sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Formula E: D'Ambrosio sai da Venturi


O ex-piloto belga Jerome D'Ambrosio irá sair da Venturi, que agora mudou de nome e acolherá a Maserati para 2023. Depois de Susie Wolff, a dirigente da marca, que saiu no final da temporada passada, agora foi a altura do agora diretor desportivo, que afirma ir buscar novos desafios no automobilismo.

Depois de duas temporadas incríveis, minha jornada com a equipe chega ao fim”, começou por dizer d'Ambrosio no comunicado oficial, anunciando a sua saída.

À medida que prossigo em busca de novas oportunidades, gostaria de agradecer a todos na equipa pelo trabalho e dedicação que nos levaram à nossa campanha mais competitiva até o momento na temporada passada. Gostaria também de agradecer a Susie, Scott e José por terem me confiado a liderança da organização como chefe de equipa. Foi um privilégio e eu não poderia desejar um ambiente melhor para evoluir após a transição da minha carreira de piloto de corrida."

Desejo a todos o melhor, pois eles estarão entrando numa nova era do campeonato.

Ex-piloto na Fórmula 1 entre 2011 e 2013, com passagens pela Marussia e Lotus, como piloto titular, foi um dos "originais" na Formula E, competindo entre 2014 e 2020, em equipas como a Dragon e a Mahindra, acabando com três vitórias e como melhor resultado em quarto lugar na temporada 2014-15. 

Pendurado o capacete, tornou-se diretor desportivo da Venturi, que com Edorado Mortara e Lucas di Grassi, conseguiu o seu melhor resultado de sempre na última temporada, sendo segundo classificado no Mundial de Construtores, com 295 pontos, batido apenas pela Mercedes. E com o piloto suíço, este foi terceiro na geral, enquanto o brasileiro foi quinto, conseguindo ao todo cinco vitórias no campeonato.

Noticias: Red Bull desistiu de Colton Herta


Colocada a chance de ter um piloto da IndyCar nas fileiras da Formula 1, apenas para ser impedido por causa dos pontos da SuperLicença, que eram insuficientes, Helmut Marko decidiu dar a chance por terminada. Numa entrevista à motorsport-total.com, o conselheiro da Red Bull disse que as chances de Colton Herta substituir Pierre Gasly na Alpha Tauri em 2023 ficaram reduzidas a nada. 

É uma pena que as pessoas não se apercebam do valor que um piloto norte-americano, especialmente um tipo como Colton Herta, teria para a expansão do mercado americano, especialmente com três corridas de Formula 1 [em 2023]”, disse Marko à publicação alemã.

Sem essa chance - ele tinha sido convocado para participar no teste da Alpine, em Budapeste - a alternativa será uma de duas coisas: ou Pierre Gasly fica mais algum tempo na estrutura - o contrato acaba em 2023 - ou então chega a acordo com a Alpine para que o francês possa ir para lá e correr ao lado de Esteban Ocon. Quanto ao lugar por preencher, há duas chances que poderão, para já, estar riscadas: um piloto da Academia, e Mick Schumacher, que tem o lugar em risco na Haas F1, e também de não ficar no programa da Ferrari. 

Ou seja, como fizeram com a Red Bull, quando contrataram Sérgio Pérez, a solução poderá vir de fora. 

quinta-feira, 15 de setembro de 2022

A imagem do dia


Na foto, David Brabham corre no único Simtek presente no GP do Mónaco. Em cima, o tributo ao seu companheiro de equipa, Roland Ratzenberger, morto na etapa anterior, em Imola.  

Se em alguma altura alguém escrever algo sobre a curta e trágica história da Simtek, há personagens que merecem ser referidos, para além de Brabham e Ratzenberger, entre outros. E nesse curto período, entre 1994 e 1995, para além de Nick Wirth, a figura de Barbara Behlau merece ser contada. E a sua história apareceu por estes dias no muito interessante site de origem neerlandesa chamado unracedf1.com. É que ela não foi só a manager de malogrado piloto austríaco, ajudando-o na sua carreira. A certa altura, chegou a ser dona de um terço da sua equipa e a que mais acreditou nela até ao momento em que faliu, após o GP do Mónaco. 

Não é por nada que o título usado é "a salvadora da Simtek". E a história merece ser contada.

Filha de uma neerlandesa e de um monegasco, nasceu nessa cidade em 1944, e cresceu por ali. Fascinada por desportos, mais concretamente a Formula 1, fundou uma agência de relações públicas na década de 80 chamada "Agence Barbara M.C", de Monte Carlo, a cidade onde trabalhava. Não era só desporto onde trabalhava, também tinha alguns artistas de cinema e televisão - Cannes não é longe dali. Cruzou-se com Ratzenberger no início da década de 90, pois ambos moravam na cidade, e ela decidiu agenciá-lo. Com o sucesso dele no Japão, na Formula 3000, bem como as suas participações na Endurance, quando ele conseguiu o lugar na Formula 1, pagou do seu próprio bolso os 500 mil dólares suficientes para correr nas cinco primeiras corridas: Brasil, Japão, San Marino, Mónaco e Espanha. E até lá, tentaria arranjar dinheiro para mais.

A história é conhecida: apesar da não-qualificação no Brasil, terminou em Aida, no Japão, e tinha um lugar na grelha em Imola, quando teve o seu acidente mortal no Sábado. Por esta altura, parecia que poderia arranjar mais patrocinadores para que ele ficasse por mais algumas corridas, pelo menos existiam conversas nesse sentido. 

A equipa continuou, em honra a ele, e o seu envolvimento tornou-se maior, num verdadeiro espírito de "equipa de garagem". Behlau chegou a ter 30 por cento da equipa, procurando por dinheiro para o manter a flutuar. Ao longo de 1994, tiveram mais pilotos como Andrea MonterminiJean-Marc Gounon, Domenico "Mimo" Schiartarella e Taki Inoue.

Em 1995, tinham três pilotos no alinhamento: Jos Verstappen, Mimo Schiartarella e outro japonês, Hideki Noda. O neerlandês foi um empréstimo da Benetton, onde tinha corrido por 10 corridas na temporada anterior, enquanto os outros dois iriam partilhar o lugar. Contudo, em janeiro de 1995, há um terramoto de Kobe, no centro do Japão, e as finanças sofrem um abalo, porque os patrocinadores são de lá e são afetados pelos estragos. Behlau e outros tem de arranjar rapidamente dinheiro, porque sem ele, não acabariam a temporada. 

Apesar de um bom chassis, e alguns resultados interessantes na Argentina, no Mónaco, não havia nem dinheiro, nem patrocinadores. Após essa corrida, e apesar da procura incessante, decidiram encerrar as suas participações após a corrida monegasca. Os bens foram vendidos em leilão.

De Bahlau, sabe-se dela em 1997, quando ajuda a arranjar patrocinadores para a Tyrrell, e lá ficou até ao ano seguinte, quando Ken Tyrrell vende a equipa à British American Tobacco para ela virar BAR. Depois, foi para a Arrows, onde ajuda a arranjar patrocinadores para Verstappen, no ano 2000. Acabaria por morrer em 2006, aos 62 anos, em Monte Carlo. Como o autor do artigo que li dizia, algo mais do que uma nota de rodapé na Formula 1, especialmente por causa do espírito de luta de Ratzenberger, que mostrou a Formula 1 como mais do que um desporto. 

Rumor do Dia: KMag e Hulk juntos na Haas?


"Suck my balls, honey". Foi a resposta de Kevin Magnussen a Nico Hulkenberg no GP da Hungria de 2017, quando o alemão se queixou do seu comportamento antidesportivo durante a corrida de Budapeste. Pois bem, parece que há a chance real de que os dois possam correr juntos... em 2023. Na Haas. Gene Haas e Guenther Steiner já terão percebido que uma equipa como a sua ter ‘rookies’ ao invés de pilotos experimentados é muito diferente, logo, poderão estar a considerar a ideia, deixando de lado a sugestão da Ferrari de ter o russo - mas com licença israelita - Robert Shwartzman

Com cada vez mais chances de Mick Schumacher não ficar na equipa no final de 2022, há também a chance de Antonio Giovinazzi lá ir, mas as chances de ele impressionar nos treinos livres de Monza e Austin não são muitas, as chances do piloto alemão de 34 anos de regressar a tempo inteiro, depois de três anos de ausência na categoria máxima do automobilismo, sendo o terceiro piloto da Racing Point, depois, da Aston Martin, onde este ano correu nas duas primeiras corridas do ano, em substituição de Sebastian Vettel, por este se ter adoentado com Covid-19.

Se for esta a escolha, não haverá quem fará uns memes sobre esta união...

quarta-feira, 14 de setembro de 2022

Youtube Formula 1 Vídeo: Uma "saganhada" chamada Oscar Piastri

Yup, a palavra foi inventada por mim. É uma mistura de "saga" com "salganhada", querendo demonstrar o tempo que durou para que Oscar Piastri foi confirmado como piloto, e as asneiras que foram feitas em relação ao contrato que assinou. apo anúncio que foi publicamente desmentido horas mais tarde, e um contrato que acabou por ir a tribunal para saber se foi validado ou não.  

E claro, este vídeo foi produzido, realizado e narrado pelo Josh Revell.

O "caldo entornado" da Hyundai


Se há uns dois meses, parecia que Kalle Rovanpera ia a caminho de bater todos os recordes de precocidade, agora, a quatro ralis do final do campeonato - Nova Zelândia, Catalunha e Japão - parece que a Hyundai está na mó de cima. Só que essa felicidade, com três vitórias consecutivas, poderá estar manchada por uma luta interna entre os seus pilotos, Thierry Neuville e Ott Tanak, ao ponto de se falar que um deles está a fazer isso para poder sair rumo à Ford, que procura desesperadamente de um piloto de primeira linha. 

As coisas começaram no primeiro dia do Rali da Acrópole, quando a Ford liderou o rali com o veterano Sebastien Loeb e o discípulo mais jobem, Pierre-Louis Loubet. Quando o primeiro desistiu, com problemas mecânicos e o segundo teve problemas que o fizeram perder a liderança - Loubet, mesmo assim, acabou em quarto, a sua melhor classificação de sempre na sua curta carreira - a Hyundai decidiu que Thierry Neuville iria para o primeiro posto, quanto o estónio Tanak era segundo, não estava longe do piloto belga... e tinha ganho os dois últimos ralis onde alinhou, Finlândia e Ypres, na Bélgica.

No final do rali, Tanak exprimiu o seu descontentamento:

"Se quer lutar por um campeonato, a decisão de não ter ordens de equipa foi errada. Se você quer ter um bom relacionamento com o público, é uma boa decisão. Depende de como você olha para isso. [Para mim, é] uma pena - toda sexta-feira estávamos a resolver uma questão no sistema híbrido do carro."

Nesta altura, Tanak tem mais um ano de contrato com a marca coreana, e ele já se queixava desde há algum tempo de não haver uma hierarquia. Contudo, a marca não tinha um carro competitivo, pelo menos de início, quando viu a Toyota ficar com tudo, monopolizando até pódios. Ironia das ironias, na Acropole, houve um monopólio, mas da parte da Hyundai... Agora, o José Luís Abreu, diretor da Autosport, esteve por estes dias na Grécia para seguir as peripécias do WRC, e especula que ele esteja a fazer isto tudo para que a marca o liberte e ele possa ir para a Ford, que tem o Puma Rally1, mas está órfão de um piloto de ponta.

As razões estão à vista: Loeb não quer - e ainda é competitivo, mesmo com 48 anos - o irlandês Craig Breen falhou na hipótese de ser o piloto principal, e os franceses Adrien Formaux e Pierre-Louis Loubet são ainda muito novos, e o britânico Gus Greensmith paga para correr. E com a Hyundai numa situação que faz lembrar a Subaru em 1995 - Colin McRae contra Carlos Sainz Sr. - a ideia de Tanak forçar a barra parece ter lógica, porque se a Ford e a M-Sport quisesse "comprar" o contrato de do piloto estónio, campeão em 2019, para ele correr por eles em 2023, teria de pagar, e isso não é algo que esteja nos seus planos. 

Como é que a marca coreana irá reagir? por agora, limita-se a ser politicamente correto, como fez Julien Moncet, o seu diretor. “Obviamente, quando o nosso "line up" de pilotos de 2023 for oficial, anunciá-lo-emos em devido tempo. Estamos a analisar todas as opções para o próximo ano, não lhes posso dizer mais…

Enfim, mais uma tempestade no mundo dos ralis. Resta saber como acabará. 

terça-feira, 13 de setembro de 2022

Noticias: Albon regressou a casa


Alex Albon regressou esta terça-feira a casa, depois de ser operado ao apêndice e ter tido complicações na noite de sábado. Segundo contou a equipa, o piloto foi para o Mónaco e tem como objetivo recuperar a tempo do GP de Singapura, dentro de duas semanas. 

"Alex Albon recebeu alta do hospital em Milão, e voltou para casa, no Mónaco, após a apendicectomia [de sábado], após a qual sofreu insuficiência respiratória e teve que passar algum tempo em terapia intensiva. Recuperação indo conforme o planejado. Meta permanece [participar] no GP de Singapura", conta Andrew Benson, da BBC, na sua conta no Twitter.

O piloto de 26 anos foi substituído pelo neerlandês Nyck de Vries no fim de semana italiano, conseguindo um meritório nono posto, pontuando na sua primeira participação na categoria máxima do automobilismo. 

O desinspirado Mick Schumacher


As pessoas criam expectativas sobre os filhos dos grandes pilotos. Nem todos sabem bem. Max Verstappen é uma enorme excepção porque o seu pai era modesto, ou seja, aconteceu ao contrário. E refiro isto por causa de Mick Schumacher, o alemão filho de Michael Schumacher, sete bexes campeão do mundo e agora na Formula 1 pela Haas, desde 2021. A temporada atual está a correr bem para ele, porque já conseguiu 12 pontos, mas sempre esteve atrás de Kevin Magnussen, seu companheiro de equipa, e que regressou à Formula 1 depois de um ano fora. E neste seu ano de regresso, conseguiu... 22 pontos, mais 10 que o alemão.

Daí se dizer que a Ferrari o irá dispensar dos seus serviços no final desta temporada e quererá colocar outro piloto seu em 2023. Quem? O candidato é o russo-israelita Robert Shwartzman, que atualmente é o seu piloto de testes. 

Por estes dias, Mattia Binotto, o diretor desportivo da Ferrari, elogiou o piloto pelas suas capacidades, e expressou pena por ele não ter uma temporada competitiva em 2022, depois de ele ter corrido na Formula 3 e Formula 2. 

"O Robert é um piloto fantástico. Sempre que pilotou um Formula 1 tem sido muito rápido. Há pilotos que talvez sejam bons na Formula 3, Formula 2 e depois não são bons o suficiente na Formula 1. Acho que Robert é o oposto. Ele tem bom na Formula 3, Formula 2, mas ele é muito, muito forte na Formula 1, e é uma pena para ele não ter um lugar neste momento.", começou por dizer. 

"Esta época, trabalhou muito no simulador, ajudando a nossa equipa no desenvolvimento do carro atual. Acho que, como piloto, melhorou, desenvolveu as suas próprias capacidades e hoje está muito mais maduro, que até há um ano, e por isso acho que é um piloto que merece um lugar. Sabemos que é muito difícil neste momento, mas espero que no futuro isso possa acontecer", concluiu.

Apesar dos elogios a Shwartzman e as dúvidas sobre Schumacher, Bintotto espera que ele melhore nos próximos tempos, o suficiente para poder merecer mais uma temporada ao serviço da Ferrari Driver Academy. 

"A Ferrari Driver Academy é um pilar muito importante da nossa equipa e vamos continuar a investir muito nela. Acreditamos que é importante desenvolver os melhores talentos e procurar o futuro, para tentar encontrar os melhores talentos para a Ferrari. Com o Mick, como dissemos no início da temporada, é importante que esta temporada melhore. Vamos, dentro de algumas corridas, sentar-nos com ele, fazer um balanço da temporada, e vamos fazê-lo também em conjunto com a Haas e decidir o seu futuro", apontou o italiano.

Quem lê isto nas entrelinhas sabe que Schumacher não brilha, mas também não é um mau piloto. Se calhar tem mais cara de ser um Bruno Senna, que esteve na Formula 1 há uma década, e depois de três temporadas, não deslumbrou, indo para a Formula E e a Endurance. Ou seja, fora de um determinado lugar, e numa competição de elite como é a Formula 1, as suas chances de ganhar um lugar por mérito próprio não são muitas. Bem pelo contrário. 

E se a Ferrari não o quiser, então provavelmente, terá de se fazer pela vida. O que não falta são competições. 

segunda-feira, 12 de setembro de 2022

A imagem do dia


Alex Albon é um jovem anglo-tailandês que aos 26 anos, está na Williams por "empréstimo" da Red Bull, e depois de um ano sabático, que o passou no DTM, onde ganhou algumas corridas. No seu ano do regresso, conseguiu todos os pontos da Williams até agora, incluindo um nono posto em maio, no circuito de Miami.

Contudo, no sábado, Albon teve de ir às pressas para o hospital de Milão para ser tratado a uma apendicite. Foi substituído por Nyck de Vries, que fez um excelente trabalho ao levar o carro para um nono posto, logo na sua primeira corrida e logo nas circunstâncias em que aconteceu.  

Parecia que tudo estava bem, mas nesta manhã, a Williams contou que Albon teve "complicações pós-operatórias", chegando até a passar a noite de sábado para domingo "em ventilação". 

O jornalista Chris Medland contou os pormenores na sua conta do Twitter:

"[Albon] sofreu complicações anestésicas pós-operatórias inesperadas que levaram a uma insuficiência respiratória, uma complicação conhecida, mas incomum. Ele agora foi transferido para uma ala geral e deve voltar para casa amanhã. Não houve outras complicações."

O foco total de Alex está na recuperação e preparação antes do GP de Singapura, no final deste mês.

Já sofri na pele as complicações de "uma operação simples". Foi numa quinta-feira de janeiro de 1998 - está a fazer 25 anos. Enquanto estudava para os exames da universidade - e depois de ter visto o filme "Tubarão" - sofri dores abdominais fortes, ao ponto de, pelas 4 da manhã, ter de chamar uma ambulância, apesar de morar num local a cinco minutos do hospital e ser um jovem com - então - 21 anos. Pelas 18 horas dessa quinta-feira, acabei com o apêndice extraído.

Mas, sem saber, tinha uma complicação. Ele deverá ter rompido uns tempos antes. Dias, ou se calhar, meses - tivera uma crise no verão anterior, mas como não houve complicações, mandaram-me para casa, e as dores desapareceram. Acabei por ter uma peritonite que, no limite, colocou-me nos cuidados intensivos, e até aconteceu uma transferência hospitalar, para além de uma operação para retirar líquido acumulado, uma laparactomia. 

No final, foram duas semanas nos cuidados intensivos, quatro transfusões de sangue e um de plasma, três e quatro frasquinhos de penicilina por dia para debelar a infeção, potencialmente mortal - foi assim que o Harry Houdini morreu, em 1926 - um tubo intravenoso no pescoço, outro na uretra e um terceiro no nariz, até ao estômago, para aspirar a bílis que lá se acumulava. Dou graças aos deuses pela descoberta do Dr. Fleming, e não ser alérgico a ela, porque foi assim que sobrevivi.

No final, fiquei 40 dias no hospital, recuperando de algo que deveria demorar uns dias. Só para demonstrar que há coisas enganadoramente simples e mesmo um apêndice rebentado poderá esconder algo mais grave. E pode acontecer a qualquer um, não interessa se é jovem e famoso, com o Alex, ou jovem e anónimo, como eu.

Desejo as melhoras para ele, e que apareça em forma para o resto da temporada.  

E agora, Porsche?


Como toda a gente sabe, na passada sexta-feira, a Porsche anunciou o fim das conversações sobre um acordo com a Red Bull para uma parceria em termos de motores que implicaria, entre outros, que a marca alemã ficasse com 50 por cento do capital da equipa de Formula 1, algo do qual a Red Bull não estaria disposta a abdicar. 

No comunicado oficial, a marca alemã anunciou:

No decorrer dos últimos meses, o Dr. Ing. h.c. A F. Porsche AG e a Red Bull GmbH conversaram sobre a possibilidade de entrada da Porsche na Fórmula 1. As duas empresas chegaram à conclusão conjunta de que essas negociações terminaram sem qualquer acordo", começa-se por ler.

A premissa foi sempre a existência de uma parceria, que seria baseada num pé de igualdade, o que incluiria não apenas uma parceria de motores, mas também uma parte da equipa. Isso acabou por não ser alcançado. Com as mudanças de regras finalizadas, a série de corridas continua sendo um ambiente atraente para a Porsche, que continuará sendo monitorizado”.

A parte da independência é algo que a Red Bull sempre teve orgulho de se mostrar. É uma parceira que funciona muito bem, com Dietrich Mateschitx, o seu fundador, a injetar dinheiro da marca de bebidas energéticas, agora uma das mais reconhecidas a nível mundial, e que arranjou dois bons gestores na figura de Helmut Marko, o ex-piloto que virou empresário e dono de uma equipa de formula 3000, a base da equipa de Formula 1 que comprou à Jaguar, no final de 2004, e Christian Horner, o ex-piloto britânico que se tornou noutro excelente diretor desportivo e que levou a equipa à conquista de cinco títulos mundiais de Construtores e outros tantos de pilotos - a caminho de um sexto em 2022, com Max Berstappen. 

Mas a marca alemã, apesar de ter ficado sem o seu objetivo inicial, tem outros em vista, que desejam esse tipo de parceria. Dois deles são a McLaren e a Williams, e a terceira chance seria a Andretti.


O caso da equipa de Woking teria de ser feito com pinças. A Audi tentou comprar a McLaren em 2020, mas as conversações falharam, um pouco porque, também, a equipa preza muito a sua independência. Se fosse para ali, não seria algo novo: entre 1983 e 1987, forneceram motores seus à marca, que deram três títulos mundiais de pilotos e outros tantos de construtores. Mas foi uma encomenda feita por Mansour Ojjeh, um dos sócios da marca, a par de Ron Dennis, do qual eles acederam, tanto que os motores ficaram conhecidos por TAG-Porsche. 

(na foto acima, o Dr.Eng. Paul Rosche observa o motor nos primeiros testes em Weisach, na Alemanha, em julho de 1983)

No caso da Williams, a equipa passa por uma transição, depois da venda da equipa à Dorilton Capital, em 2020, que implicou o afastamento da família Williams, um ano antes da morte do fundador, Frank, em 2021. A equipa tenta chegar aos tempos áureos, e a Porsche poderia ser o trampolim para essa ascensão, ainda por cima, com a Dorilton a ser mais pragmática em relação a parcerias do que outras equipas mais independentes. 

O caso da Andretti é bem mais interessante. 

A marca americana, chefiada por Michael Andretti, ex-piloto e filho de Mário Andretti, é um nome solidificado na América, mas sempre quis se expandir a nível mundial. Já estão na Formula E - curiosamente, as suas unidades de energia são fornecidas pela Porsche - e a Formula 1 seria o prémio maior. Mas a Formula 1, com dez equipas, demonstra resistência à entrada de uma 11ª porque o bolo que a Formula One Management teria de ser fatiado por mais um ator, logo, entraria menos dinheiro para as equipas presentes, apesar de haver agora um teto orçamental. 

Sobre isso, Toto Wolff, da Mercedes, reconhece que uma parceria defenderia melhor Andretti do cepticismo que ele tem agora:

Se um grupo multinacional internacional se juntar à Formula 1 e puder demonstrar que gastará X milhões de dólares em marketing nos vários mercados; isso é obviamente uma proposta de valor totalmente diferente para todas as outras equipas”, disse, em declarações captadas pela Autosport britânica.

Contudo, a Porsche tem de se despachar: se quiser entrar em 2026, tem de o declarar à FIA até ao próximo dia 15 de outubro. 

WRC 2022 - Rali da Acrópole (Final)


O belga Thierry Neuville foi o grande vencedor do Rali da Acrópole, a sua primeira do ano, ficando 13,7 segundos na frente do estónio Ott Tanak, também num Hyundai. Dani Sordo, a 1.49,8, foi o terceiro classificado, num pódio monopolizado pela Hyundai, e contrariando um pouco aquilo que está a ser a temporada, onde a Toyota parecia andar a dominar os ralis a seu bel-prazer. 

Pierre-Louis Loubet, no seu Ford Puma Rally1, foi o melhor dos não-Hyundai, sendo quarto, mas a 3.42,2, do piloto triunfador, bem distante e demonstrativo da dureza dos percursos.  

Com apenas três especiais para completar a prova, duas passagens por Eleftherochori - uma delas, a Power Stage - e uma por Elatia-Rengini, o dia começou uma vitória de Tanak, 2,9 segundos na frente de Neuville e 17,2 sobre Craig Breen. Em Elatia-Rengini, foi um triunfo de Neuville, 4,3 segundos na frente de Tanak, com um surpreendente Andreas Mikkelsen em terceiro, a 11,6. E no final, na Power Stage, Tanak foi o melhor, três segundos à frente de Kalle Rovanpera e 6,4 segundos sobre Craig Breen. Gus Greensmith foi quarto, a 11,4. 

No final, Neuville era um piloto feliz com o resultado:

"Tem sido uma temporada difícil até agora e conseguir a vitória depois de um fim de semana muito difícil na Bélgica é um alívio. O mais importante é que temos um 1-2-3 para a equipa - depois de todos esses anos, finalmente conseguimos e é um momento histórico para a marca. Todos trabalharam duro para isso e é uma bela recompensa."

Ott Tanak complementou o resultado com as suas declarações, ainda relativas à decisão da equipa de recusar deixá-lo ir para a frente do rali, por causa do campeonato:

"Se você quer lutar por um campeonato, a decisão de não ter ordens de equipe foi errada. Se você quer ter [uma boa ação de] Relações-Públicas, é uma boa decisão. Depende de como você olha para isso. É uma pena - toda sexta-feira estávamos com problemas no sistema híbrido.", declarou.

Depois dos quatro primeiros, Craig Breen foi o quinto, a 4.09,0, noutro Ford, bem distante de Katsuta Takamoto, o melhor dos Toyota, sexto, a 6.21,1. Emil Lindholm foi sétimo e o melhor dos Rally2, no seu Skoda Fabia Rally2, a 7.46,6, na frente de Nikolay Gryazin, noutro Skoda Fabia Rally2, a 8.22,7. O cipriota Alexandros Tsouflas foi nono, num Polo GTi R5, a 10.53,8, passando no final o carro do norueguês Eyvind Brynildsen, a 10.56,7.

O mundial continua no final do mês, com o Rali da Nova Zelândia. 

Youtube Formula 1 Vídeo: As comunicações de Monza

A corrida italiana foi bem movimentada, com muitos dos pilotos penalizados a subirem ao longo da prova, mas antes disso, nos treinos e na qualificação, as frases dos pilotos sobre certas e determinadas situações, e no final, o alívio do Nyck de Vries, por não só ter acabado a corrida, como terminou nos pontos.  

domingo, 11 de setembro de 2022

A(s) image(ns) do dia





Há 40 anos, como hoje, a Formula 1 preparava-se para correr em Monza. E naquele ano de 1982, a Ferrari estava numa situação de pesadelo. Tinha perdido Gilles Villeneuve, o seu piloto mais carismático em maio, e um mês antes, em Hockenheim, o seu outro piloto, Didier Pironi, sofrera um acidente de tal modo grave que as suas chances de título tinham desaparecido. E para piorar as coisas, um dos seus substitutos não se sentia bem fisicamente.

Mas nem tudo eram tristezas: naquele dia, no final da qualificação, um carro vermelho estava no topo da tabela de tempos. E era guiado por um piloto improvável, mas que adorava correr para eles.

Na altura, Mário Andretti tinha 42 anos tinha deixado a Formula 1 no final do ano anterior para prosseguir a sua carreira vitoriosa na CART - iria ser campeão em 1984 - mas ainda aproveitou para fazer algumas probas como "super-sub". Fizera em Long Beach pela Williams, substituindo Carlos Reutemann, que se retirara dias antes, e agora, com Didier Pironi acidentado - e todos já adivinhando que de forma definitiva - aceitara o convite de correr as duas últimas probas do ano, ali e em Las Vegas.

Andretti não era fã dos Turbos, apesar de os usar na CART. Mas naquele ano, iria ser a onde do futuro, depois da Renault ter mostrado, Ferrari e Brabham, com o seu motor BMW, decidirem seguir. E a Lotus iria colocar num Renault Turbo nos seus carros a partir de 1983. 

Sem grande experiência no 126C2, lá se sentou e nas duas sessões de treinos, conseguiu um tempo que bateu os Renault e os Brabham-BMW. Aliás, os seis primeiros tinham uma coisa em comum: motores Turbo. O primeiro dos Cosworth apareceu em sétimo, com o Williams de Keke Rosberg

Foi um belo regresso do italo-americano, que 28 anos antes tinha lá ido para ver Alberto Ascari correr, e em 1978, conseguiu o seu título mundial. Mas ele era o primeiro a saber que isto foi apenas temporário. A sua cabeça estava noutro lado, a cortina neste lado já estava fechada. Mas o "encore" até foi bom. 

Formula 1 2022 - Ronda 16, Monza (Corrida)


O circuito de Monza é uma das catedrais do automobilismo. E ainda por cima, este é o ano do seu centenário, ou seja, já viu imensos campeonatos, decisões de título e também tragédias, essencialmente, grande parta da história do automobilismo. Os italianos sempre fixaram deste circuito no seu calendário, e houve poucas exceções, apenas por razões externas, como por exemplo, no final da II Guerra Mundial, ou em 1980, quando a prova foi para Imola porque a pista estava em remodelação profunda.  

E num fim de semana especial, conseguiram fazer um belo espetáculo, especialmente os Freccere Tricolore, a esquadrilha de acrobacia da Força Aérea Italiana. Até o presidente da República, Sergio Matarella, esteve por lá a ver as máquinas no seu habitar natural. 

Com a quantidade de penalizações que já vinham de trás, tudo indicava que isto poderia ser um passeio para Charles Leclerc e a sua Ferrari. E provavelmente, das poucas chances para quebrar o domínio de Max Verstappen e a sua Red Bull. Mas ele era "apenas" sétimo, e num circuito rápido como este, se calhar nem demoraria muito tempo para chegar ao segundo posto e assediá-lo ao longo da corrida.

O dia está ameno e as nuvens afastadas do lugar. Um típico tempo de Setembro. O autódromo cheio de "tiffosis" com uma só ideia: ver um dos seus carros no lugar mais alto do pódio e ouvir no final o "Inno di Mammeli", o hino nacional de Itália.


A partida foi calma, com Leclerc a disparar, seguido por Russell, que na primeira chicane, chegaram lado a lado. O piloto da Mercedes saiu da pista, mas sem danos. Atrás, Max conseguiu pular para o quarto posto no final da primeira volta, em cima. E bem no fundo, Lewis Hamilton tentava recuperar do lugar de onde partia, tentando chegar aos pontos o mais depressa possível. Em três voltas, o piloto da Red Bull já era terceiro, e cada segundo mais próximo de George Russell, e duas voltas depois, já o tinha passado e perseguia Leclerc, na liderança. 

Na oitava volta, Sérgio Pérez ia para as boxes para trocar para duros, e foi o primeiro a fazê-lo. Duas voltas depois, a primeira desistência, quando Sebastian Vettel encostava o seu Aston Martin de forma definitiva, fazendo uma despedida melancólica do lugar onde alcançou a sua primeira vitória na Formula 1.

Pela metade da corrida, as boxes estavam agitadas, alguns colocando pneus médios, outros duros, mas são os que colocaram os compósitos de cor amarela que estavam na frente, pelo menos no curto prazo. Na frente, Max Verstappen controlava as coisas, mas Charles aproximava-se, porque tinha compostos mais novos. Sainz Jr já era terceiro e Hamilton sexto.

Por alturas da volta 34, Fernando Alonso encostava às boxes e parava definitivamente. Era a segunda desistência da corrida. Ao mesmo tempo, Leclerc parava uma segunda ocasião nas boxes para arriscar a tentar apanhar o neerlandês da Red Bull com moles. No regresso, começou a fazer a sua parte, mas muitos tinham ceticismo nesta parte porque o ritmo de corrida do monegasco não era superior ao do neerlandês. Nem em Monza, nem noutros lados. Atrás, Hamilton conseguiu passar Norris e Gasly na primeira chicane... numa ultrapassagem dupla!

A 10 voltas do fim, mais um piloto parava para colocar moles e ganhar ritmo. Era o Red Bull de Sérgio Pérez. Caía para sétimo e regressou à pista para tentar recuperar ritmo e lugares. 

A parte final foi mais agitada. A seis voltas do fim, Daniel Ricciardo desiste e estaciona o carro num lugar perigoso, entre as Lesmos. Suficiente para um Safety Car, onde todos se agruparam. Mas... o carro da McLaren está numa posição perigosa e não haveria tempo para o tirar com os carros a circular. E claro, o público não gostou. Afinal de contas, querem emoção. 


Max viu a bandeira de xadrez atrás do único Aston Martin em pista - o do Safety Car. Sim, foi anti-climático, mas de uma certa maneira, os regulamentos foram desenhados desta forma. Como alguns costumam dizer: não culpem os jogadores, culpem as regras. E com mais esta vitória - ainda por cima, em casa do seu oponente principal - tudo indica que ele já anda a ver o título no seu horizonte. Não creio que ganhe em Singapura, porque teria de acontecer uma catástrofe, mas no Japão será o lugar mais provável.

E quem também chegou aos pontos foi Nyck de Vries, que logo na sua primeira entrada na Formula 1, conseguia um digno nono posto com o seu Williams, bem melhor que Nicholas Latifi. Com a invasão da pista por parte dos tiffosi - que assobiaram Max - de uma certa forma, foi uma tarde normal numa das catedrais do automobilismo.

Agora, duas semanas de descanso e arrumar as malas, porque agora, a Formula 1 só regressa à Europa na primavera.  

WRC 2022 - Rali da Acrópole (Dia 2)


Thierry Neuville lidera o rali da Acropole, no final do segundo dia de prova, com uma vantagem de 27.3 segundos sobre Ott Tanak, seu companheiro de equipa na Hyundai, enquanto Dani Sordo é o terceiro, a 52,9 segundos. Os três Hyundai dominam este rali, depois da desistência do anterior líder, Sebastien Loeb, que teve problemas com o seu carro na nona especial do dia. Outro piloto da Ford, Pierre-Louis Loubet, que lutava pelo comando no primeiro dia, sofreu um furo e caiu na classificação, acabando o dia na quinta posição, a mais de dois minutos e 40 segundos da liderança.

Com seis duras classificativas pela frente neste sábado, parecia que os pilotos da Ford tinham as coisas na mó de cima, especialmente o mais belho, Sebastien Loeb. Prova disso foi na oitava especial, a primeira passagem por Pyrgos, onde apesar de ter sido segundo, a 1,7 segundos de Ott Tanak, e 4,7 de Thierry Neuville. 


Mas na oitava especial, o rali ficou de cabeça para baixo: Loeb teve problemas com o alternador e acabou por desistir, Loubet sofreu um furo, e perdeu um minuto e 13 segundos, e Kalle Rovanpera despistou-se e embateu numa árvore, danificando o seu Toyota. Neuville triunfou na etapa, 8,2 segundos na frente de Ott Tanak, e 11,1 sobre Gus Greensmith. O piloto belga era agora o novo líder, 18,5 segundos sobre o piloto estónio e seu companheiro de equipa. 

No final da manhã, na primeira passagem por Tarzan, Neuville triunfou de novo, 8,1 segundos na frente de Greensmith. Na geral, Lappi conseguiu ser melhor que Tanak e era segundo.

"Estou surpreso. Fizemos uma boa corrida limpa esta manhã e acho que a escolha de pneus também foi boa, mas lutei um pouco com o equilíbrio na traseira e tive que me adaptar um pouco. É bom que possamos ampliar a liderança num local como este - nos dá confiança para a tarde, mas ainda há um longo caminho a percorrer.", disse o piloto belga no final da manhã.

A tarde começou com a segunda passagem por Pyrgos, onde Neuville continuou a triunfar, 2,4 segundos sobre Elfyn Evans e 4,7 sobre Dani Sordo. Gus Greesmith tinha problemas mecânicos e acabaria por abandonar. 

Sordo triunfou na segunda passagem por Perivoli, ganhando 1,7 segundos sobre Tanak e três segundos sobre o galês da Toyota. Esapekka Lappi perdeu mais de 13 minutos e caiu 18 posições, mas continuou. E no final do dia, foi Tanak o vencedor, 6,3 segundos na frente de Neuville.

Depois dos três primeiros, Evans era quarto, a um minuto da liderança, na frente de Loubet. Sexto era Craig Breen, a 3.47,2 segundos, na frente de Katsuta Takamoto, que tem um atraso de 4.41,2. Emil Lindholm era o oitavo, e o melhor dos Rally2, a 5,58,4, seguido pelo russo Nikolay Gryazin, a 6.43,0, e a fechar o "top ten" está o carro de Yohan Rossel, a 7.27,8.  

O rali da Acrópole termina no domingo, com a realização das últimas três especiais.