sábado, 27 de fevereiro de 2016

Um crowdfunding que deu certo

Lembram-se de falar no inicio deste mês acerca de um documentário sobre dois dos melhores pilotos da IMSA nos anos 70, Peter Gregg e Hurley Haywood? Multiplos vencedores em Daytona e Sebring, ao serviço da equipa Brumos, e que correram na maior parte das vezes a bordo de um Porsche? Pois bem, contei há cerca de um mês que procuravam dinheiro via crowdfunding para ajudar a completar o documentário.

E não é que conseguiram? O prazo terminou hoje e conseguiram mais de 40 mil dólares, cinco mil a mais do que o seu objetivo inicial. Mais concretamente, 42.809 dólares para levar o seu projeto adiante. Derek Dodge, a pessoa envolvida nesta história, espera ter o documentário pronto no final do ano para poder ser visto em festivais de cinema e eventualmente, num canal de televisão perto de nós.

E já agora, tal como aconteceu da outra vez, voltei a colocar aqui o video do documentário que foi apresentado no Kickstarter.

Youtube Ad Classic: Atari 1981


As consolas de videojogos eram uma novidade em 1981. No ano em que apareceu o ZX Spectrum, as consolas Atari dominavam, e eles tinham dinheiro suficiente para contratar Kareem-Abdul Jabbar, Pelé e Mário Andretti para fazerem esta publicidade junta. Hoje em dia, imaginariam Lionel Messi (ou Cristiano Ronaldo), Kobe Bryant (ou Lebron James) e Jeff Gordon (ou Lewis Hamilton) numa mesma publicidade? Quanto custaria tal coisa?

Mas enfim, vejam isto para ver como eram as coisas no ano em que Fernando Alonso nasceu.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

A foto do dia

Muitos falam que o seu grande defeito foi o de ter feito toda a sua carreira numa única marca. E depois? Não deixa de ser um bom piloto, tão bom quanto os melhores das várias gerações. E bateu os melhores finlandeses como Marcus Gronholm ou Mikko Hirvonen.

Assim sendo, Feliz Aniversário a Sebastien Loeb! E que faça muitos mais com sorte na sua próxima temporada do WTCC. A foto é do Rali da finlândia de 2012, depois de comemorar mais uma das suas vitórias... e no quintal dos finlandeses!

O que aprendemos destes testes? (parte 1)

Com os primeiros testes da Formula 1 de 2016 a chegarem ao fim, em Barcelona, poderemos chegar a algumas conclusões sobre o que vêm aí em Melbourne e nas corridas seguintes. Há pelo menos duas óbvias, é que a Mercedes está muito consistente e andou o tempo todo a correr com pneus médios, e que a Ferrari melhorou bastante em relação a 2015, mostrando que está a fazer o seu trabalho de casa em relação a diminuir a diferença para os carros construídos em Brackley.

Mas como todos sabem que as equipas andaram a trabalhar ao longo deste inverno, poderemos afirmar que a Haas fez um bom trabalho e a Manor melhorou bastante. Quanto à McLaren, há preocupações, e a Renault já sabe que vai fazer um longo caminho. E apesar dos fogachos da Force India, é preciso dizer que os tempos foram usados com os ultra-macios.

E sobre os novos pneus da Pirelli, há muito para dizer. Como os famosos "pneus roxos" - os ultra-macios - que até agora se mostram que podem aguentar cerca de sete voltas até perder a sua eficácia. Parece que vão ser mais pneus de qualificação do que outra coisa, mas é preciso saber onde é que eles o irão usar, e onde o irão usar. Especula-se que poderão ser usados nos circuitos citadinos, como o Monaco ou até Baku, mas uma coisa é certa: com os novos compostos da marca italiana, os tempos vão baixar. E muito: logo no primeiro dia disseram que os tempos por volta caíram em cerca de três segundos em relação a 2015.

Agora, o que mais impressiona é a consistência da Mercedes. De acordo com o gráfico desenhado em cima - e podem ver mais na página do Comissário no Facebook - os carros guiados por Nico Rosberg e Lewis Hamilton andaram mais mil quilómetros do que o segundo classificado, numa média superior a 786 quilómetros. São pouco mais de dois Grandes Prémios por dia! E os carros nunca apresentaram qualquer problema grave em termos mecânicos. Como é tipico dos alemães, uma eficiência que até espanta. E parece que poderemos ter mais do mesmo em 2016...

E quanto a tempos? Não estavam preocupados com isso. Até se deram ao luxo de testar uma nova asa dianteira!

Já no lado da Ferrari, eles estavam preocupados em saber como andariam em relação à concorrência. O SF-16H portou-se bem com Sebastian Vettel e Kimi Rikkonen ao volante, mas não rodaram muito. Queriam saber o que eram em termos de velocidade, se eram capazes de andar ao nível dos alemães. E parece que...sim. Fez testes de Endurance - Vettel fez 126 voltas na terça-feira - e o alemão afirmou que estava contente com a maneira como o novo carro reagiu, especialmente ao saber que não teve grandes contratempos. Algo que não se pode dizer no caso de Kimi Raikkonen, que teve problemas com a bomba de combustível na quarta-feira, e com um radiador furado no dia seguinte. Mas teve tempo para fazer uma serie de voltas com os ultra-macios e baixou em cerca de dois segundos em relação ao ano passado.

O mais interessante é que a segunda equipa que mais rodou, a Toro Rosso, trouxe o seu chassis... que não foi apresentado. Com uma pintura azul escura simples, o STR11 andou nas mãos de Carlos Sainz Jr e Max Verstappen preocupados em rodar o mais possivel, para ver se os sistemas estão a funcionar. Parece ser um chassis bem nascido, e o motor Ferrari é suficientemente potente para aparecerem no meio do pelotão, talvez para incomodar os Force India. E usou a mesma tática da Mercedes: ousou os médios e dispensou os moles e ultra-moles da Pirelli. E parece que resultou.

Havia expectativas sobre a novata Haas. Andaram um ano e meio a preparar-se para a competição, e quando por fim rolaram, parece que surpreenderam muita gente, apesar dos percalços com a asa dianteira logo no primeiro dia, que quebrou em plena reta. Mas depois disso, tudo correu sem problemas de maior, conseguindo fazer mais de 1300 quilómetros e com tempos que, colocando os macios, colocaram entre os melhores. Romain Grosjean até fez o segundo melhor tempo do dia na quarta-feira.

Já a Manor, também andou de forma decente... pelo menos, enquanto tiveram no cockpit o alemão Pascal Wehrlein. Competente e consistente, o campeão do DTM acumulou 125 voltas sem erros e usando a mesma tática da Mercedes, rodando apenas em pneus médios, e dando tempos decentes, que poderão fazer com que se aproxime do meio do pelotão. No caso de Rio Haryanto, o estreante indonésio cometeu os seus erros tipicos de estreante, batendo nos pneus na tarde de quinta-feira, fazendo com que os testes acabassem mais cedo para a equipa. Mas os tempos prometem.

Na segunda parte, falarei da Williams, Force India e McLaren.  

Youtube Formula 1 Presentation: o desenho do circuito de Baku

Surgiram hoje fotos do asfaltamento de algumas das seções onde os carros de Formula 1 vão passar pelo circuito citadino de Baku, no Azerbeijão. Mas a melhor maneira de ver o que vai ser este circuito de seis mil metros, que vai acontecer em junho, será com este video colocado pelo canal oficial da Formula 1 no Youtube. 

CNR: Miguel Barbosa apresenta o seu projeto

Miguel Barbosa tinha surpreendido muita gente quando anunciou no final do ano passado que iria tentar a sua sorte nos ralis, ao mesmo tempo que o fazia no Todo-o-Terreno. Havia expectativas sobre o seu projeto, e algumas delas foram hoje explicadas quando apresentou o seu carro, um Skoda Fabia R5, a duas semanas do primeiro rali do ano, o Serras de Fafe. O piloto afirma que esta vai ser uma temporada de aprendizagem, mas que tem como grande objetivo ser campeão nacional em três temporadas.

Vai ser mais um grande desafio, achámos que era o momento certo para mais uma reviravolta na nossa carreira, os ralis são uma modalidade que sempre admirei e acarinhei, penso que é uma disciplina muito querida em Portugal, e tendo em conta isso, e porque achámos que seria possível dar um bom retorno para os nossos patrocinadores, agora é por mãos à obracomeçou por dizer Miguel Barbosa à AutoSport portuguesa.

Os meus projetos têm sempre a parte desportiva mas também a componente de retorno aos patrocinadores, pelo que tenho sempre que balançar estas duas situações. Fui sempre um dos grandes defensores dos campeonatos nacionais, sempre achei que temos excelente qualidade a todos os níveis, pilotos máquinas e organizações, veja-se as provas que temos nos mundiais, vamos ter um Nacional de Ralis de luxo, com vários campeões nacionais a correr, portanto achei que seria a forma adequada de dar retorno aos patrocinadores, para além de ser um desafio para mim, também…” continuou.

Os objetivos que tracei, em termos de projeto, é ser Campeão Nacional. Vamos fazer novamente, como sempre fizemos, com profissionalismo, com rigor, mas ao mesmo tempo com humildade e respeitando os nossos adversários. Temos a plena consciência do que vamos enfrentar, do desafio que nos espera, e este é um projeto que para começar a ter resultados, vai precisar de dois, três anos, portanto o primeiro ano será obviamente de aprendizagem, e não há outro objetivo a não ser este, preparar o caminho para estar em posição de discutir vitórias." 

"Temos a plena consciência que temos excelentes pilotos, há excelentes máquinas estamos a falar de 12 ou 13 R5, para a primeira prova, pelo que temos que dar tempo ao tempo, vamos habituar-nos à modalidade, que é completamente diferente do que estamos habituados, temos que ganhar conhecimento dos troços, não conhecemos um único troço, e vamos lutar com pilotos que conhecem as classificativas de olhos fechados. Mas tudo isso é natural, é um desafio que aceitamos, temos que trabalhar e estamos desejosos de começar”, disse.

Miguel Barbosa já andou a testar o carro, ao lado do seu navegador, Miguel Ramalho - ex-navegador de Armindo Araújo - e para já, mostrou-se satisfeito com o seu bólido.

Gostei imenso do carro. Os primeiros treinos foram um trabalho intenso de aprendizagem que vai continuar ao longo de toda a temporada. Fiquei muito agradado e satisfeito com o potencial do Skoda Fabia R5 o que só veio confirmar as expetativas que tinha sobre ele”, concluiu.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

A imagem do dia

Se estivesse vivo, Francois Cevért faria hoje 72 anos de idade. Para recordarmos sempre o excelente piloto que foi e que não teve tempo de mostrar todo o seu potencial. 

Na foto, o piloto francês estava a caminho do seu primeiro pódio da carreira, em Paul Ricard, no GP de França de 1971.

E agora, algo completamente diferente...

Peço perdão ao uso algo inapropriado da frase famosamente conhecida no mítico show dos Monty Python, mas esta história que vos vou contar agora é demasiado boa para ser verdadeira... e é verdadeira. Esta semana, um britânico de 37 anos foi condenado a dois anos de prisão por fraude e abuso de confiança, fazendo-se passar por... chefe da equipa Mercedes de Formula 1.

Stuart Howartson declarou-se culpado esta quarta feira de doze acusações de burla e uma de roubo, este resultando em perdas de 325 mil dólares de um sistema computorizado, e o roubo de dois mil dólares de uma passoa que pensava que estava a ser entrevistada para um emprego na fábrica em Brackley. E não foi a primeira vez que foi acusado: em 2010, em Espanha, foi acusado de abuso de confiança ao tentar convencer um casal de britânicos em ficar numa casa, afirmando que tinha fundos para pagar a sua estadia, e alegando que era um inspector da Metropolitan Police.

Em sua defesa, alega que sofre de distúrbios de personalidade, e que está a ser seguido de perto por especialistas, legando que tentou cometer suicídio, ingerindo barbitúricos em excesso.

A Mercedes, em comunicado oficial, declarou que estava a seguir o caso de perto e que estava aliviado por saber que este chegou a uma conclusão.

"A Mercedes-Benz GP Ltd tem trabalhado em estreita colaboração com a Polícia de Warwickshire sobre este assunto e gostaria de agradecê-los por seu apoio em trazer este caso a uma conclusão", começou por afirmar.

"Mr Howatson utilizado fraudulentamente o nome da empresa e erroneamente declarou-se uma pessoa autorizada agindo para a empresa. Lamentamos os danos e problemas este comportamento causados a terceiros, além de como ele prejudicada nosso próprio negócio", continuou.

"Estamos satisfeitos que este assunto já foi levado a um fim", concluiu.

Formula 1 em Cartoons: O Formula 1 de 2017, desenhado (Cire Box)

Conhecem a expressão, "Compreendeste, ou queres que te faça um desenho?". Pois bem, aos que ainda não imaginaram como poderão ser os carros de Formula 1 a partir do ano que vêm, o "Cire Box" decidiu desenhar um Mercedes e mostrar as diferenças entre o hoje e o amanhã. Acho que ficou bem explicado... perdão, desenhado.

O novo nariz do Mercedes W07

Se neste dia de testes em Barcelona, as equipas andam a testar os pneus mais moles para ver quais são os limites do carro - e os tempos tem sido três segundos mais baixos - a Mercedes, que tem impressionado pela sua consistência - e alguns já dizem que esta temporada vai ser mais do mesmo com os Flechas de Prata - decidiu hoje trazer um novo nariz, bem mais radical que eles têm testado até agora.

Pelo que se conta, o novo nariz do W07 tem um "S-duct", mas pelo que se vê na foto, tem uma pequena ponta arredondada, colocando os suportes da asa dianteira mais próximos. É uma mudança interessante, já que Red Bull, McLaren e Ferrari fizeram o contrário, com os suportes mais distantes. Agora imaginem isto dar muito certo e essas equipas começarem a fazer novos bicos no meio da temporada, não é?

Contudo, há uma pecha neste conceito. O S-Duct que está no bico ainda tem de passar pelos testes de impacto da FIA, e há uma boa chance de não passar, dado o seu enorme rigor. E há rumores de que isso poderá acontecer, portanto, este nariz pode não passar de uma experiência. O "plano B" será a construção de um "S-Duct" um pouco mais atrás do nariz, uma entrada um pouco mais elaborada do que existe agora. 

Veremos no que vai dar, mas como estamos em testes, é um tempo de muitas experiências.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Felipe Massa acha que nova qualificação vai ser caótica

Depois de Lewis Hamilton ter dito o que pensava dos novos regulamentos, outro veterano da Formula 1, Felipe Massa, já comentou sobre os novos regulamentos para a qualificação, que vão aparecer nesta temporada, e afirma que poderá provocar um caos, com a possibilidade de haver acidentes entre os pilotos da frente, causando confusão na grelha da partida. 

"Eu não sei se eu gosto [dos novos regulamentos] ou não", começou por dizer o piloto da Williams em Barcelona. "Eu acho que preciso ter um pouco de tempo para refletir sobere as regras, compreender esta mudança. A única coisa que eu entendo é que eles querem criar algum caos ao seu redor, e isso vai acontecer com certeza", continuou.

"Tenho certeza de que isso vai acontecer, alguns carros que talvez devessem qualificar um pouco mais na frente irão ter problemas e esses irão começar na parte de trás da grelha. Então, isso é algo que pode ser interessante para vocês [espectadores e média], mas se é melhor ou não, não sei responder ainda."

Questionado sobre se a qualificação era a área que necessitava de ser de novo regulamentada, ele afirmou: "Eu acho que a coisa mais importante é que os fãs querem ver na pista são lutas, eles querem ver as ultrapassagens, carros perto uns dos outros. Os fãs não querem ver apenas um carro a vencer todas as corridas. Sempre que você puder fazer um campeonato melhor, os fãs ficarão felizes. Creio que é essa a questão principal. O que não é algo fácil de corrigir. Talvez o barulho do carro, mas fora isso eu acho que os fãs querem ver carros diferentes vencendo corridas, que é o principal objetivo, só que é a coisa mais difícil de acontecer na Formula 1.", declarou.

Sobre os testes em si, Massa está um pouco cético sobre esta temporada, especialmente quando vê como andam os Mercedes: "Não estou certo disso. Parece-me que a Mercedes está tremendamente competitiva. Vi o carro deles ontem, não foge de frente, não foge de traseira, não bloqueia rodas, parece um carro muito fácil de pilotar, e quando assim é, e quando olhas para os tempos que estão a fazer com os pneus médios, por certo que é um carro muito forte. Espero que possamos competir com eles, mas há boas hipóteses deste ano ser novamente muito fácil para eles…", concluiu.

Hamilton já sabe dos novos regulamentos. E não gostou

As reacções aos novos regulamentos da Formula 1, que poderão ser validados na próxima temporada, não causaram reacções de contentamento por parte do campeão do mundo das duas últimas temporadas. Lewis Hamilton considera que é "ridículo" aumentar em vinte quilos os carros de Formula 1, passando dos 702 para os 722 quilos. 

Os carros eram fantásticos com 600 kg. Era mais fácil para os pneus. Quanto mais pesado, mais carga sobre os pneus. Portanto os pneus serão ainda piores e existirá uma maior pressão para a Pirelli produzir pneus melhores. E depois mais downforce…”, começou por dizer após mais um dia de testes em Barcelona.

Tenho vindo a aperceber-me de que quando entrei na Fórmula 1 os carros pesavam cerca de 600 kg, e agora estão 100 kg mais pesados. Penso que isso representa uma grande diferença. Eles não têm que alterar em demasia o regulamento para tornar os carros três segundos mais rápidos. Basta torná-los mais leves. São super pesados”, continuou.

Já sobre o novo sistema de qualificação, Hamilton comentou, dizendo que as modificações não vão alterar muito em relação ao que existia antes. "Eu realmente não vejo como é que isto irá mudar muito, para ser honesto", acrescentou. "Espero que seja uma surpresa para todos nós e ele faz. Eu acho que apenas coloca ainda mais foco na ideia de que você faça logo as suas voltas, eu acho que manter os pilotos na pista, certificando-se todos o façam ao mesmo tempo, então eu talvez ache que seja bom para os espectadores."

Em relação aos pneus produzidos pela Pirelli para a temporada de 2016, o inglês admitiu preferir os do ano passado: “Não são melhores, isso é certo.  Simplesmente parecem-me mais duros e não me estão a dar mais aderência. Penso que preferia os de 2015”, concluiu.

Hamilton afirma que os chefes da Formula 1 deveriam prestar mais atenção ao que os pilotos têm a dizer na formulação de novas regras.

"Eu acho que os pilotos devem ser consultados e se envolverem mais. Nós temos algumas idéias do que poderia ser melhor. Nós sabemos o que não está bem nos carros, especialmente os pilotos que têm vindo a andar na competição há 10-15 anos. Nós já passamos por todas as diferentes mudanças de regras e saber quais foram as que resultaram e quais foram os que não deram certo", concluiu.

As mudanças que aí vêm na Formula 1... ou não

Parece que o ano de 2017 irá ter uma mudança radical na Formula 1. E não falo só de protecção no cockpit e outras coisas. Anda-se a falar em Genebra de um conjunto de normas na aerodinâmica dos carros, dos pneus e até do sistema de qualificação, com o objetivo de modificar fortemente o espectáculo da Formula 1 e conseguir equilíbrio entre o pelotão. Estes novos regulamentos, discutidos entre o Grupo de Estratégia, tem de passar ainda pelo crivo do Conselho Mundial da FIA, que se vai reunir no próximo dia 4 para aprovar - ou não - estes regulamentos.

Comecemos pela proteção do cockpit, algo do qual tem apoiantes e detractores. Depois dos acidentes mortais de Jules Bianchi e Justin Wilson (este na IndyCar), em 2014 e 2015, o Grupo de Estratégia chegou a um consenso em relação a essa parte. Em principio, será um sistema que a Mercedes já apresentou, e que o batizou de "Halo", onde eles têm um parabrisas reforçado, mas sem um teto, e que seja relativamente fácil de sair por parte do piloto, em caso de acidente.

Para alem disso, vai ser dado um prémio para o "O Piloto do Dia", para celebrar quem foi o melhor no dia da corrida - e não tem de ser o vencedor, diga-se - através de uma votação online feita pelos internautas. 

Contudo, há outras medidas que estão a ser discutidas dentro do Grupo de Estratégia, e que não vão ser apresentadas no inicio de março, pois não foram aprovas por unanimidade. Uma delas é um sistema de "lastro" onde o piloto ou a equipa que esteja na frente tenha uma penalização que iria até quatro segundos, quanto mais à frente do campeonato estiver. Um sistema que tem poucos adeptos e é altamente improvável que seja aprovada.

Outra proposta do qual há divisões é sobre o limite do depósito de combustível. Os carros têm neste momento um limite de 100 litros de depósito, algo que McLaren e Red Bull desejam abolir, mas tem a Mercedes contra. Contudo, fala-se que pode haver um compromisso que faça com que a capacidade dos depósitos aumente para 110 litros.

Uma terceira proposta - batizada de "proposta McLaren" - fala sobre a agresividade dos chassis a partir de 2017. Desejam mais "downforce", carros mais largos e pesados, pneus mais largos, maior largura na carroçaria e na asa posterior, que perderia altura máxima. À partida, os carros iriam ter um aumento de apoio aerodinâmico na ordem dos 25 por cento, perdendo em média três segundos por volta. Caso isso passe, os carros seriam, em termos de design, relativamente parecidos com os carros até 2008 (na foto, Fernando Alonso no GP do Brasil de 2006), mas essa proposta tem detratores: Mercedes, Red Bull e Toro Rosso estão contra.

Contudo, caso não haja uma proposta alternativa até ao dia 30 de abril, do qual as equipas se ponham de acordo, esta pode ser a adotada pela FIA. Veremos até lá. Uma coisa é certa: houve pouco consenso nas propostas vindas do Grupo de Estratégia, indicando que não há um rumo definido entre as equipas de Formula 1.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Uma proposta revolucionária de qualificação

Enquanto que as equipas testavam os seus carros em Barcelona, a cerca de 1600 quilómetros dali, em Genebra, os chefes de equipa se reuniam para falar sobre o futuro da Formula 1, e entre as suas propostas, chegaram a acordo para um novo sistema de qualificação com o objetivo de a tornar atraente. Como? Eliminando-os um a um, em períodos de um minuto e meio, até que fiquem dois em pista, para tentar ver qual deles é que será o "poleman".

A medida foi aprovada pelas equipas e vai ser submetida à FIA para aprovação na próxima reunião do Conselho Mundial, que está marcado para o próximo dia 4 de março.

O formato radical faz com que a primeira parte da qualificação seja feita em 16 minutos, com os tempos a serem marcados nos primeiros oito, e a cada minuto e meio, o pior tempo será eliminado, levando os 15 melhores para a Q2. O mesmo procedimento aconteceria ali, levando os dez melhores para a Q3, e ali, o tempo seria reduzido para cinco minutos, onde a partir dali, o mecanismo dos 90 segundos entraria em ação, fazendo cair um por um até ficarem dois pilotos, que disputariam a pole-position no minuto e meio que duraria até que acabasse a sessão de qualificação.

A proposta seria interessante e eliminaria muitos dos "tempos mortos" da qualificação, mas não seria nada de novo: em 2003 e 2004, os pilotos enfrentavam uma qualificação onde entrariam por ordem decrescente e tinham uma chance de conseguir marcar tempo, onde não poderiam falhar de forma alguma. Era emocionante, sem dúvida, mas foi eliminado em 2005 por outro novo sistema de qualificação. 

McLaren: Alonso feliz pelo novo carro

Fernando Alonso andou toda esta terça-feira no McLaren MP4-31 e gostou do que experimentou em Barcelona. E comentou os rumores surgidos hoje no jornal "The Times" afirmando que haveria "uma tendência perigosa para ser criativo com as noticias", mantendo que continuaria na Formula 1 "no ano que vêm".

"Estou muito surpreendido com estes boatos. Mas sempre houve muitos boatos. Quando estamos tanto tempo fora da pista, há uma tendência perigosa para ser criativo com as notícias. Mas agora que estamos em pista espero que os boatos acabem" comentou o piloto, numa conferência de imprensa que deu no final do dia em Barcelona.

Em relação ao carro deste ano, Alonso sente-se aliviado por saber que deu mais de cem voltas, três vezes mais do que fez em toda a temporada anterior, e orgulhoso pelo trabalho feito este ano. 

"A nossa principal prioridade este inverno é garantir que analisamos esses problemas e que encontramos soluções. Acho que fizemos isso, pelo menos na fiabilidade, e estou orgulhoso da equipa pelo trabalho que toda a gente teve com o carro. Gostei do dia de hoje, mas ainda há performance que temos que encontrar e a maior do trabalho que fizemos foi para estudar a aerodinâmica e a fiabilidade, como temperaturas da água e dos travões. São coisas que não atraem muito um piloto, porque qualquer pessoa pode fazer estas voltas. Estou à espera de poder mexer na afinação, trabalhar com os pneus macios e andar com níveis diferentes de combustível", afirmou.

Quanto aos objetivos para este ano, Alonso diz que não quer adivinhar, dada a concorrência da Mercedes e da Ferrari: "Vencer não vai ser fácil, mas estou muito orgulhoso do que a equipa conseguiu nos últimos meses. Podemos atingir o título de termos o melhor carro e o melhor chassis quando chegarmos às corridas europeias, por isso estamos muito motivados. Mas não é uma solução mágica nem uma bola de cristal, quero estar competitivo e lutar por um lugar importante, mas não sei como vai ser", concluiu.

Fernando Alonso regressará ao McLaren na quinta-feira, já que Jenson Button voltará ao MP4-31 nesta quarta-feira.

As imagens do dia


Pascal Wehrlein e Rio Haryanto, pilotos da Manor Racing em 2016. O que tem eles em comum? Anotem o detalhe dos seus fatos de competição. Parece que a equipa anda a querer atrair os classicistas...

IndyCar: Alexander Rossi vai correr na Andretti

Poucos dias depois de saber que não iria correr pela Manor em 2016, Alexander Rossi não perdeu tempo e foi à procura de lugar para correr esta temporada. E encontrou logo na IndyCar, indo correr no quarto carro da Andretti Autosport, que estava vago até agora. 

"Estou muito ansioso para fazer minha estréia na IndyCar Series nesta temporada e estou orgulhoso para fazê-lo uma equipa com um pedigree tão grande como é a Andretti Autosport", começou por dizer o piloto de 24 anos, no comunicado oficial. "Como piloto, não posso esperar para começar, o nosso objetivo é ser competitivo logo na primeira corrida da temporada, em St. Petersburg", continuou.

Para Rossi, que foi vice-campeão da GP2 em 2015 com três vitórias e piloto da Manor por cinco provas no mesmo ano, poderá ser um sério candidato a ser o "Rookie do Ano", ao lado de Conor Daly e do britânico Max Chilton. Agora, só falta um lugar para preencher, na Dale Coyne. O italiano Lucca Filippi é um dos favoritos ao lugar.

Rumor do Dia: Alonso na porta de saída?

O mundo acordou esta terça-feira com a noticia vinda no jornal britânico "The Times" de que Fernando Alonso pondera o abandono imediato da Formula 1, caso o McLaren MP4-31 não o convencer nos testes de Barcelona. Apesar de jurar a pés juntos que irá cumprir o seu (generoso) contrato, o piloto das Astúrias também diz que deseja ter um carro competitivo para poder lutar pelos primeiros lugares, algo que nunca conseguiu em 2015.

Apesar das mudanças que ocorreram dentro da Honda - que foram referidas no post anterior - Alonso não parece muito convencido com o carro e parece não ter cabeça para a Formula 1, especialmente depois do veto da Honda em 2015 em que ele fizesse as 24 Horas de Le Mans a bordo do Porsche que eventualmente acabou por ganhar a corrida. Contudo, o piloto espanhol quer dar mais uma chance, e pelo que se tem visto nos testes de hoje, tem feito mais de cem voltas no circuito de Barcelona sem problemas de maior, apesar dos tempos serem comparados com o Manor de Pascal Wehrlein...

Entretanto, o jornal as.com tentou arrancar um comentário ao rumor a Alonso ou à sua entourage, mas dali só se ouviu um desmentido categórico à noticia. Luis Garcia Abad, seu manager, não dá qualquer credibilidade ao rumor, embora haja a noticia de que Alonso falará à imprensa no final deste dia. Veremos... 

As cabeças que foram cortadas na Honda

No código de honra dos samurais, algo que cause vergonha a ele e ao seu senhor do qual está a servir é uma ofensa grave do qual a pena seria de sacrifício. Sacrificar-se num ritual conhecido como "seppuku", onde a pessoa em questão pegaria num pequeno punhal e num gesto rápido, espetaria no seu próprio abdómen, causando a sua própria morte. Dependendo do local onde espetaria esse punhal, demoraria algumas horas - por vezes, dias - a sucumbir aos seus ferimentos auto-infligidos. 

Hoje em dia, no Japão, esse "harakiri" é bem mais raro, mas na Honda, não é preciso que os seus engenheiros façam isso para se responsabilizarem pelos fracassos da marca neste seu regresso à Formula 1 com a McLaren, que resultou no fracasso que todsos nós conhecemos. Nono lugar no campeonato de construtores, zero vitórias, zero pódios - um quinto lugar na Hungria foi o melhor resultado - e um dos piores desempenhos de sempre da equipa de Woking. 

Espera-se que em 2016, as coisas melhorem, mas não vai ser com Hideo Sato e Yashuisa Arai (na foto) ao leme. Eles já foram despedidos, e o anuncio oficial acontecerá neste momento em Tóquio, pela voz de Takahiro Hachigo, o presidente da Honda. Pelo menos é o que conta esta segunda-feira o Luis Vasconcelos, na Autosport portuguesa. Não é harakiri, mas mais uma execução samurai da II Guerra Mundial, onde o soldado cortava a cabeça do inimigo num único golpe.  

Mas há nuances: no caso de Sato, o afastamento vai coincidir com a sua reforma, pois ele faz agora 65 anos, e ele chefiou o departamento de desportos motorizados da marca japonesa desde 2001, ou seja, quando a Honda também estava na Formula 1, fornecendo motores à Jordan e à BAR, antes de avançar com a sua própria equipa em 2006, com o desastre que conhecemos. Já Arai tem mais a ver com as pressões da McLaren para que o tirasse dali, e apesar do seu relacionamento pessoal com Hachigo, ele vai ser colocado numa "prateleira dourada".

Segundo o que se conta na matéria, o seu sucessor vai ser um engenheiro apoiado pela "velha guarda", ou seja, os que desenharam e construiram os motores V10 e V12 vencedores no inicio da década de 90 nas mãos de Ayrton Senna. E essa pessoa irá aparecer em resultado de uma disputa interna, pois foi ele que resolveu - por sua própria conta, à revelia de Arai e com a ajuda da tal velha guarda - redesenhar o motor V6 turbo de forma a ser potente e a resolver os graves problemas que tinha consigo ao longo do ano passado. Disse-se ao longo de 2015 que o grande problema foi o desenho do MGU-K, que aparentemente era demasiado estreito e ineficaz, comparado com o Mercedes, por exemplo.

O nome dessa pessoa será provavelmente dito durante a tal conferência de imprensa que vai acontecer dentro de algumas horas, em Tóquio. Resta saber se esse projeto vai ser capaz de salvar a face dos japoneses e recuperar a credibilidade de ambas as marcas. E o grande rumor é que o motor é forte, mas há receios sobre a sua fiabilidade. 

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Dailymotion Motoring Show (III): Os Carros do Povo, de James May


James May's Cars of the People - Season 2... por Sky-Lyne
Neste terceiro (e último episódio) deste programa sobre os carros do povo, James May decidiu olhar para o futuro e mais além. De como velhas ideias se tornaram novas, de como certas coisas surgiram cedo demais e como outra que parecem boas, não avançam mais rapidamente porque há certas coisas que ainda são escassas.

No inicio do século XX, a electricidade prometia sobre o vapor e a gasolina, mas Henry Ford construiu em 1908 o modelo T, propulsionado por um motor a pistão, que permitia ter um depósito de gasolina suficientemente pequeno e que percorresse grandes distâncias, numa America que não tinha uma rede de electricidade como temos hoje. E todos os outros meios de propulsão ficaram esquecidos nos museus e livros de história do automóvel até que num distante mês de outubro de 1973, uma guerra no Médio Oriente colocou o mundo inteiro refém de um grupo de países, numa determinada região do mundo. 

E o mundo ocidental - e a industria automobilistica em particular - jurou que nunca mais iria ficar dependente de um grupo de pessoas. Mas até começarmos a chegar a uma era tão interessante como aquela que se viveu no inicio do século XX, tiveram de passar quase 40 anos, e algumas experiências que não correram muito bem. Uma delas envolveu... o fabricante de computadores, Clive Sinclair.

E é esse o último episódio dos Carros do Povo, de James May. E como das outras vezes, tirem uma hora da vossa vida para verem mais este episódio.

A foto do dia

A Toro Rosso só vai apresentar o seu carro ao mundo no próximo dia 29 de fevereiro, mas esta segunda-feira, o STR11 andou a rodar no circuito de Barcelona com Carlos Sainz Jr ao volante, para se todos os sistemas estão a postos para a nova temporada na Formula 1, agora que voltaram a ter motores Ferrari no seu monoposto.

E pelo que se vê, o carro não passa de uma evolução do chassis do ano passado...

O susto da Haas

O primeiro dia de testes da Haas teve o seu quê de atribulado. apesar de um tempo simpático para a equipa nesta segunda-feira (oitavo melhor tempo para Grosjean, com apenas 13 voltas), a manhã foi marcada por um susto por parte da equipa americana, quando a asa de frente soltou-se em plena reta, obrigando à paragem da sessão de testes coletivos. Para Romain Grosjean, tudo não passou de um susto, podendo regressar às boxes pelo seu próprio pé.

Acho que talvez eles tenham uma primeira pista [para saber o que se passou], mas ainda estão a investigar para garantir que tal não aconteça de novo. Vimos isso acontecer com outra equipa há alguns anos, mas isso não é necessariamente muito mau”, começou por dizer o piloto francês durante a pausa para o almoço.

Isso pode atrasar um pouco o dia, mas espero que nós possamos estar na pista esta tarde e acumular quilometragem para o carro, o que é importante”, continuou.

Em relação ao carro em si, Grosjean afirmou quem apesar do susto, tem boas impressões do VF-16, o carro da marca para esta primeira temporada na Formula 1:

"É muito bom. Tivemos de adiar um pouco o inicio do teste, só então fomos à pista e pudemos completar algumas voltas. Tivemos esse pequeno problema na asa dianteira antes da pausa para o almoço e tenho certeza de que isso logo vai ser resolvido, então é bom. A impressão no carro é boa, então é muito importante para os caras ver o que o piloto está pensando”, comentou.

O carro está a portar-se bem, tenho uma boa impressão, então isso é importante. Precisamos trabalhar muito para chegar lá, mas por agora estou satisfeito com o que fizemos nesta manhã”, concluiu.

Apresentações 2016 (VII): o Manor MRT05

A Manor chega a 2016 com muitas expectativas no ar, depois de se saber que terá motores Mercedes nesta temporada. Com uma dupla de pilotos totalmente nova, constituída pelo alemão Pascal Wehrlein e o indonésio Rio Haryanto, o Manor MRT05 apresenta-se, segundo os seus responsáveis, com confiança, afirmando que é o bólido "mais desenvolvido, ambicioso e agressivo" da equipa.

Com uma combinação de cores que faz lembrar o Spirit de 1983, que na altura tinha o motor Turbo, o carro ainda se encontra "despido" de patrocínios, excepto a asa traseira, onde se pode ver o logótipo da gasolineira indonésia Petramina, que ajudou a colocar Haryanto na Formula 1.

Na apresentação do carro, as explicações foram dadas essencialmente pelo seu diretor técnico, John McQuillan, que elogiou os esforços dos funcionários da equipa na concepção e desenvolvimento do carro, que ele afirma ser o melhor da equipa na sua história.

"Ainda que seja muito cedo, nós podemos dizer facilmente que este é o melhor carro que já lançamos. Certamente, é o mais desenvolvido, o mais ambicioso e o mais agressivo. O pacote global é um passo muito significativo em frente, não apenas em relação ao ano passado, mas em relação a todos os outros carros. Então, sim, nós ainda temos um longo caminho a percorrer partindo daqui em termos de desenvolvimento do MRT05, mas já é um pacote dos sonhos no qual os 154 funcionários da Manor trabalharam no duro para desenhá-lo e construí-lo. Numa equipa pequena como a nossa, cada um fez a sua parte", começou por afirmar.

"Bem, para começar, é tudo novo. Como deve ser, claro, mas nós tivemos de fazer o ano passado [com o carro de 2014] e não é para isso que nós estamos aqui. O nosso modo de vida é de construir carros e é ótimo voltar a fazer o que amamos. Também é muito bom fazer isso quando nós temos as ferramentas certas para o trabalho. Então é algo muito especial", continuou. 

"Melhor ainda, o MRT05 é um competidor. Nós acreditamos muito nele. A equipe de design focou quase exclusivamente nele desde a segunda metade da temporada passada, e é algo completamente diferente dos seus antecessores. Não fica devendo performance em nenhum sentido e posso dizer agora que não há uma nova peça do novo carro que não tenhamos projetado de forma diferente", concluiu o engenheiro.

Dave Ryan, o novo diretor desportivo da equipa, afirmou que o novo carro - que teve ajuda da Williams em termos tecnológicos, como a caixa de velocidades e o sistema KERS - afirmou que espera coisas boas da nova dupla de pilotos:

Pascal e Rio são grandes reforços para nossa equipe. Eles são jovens e têm muita vontade, mas, crucialmente, são pilotos experientes, com muito talento e um grande potencial. Nós estamos muito orgulhosos por eles estrearem na Formula 1 pela Manor”, comentou o engenheiro, com passagem pela McLaren.

Sobre o que esperar da equipa, Ryan é claro. “Respeito e competitividade. Cada membro desta equipa está ansioso pela primeira corrida em Melbourne, dentro de algumas semanas. Sabemos que temos de melhorar em cada área e que não podemos de forma alguma subestimar nossos oponentes, mas nós montamos um grande grupo de pessoas, temos uma fantástica parceria técnica com a Williams e com a Mercedes, e agora cabe a nós corresponder”, complementou.

Pascal Wehrlein vai guiar o novo chassis no primeiro dia dos testes no circuito espanhol, para depois passar ao seu novo companheiro de equipa no dia seguinte. 

Apresentações 2016 (VI): o Force India VJM09

A primeira sessão de testes do ano, em Barcelona, serviu para mostrar ao mundo o novo chassis da force India para 2016, o VJM09, que será guiado pela terceira temporada consecutiva pelo alemão Nico Hulkenberg e pelo mexicano Sergio Perez. O carro é uma evolução do chassis do ano passado, tendo até o estranho nariz que foi usado a partir da segunda metade do ano, e que permitiu à equipa ascender até ao quinto lugar do campeonato de Construtores, culminando com um pódio para Sergio Perez, em Sochi.

Contudo, apesar dos sorrisos, os pilotos titulares não deixaram de se queixar do facto de no primeiro dia de testes, quem iria conduzir o carro seria outro mexicano, Alfonso Celis Jr, que tem o papel de piloto de testes. "Não é o ideal", resumiu Nico Hulkenberg.

"Há muitas verificações e outras coisas, então ainda há tempo para isso. Quer dizer, não é o fim do mundo. Foi uma decisão da equipa e temos de aceitar", continuou o piloto alemão.

Já Sergio Perez alinhou no mesmo diapasão do que o seu companheiro de equipa: "É totalmente compreensível do ponto de vista da equipa", começou por dizer em declarações ao site norte-americano 'Motorsport'. "Isso ajuda a ter sempre alguns benefícios financeiros."

"Também é importante a gente dar a ele algum tempo, especialmente porque ele também vai pilotar nos primeiros treinos livres, então ele também tem de ter alguma experiência com o carro. Mas claro que, como piloto, você sempre quer o máximo de tempo possível no carro, mas, às vezes, isso não é possível", concluiu.

Já em relação ao carro em si, os responsáveis técnicos confirmam que o VJM09 é uma evolução do carro do ano anterior, pois eles têm a consciência de que as regras mudarão muito na próxima temporada. Mas têm esperanças de se aproximarem da concorrência de Williams e Red Bull nesta temporada, como diz Andy Green, o seu diretor técnico:

"Você pode dizer que a especificação V do ano passado formou a base para que construíssemos o carro de 2016. Estávamos numa situação em que o nosso desempenho em pista era muito bom e a informação que recebíamos era bem parecido ao que esperávamos, então sabíamos que precisávamos continuar para a desenvolver uma plataforma sólida. Como as regulamentações provavelmente vão mudar em 2017, não parecia eficiente usar nossos recursos para começar do zero um projeto que pode ter uma vida tão curta", disse.

Otmar Sznafauer, o diretor de operações da marca, afirmou que haverá atualizações ao longo da temporada: "O programa do túnel de vento em Colônia está amadurecer, e os ganhos que conseguimos durante este inverno nos encorajaram. As primeiras atualizações deverão estar no carro a tempo para a primeira corrida, em Melbourne. Também pensamos em dar outro passo de gigante antes do começo da temporada europeia", contou.

Celis Jr. vai andar no carro nos dois primeiros dias, enquanto que Perez e Hulkenberg andarão um dia cada um em Barcelona.

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Dailymotion Motoring Show (II): Os Carros do Povo, de James May


James May's Cars of The People Episode 5 por keulimos
No segundo episódio da segunda série de "Os Carros do Povo", apresentado por James May, vai-se falar de algo importante no nossos dia-a-dia: tração. Grande parte dos nossos automóveis tem uma tração a duas rodas, deixando as quatro rodas - ou tração total - a veículos totalmente especificos como os... todo-o-terreno.

E vamos a ver que como um conceito como o Jeep - que surgiu da necessidade de ter um carro para todos os terrenos possíveis na II Guerra Mundial - chegou a coisas absolutamente implausíveis como supercarros como o Lamborghini Aventador, passando pelos ralis como o Audo Quattro e o Subaru Impreza WRX. E como hoje em dia, uma coisa como o Land Rover, surgido em 1948, também se tornou em algo tão luxuoso e tão desejável como um supercarro.

Eis o segundo episódio do programa. E façam a mesma coisa que fizeram ontem - se é que viram: agarrem nas pipocas e passem uma hora a aprender mais sobre automóveis. Garanto-vos que o final deste episódio é surpreendente. 

CNR: Miguel Campos vai a Fafe de Skoda R5

A pouco mais de duas semanas do inicio do campeonato nacional de ralis, Miguel Campos confirmou este final de semana que irá participar no rali Serras de Fafe a bordo de um Skoda Fabia R5 que pertence à equipa espanhola da Arvidal Racing. O piloto vai fazer o seu regresso aos ralis nacionais, um ano e meio depois de ter feito o rali da Madeira a bordo de um Peugeot 208 Ti16.

Apesar de ainda estar a arranjar orçamento para conseguir andar toda a temporada do campeonato nacional de ralis, Miguel Campos está feliz por ter um carro que é capaz de lutar pela vitória.

É com enorme satisfação que estou de regresso aos ralis. Esta é a minha modalidade de eleição e sei que tenho condições para entrar em prova e lutar pelo triunfo do primeiro ao último troço. Desta vez, conto com um carro de última geração mesmo no que aos R5 diz respeito e apesar de ainda não o ter pilotado, tenho a certeza que estarão reunidas as condições para me bater pelo primeiro lugar. Estou muito contente por voltar ao campeonato que este ano tem muitos pilotos e carros com valor”, afirmou o piloto.

Miguel Campos contou que vai voltar a ter como navegador o lendário Carlos Magalhães. Este, por sua vez, mostrou o seu contentamento pelo fato de voltar a competir no campeonato nacional de ralis. 

Estou feliz por regressar aos ralis e com o Miguel Campos. No passado fomos sempre uma equipa muito forte. Também estou ansioso por experimentar o Skoda Fabia. Não tenho dúvidas do seu potencial, principalmente porque será assistido por uma estrutura que conheço bem e que tenho as óptimas relações”, afirmou.

A imagem do dia

No meio das apresentações deste domingo, a Sauber decidiu ser um pouco diferente, apresentando os seus novos patrocinadores na asa traseira do modelo de 2015, pois o carro de 2016 só será apresentado no inicio de março. O facto de estarem todos concentrados naquela zona do carro pouco ou nada quer dizer, pois este pode ser apenas uns autocolantes só para dizer algo como "estamos vivos, não se esqueçam de nós". Nada nos garante que é esta a decoração do carro em 2016.

Por um lado, é bom saber que a equipa não está parada na busca de mais dinheiro para completar o orçamento, esperando fazer um carro melhor e mais competitivo, agora que as equipas do fundo do pelotão estão dispostas a esforçar-se mais para os apanhar, pois a equipa de Hinwill foi a oitava na classificação dos construtores, na frente da McLaren!

Vamos a ver o que Felipe Nasr e Marcus Ericsson terão nesta temporada.

Apresentações 2016 (V): O Haas F1 VF-16

Após alguma expectativa, a Haas F1 Team apresentou este domingo o seu chassis para a temporada de 2016, a primeira da sua história, o VF-16. Trinta anos anos depois da presença da Team Haas (nada a ver com esta equipa), os americanos tem de volta uma equipa na Formula 1. Com motores Ferrari e chassis feitos na Dallara, e com o francês Romain Grosjean e o mexicano Esteban Gutierrez como pilotos, as expectativas do mais recente membro deste "Piraña Club" são as de fazer uma boa temporada de estreia por estas bandas.

Quanto ao código que batiza o chassis, Gene Haas dá uma explicação bem simples: o "VF" siginifica "very first one", o primeiro de todos. E foi esse o nome que deu à sua primeira máquina CNC, em 1988, quando o batizou de VF-1.

Quanto ao tempo que demoraram para preparar o carro, Gene Haas afirmou que acabaram por ficar com... tempo a mais. "Nós provavelmente tivemos três meses a mais do que o realmente necessário", começou por dizer à Autosport britânica. "Mas o que esse tempo nos forneceu na altura de colocar a nossa casa em ordem foram coisas como os detalhes técnicos - que levam quase um ano para ter tudo isso. Esse tempo deu-nos um benefício que você normalmente não recebe", continuou.

Haas continuou a falar sobre as diferenças entre a sua equopa e outros projetos recentes na Formula 1, em que em muitos casos acabaram por abandonar a competição após alguns anos, como a HRT, em 2012, ou a Caterham, dois anos depois. "Para muitas pessoas, quando estes vão para a Fórmula 1, eles compram uma equipa que já tem toda a  sua infra-estrutura no seu lugar. Nós não tínhamos nada disso. Nós tivemos que começar tudo do zero e eu acho que isso é o que matou muitas das outras equipas principiantes.

"Muitos deles tiveram apenas seis meses para entrarem no Fórmula 1, que, mesmo agora, quando eu olho para isso, é um absurdo. Olhando para trás, eu realmente não acho que estariamos prontos se tivéssemos tentado entrar na temporada passada", concluiu.

O carro já fez o seu "shakedown" em Barcelona, e amanhã entrará em pista para os primeiros testes do ano, no sentido de se ver como se comporta em relação ao resto do pelotão.

McLaren: Dennis, Honda e os pilotos falam sobre o novo carro

Horas depois da sua apresentação na Net, os responsáveis da McLaren falaram sobre o novo MP4-31 e aquilo que eles aspiram em relação a esta temporada. Com a pior temporada desde 1980 para trás, todos osa responsáveis da marca, bem como como a sua parceira, a Honda, estão expectantes para ver se o carro consegue alcançar as expectativas que todos têm e recolocar a equipa nos lugares da frente.

O seu diretor, Ron Dennis reiterou, após a apresentação do novo chassis, que a equipa está apostada do seu propósito de vencer, apesar de começar por adotar uma toada cautelosa sobre o carro e as suas capacidades: “[Queremos] desenvolver a equipa em direção a uma ambição comum: vencer”, começa por afirmar, dizendo logo depois que não irão fazer “qualquer tipo de previsões sobre quando é que essas vitórias irão chegar”.

 “Posso apenas dizer que todos os membros da nossa equipa foram incansáveis e trabalharam com uma enorme dedicação ao longo dos últimos meses. O resultado é que a trajetória de desenvolvimento do MP4-31 foi acelerada ao longo do inverno, e como consequência estou muito orgulhoso de todos”, continuou.

Acreditem em mim. O apoio de um construtor de automóveis multinacional é a única plataforma em que se pode atingir verdadeiro sucesso na Fórmula 1 moderna. Na McLaren Honda fizemos um compromisso de trabalharmos juntos e de vencermos juntos, e essa determinação foi ainda mais cimentada face aos desafios que tivemos de encarar em 2015”, concluiu.

Do lado dos pilotos, Fernando Alonso e Jenson Button dizem que o carro teve uma grande evolução em relação ao chassis do ano passado, afirmando que é bem desenhado e espera que o motor corresponda a aquilo que o chassis aparenta ser.

O conjunto aerodinâmico mostra que houve uma atenção fantástica no detalhe. Todo o monolugar está muito bem desenhado do ponto de vista aerodinâmico e estou 100% pronto para o desafio que temos pela frente,” afirmou o piloto espanhol.

Quanto a Button, o campeão de 2009, ele alinha na mesma ótica que o seu companheiro de equipa: “Apesar dos altos e baixos que vivemos no ano passado, houve melhorias constantes ao longo de toda a época e isso dá-nos confiança para o design que estamos agora a adotar. Não vou fazer previsões otimistas, já que a Fórmula 1 é muito imprevisível para isso mas, pelo que vi até agora, a aerodinâmica do monolugar tem um aspecto fantástico e tenho muita vontade de começar a testar as inovações quando estiver amanhã ao volante do MP4-31”, declarou.

Do lado da Honda, o seu porta-voz, Yasuhisa Arai, explicou as mudanças que tiveram de fazer na sua unidade motriz após o desastroso ano de 2015. "[Fizemos] mudanças no compressor e noutros componentes do hardware do motor, aprofundando o conceito geral estreado o ano passado. O nosso foco será testar o equilíbrio do carro com o novo chassis e a nova unidade motriz, em particular a direção do ERS, ao longo dos oito dias de testes de inverno”, começou por comentar.

Não saberemos exatamente onde estamos até concluirmos os dois testes, mas estamos ansiosos por voltar à pista, recolher informação e direcioná-la novamente para os nossos engenheiros de forma a preparamos Melbourne e o resto da temporada. É bom estar de volta”, concluiu.

O carro começará a rolar amanhã em Barcelona, com Fernando Alonso ao volante.

Apresentações 2016 (IV): O Mercedes W07

A Mercedes andou a apresentar ao longo destes últimos dois dias o seu novo monolugar W07. Primeiro, um dia de filmagens em Silverstone, depois um desenho animado, e hoje, as fotos da praxe do carro campeão do mundo, que vai ter de novo Nico Rosberg e Lewis Hamilton ao volante.

Os pilotos e a equipa técnica mostrarão o carro para toda a gente nos testes de Barcelona, que vão começar amanhã no circuito catalão, mas pelos vistos, o chassis não tem aparentemente grandes novidades. Contudo, Paddy Lowe revelou que os segredos estão dentro do chassis, mais referentes à suspensão do carro, que afirmou terem sido os pontos mais fracos do carro.

Depois de um 2015 recheado de sucesso, olhámos para as falhas dentro da nossa organização e naquilo que podíamos melhorar. O nosso objetivo é atingir a excelência em todas as áreas. Este é o tipo de cultura que temos na nossa organização. Houve muitas corridas em que as coisas não correram bem. Singapura, por exemplo. Estamos à procura da otimização em todo o lado”, disse o diretor técnico da marca.

Apesar da estabilidade dos regulamentos fazer com que não haja alterações ditas "dramaticas", Lowe afirma que este ano estão a trabalhar em novos conceitos nas áreas onde estiveram mais vulneráveis. “Embora o carro possa parecer muito semelhante ao de anos anteriores, debaixo dele há um conjunto de pequenas grandes melhorias, de pequenas revoluções que o tornam numa clara evolução para a nova temporada”, concluiu.

Apresentações 2016 (III): O McLaren MP4-31





Surgiram esta noite em modo online fotos do que poderá ser o novo McLaren MP4-31, dois dias antes da data oficial. A ser verdade, este é um carro essencialmente cinzento-escuro, com alguns tons de vermelho, com um bico a cair num ângulo de aproximadamente 45 graus, sem curvas, para um nariz com um ligeiro apêndice aerodinâmico.

De uma certa forma, a grande diferença está no bico do carro, que deixa de ser arredondado, e a traseira é um pouco mais delgada. Resta saber como é dentro do chassis, para saber se os problemas que o motor Honda tinha vindo a ser aterrorizado ao logo da temporada passada foram definitivamente resolvidos. Pelos que se contam, é provável que... não. Mais potente, mas parece que continua pouco fiável.

Veremos. Eis as imagens do carro para podermos observar.