sábado, 6 de abril de 2024

Youtube Formula 1 Vídeo: O GP do Japão de 2005, o melhor de sempre?

No fim de semana de GP do Japão, a corrida, que teve a sua entrada no calendário em 1976, e está em Suzuka desde 1987 - com a interrupção em 2007 e 2008, para correr em Fuji -  foi sempre corrida no inicio de outono, no meio de tufões e outros fenómenos meteorológicos. Contudo, este ano, mudou-se para abril, o inicio da primavera, para tirar partido dos sakuras - para nos distrair do um eventual domínio dos Red Bull...

Mas em 2005, numa altura em que a Formula 1 tinha um campeão em Fernando Alonso, Suzuka foi palco do que poderá ter sido uma dos melhores corridas da década, com uma ultrapassagem muito boa de Alonso a Michael Schumacher, no 130R... que pode não ser a melhor.

E é sobre isso que o Josh Revell fala hoje no seu canal do Youtube, numa altura que está a chegar aos 500 mil subscritores...

Formula 1 2024 - Ronda 4, Japão (Qualificação)


De uma certa forma, acho que Japão em abril será o mais indicado. Ver as cerejeiras em flor - as sakuras, na língua local - numa das mais belas alturas do ano, seria ouro sobre azul, e é bem melhor do que ir lá no outono, em plena temporada de tufões, onde os riscos de apanhar um pelo caminho são bem grandes. 

Contudo, quem chegasse ali na sexta-feira, iria pensar numa enorme ironia. Se a ideia de mudar o calendário era para escapar da chuva, naquele dia choveu o suficiente para que os pilotos mantivessem os carros na garagem para não o estragar. Mas claro, isso não arrefeceu o entusiasmo dos locais, que adoram a Formula 1 e querem mostrar esse entusiasmo das melhores maneiras possíveis. Especialmente num fim de semana depois de Max Verstappen não ter acabado uma corrida e a Ferrari aproveitou da melhor maneira possível. 

E ainda por cima, para Charles Leclerc, é um fim de semana emocional: no outono fará 10 anos que o seu padrinho, Jules Bianchi, sofreu o seu acidente mortal. E o seu capacete do fim de semana é um tributo a ele, que não teve a chance que agora aproveita. 


Com o tempo nublado, a qualificação começou com os carros da Haas a serem os primeiros. E claro, foi Kevin Magnussen a marcar um tempo: 1.31,203. Demorou algum tempo até que entre os da frente, começassem a marcar tempos, e o primeiro foi Sérgio Pérez, seguido por Max Verstappen, e os REd Bull ficaram no topo da tabela de tempos, um sinal das coisas que estavam a vir.  Fernando Alonso colocou-se, pouco depois, no segundo posto, a 388 centésimos do neerlandês da Red Bull.

O último minuto antes da bandeira de xadrez foi aflitivo. Esteban Ocon fez uma boa volta e terminou no 14º posto, enquanto Pierre Gasly ficou em posição de eliminação, no 17º lugar, atrás de Lance Stroll, a maior surpresa - negativa - desta Q1.

E no final, adivinhava-se os que ficaram pelo caminho: além do Aston Martin de Lance Stroll, estavam o Williams de Logan Sargent, o Haas de Kevin Magnussen, o Alpine de Pierre Gasly e o Sauber de Zhou Guanyou.


A Q2 começou com os pilotos a manterem os pneus moles, mais eficazes com a temperatura baixa do asfalto. Cedo se mostrou que os Red Bull andavam muito competitivos, apesar das réplicas da Ferrari e da McLaren, especialmente Lando Norris. Mas colocou 1.28,740, seguido por Checo Pérez, com 1.28,752.  Lando Norris, Fernando Alonso e Carlos Sainz Jr estavam atrás, mas pareciam não apanhar os carros de Milton Keynes.  Em contraste, Alexander Albon não realizou qualquer tentativa na primeira metade do Q2, acabando por ser dos primeiros candidatos a eliminação.

A parte final viu Lewis Hamilton a conseguir o terceiro melhor tempo, a 147 centésimos dos carros da Red Bull, com o resto do pelotão a tentar entrar nas vagas existentes para a fase final. 

Entre os que não seguiram em frente, algumas surpresas, como sempre: o Alpine de Estebn Ocon, o Williams de Alexander Albon, o Sauber de Valtteri Bottas, o Haas de Nico Hulkenberg e o Racing Bulls de Daniel Ricciardo, que foi superado... pelo seu companheiro de equipa, Yuki Tsunoda. 

E assim passamos à fase final, a Q3, com os últimos 10 carros da grelha, os mais rápidos.

Essa qualificação começou com os Mercedes a serem o primeiros a marcar tempo, nomeadamente Hamilton, com 1.28,766 depois Russell. Mas Max vinha logo atrás e marcou 1.28,240, ficando com o primeiro lugar. Parecia que iria ser mais do mesmo... porque Pérez ficou com o segundo tempo, 1.28,605. Depois, os Ferrari marcaram bons tempos, primeiro Sainz Jr com 1.28,682, depois Leclerc com 1.28,786, apenas sétimo classificado. Mas o melhor do que os Ferrari foi o McLaren de Lando Norris, que marcou 1.28,489 e ficou com o segundo melhor tempo provisório. 

Na parte final, os pilotos regressaram para a sua derradeira tentativa. Pérez fez 1.28,263, bem perto de Max - 23 centésimos - instantes antes do nerlandês melhorar, com 1.28,197. Alonso melhora, ficando na quinta posição provisória, mas mais ninguém melhorou nesta parte final.


Assim sendo, mais um monopólio dos Red Bull na primeira fila da grelha, e provavelmente, uma corrida onde poderá não ser emocionante. A não ser que o tempo ajude, e isso, nem sei... 

Youtube Formula 1 Presentation: As apresentações do GP do Japão

O primeiro GP do Japão, a gente nunca esquece. O meu foi em 1990, porque era a decisão do título entre Ayrton Senna e Alain Prost. E foi também a primeira ocasião em que assisti à sua abertura, através da Fuji TV, que era a emissora dos direitos da Formula 1 em terras do Sol Nascente.

E logo naquele momento, a sua apresentação captou-me a atenção. Em 1990, os gráficos de computador já existiam, mas não com aquela nitidez e movimento. Para mim, era como ter acabado de ver o século XXI. E a musica, também ficou nos meus ouvidos. Mais tarde soube que era um grupo de "fusion jazz", o T-Square, e a musica chama-se "Truth".

Acho que estavam milhas da concorrência. E foi mais um motivo para admiração pelos japoneses e da sua capacidade.   

sexta-feira, 5 de abril de 2024

A(s) image(ns) do dia





Há 15 anos, acontecia do GP da Malásia, em Sepang. E num ano onde parecia que as coisas iriam acabar num domínio da Brawn GP - recomendo o documentário apresentado pelo Keannu Reeves - esta foi uma das poucas corridas - seis ou sete, creio eu - onde a prova não chegou ao final por causa do tempo: a chuva imensa. Depois disso, só mais duas corridas - creio eu, que ando a fazer isto de cabeça - é que não chegaram ao final: Japão 2014 (mas este recebeu os pontos todos) e Bélgica 2021.

Depois de uma dobradinha na Austrália, com Button e Rubens Barrichello, a Formula 1 seguiu para a Malásia, onde se sabia dos riscos de uma corrida perto do Equador (em termos de latitude, não no país sul-americano): ao final da tarde, chove quase sempre, por ser uma região húmida. 

Como na Austrália, os Brawn saiam na frente, com Jenson Button na pole. Mas Rubens Barrichello era quarto, batido pelo Toyota de Jarno Trulli e o Red Bull de Sebastian Wettel, que já se tinha mostrado na Austrália, lutando pelo segundo lugar com Robert Kubica... e acabara mal. 

A corrida começou com Button na frente... até Nico Rosberg ter arrancado melhor e conseguir a liderança. E lá ficou até à 15ª volta, altura em que foi passado por Button, numa altura em que as nuvens ameaçavam descarregar o seu conteúdo. E quando choveu, a partir da volta 19, os pilotos começaram a trocar para intermédios, e depois, para os de chuva, pura e dura. Lentamente, a chuva caia com crescente força, e os pilotos tinham crescentes dificuldades em controlar os seus carros dentro do asfalto.   

E assim, a corrida foi interrompida na volta 31, a 15 do final, e claro, menos de 75 por cento da corrida percorrida.

Claro, foi depois uma confusão. Mas é disso que são feitos os momentos que ficam nas nossas memórias. 

Alguns ficaram dentro do carro, esperando que a chuwa passasse, mas outros toparam tudo. É o caso do Kimi Raikkonen. Que é um contraste com Felipe Massa que, como os outros, ficou no carro à espera de um eventual recomeço. Ele pedia um visor branco, porque tinha o preto, para aguentar os raios de sol. E claro, saiu o agora famoso "Felipe baby, stay cool!". E já agora, o gesto do Kimi? Como disse em cima, o seu instinto deve ter visto que as coisas não iriam muito longe. Tirou o capacete, o fato, meteu uns calções e como estava calor, foi comer um Magnum de chocolate. Simples. Aliás, parece simples, mas como é um piloto de Formula 1, parece que eles tem de fazer coisas mais... anormais.

E não seria a última vez que iria chover naquela temporada.      

Uma espada de Dâmocles


Que toda a gente sabe da situação periclitante da Williams, que não pode contar com um terceiro chassis até à corrida de Miami, mas quando os pilotos querem ir ao limite para se mostrar, apesar dos avisos, é um sinal de coragem... ou de perfeita idiotice. Foi o que aconteceu na primeira sessão de treinos livres do GP do Japão, em Suzuka, nesta sexta-feira, quando Logan Sargent perdeu o controle do seu carro entre as curvas Dunlop e a Degner, quando fazia uma volta rápida. 

O incidente causou danos no chassis, e a amostragem da bandeira vermelha, que condicionou uma sessão onde existiu ameaça de chuva, que aconteceu realmente na segunda sessão de treinos livres. Dewido aos danos, Sargent não participou no segundo treino liwre. 

Segundo James Vowles, apesar dos danos, as reparações efetuadas no chassis após o acidente de Alexander Albon em Melbourne aguentaram-se no incidente de Sargeant em Suzuka. Contudo, a mesma equipa confirmou que as atualizações introduzidas no FW46 para esta prova estavam montadas... no carro de Sargeant. Mas a equipa acredita que a sua participação no resto do fim de semana não está em causa. 

Já se falou um pouco sobre isto, e claro, especula-se. Sobre a real situação da Williams, de se algum dia irá regressar aos dias de glória de Frank Williams, entre 1979 e 2004, sobre quem foi o causador da decadência - se a Claire, se mais alguém - sobre o porque é que não cobriram esta parte, ainda por cima, numa altura em que os seus pilotos tem de dar tudo para serem competitivos, deixando de lado o risco de bater no muro. Mas eu creio que a Williams está nesta situação porque não se cuidou desta parte: de não ter um terceiro chassis pronto para estas emergências. Ou seja, Vowles e os seus associados em Grove e não pensaram na ideia dos seus pilotos não baterem logo na primeira sessão de treinos livres do primeiro GP do ano. E se não é assim... era quase. 

No fundo, são escolhas. É o "risco contra recompensa", um outro tipo de "win or wall". Construir um chassis não é só uma questão de dinheiro - cada um dos chassis custa 1,1 milhões de euros - mas é a duração que conta. São entre 300 a 500 horas para construir um chassis em fibra de carbono, e claro, é só uma parte do processo. Primeiro, projeta-se, depois coloca-se um "mockup" a escala reduzida num túnel de vento, para otimizar em termos aerodinâmicos, e claro, ocupa-se tempo. Que é limitado, por imposições da FIA. O chassis que é construído tem de estar com os cálculos perfeitos, não pode ter nenhum problema em termos de "downforce", por exemplo, porque isso poderá comprometer toda uma temporada. 

Em resumo, trabalhar numa equipa de Formula 1 é viver sob pressão constante, e uma falha é a "morte do artista". Não no sentido físico do termo, mas uma má classificação no campeonato de construtores significa menos algumas dezenas de milhões de euros no orçamento do ano seguinte. Ou seja, trabalhar dentro da fábrica é tão stressante quanto ir aos circuitos, 24 fins de semana por ano, de março a dezembro. Mas, como eles sabem, este é um problema que pode ser resolvido. E será resolvido, com ou sem agitações mais sérias até depois do primeiro Grande Prémio americano.  

PS: Enquanto escrevia este artigo, descobri que a Alpine também anda sem um terceiro chassis na sua equipa. E curiosamente, são as duas mais mal classificadas do pelotão de 2024. Como disse, são escolhas.

Formula 1: Vasseur afirma que Red Bull pode ceder


Fred Vasseur, o patrão da Ferrari, acha que a Red Bull pode errar sob pressão. O sucesso dos carros da Scuderia no GP da Austrália, onde conseguiram uma dobradinha, aproveitando a desistência de Max Verstappen - que desistiu devido a um problema de travões - pode dar esperança a Maranello na luta por ambos os títulos do campeonato.

É uma grande parte dos resultados deste negócio e penso que estamos a ganhar confiança, o que já aconteceu na última parte da época do ano passado. Na Austrália já se verificou que, quando estamos a fazer tudo em conjunto – e não creio que o consigamos fazer todas as semanas – podemos colocá-los [Red Bull] sob pressão e, quando estão sob pressão, podem cometer erros, por isso temos de continuar nesta direção.", começou por afirmar.

Estamos muito mais confiantes de que podemos gerir este tipo de desenvolvimentos porque na Volta 1, no Dia 1, estávamos lá, estávamos a funcionar. Foi tudo muito tranquilo e estamos confiantes de que estamos a desenvolver o melhor carro para [toda a temporada].”

Questionado sobre o motivo pelo qual a diferença de desempenho entre a Red Bull e a Ferrari mudou tanto nas ruas de Melbourne, em comparação com as duas primeiras provas no Bahrein e na Arábia Saudita, Vasseur preferiu focar no desempenho dos carros "da casa".

Não estou focado no desempenho da Red Bull, estou focado no desempenho do nosso carro. Demos um passo em frente. Talvez na base de uma volta seja verdade, não estávamos em lado nenhum no ano passado quando se compara o ritmo de uma volta, e demos um passo enorme.", começou por responder.

Penso que é mais a consistência entre os dois compostos [de pneus] [na corrida], entre um stint e outro, o carro parece muito mais fácil de pilotar, de seguir os pilotos e, já agora, muito mais fácil de desenvolver, e é o maior passo que demos em comparação com o ano passado”, concluiu.

A Formula 1 corre neste fim de semana em Suzuka, palco do GP do Japão.

Youtube Formula 1 Vídeo: O "meio" GP da Malásia de 2009

Há precisamente 15 anos, estávamos também em fim de semana de Formula 1, mas na Malásia. Numa temporada onde sabíamos que os Brawn estavam a dominar o pelotão, quando a competição chegou a Kuala Lumpur, as chances de chuva eram enormes. Tão grandes que quando aconteceu, a corrida ficou a meio...

E claro, com a corrida interrompida, o Kimi Raikkonen teve... visão.  

quinta-feira, 4 de abril de 2024

Noticias: Sargent corre em Suzuka com chassis reparado


A Williams voltará a alinhar com dois chassis para os seus pilotos, mas Logan Sargent andará com o mesmo chassis que foi danificado por Alexander Albon nos treinos do GP da Austrália. E andará assim até ao GP de Miami, em maio.

Apesar de tudo, a Williams afirma ter algum otimismo em relação ao estado do chassis e a sua recuperação. “Foi melhor do que o esperado.”, afirmando a equipa que em termos de peso, o chassis reparado adicionou mais cem gramas em relação à situação anterior.

Logan Sargeant, que nesta história toda é o grande prejudicado, afirma: “Sabíamos que não havia carro de reserva, tínhamos que ser cuidadosos, mas também sabemos na Fórmula 1, se fores cuidadoso, não vais a lugar nenhum, portanto nem chega a ser questão. Temos que estar comprometidos, confiantes e esperar que nada aconteça”.

Depois continua:

Eu não acho que nós - pelo menos eu - não tivéssemos pensado nisso antes disso [dos eventos em Melbourne].

Para ser honesto, quando vejo Alex bater, a primeira coisa que passa pela minha cabeça é: ‘Sei que estamos sem peças sobressalentes’. É claro que fiquei um pouco preocupado com a nossa posição como equipa. Mas é uma das partes difíceis com que tivemos que lidar no início desta temporada – não ter essas grandes redes de segurança."

É um lugar onde, como equipa, estamos realmente tentando nos desenvolver para ser melhores e chegar mais longe no início da temporada.”, concluiu.

quarta-feira, 3 de abril de 2024

Youtube Rally Vídeo: Anatomia de uma tragédia

No próximo dia 13 passará um ano sobre o acidente mortal de Craig Breen, quando treinava para o rali da Croácia, a bordo de um Hyundai i20 Rally1. A causa do acidente foi um despiste, que levou o carro para uma vedação de madeira, e uma das lascas conseguiu entrar no carro do piloto irlandês, acabando por o matar.

O seguinte vídeo tenta explicar o que foi o acidente, as falhas de segurança que levaram ao seu desfecho trágico.   

terça-feira, 2 de abril de 2024

A(s) image(ns) do dia





Este é o ano do centenário do nascimento de Ken Tyrrell. Antigo piloto de Formula 3, e que montou uma equipa que esteve presente no paddock da Formula 1 desde 1970 a 1998, foi essencialmente a equip que acolheu pilotos como Jackie Stewart, dando-lhe os únicos títulos de pilotos, em 1971 e 1973, e o de Construtores, também em 1971. E também acolheu pilotos com potencial de talento, como Francois Cevért, Jody Scheckter, Patrick Depailler, Stefan Bellof, Michele Alboreto, Jean Alesi, entre outros. 

E claro, muitos para pagar as contas, como Slim Borgudd, Satoru Nakajima ou Ukyo Katayama, entre outros, gente com algum - ou nenhum talento. E estes que falei, nem eram os piores. 

Tyrrell tinha uma teimosia bem grande em relação aos motores Cosworth. Tendo desde cedo o contrato, não o largou, mesmo quando ganhou o título em 1969 pela Matra e o pediu para abdicar em favor dos 12 cilindros franceses. Com isso, ele foi pedir chassis à novata March, em 1970. E quando chegaram os motores Turbo, no inicio da década de 80, ficou tão agarrado aos Cosworth que em 1984, era o único que não os usava. E ao ponto da falcatrua, quando se descobriu que tinha um truque para se manter competitivo... 

Sobre isso, falarei noutra altura. 

O que pretendo falar hoje é do P34, o carro de seis rodas. Tyrrell a Gardner costumavam afirmar que o carro começou a ser discutido nos voos transatlânticos, depois de umas doses de "whisky", porque achavam que tal conceito só avançaria se não estivessem totalmente sóbrios... 

Os primeiros esboços deste projeto "fora da caixa" apareceram no final de 1974, e avançaram ao longo de 1975, até à sua apresentação, em outubro de 1975. Quando foi apresentado, muitos acreditaram que era publicidade, mas... não. Três chassis foram construídos até abril de 1976, quando o carro se estreou no GP de Espanha, em Jarama. O grande trunfo eram as rodas da frente, de 10 polegadas, com o objetivo de cobrir a maior área possível, porque o grande problema era os carros do pelotão terem tendência para serem subviradores. Para além disso, um complexo sistema de direção faia com que o piloto pudesse virar nas curvas sem qualquer esforço. Quase como se tivesse direção assistida!

Depailler e Scheckter eram os pilotos de serviço, e mesmo com carros como o Ferrari 312T3, guiados por Niki Lauda e Clay Regazzoni e o McLaren M23, guiado por James Hunt e Jochen Mass, o Tyrrell P34 era competitiwo. Ao ponto que em Anderstorp, no GP da Suécia, conseguiu ser o vencedor... e com dobradinha! Foi a única vitória de um carro com seis rodas. 

E claro, aguçou a imaginação. Todos pensaram que isso seria o futuro, algumas equipas pensaram seriamente na ideia, mas quem detestava o carro era... Scheckter. Chegou a afirmar que era um "pedaço de sucata" - ironicamente, o sul-africano tem um P34 na sua coleção, construído a partir dos planos originais - e no final de 1976, vai-se embora para correr na Wolf. No seu lugar, chegou Ronnie Peterson, que logo no seu primeiro teste, disse que "nunca ganharei com este carro!

Em 1977, mais problemas: a Goodyear decidiu que não iria fazer mais pneus de 10 polegadas, ou fazer qualquer desenvolvimento nesse sentido, e os resultados ressentiram-se: dos 10 pódios e 59 pontos em 1976, no ano seguinte, caiu para 27 e quatro pódios. Com isso, decidiu-se que em 1978, o 008 regressaria ás quatro rodas.     

Para finalizar, duas coisas: a primeira é que a Goodwood Motor Festival irá homenagear Tyrrell na edição deste ano, ainda por cima, o barracão de madeira foi salvo e transplantado de Ockham para Goodwood, ficando a partir de agora, na propriedade do museu, e hoje publiquei uma matéria sobre ele no Jornal dos Clássicos. Convido-vos a ler uma matéria que valeu a pena escrever, porque falamos de uma personagem bem interessante da história da Formula 1.  

segunda-feira, 1 de abril de 2024

Noticias: Chuva no domingo em Suzuka?


A Formula 1 tirou o GP do Japão do inicio do outono para abril, e uma da razões tinha a ver com o tempo, que nessa altura do ano costuma ser de tufões. Contudo, neste final de semana, poderemos ter uma grande ironia: é que no domingo, dia de Grande Prémio... pode chover. 

Segundo se fala em termos de boletim meteorológico, o tempo estará fresco e nublado quer para sexta-feira, quer para sábado, com temperaturas máximas de 16 a 18 graus. Contudo, para domingo, por causa de uma frente atmosférica, haverá chuva contínua ao longo do dia, com temperaturas de 17 graus.

Ainda é segunda-feira, mas a situação será monitorizada nos próximos dias para confirmar... ou desmentir o boletim meteorológico.     

WRC: Latvala feliz com o resultado do Safari


Quatro anos, quatro vitórias: é o balanço da Toyota nas presenças no rali Safari desde o seu regresso. Esta série invicta aumenta o recorde de sempre do Safari estabelecido pela Toyota na prova, colocando-o em 12 vitórias no seu palmarés.

Nesta edição, com Kalle Rovanpera a triunfar com uma vantagem superior a dois minutos, Rovanperä pôde adotar uma abordagem de segurança durante a maior parte dos troços de sábado e domingo, depois de um grande desempenho no primeiro dia do rali na sexta-feira, onde foram os mais rápidos em todas as seis especiais para abrir uma vantagem de quase um minuto.

Quanto a Takamoto Katsuta, o piloto japonês alcançou o seu terceiro resultado no pódio em quatro participações no Quénia, repetindo o segundo lugar de 2021. Fizeram um rali consistente, com duas vitórias em troços no sábado, ajudando-os a superar um duplo furo que lhes custou mais de um minuto.


São resultados que colocam um sorriso na boca a Jari-Matti Latvala, o diretor desportivo da Toyota Gazoo Racing World Rally Team:

Estamos muito contentes por vencer o Rali Safari mais uma vez e conquistar a nossa primeira vitória da época em grande estilo aqui no Quénia." começou por afirmar. "O Kalle dominou o rali desde o início com uma abordagem muito inteligente. Não teve quaisquer problemas durante todo o fim de semana, graças à equipa que lhe forneceu um carro bom e também à forma como conduziu, pensando quando atacar e quando poupar o carro.", continuou. 

"Também estamos muito contentes por ver o Taka no pódio, em segundo lugar. Este parece ser um rali de que ele gosta muito e, depois da desilusão que teve na Suécia, este é um resultado muito bom para ele e para a equipa. A sorte não estava do lado de Elfyn, mas ele estava a lutar muito e bem para conquistar o máximo de pontos possível para o campeonato. Por agora, vamos desfrutar deste momento e depois trabalhar para o próximo desafio na Croácia”, concluiu.

O WRC continua dentro de duas semanas, em paisagens croatas.

Noticias: Liberty adquire Dorna


Parece 1º de abril., mas não é: a Liberty Media anunciou nesta segunda-feira que comprou 86 por cento dos direitos da MotoGP por 4,2 mil milhões de Euros. Esta aquisição vai além do próprio MotoGP, abrangendo outros ativos da Dorna, incluindo as categorias júnior do MotoGP e o campeonato das Superbikes, mantendo Carmelo Ezpeleta o seu lugar de diretor executivo da competição.

Espera-se que a aquisição seja concluída até ao final do ano e também, saber se está de acordo com as autoridades da concorrência e da lei de investimento estrangeiro em várias jurisdições, a começar pelas europeias.

Estamos entusiasmados por alargar a nossa carteira de ativos líderes em desporto e entretenimento ao vivo com a aquisição do MotoGP”, começou por afirmar Greg Maffei, Presidente e Diretor Executivo da Liberty Media. “O MotoGP é uma competição mundial com uma base de fãs leais e entusiastas, corridas cativantes e um perfil financeiro altamente gerador de fluxo de caixa. Carmelo [Ezpeleta] e a sua equipa construíram um grande espetáculo desportivo que podemos expandir para um público global mais vasto. O negócio tem vantagens significativas e pretendemos fazer crescer o desporto para os fãs do MotoGP, as equipas, os parceiros comerciais e os nossos acionistas”, concluiu. 

Este é o próximo passo perfeito na evolução do MotoGP, e estamos entusiasmados com o que este marco traz para a Dorna, para o paddock do MotoGP e para os fãs das corridas”, disse Carmelo Ezpeleta, CEO da Dorna. “Estamos orgulhosos do mundial que desenvolvemos, e esta transação é um testemunho do valor do desporto hoje em dia e do seu potencial de crescimento. A Liberty tem um historial incrível no desenvolvimento de ativos desportivos e não podíamos desejar um parceiro melhor para aumentar a base de fãs do MotoGP em todo o mundo”, concluiu.

Este acordo mostra a crescente influência e alcance da Liberty Media na indústria do desporto automóvel.

domingo, 31 de março de 2024

WRC 2024 - Rali Safari (Final)


Kalle Rovanpera conseguiu levar o seu carro até ao fim e subiu ao lugar mais alto do pódio como vencedor. O piloto da Toyota, que este ano, faz uma temporada a "part-time", conseguiu a sua primeira vitória da temporada, com uma vantagem de 1.37,8 minutos sobre Takamoto Katsuta, noutro Toyota, que repete o seu melhor lugar de sempre - sempre andou muito bem em paragens quenianas - enquanto Adrian Formaux repetiu o seu terceiro lugar, no seu Ford. 

Com seis especiais neste domingo, passagens duplas por Malewa, Oserian e Hell's Gate, o piloto finlandês partia com mais de dois minutos e 10 segundos de vantagem sobre Takamoto. Assim sendo, foi Thierry Neuville que fez as honras da casa, ganhando na primeira passagem por Malewa, 4,7 segundos sobre Tanak e 9,7 sobre Esapekka Lappi, mesmo com este a sofrer um furo, ao ponto do pneu se ter rasgado.

Evans ganhou na primeira passagem por Oserian, 3,2 segundos sobre Tanak e 5,5 sobre Neuville, e repetiu o feito depois, em Hell's Gate, ganhando 2,4 segundos a Ott Tanak e 3,4 sobre Takamoto Katsuta. Lappi teve problemas com a transmissão, enquanto Neuville tinha a suspensão partida por causa de pedras na estrada. 

E claro, reclamou: "Pedras soltas! Não sei de onde vieram, duas! Tive que diminuir a velocidade para voltar a ter o carro sob controle!

Aliás, todos se queixaram das pedras que encontraram pelo caminho.


Na segunda parte da etapa, Neuville partiu ao ataque, ganhando na segunda passagem por Malewa, com uma vantagem de 1,1 segundos sobre Tanak e 4,9 sobre Lappi, enquanto em Oserian, era a altura de Tanak ganhar, numa tripla Hyundai, com 4,3 segundos sobre Neuwille e 8,5 sobe Lappi.

Por fim, na Power Stage, os Hyundais aceleraram: Neuville foi o melhor, 0,5 segundos na frente de Tanak e dois segundos sobre Lappi, com Rovanpera em quarto, a 2,3. 

"Eu tentei. Nunca sei de onde vem o espírito de 'nunca desistir', mas existe. Temos que estar satisfeitos com o desempenho, vamos ver como são os pontos.", afirmou o belga, no final da Power Stage.

No final, depois dos três primeiros, Evans foi o quarto, a 4.20,2, muito longe de Thierry Neuville, a 10.37,5. Gus Greensmith foi sexto e o melhor dos Rally2, com o seu Skoda Fabia Rally2, a 18.05,4, na frente de Oliwer Solberg, a 19.28,5. Ott Tanak foi oitawo, a 21.02,0, e a fechar o "top ten" ficaram o Ford de Jourdan Serderidis, a 26.13,3 e o Skoda de Kajetan Kajetanowicz, a 26.34,4.

No campeonato, Neuville tem 67 pontos, mais seis que Elfyn Evans, enquanto Formaux é terceiro, com 46. 

O campeonato continua dentro de duas semanas, com o rali da Croácia.