sábado, 25 de junho de 2022

WRC 2022 - Rali Safari (Dia 2)


Kalle Rovanpra consolidou a sua liderança no rali Safari, ao liderar a prova com 40,2 segundos de vantagem sobre Elfyn Evans, com o japonês Katsuta Takamoto a ser terceiro, a 1.15,6, numa tripla para as cores da Toyota. Tudo isto num dia onde choveu e o Hyundai de Ott Tanak foi uma das vitimas da dureza dos troços, bem como Thierry Neuville, que bateu numa árvore e perdeu tempo.

Com um sábado cheio de classificativas - seis ao todo, muito longas - a grande variação foi a aparição da chuva. Na primeira passagem por Soysambu, Evans levou a melhor, 3,6 segundos na frente de Thierry Neuville, com Kalle Rovenpera em terceiro, a 6,3 segundos. Foi o suficiente para Evans subir a segundo, em troca com Katsuta Takamoto. Na especial seguinte, a primeira passagem por Elmenteita, Thierry Neuville foi o vencedor, 0,9 segundos sobre Sebastien Loeb, e 1,7 sobre Ott Tanak. O mesmo resultado favorável ao piloto belga aconteceu na 12ª especial, a primeira passagem por Sleeping Warrior, com ele 2,2 segundos mais rápido que Kalle Rovanpera e 6,6 sobre Elfyn Evans.

Tanak teve problemas no seu carro e parou na especial, enquanto Katusta Takamoto perdeu tempo devido a um furo. 

A parte da tarde começou com Evans a trinfar na segunda passagem por Soysambu, 3,6 segundos na frente de Kalle Rovanpera e cinco segundos sobre Katsuta Takamoto. Rovanpera ganhou na segunda passagem por Elementia, 11,2 segundos na frente de Thierry Neuville e 11,3 sobre Elfyan Evans e 18,9 sobre Sebastien Ogier. E na última classificativa do dia, Sebastien Ogier conseguiu ser o mais rápido, 3,4 segundos sobre Kalle Rovanpera e 10,6 segundos sobre Katsuta Takamoto. Neuville bateu contra uma árvore e perdeu tempo, enquanto Sebastien Loeb sofreu um furo, danificando a suspensão do seu Ford Puma Rally1. 

"Numa reta, de repente o carro caiu, talvez por causa de um braço de direção ou algo assim. Tivemos que fazer 15 quilómetros desta forma e eu tive que ir devagar até o final. É isso.", disse o veterano piloto francês.

Depois dos três primeiros, Sebastien Ogier é o quarto - e outro Toyota - a 2.38,3, na frente de Thierry Neuville, a quase 11 minutos da liderança (10.59,3). Oliver Solberg é o sexto, a 12.19,1, na frente de Craig Breen, sétimo, a 18.56,1. O grego Jourdan Serderidis é o oitavo, a 25.45,6, na frente de Kajetan Kajetanowicz, a 27.34,7. E a fechar o "top ten" está o carro de Sebastien Loeb, a 33.01.0.

O rali Safari termina neste domingo, com a realização das últimas seis especiais. 

Formula E: Lotterer sai da Porsche no final da temporada


O alemão Andre Lotterer irá sair da Formula E no final da temporada e rumará para a Endurance, mais concretamente o programa LMDh, como foi ontem anunciado na apresentação do modelo 963. 

Segundo Thomas Laudenbach, responsável máximo da Porsche Motorsport, a experiência do piloto de 40 anos será importante no desenvolvimento do programa de Endurance, ele que já triunfou em Le Mans por três vezes (2011-12 e 2014), nos tempos da Audi. "O André não vai fazer a Fórmula E na nossa equipa”, disse Laudenbach ao Motorsport.com. “Mas há uma diferença entre correr e ter algum outro tipo de papel. Tem obviamente muitos anos de experiência na Fórmula E, por isso seria estúpido não usar essa experiência”.

Ainda não se sabe oficialmente quem ficará com o seu lugar na competição elétrica, mas o favorito é o português António Félix da Costa, que está de saída da DS Techeetah, e não só poderá ser piloto da marca na Endurance, como poderá ter à sua espera um lugar na equipa de Endurance para provas como Daytona, Sebring e Le Mans. 

Na Formula E, Lotterer conseguiu duas poles, três voltas mais rápidas e oito pódios, mas nenhuma vitória desde que chegou à competição, em 2017. 

sexta-feira, 24 de junho de 2022

A(s) image(ns) do dia








A Porsche mostrou esta sexta-feira o seu carro para o Mundial de Endurance e a IMSA, que será estreado na temporada de 2023. O projeto, cujo chassis é construído pela Multimatic e que tem a marca da Penske, chama-se o 963 e não é por acaso: o projeto do 962, apresentado em 1985 como descendente do 956, que tinha ganho em Le Mans com gente como Jacky Ickx, Derek Bell, Jochen Mass e Hans-Joachim Stuck, entre outros, dominou a IMSA no final de década de 80 nos Estados Unidos às mãos de gente como Al Holbert e Hurley Haywood. E como a equipa é americana, calha bem o código. 

E os pilotos para esta tarefa? Eis a lista: Andre Lotterer, Kevin Estre, Michael Christensen, Laurens Vanthoor, Matt Campbell, Matthieu Jaminet, Felipe Nasr, Dane Cameron. Falta anunciar mais dois pilotos para o campeonato IMSA.

Após 7.889 quilômetros de teste durante o primeiro semestre de 2022, estamos em um caminho muito bom, mas ainda há trabalho a ser feito antes do início da próxima temporada”, começou por dixer o vice-presidente da Porsche Motorsport, Thomas Laudenbach

Nosso novo Porsche 963 deve continuar o legado de modelos lendários como o 917, 935, 956, 962 e o 919 Hybrid. Tenho certeza de que estaremos bem posicionados quando se trata de tecnologia e também criamos as estruturas de equipe relevantes para nos preparar para vitórias na emocionante competição entre muitos fabricantes e diferentes conceitos.

As expectativas são extremamente altas”, disse o diretor administrativo da Porsche Penske Motorsport, Jonathan Diuguid. “Não apenas do público, mas também da Porsche e da Team Penske, que escreveram grandes capítulos de automobilismo juntos no passado.

O carro irá se estrear no final do ano, nas Oito Horas do Bahrein, antes da estreia oficial nas 24 Horas de Daytona de 2023, contra gente como a Toyota, Cadillac, Peugeot, Acura, Ferrari e outros, quer na Europa, quer na América. E claro, é uma nova era na Endurance. 

WRC 2022 - Rali Safari (Dia 1)


O finlandês Kalle Rovanpera é o líder do Rali Safari, concluído que está o primeiro dia da prova. O piloto finlandês tem uma vantagem de 22,4 segundos sobre Elfyn Evans, concluídas que estão as primeiras sete especiais desta prova. Ott Tanak é o terceiro, a 25,3 segundos, na frente de Katsuta Takamoto, quarto a 26,6, numa prova onde Sebastien Ogier teve um furo e caiu na classificação, e Sebastien Loeb ficou ainda pior.

Depois da especial de abertura, na véspera, o dia de hoje tinha duplas passagens por Loldia, Geothermal e Kedong. Sebastien Loeb começou bem, triunfando na primeira passagem por Loldia, 0,2 segundos adiante de Elfyn Evans e 0,5 sobre Sebastien Ogier. Tanak teve problemas com a sua caixa de velocidades e perdeu 37 segundos, caindo para a décima posição. "Temos uma caixa automática agora!", queixou-se o estónio da Hyundai. 

Rovanpera ganhou na terceira especial, 1,2 segundos na frente de Katsuta Takamoto e 2,5 sobre Elfyn Evans. Sebastien Ogier era quarto, a 2,6 e passou para a frente da prova, 0,8 segundos adiante de Sebastien Loeb. 

O finlandês voltou a ganhar na quarta especial, 4,1 segundos na frente de Ott Tanak e 7,6 sobre Katsuta Takamoto e 10,6 sobre Craig Breen. Gus Greensmith furou e perdeu tempo, enquanto Sebastien Loeb, depois de ter acabado a etapa na sétima posição, a 26,1 segundos, viu o seu carro a arder. Tentou levá-lo apenas com propulsão elétrica, mas não deu, vendo o seu bólido ser consumido pelas chamas. 

Ogier triunfou na quinta especial, 4,3 segundos na frente de Katsuta Takamoto e 7,8 segundos sobre Kalle Rovanpera, enquanto Adrien Formaux tinha problemas mecânicos e atrasava-se. Triunfa de novo na sexta especial, 0,4 segundos na frente de Takamoto, e na última especial do dia, as coisas mudam. Vitória de Rovanpera, com uma vantagem de 3,6 segundos sobre Neuville, 5,1 sobre Ott Tanak e 21,1 sobre Elfyn Evans. Craig Breen parou na especial devido a problemas com a sua direção assistida, enquanto Sebastien Ogier sofreu um furo e perdeu dois minutos, caindo para a quinta posição. 

No final da especial, o piloto finlandês comentou sobre o dia: "No geral, as duas primeiras etapas foram muito boas, mas isso foi complicado, como seria de esperar. Tudo deveria estar bem com o filtro de ar, mas no começo senti que não tinha energia. Depois da poeira e do 'fesh-fesh', não tínhamos energia nenhuma, mas não sei por que me senti assim no começo da especial", contou.

Depois dos quatro primeiros, Thierry Neuville é o quinto, a 57,6 segundos, enquanto muito atrás está agora Sebastien Ogier, que devido ao furo que teve, está agora a 2.08,2. Oliver Solberg é o sétimo, a 4.27,1, na frente de Kajean Kajetanowicz, a 9.51,1. E a fechar o "top ten" estão Craig Breen, que ficou parado na especial e perdeu quase dez minutos, e o americano Sean Johnston, a 11.04,6, no seu Ford Fiesta R5.

O rali Safari prossegue amanhã, com a realização de mais seis especiais. 

Youtube Motorsport Video: O Gen3 em Goodwood

O Gen3 da Formula E já foi apresentado no Mónaco, sendo o carro que eles irão correr a partir de 2023. Mas neste final de semana, em Goodwood, Nick Heidfeld, antigo piloto da Mahindra, fez uma demonstração perante o mundo, para mostrar o potencial do carro. Eis o vídeo do carro que se estreará dentro de seis meses em Jeddah.  

quinta-feira, 23 de junho de 2022

Noticias: Miguel Oliveira desmente ter assinado com a Aprillia


Apesar de ontem a Sky Italia ter noticiado que o piloto português da MotoGP ter assinado pela RNF, que terá motos Aprillia em 2023, o piloto de 27 anos desmentiu nesta quinta-feira que já tenha assinado algo para a próxima temporada. Em declarações à Sport TV portuguesa, o piloto disse que tudo está em cima da mesa, até continuar na KTM. 

Para já, aquilo que posso adiantar é que não tenho nada assinado. Obviamente que as contratações são feitas em certos timings, há timing para anunciar, há timing para negociar e há timing para assinar. Para já, não vou dizer qual é a opção que está mais próxima da realidade, o que é certo é que todas essas notícias são coisas adiantadas por outros meios que estão no paddock, e, simplesmente porque nos veem a falar com as pessoas, não implica rigorosamente nada, implica que estamos a tentar abrir caminho e tentar chegar a vias de facto, só com vias de facto é que podemos assinar ou anunciar qualquer coisa.", começou por dizer, colocando o atual ponto de situação.  

"Sem contratos, não há assinaturas, é para já o que tenho a adiantar. Dizer também aos fãs que aquilo que estou à procura para a minha carreira desportiva não é uma solução a curto prazo, estou à procura de estabilidade e estou à procura sobretudo de um sítio onde me acolham pelas qualidades que me são reconhecidas. Agradecer também essa força e onda de apoio que se tem visto nas redes sociais e nas notícias e deixar assegurado que o meu futuro passa pelo MotoGP e não por outro campeonato qualquer”, continuou.

Obviamente que, quando estamos a negociar, negociamos com o maior secretismo possível, que é muito pouco, e obviamente que os contactos são feitos. Inclusivamente, a proposta da KTM continua em cima da mesa, não é algo que eu tenha descartado. É de referir também que a KTM tem feito todos os esforços para me manter e querem-me muito, a minha decisão não é em base de ter sido rejeitado de alguma forma pela minha equipa, porque eles querem muito manter-me. Mas também preciso de um novo desafio, de outra coisa para a minha carreira desportiva, preciso de me voltar a divertir, preciso de voltar a ser o Miguel que toda a gente conhece”, concluiu.

O mundial de MotoGP continua neste final de semana, com o GP dos Países Baixos, em Assen. Miguel Oliveira é atualmente décimo classificado no campeonato, com 64 pontos. 

Youtube Formula 1 Video: Razões para ainda acreditar em Carlos Sainz Jr.

Se ontem o Nico Rosberg dizia que Carlos Sainz Jr tinha de se esforçar muito para poder chegar aos calcanhares de gente como Charles Leclerc e Max Verstappen, hoje dou de caras com um vídeo do Josh Revell precisamente acerca de... Carlos Sainz Jr em que afirma ser muito cedo para desistirmos do piloto da Ferrari. 

Aqui neste vídeo, o nosso amigo neozelandês dá razões para defender a sua dama, neste caso, o piloto espanhol, dizendo que deveríamos dar tempo a ele para se mostrar, antes de chegarmos a conclusões precipitadas. 

quarta-feira, 22 de junho de 2022

Rumor do Dia: Miguel Oliveira irá correr de Aprilia em 2023


Aparentemente, Miguel Oliveira já sabe onde irá correr na próxima temporada. Segundo conta a Sky Itália no seu site, o piloto português sairá da KTM, cujo lugar, em principio, será ocupado por Jack Miller, e irá para a RNF, que em 2023 correrá com motor da Aprilia. Essa é a grande novidade, pois se pensava que correria pela Gresini, que tem motos da Ducati. O acordo duraria duas temporadas.

A Aprilia consegue um grande golpe de mercado para 2023, Miguel Oliveira já assinou um contrato de dois anos com o construtor de Noale para correr na equipa-satélite de Razlan Razali, a RNF. Em semanas recentes, o piloto português tinha estado perto de um acordo com a Gresini, contudo, nunca foi formalizada uma proposta financeira. Para além do interesse da Gresini, a KTM tinha voltado a mostrar interesse em Oliveira, que escolheu o projeto da Aprilia”, pode ler-se no site italiano.

A mesma fonte informa que Álex Rins, que também tinha sido apontado à RNF, irá agora continuar com Joan Mir na Honda, se bem que Rins irá para a LCR, equipa-satélite.

Atualmente, o piloto potuguês é décimo no campeonato com 64 pontos e uma vitória nesta temporada, na Indonésia. 

Noticias: Rosberg não acredita em Sainz Jr.


Apesar do piloto espanhol ter batalhado pela vitória no Canadá com Max Verstappen, Nico Rosberg, o campeão de 2016, afirmou que Carlos Sainz Jr ainda não tem a capacidade para superar sobredotados como Max Verstappen, que segundo ele, está muito confiante com o carro que têm e é o claro favorito para renovar o título.   

Falando no programa Any Driven Monday da Sky Sports, Rosberg afirmou que o piloto espanhol precisa de fazer bastantes progressos para estar em condições de igualdade com Leclerc. 

Sainz tem nele o sonho de ser um bom e decente piloto dentro da Ferrari, mas de momento não tem nele o que precisa para ser um Campeão do Mundo. Porque no desempenho, [Charles] Leclerc tem sido superior a ele em todas as corridas deste ano”, começou por dizer. "Isso é uma grande surpresa depois do ano passado, mas é claro que o carro é completamente diferente, por isso talvez leve mais tempo para lá chegar", continuou.

“[Max] tem feito corridas super impressionantes. Ele está tão confiante e conduz a um nível tão impressionante. Conduziu na perfeição em circunstâncias difíceis na qualificação e a pressão de Sainz na corrida não deve ser subestimada. Dentro do carro é uma sensação horrível. Se cometer o menor dos erros, ele está acabado, mas o Max não meteu uma roda fora do sítio”, concluiu.

Com cinco pódios nesta temporada, mas sem vitórias, o filho do bi-campeão do mundo de ralis, Carlos Sainz, é atualmente quinto classificado, com 102 pontos. 

terça-feira, 21 de junho de 2022

Youtube Formula 1 Video: Os melhores audios de Montreal

No fim de semana canadiano, o pessoal da Formula 1 lá andou a desabafar sobre as suas vitórias - para uns - e frustrações, para outros. 

segunda-feira, 20 de junho de 2022

Noticias: Alonso penalizado


Afinal de contas, houve alterações na classificação geral da corrida canadiana após a bandeira de xadrez. Fernando Alonso recebeu cinco segundos de penalização após a bandeira de xadrez e caiu para o nono posto, sendo passado pelos Alfa Romeo e Valtteri Bottas e Guanyou Zhou. Para além disso, o piloto espanhol da Alpine recebeu também um ponto na sua licença, ficando com seis por um período de 12 meses.

A FIA chamou-o à cabina dos comissários e depois de o ouvir, chegou à conclusão de o penalizar, basado na telemetria do carro de Bottas. 

Os comissários ouviram do piloto do carro 14 (Fernando Alonso), o piloto do carro 77 (Valtteri Bottas) e representantes da equipa e examinou provas em vídeo e telemetria do carro 77.", começa por dizer o comunicado oficial.

"Entre as curvas 10 e 12, na penúltima volta da corrida, o carro 14 fez repetidas mudanças de direção para se defender do carro 77, que teve de levantar num determinado ponto e brevemente perdeu andamento. Embora notando o ponto de vista do piloto de que em nenhuma fase o carro 77 ficou ao lado do carro 14, os comissários consideram que se trata de uma clara violação do acima regulamento. Os comissários impõem, portanto, uma penalização de 5 segundos, em conformidade com uma penalização por um incidente semelhante na Austrália em 2022.

Com isto, Alonso tem agora 18 pontos, enquanto Bottas tem agora 46 e Zhou cinco. O campeonato prossegue dentro de duas semanas, em Silverstone. 

domingo, 19 de junho de 2022

A(s) image(ns) do dia




Exemplos de atores a correr não faltam por aí. Já falei muito de Steve McQueen e de Paul Newman, mas não foram só americanos a tentarem o volante. Outras nacionalidades também tentaram a sua sorte, e este até tem "pedegree" para isto. 

Nestas 24 Horas de Le Mans de 1980, a Kremer Racing inscreveu três Porsche 935, dois oficiais. O numero 41, pilotados pelos americanos Danny Ongais e Ted Field, e o francês Jean-Louis Lafosse, e o número 42, guiado pelos alemães Rolf Stommelen e Axel Plankenhorn, mais o japonês Tetsu Ikuzawa, e um oficioso, o número 43, que era do Team Maladreau, guiado pelos franceses Anne-Charlotte Verney, Xavier Lapeyre e Jean-Louis Trintignant

Dos três, nenhum chegou ao fim, e o número 43 foi o que esteve mais tempo em pista, pois uma falha na transmissão, na 18ª hora, o obrigou a abandonar a corrida. Se Verney foi uma das mais versáteis mulheres-piloto do seu tempo, Trintignant foi um dos melhores atos da sua geração. Mas não era um corpo estranho no automobilismo, bem pelo contrário: carregava um dos mais conhecidos apelidos em França, e alguns dos seus papéis mais memoráveis tinham como cenário o automobilismo.

Nascido a 11 de dezembro de 1930, Trintignant era sobrinho de Louis e Maurice. Do primeiro, pouco ou nada deve ter visto, porque morreu quando testava o seu Bugatti em Peronne, tinha ele três anos. De Maurice, viu mais: chamado "Le Petoulet" - apelido que ganhou porque quando foi buscar o seu Bugatti no celeiro onde tinha estado durante a guerra para participar na Coupe de La Libertation, em setembro de 1945, o escape estava entupido por causa de... caganitas de rato - ele teve uma carreira bem longa, quase chegando aos 50 anos a competir, e entre as suas maiores conquistas ficaram dois GP's do Mónaco e uma 24 Horas de Le Mans, bem como 15 temporadas na Formula 1, de 1950 a 1964.

Jean-Louis não foi piloto de automóveis, mas gostava de correr. E como não queria ser advogado, virou-se para o cinema e o teatro, aquilo do qual gostava. Teve os melhores realizadores franceses do último meio século, desde Roger Vadim a Jean-Pierre Jeunet, e também alguns excelentes realizadores europeus, sobretudo Costa-Gavras, Bernardo Bertolucci, Ettore Scola ou mais recentemente, Michael Hanecke. E claro, filmes marcantes como "Z", "O Conformista" e "Amour".

Mas há um realiador e um filme que vale a pena falar, porque envole o automobilismo: "Une Homme et Une Femme", de 1966, realizado por Claude Lelouch, com Trintignant como piloto de automóveis - há cenas dele guiando um Ford GT40 em Le Mans e Montlhéry - que encontra Anouk Aimée, e se apaixonam. O filme foi um enorme sucesso na altura e teve sequelas: em 1986, ambos se reencontram, com ele como um dos organizadores do Rally Dakar - há uma participação especial de Thierry Sabine, o fundador da prova, e que acabaria por morrer num acidente de helicóptero no Mali - e em 2019, com "Os Melhores Anos da Vida", praticamente o último filme que Trintigant fez, já quase nonagenário, e com uma segunda vida como ator, depois de "Amour". 

Mas há mais filmes marcantes com ele ao volante, ou no "banco do pendura": em 1962, tinha atuado em "Il Sorpasso", de Dino Risi, onde ele percorre meia Itália num Lancia Aurelia branco descapotável e durante esse tempo conhece o seu condutor, Bruno, personagem interpretada por Vittorio Gassman. Personalidades contrastantes - um é tímido, outro é expansivo - fica a conhecer que o seu condutor está a escapar dos problemas de casamento e de uma família que começa a ser disfuncional para ele. E quanto ao título? Traduzido, significa "A Ultrapassagem". Essencialmente é a maneira como os italianos queriam ultrapassar os carros naquele tempo: manobras agressivas e potencialmente perigosas para passar camiões, por exemplo.

Jean-Louis Trintignant, um dos atores franceses mais significantes dos últimos 60 anos, morreu na sexta-feira aos 91 anos. Foi um ator que gostava muito de carros e conduzia bem. Ars longa, vita brevis.

Formula 1 2022 - Ronda 9, Montreal (Corrida)


Para muita gente, este regresso a Montreal é, de uma certa forma, um sinal de que alcançamos a normalidade. Como a última vez que vieram aqui foi em 2019, e nos dois anos seguintes o mundo ficou de cabeça para baixo, vê-los de volta é ótimo para toda a gente: os pilotos, os espectadores e a Formula 1, até. Numa corrida onde toda a gente saber que nunca será aborrecida - eu tenho a teoria que quando a Formula 1 chega aqui, o espírito do Gilles Villeneuve aparece por ali e faz de tudo para estragar os planos dos favoritos - e com os eventos da véspera, com uma qualificação invulgar da pole para baixo - as pessoas esquecem que Max Verstappen é muito bom à chuva - e ainda por cima, com os problemas de Charles Leclerc, que parte da última fila, parece que a vida estava mais que bem resolvida para o neerlandês da Red Bull.

Isto, se ele partisse melhor que Fernando Alonso. O quarentão da Alpine deu um ar da sua graça quando conseguiu o segundo melhor tempo, colocando o seu carro num lugar mais alto que o normal e conseguindo a sua melhor posição em quase uma década. E claro, prometia que iria colocá-lo mais adiante possível para não só dar um ar da sua graça, como também incomodar Verstappen na sua cruzada para o segundo título mundial. 

Ainda por cima, hoje... não iria chover. Mas havia vento, e isso também afeta o desempenho dos pilotos.


Na partida, Verstappen foi perfeito, saindo bem na frente de Alonso, que começou a aguentar Sainz, Hamilton e o pelotão. O neerlandês começou a ganhar um avanço de um segundo por volta, ainda antes da terceira volta, altura em que o DRS começou a ser ativado. Atrás, gente como Kevin Magnusson tinha problemas no seu carro, no caso dele, a sua asa dianteira estava danificada. 

Sainz consegui passar Alonso na volta 3, sedo segundo, mas já havia uma diferença de 2,6 segundos para Max, que seria complicado para ele o apanhar. E para piorar as coisas, o espanhol começou a se queixar de desgaste dos pneus logo na volta seis, numa altura em que Magnussen era passado por Russel para ser quinto. Atrás, bem atrás, Charles Leclerc tinha ganho três lugares, e já era 16º.


Mas na volta oito, a primeira retirada de destaque. E foi Checo Perez, com o seu motor a ir pelos ares! E por causa disso, a organização colocou um Virtual Safety Car. Quase de imediato, a Red Bull decide chamar o carro de Verstappen para colocar duros, um pouco cedo para quem quiser fazer uma paragem. Ou seja: vai para duas. Quer ele, quer mais outros pilotos, como Lewis Hamilton, Kevin Magnussen e Yuki Tsunoda, menos Carlos Sainz Jr e Fernando Alonso, que ficam com os dois primeiros postos. Verstappen era terceiro.

Sainz destacava-se, aproveitado a falta de andamento de Alonso, que no final da volta 13, tinha uma diferença de 4,5 segundos e segurando o resto do pelotão, especialmente Verstappen. O neerlandês conseguiu passar o espanhol na volta 15, mas já havia um avanço na casa dos cinco segundos a favor do espanhol da Ferrari. Contudo, Sainz Jr tinha médios e tentava manter-se o mais possível, esperando possivelmente por mais um problema vindo de outros.  


Na volta 19, Mick Schumacher bateu no muro e novamente o VSD entrou em ação. Boa parte do pelotão aproveitou para trocar de pneus, incluindo Sainz Jr, que cedia o comando para Verstappen... excepto Fernando Alonso, que decidiu ficar na pista por mais tempo, tentando aguentar com estes pneus o mais possivel, numa estratégia "fora da caixa", espera-se. E no meio disto tudo, Leclerc já estava nos pontos: na volta 22, tinha passado Valtteri Bottas e era sétimo. Pouco depois, os espanhóis trocavam de posições: Sainz Jr em segundo, Alonso, terceiro. 

Na frente, Verstappen tinha um grande ritmo para Sainz, enquanto Alonso perdia tempo, primeiro para Hamilton, que o passou na volta 24, antes de ele parar na volta 29, saindo com duros e tentando ficar na frente de Ocon, mas não conseguiu. Era sétimo, atrás de Leclerc... que não tinha parado, apesar de andar com duros.

Na volta 34, Verstappen começou a falar na rádio que ele começava e perder aderência com os duros, pagando o preço de ter ido as boxes cedo demais, provavelmente. Mas depois manteve o ritmo e deixou Sainz à distância. Na volta 42, Leclerc foi por fim às boxes, mas a paragem foi desastrosa e ele saiu em 12º.


Verstappen foi às boxes na volta 44, para voltar a montar duros e saiu atrás de Hamilton, o que incomodou um pouco o seu ritmo, antes de o passar. Agora tinha 10,8 segundos atrás de Sainz, tentando apanhá-lo, enquanto Hamilton ia às boxes, caindo para quarto. Na volta seguinte, Russell parava para colocar novamente duros até ao final da prova. 

O neerlandês tentava apanhar o espanhol, e a diferença diminuía para 7,8 segundos até que na volta 49, Yuki Tsunoda bateu na saída das boxes e novo Safety Car, mas real. Sainz Jr aproveitou para parar nas boxes, deixando Verstappen na liderança. Mas ambos estavam com menos de um segundo de diferença... e o piloto da Ferrari tinha pneus mais novos. O potencial para um interessante final estava presente. 


A corrida recomeça na volta 55, com Sainz ao ataque, mas o piloto da Red Bull defendia-se dos ataques do piloto espanhol, enquanto o outro Ferrari, o de Leclerc, passava Fernando Alonso, para ser sexto. Depois, o monegasco passou Ocon para ser quinto, enquanto Sainz Jr continuava a atacar Verstappen para a liderança, mas o piloto da Red Bull continuava a resistir.

Apesar destes ataques e defesas, Max não escorregou e fez tudo certo. Até à bandeira de xadrez, ele manteve a liderança e foi assim que cruzou a meta em primeiro lugar, pela terceira vez consecutiva, enquanto Lewis Hamilton subiu ao lugar mais baixo do pódio pela segunda vez na temporada, na frente de George Russell e Charles Leclerc, que cumpriu o objetivo de pontuar na corrida, mas viu escapar Verstappen em mais alguns pontos. Mas com a desistência de Perez, aproximou-se do segundo posto.

Agora, são duas semanas, onde atravessarão o Atlântico e correrão em Silverstone.