circuitos favoritos: Spa - Francochamps.


A imagem que coloco hoje é o maior piloto belga de todos os tempos: Jacky Ickx, no seu Ferrari, na partida do Grande Prémio belga de 1970, a última corrida disputada no traçado antigo, que tinha 21 quilómetros de extensão. A corrida foi ganha pelo BRM de Pedro Rodriguez, depois de uma luta imensa com o March de Chris Amon. Somente oito carros chegaram ao fim, e Ickx foi o último classificado, a duas voltas. A Formula 1 voltou a Spa-Francochamps somente em 1983.

GP da Belgica - Treinos Livres

Depois do duelo administrativo em Paris, prossegue o duelo em pista. No desafiante circuito de Spa- Francochamps, McLaren e Ferrari brigaram entre si para ficar com o melhor tempo. De manhã, os Ferrari foram melhores, com Kimi Raikonnen a aparecer na frente da tabela de tempos.


À tarde, foi a vez dos McLaren a serem os mais rápidos, com o espanhol Fernando Alonso na frente, que bateu Lewis Hamilton por 0,111 segundos. O terceiro tempo foi para Felipe Massa, seguido por Kimi Raikonnen, que ficou a meio segundo de Fernando Alonso.


A terceira fila ficou para os Toyota: Jarno Trulli (5º) ficou à frente de Ralf Schumacher (6º), enquanto que o Renault de Giancarlo Fisichella foi sétimo. Mark Webber foi oitavo, e Robert Kubica foi nono. A fechar o Top Ten, o finlandês Heiki Kovalainen, no seu Renault.


O mais engraçado nesta sessão livre foi Sakon Yamamoto: o piloto da Spyker foi 17º classificado, batendo os pilotos da Super Aguri e da Toro Rosso. Um contraste com o seu companheiro Adrian Sutil, que não marcou tempo depois de ter destruido o seu Spyker...

Noticias: Marcus Granholm abandona a competição

O piloto finlandês da Ford Marcus Gronholm, actual lider do campeonato WRC de ralis, anunciou hoje que abandonará a competição no final desta temporada. Gronholm, de 39 anos, e vencedor do título mundial em 2000 e 2002, a bordo de um Peugeot 206 WRC, guia actualmente um Ford Focus WRC e lidera o campeonato com dez pontos de vantagem sobre o Citroen C4 do francês Sebastien Löeb.


«Estes vinte anos de ralis deram-me muito, e sempre sonhei em terminar a carreira no ‘top’. Agora tenho uma excelente oportunidade para fazer isso acontecer, e vou fazê-lo. Não há qualquer drama nesta decisão, pois quero dar a possibilidade aos mais jovens para, também eles, alcançarem os seus sonhos, tal como sucedeu comigo.», referiu Gronholm que se estreou no Mundial de Ralis em 1989, no “seu” rali, a Finlândia, onde ganhou por sete vezes.


O palmarés de Marcus Gronholm é impressionante: em 145 provas do Mundial, ganhou 30 ralies e noutras 28 terminou no pódio. Ganhou 527 especiais. Curiosamente, a sua primeira temporada completa foi em 2000, o ano do seu primeiro mundial. Nesse ano, ganhou o seu primeiro rali, na Suécia, num Peugeot 206 WRC.


Quem também se vai embora é o seu navegador, Timo Rautiainen. «Para ser honesto, não imagino prosseguir a minha carreira sem ser ao lado do Marcus. Tenho tido o privilégio de acompanhá-lo nos altos e baixos da carreira, e claro na obtenção dos dois títulos e trinta vitórias.» disse-o em declarações captadas pelo jornal português Autosport. Já agora: Rautiainen é casado com uma irmã de... Marcus Gronholm.


Vai ser uma pena vê-lo partir, pois é um excelente piloto e um excelente ser humano, com a atitude típica de qualquer finlandês que corre em railes: muito rápido e sempre para ganhar. "Maximum Attack", como dizia (e fazia) Markku Alen.


Se quiserem ver algumas imagens do piloto, aqui podem vê-lo a testar em 2002 na Finlândia, ou aqui, no seu primeiro teste com o Ford Focus, quatro anos depois. Mas o melhor foi na Turquia, quando o seu navegador levou uma pedrada e ele tentava explicar no seu melhor inglês...

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

As reacções à sentença na Blogosfera

Os meus companheiros de Blogosfera não demoraram muito para comentar a decisão da FIA em relação à sentença de hoje. E como "cada cabeça, sua sentença", as reacções são as mais díspares. Aqui não quero comentá-las, é mais expôr,num unico post, as suas opiniões. Desde as mais famosas, até aquelas que são mais anónimas. Aqui vai:


"Então, pelo que eu entendi, a McLaren foi considerada culpada – ou seja, levou algum tipo de vantagem a partir dos documentos do carro adversário que estavam de posse de um funcionário seu. Mas os pilotos que ganharam corridas e somaram pontos, não levaram nenhuma vantagem com isso. Ou sim, levaram vantagem, mas como ajudaram aos dirigentes a apontar a falcatrua, saíram ilesos da história (como se tivessem revertido esta vantagem). Genial, não é?


Agora sim estou ansioso. A FIA vai divulgar amanhã um comunicado explicando o que a levou a este veredicto. Ótimo, estou precisando mesmo dar umas boas risadas."


Luiz Fernando Ramos, in Blog do Ico.


"Houve quem apostou em punições "hamurabianas" como a exclusão total da McLaren para os campeonatos de 2007 e 2008, e em conseqüências mirabolantes, como a demissão de Ron Dennis e a venda das ações da equipe para a Mercedes. Muito intrigante e sedutor, mas pouco realista.


O mundo da F-1 se resume em política e economia. Não há espaço para condutas e atitudes radicais nesse cenário. Até porque o tal do escândalo só é um escândalo porque tornou-se público. Espionagem e dribles às regras são comuns na Fórmula 1 dos últimos 20 anos."

Juliano "Kowalski" Barata, in Blog do Mulsanne


"Para a maioria, ficou leve a punição da McLaren. Eu discordo. Está de excelente tamanho. Não seria justo, em hipótese nenhuma, punir Fernando Alonso e Lewis Hamilton (à direita). E nem seria inteligente, do ponto de vista prático. Os fãs guiam-se por pilotos, e não por equipes (com a Ferrari sendo a óbvia exceção). Alguém vai notar a eliminação da McLaren do Mundial de Construtores? Claro que não.


Por outro aspecto, o impacto de uma desclassificação de Alonso e Hamilton seria devastadora. Grande parte do público - não só espanhol e inglês - poderia desistir da Fórmula 1. Isso já não vai acontecer mais. Como sempre, a categoria sobrevive a uma das maiores crises da história.
Agora, para os fãs da Fórmula 1, falta uma única pergunta a ser respondida. Podemos, finalmente, nos concentrar no campeonato?"


Gustavo, in Blog F1 Grand Prix


"Você acha 100 milhões de dólares barato? Eu também não. Mas perto da ameaça de exclusão que a McLaren sofreu hoje, a multa deste valor, mais a pena aplicada, saiu bem baratinha. (...)


Justiça foi feita? Acho que sim. A equipe protagonizou o maior escândalo da história da Fórmula 1 e levou como pena a maior multa e a maior punição da história. O campeonato, na pista, pelo menos fica preservado. É fato que os pilotos foram beneficiados pelo uso ilegal das informações, mas um campeonato decidido no tapetão ficaria ainda mais feio. Será que alguém comemoraria, sem nenhum constrangimento, um título de Raikkonen ou Massa depois da exclusão da McLaren? Creio que não. Se ganha é na pista, embora fora dela tenha rolado mais lama do que nunca."


Ivan Capelli, in Blog do Capelli


"Quem esperava que justiça fosse feita hoje, não tinha como não se decepcionar. Uma sentença que só visa um único objetivo: Encher os bolsos da FIA. Aliás, excelente negócio. Cada reunião do conselho mundial e seus 26 membros, inclusive as festinhas e abundâncias culinárias e hospedagem em hotéis cinco estrelas custaram a FIA cerca de 200.000 dólares por reunião. Esperava algo assim para remunerar os “dedicados” participantes do conselho mundial. Mas 100 milhões de dólares é enfiar a faca na cara de pau.


Agora pergunto: Não foram o Todt e o Montezemolo, clamando justiça, querendo isso, querendo aquilo, que cobraram um julgamento justo? Será que estes dois já caíram na real? Enfim, a “lesada” Ferrari, no final do dia, não ganhou absolutamente nada, NIENTE, com este carnaval todo, do qual o esporte virou refém nos últimos três meses.


Ah, e já antecipando: Parabéns, Signore Montezemolo e Monsieur Todt, parabéns por um título que ganharam na patada, não com competência técnica incontestada na pista." (...)


Mario Bauer, in GP Insider


Enfim, estas são algumas das opiniões que já circulam na Blogosfera. Nas próximas horas, outros comentarão a sentença de hoje, e se justificarem, colocarei aqui.

Eis a sentença!

Depois de mais de 12 horas de reunião, a FIA, no seu Conselho Mundial, tomou a sua decisão. E é esta: Multa de 100 milhões de dólares à McLaren (é um ano inteiro de orçamento), a equipa fica sem pontos nos construtores, mas os pilotos mantêm o seu "score". Para além disso, o projecto de 2008 vai ser totalmente escrutinado pela FIA antes de poder correr o campeonato.

Em suma: a luta pelo título não fica beliscada, mas deram o título de construtores à Ferrari. É uma sentença justa, e acho que o Ron Dennis até deve ter ficado aliviado. A equipa deve ter sido salva, embora tenha incógnitas relativamente ao futuro, nomeadamente, quem pagará a multa. O próprio Ron, a McLaren ou a Mercedes?

Claro, há mais outra coisa: a equipa de Woking vai recorrer? Se sim, têm consciência de que a hipótese de exclusão por dois anos ainda pode ser aplicada? Uma coisa é certa, tenho curiosidade pelos próximos dias, para saber como pararão as modas...


Uma última coisa: Nigel Stephney e Mike Coulghan. O que vai acontecer com eles? A FIA irá irradiá-los? Uma coisa é certa, duvido que voltem a trabalhar numa equipa de Formula 1...

Esta é gira!...

Enquanto aguardamos pela sentença, vale a pena verem isto. Uma animação do jornal espanhol "As" que faz uma cronologia dos acontecimentos do escândalo "Stephneygate". O mais engraçado é que todos eles estão representados... em Lego. É uma animação muito cómica, só visto. Vão lá agora, antes que saia a sentença!

A imagem do dia

Infelizmente, eu escolho esta: a do final do Portugal-Sérvia, ontem à noite, na qualificação para o Euro 2008. É certo que o golo sérvio foi marcado em fora de jogo, mas a maneira como isto acabou ser escusada. É certo que quem começou tudo isto foi o Dragutinovic, que foi lá para provocá-los, mas escusavam de ter chegado a isto se não tivessem acomodado ao 1-0. Agora vamos pagar pelos erros e teimosia do "Sargentão"...

Hoje é o Dia D (decisões)

Desde as 8:30 de hoje, hora portuguesa, que a FIA está reunida ao mais alto nível na Praça da Concórdia, em Paris, para decidir se a McLaren deve ou não ser penalizada, caso se prove que copiou desenhos do F2007 no seu McLaren MP4/22.


Todos os "big bosses" estão lá presentes: Luca di Montezemolo, Jean Todt, e Ross Brawn, da Ferrari; Ron Dennis, Mansour Ojjeh, Jonhathan Neale, Pedro de la Rosa, Lewis Hamilton e Norbert Haug, por parte da McLaren; e claro, os respojnsáveis da FIA: Max Mosley, Charlie Whitting e Bernie Ecclestone, que afirmou isto: «Estou certo que será feita justiça, aqui, hoje!»


A esta hora, o primeiro a sair foi Lewis Hamilton, que nada declarou, depois de ter sido ouvido durante três horas e meia. Curiosamente, quem não está lá é Fernando Alonso, que alegadamente, rumou a Spa-Francochamps para se preparar para o GP belga... isso quer dizer muita coisa, não?


Vamos esperar para o final do dia, para ver o que decidem.

Extra-Campeonato: Os empates portugueses que dão cabo dos meus nervos...

Eu confesso que fujo do futebol como foge o Diabo da Cruz, mas há uma honrosa excepção: a Selecção Nacional. Não disse nada no Sábado, porque pensava que as coisas poderiam equilibrar-se na quarta-feira, mas no final, não deu em nada.



Não gosto de treinadores que jogam para empatar, assim como não gosto de jogadores que encaram a Selecção como se fosse um frete. E vi as duas coisas nos jogos desta jornada dupla contra a Polónia e contra a Sérvia. Em situações normais, estes jogos teriam como resultado uma vitória nossa. Mas a tática de Scolari, de recuar a equipa quando o resultado é favorável por uma bola, é em muitos aspectos, um convite à derrota. E é isso que sinto depois destes dois jogos: que os empates souberam a derrota. E para piorar as coisas, aquela agressão no final da partida, com o Dragutinovic, só vai enterrar as coisas para o nosso lado...


Luiz Filipe Scolari vai ficar nos nossos livros de história como um dos melhores seleccionadores nacionais de sempre. E estou eternamente agradecido a ele, pois sem isso, provavelmente não iriamos tão longe em termos de Selecção. Afinal de contas, ele mostrou que nós podermos sonhar com um título europeu ou mundial. Teve outra boa qualidade: sendo estrangeiro, estava a salvo de pressões dos "três grandes" (Benfica, Porto e Sporting) para que convocasse os jogadores das suas perferências. Nâo que agora, isso tenha importância (mais de metade dos habituais convocados jogam no estrangeiro), mas conseguiu estar acima das "clubites", msemo com a visível hostilidade portista...


Mas a sua teimosia, em apostar em certos jogadores, ou em certa táctica, esse conservadorismo, pode estar a levar ao abismo: a possibilidade de não nos qualificarmos para o Euro 2008, a disputar na Austria e na Suiça começa a ser real. apesar de termos menos um jogo que os nossos adversários, a maneira como encaramos os jogos tem que ser radicalmente mudada. A ideia de "ganhar em casa e empatar fora" é meio caminho para o desastre. Para mim, com a Selecção que temos, temos a obrigação de ganhar todos os jogos, mesmo que no final possamos perder. Mas devíamos vender cara a derrota. Porque a nossa Selecção é o orgulho do nosso país.


E A Nossa Selecção é o melhor motivo para que os nossos emigrantes andem na rua de cabeça erguida. Nos últimos anos, nunca uma equipa como a Nossa Selecção fez tanto para aumentar a auto-estima do nosso país. Hoje, não me consigo identificar com eles. Jogaram mal, não se encontraram, não tiveram atitude, brio, vontade de vencer. Parece que encaram isto como se fosse um frete. Não pode, nem deve ser.


As coisas ainda podem ser corrigidas, claro. E a primeira coisa que se deve fazer é mudar o discurso. Agora, não há margem de erro: é jogar para ganhar. Estes jogadores milionários têm que "comer a relva", no Azerbeijão, no Cazaquistão, na Arménia, na Finlândia. Estes quatro jogos só podem ter um resultado: a vitória, e nada mais. Caso contrário, o destino só pode ser um: o despedimento de Luiz Filipe Scolari e a demissão de Gilberto Madaíl, o presidente da Federação. Já deram as abébias todas. Agora chega! Eu pensava que a calculadora tinha acabado de vez...

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

A piada da semana, por Ivan Capelli

Uma antecipação do que pode acontecer amanhã. Só falta o Prozac para combater a depressão que aí vêm...

Às 40 mil visitas, reflectir sobre a loucura actual da Formula 1

Pois é, chego a mais um marco: 40 mil visitas em sete meses de existência. Um bom resultado, de facto, e agradeço a vocês todos por fazerem este resultado possível. Agora tenho a certeza que no mês que vêm chego às 50 mil, e quem sabe, pelo Natal terei 75 mil visitas ou mais...


Ora, também sei que hoje estamos na véspera de uma decisão muito importante na história da Formula 1: a reunião do Conselho Mundial, que irá decidir sobre as ilegalidades detectadas pelo escândalo "Stephneygate", e que poderá levar, caso a lei seja rigorosamente aplicada, à exclusão da McLaren da Formula 1.


Como sabem, por estes dias pura e simplesmente absti-me de falar sobre este caso. Porquê? A razão está à vista de todos: é uma confusão total de rumores e desmentidos. Muitas das noticias que vieram a lume são pura e simplesmente "cortinas de fumo" lançadas por ambos os lados, no sentido de influenciar a opinião pública sobre este caso. E a estratégia parece estar a resultar: nunca vi tanta gente, especialmente os ferraristas, a exigir a exclusão pura e simples da McLaren e dos seus pilotos, para que o título caia no colo da equipa de Maranello.


Eu sou honesto: gosto muito de automobilismo. Mas aquilo que assisto por estes dias, na imprensa e nos Fóruns um pouco por todo o mundo, é uma clubite aguda, que julgava que estivesse cingido ao futebol. São os Ferraristas que clamam a expulsão pura e simples da Ferrari, os McLarenistas que querem que a Ferrari pague pelos crimes cometidos no tempo de Michael Schumacher, são os espanhois que querem Alonso a fazer valer o seu estatuto na McLaren e que ganhe o título, em vez do Hamilton... é tudo um conjunto de pessoas que competem para ver quem grita mais alto. E objectividade, não se vê, mesmo nas noticias... Foi por isso que me calei, porque o bom senso aconselhava a tal.


Então, porque agora? Para além de ser a véspera da tal sentença, eu tenho uma ideia de como isto vai acabar: "de novo em pizza", como dizem os brasileiros. Porquê? A Formula 1 é demasiado importante e demasiado rica para se sujeitar a um abalo desses. A "realpolitik" é mais forte do que convicções ferraristas ou alonsistas. O que pode acontecer é um acordo: tirariam os pontos à McLaren, mas não tocavam na disputa entre pilotos, ou seja, o campeonato não saía beliscado.


Mais: provavelmente, o nome McLaren desapareceria. O "tio" Max nunca gostou do "tio" Ron (lembram-se da ideia da Liga independente, em 2002?) e provavelmente, o preço a pagar pela permanência seria a venda do resto do capital da McLaren para as mãos da Mercedes. As coisas ficavam na mesma: Haug ficava por lá, e Alonso era o primeiro piloto da marca. Se isso for verdade, posso perceber as lágrimas do "tio" Ron no final da corrida de Monza. Provavelmente deve ter sido a ultima corrida que este homem assistiu ao vivo em quase 40 anos...


Para concluir, faço minhas as palavras que o Mario Bauer disse no fim de semana de Monza: isto não acaba no dia 13. Logo, confesso que aguardo com alguma ansiedade as cenas dos próximos capítulos, ou seja, o fim de semana do Grande Prémio belga. Já se fala (cá para mim é mais uma ameaça do Alonso...) de que o piloto espanhol poderia acabar a época na Renault...

GP Memória - Belgica 1998

Provavelmente, este deve ser um dos Grandes Prémios mais conturbados da década de 90. Aqui assistiu-se de tudo: desde a pior carambola da história da Formula 1, até a uma histórica dobradinha da Jordan, com Damon Hill a superar Ralf Schumacher. Pelo meio, um controverso acidente entre Michael Schumacher e David Coulthard, com o alemão a ir direitinho às boxes da McLaren com vontade de iniciar ali mesmo a III Guerra Mundial


A temporada de 1998 era um duelo a dois, entre Michael Schumacher e Mika Hakkinen. O equilíbrio era a nota dominante: seis vitórias para o piloto finlandês, contra cinco do alemão. Ambos monopolizavam as vitórias, excepto David Coulthard, que tinha ganho em San Marino. E na altura em que o Grande Circo chegava à Bélgica, para mais um Grande Prémio, Mika Hakkinen tinha 77 pontos, contra 70 do piloto de Kerpen. David Coulthard já era um distante terceiro, com 48 pontos. Quanto ao então campeão do mundo, Jacques Villeneuve, só tinha 20 pontos, e o seu Williams-Mecachrome não tinha força suficiente para aspirar a muito mais do que o meio do pelotão…


O tempo para aquele fim-de-semana era tipicamente das Ardenas: instável. No Sábado, a pista estava seca, o que proporcionou o duelo do costume entre Schumacher e Hakkinen pela pole-position, ganho pelo piloto finlandês. Logo a seu lado, ficou o seu companheiro de equipa, David Coulthard. Mas na segunda fila, a primeira surpresa: Damon Hill colocava a sua Jordan - Mugen Honda na trerceira posição, superando as Ferraris de Michael Schumacher e Eddie Irvine. Jacques Villeneuve era sexto, Giancarlo Fisichella era sétimo e Ralf Schumacher ficava na oitava posição.


Entretanto, dois fortes acidentes nos treinos, de Villeneuve e do Arrows de Mika Salo, eram uma das notas dominantes desses treinos. Ambos se safaram incólumes, mas não se sabia que aquilo era apenas o começo de um fim-de-semana muito agitado…


O dia da corrida amanheceu com chuva, que ainda continuava na hora da corrida. Os organizadores decidiram iniciar a corrida na mesma, sem a presença do “safety-car” na pista, como tinha acontecido no ano anterior. Essa decisão teve consequências fatais… No momento da largada, Hakkinen liderava, seguido de Jacques Villeneuve, Michael Schumacher e Giancarlo Fisichella. Na descida para Eau Rouge, começa o desastre: David Coulthard toca em Eddie Irvine, e roda sozinho, com o pelotão logo atrás em aceleração completa, nada podendo evitar a carambola que vinha a seguir: para além de Irvine, outros onze carros ficaram envolvidos: o Benetton de Alexander Wurz, o Sauber de Johnny Herbert, os Stewart de Rubens Barrichello e Jos Verstappen, os Tyrrell de Ricardo Rosset e Toranotsuke “Tora” Takagi, os Arrows de Pedro Diniz e Mika Salo e os Prost de Olivier Panis e Jarno Trulli.


Inevitavelmente, a partida foi interrompida. Os organizadores levaram uma hora para limpar os destroços, e dos envolvidos, quatro pilotos não puderam partir: Rubens Barrichello, Mika Salo, Ricardo Rosset e Olivier Panis. Se no caso de Barrichello, foi pelo facto de ter ficado combalido no acidente, nos outros três casos, o facto das suas equipas terem apenas um carro de reserva pesou na decisão.


E foi sem quatro carros que a corrida recomeçou. Na segunda partida, foi a vez de Damon Hill surpreender Hakkinen e Schumacher, ao passar pela liderança. Na curva de Eau Rouge, Hakkinen roda com o seu McLaren e não evita a colisão com Johnny Herbert, desistindo ambos na hora. Entretanto, o “festival” Coulthard continua: uma colisão com Alex Wurz faz com que caísse para o fundo do pelotão, enquanto que o austríaco desistia. Para piorar as coisas, Eddie Irvine perdia o bico do carro e também ficava para trás. Acabaria por desistir na volta 25.


Entretanto, Hill e Schumacher disputavam a liderança, primeiro em "safety-car", depois em corrida até que na volta oito, o alemão ultrapassa o inglês da Jordan. Na primeira rodada de reabastecimentos, Jacques Villeneuve sobe à liderança. Mas é de pouca dura, pois despista-se e abandona. Na volta 25, Schumacher tinha 40 segundos de vantagem sobre Hill, quando tem David Coulthard à sua frente. Então, Jean Todt tinha visitado Ron Dennis para pedir que facilitassem a vida ao alemão. Se o recado foi ou não entregue, não se sabe, mas parece que sim, pois quando ambos os pilotos descem para Pouhon, o escocês reduz a velocidade para deixar passar Schumacher.


Isso seria bom em dia claro, mas em condições de chuva e visibilidade má, não era boa politica… e o desastre aconteceu. A roda frente-direita do Ferrari foi arrancada, bem como a asa traseira do McLaren. No final, Schumacher consegue levar o seu carro para as boxes, onde sai disparado para a da rival, e todos a tentarem acalmar o furibundo alemão, que acusou o escocês de “tentar matar-me”. Mais tarde, os comissários classificaram o incidente como “normal” e atribuíram culpas a ambos os pilotos: a Schumacher por não se ter desviado da trajectória de Coulthard, e o escocês, por ter travado tão bruscamente naquela zona, naquelas condições.


Entretanto, outro incidente agita a prova: na Paragem do Autocarro, a Banetton de Giancarlo Fisichella salta para cima da Minardi de Shiniji Nakano, pegando fogo no Benetton acidentado, e levando a nova intervenção do Safety-Car, numa altua em que Damon Hill tinha acabado de fazer o seu segundo reabastecimento.


No final daquela corrida, que mais parecia um pesadelo, Eddie Jordan estava em delírio por ver os seus carros fazendo a dobradinha, comemorando a sua primeira vitória na história da sua equipa. Para fechar o pódio, o Sauber de Jean Alesi, um dos sobreviventes da acidentada corrida belga. Seria o seu último pódio da carreira. Os restantes heróis que terminaram nos pontos foram o alemão Heinz-Harald Frentzen, num Williams, o brasileiro Pedro Diniz, num Arrows, e o Prost de Jarno Trulli.