No comunicado oficial, a marca alemã anunciou:
“No decorrer dos últimos meses, o Dr. Ing. h.c. A F. Porsche AG e a Red Bull GmbH conversaram sobre a possibilidade de entrada da Porsche na Fórmula 1. As duas empresas chegaram à conclusão conjunta de que essas negociações terminaram sem qualquer acordo", começa-se por ler.
“A premissa foi sempre a existência de uma parceria, que seria baseada num pé de igualdade, o que incluiria não apenas uma parceria de motores, mas também uma parte da equipa. Isso acabou por não ser alcançado. Com as mudanças de regras finalizadas, a série de corridas continua sendo um ambiente atraente para a Porsche, que continuará sendo monitorizado”.
A parte da independência é algo que a Red Bull sempre teve orgulho de se mostrar. É uma parceira que funciona muito bem, com Dietrich Mateschitx, o seu fundador, a injetar dinheiro da marca de bebidas energéticas, agora uma das mais reconhecidas a nível mundial, e que arranjou dois bons gestores na figura de Helmut Marko, o ex-piloto que virou empresário e dono de uma equipa de formula 3000, a base da equipa de Formula 1 que comprou à Jaguar, no final de 2004, e Christian Horner, o ex-piloto britânico que se tornou noutro excelente diretor desportivo e que levou a equipa à conquista de cinco títulos mundiais de Construtores e outros tantos de pilotos - a caminho de um sexto em 2022, com Max Berstappen.
Mas a marca alemã, apesar de ter ficado sem o seu objetivo inicial, tem outros em vista, que desejam esse tipo de parceria. Dois deles são a McLaren e a Williams, e a terceira chance seria a Andretti.
(na foto acima, o Dr.Eng. Paul Rosche observa o motor nos primeiros testes em Weisach, na Alemanha, em julho de 1983)
No caso da Williams, a equipa passa por uma transição, depois da venda da equipa à Dorilton Capital, em 2020, que implicou o afastamento da família Williams, um ano antes da morte do fundador, Frank, em 2021. A equipa tenta chegar aos tempos áureos, e a Porsche poderia ser o trampolim para essa ascensão, ainda por cima, com a Dorilton a ser mais pragmática em relação a parcerias do que outras equipas mais independentes.
O caso da Andretti é bem mais interessante.
A marca americana, chefiada por Michael Andretti, ex-piloto e filho de Mário Andretti, é um nome solidificado na América, mas sempre quis se expandir a nível mundial. Já estão na Formula E - curiosamente, as suas unidades de energia são fornecidas pela Porsche - e a Formula 1 seria o prémio maior. Mas a Formula 1, com dez equipas, demonstra resistência à entrada de uma 11ª porque o bolo que a Formula One Management teria de ser fatiado por mais um ator, logo, entraria menos dinheiro para as equipas presentes, apesar de haver agora um teto orçamental.
Sobre isso, Toto Wolff, da Mercedes, reconhece que uma parceria defenderia melhor Andretti do cepticismo que ele tem agora:
“Se um grupo multinacional internacional se juntar à Formula 1 e puder demonstrar que gastará X milhões de dólares em marketing nos vários mercados; isso é obviamente uma proposta de valor totalmente diferente para todas as outras equipas”, disse, em declarações captadas pela Autosport britânica.
Contudo, a Porsche tem de se despachar: se quiser entrar em 2026, tem de o declarar à FIA até ao próximo dia 15 de outubro.
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