Parece que o ano de 2017 irá ter uma mudança radical na Formula 1. E não falo só de protecção no cockpit e outras coisas. Anda-se a falar em Genebra de um conjunto de normas na aerodinâmica dos carros, dos pneus e até do sistema de qualificação, com o objetivo de modificar fortemente o espectáculo da Formula 1 e conseguir equilíbrio entre o pelotão. Estes novos regulamentos, discutidos entre o Grupo de Estratégia, tem de passar ainda pelo crivo do Conselho Mundial da FIA, que se vai reunir no próximo dia 4 para aprovar - ou não - estes regulamentos.
Comecemos pela proteção do cockpit, algo do qual tem apoiantes e detractores. Depois dos acidentes mortais de Jules Bianchi e Justin Wilson (este na IndyCar), em 2014 e 2015, o Grupo de Estratégia chegou a um consenso em relação a essa parte. Em principio, será um sistema que a Mercedes já apresentou, e que o batizou de "Halo", onde eles têm um parabrisas reforçado, mas sem um teto, e que seja relativamente fácil de sair por parte do piloto, em caso de acidente.
Para alem disso, vai ser dado um prémio para o "O Piloto do Dia", para celebrar quem foi o melhor no dia da corrida - e não tem de ser o vencedor, diga-se - através de uma votação online feita pelos internautas.
Contudo, há outras medidas que estão a ser discutidas dentro do Grupo de Estratégia, e que não vão ser apresentadas no inicio de março, pois não foram aprovas por unanimidade. Uma delas é um sistema de "lastro" onde o piloto ou a equipa que esteja na frente tenha uma penalização que iria até quatro segundos, quanto mais à frente do campeonato estiver. Um sistema que tem poucos adeptos e é altamente improvável que seja aprovada.
Outra proposta do qual há divisões é sobre o limite do depósito de combustível. Os carros têm neste momento um limite de 100 litros de depósito, algo que McLaren e Red Bull desejam abolir, mas tem a Mercedes contra. Contudo, fala-se que pode haver um compromisso que faça com que a capacidade dos depósitos aumente para 110 litros.
Uma terceira proposta - batizada de "proposta McLaren" - fala sobre a agresividade dos chassis a partir de 2017. Desejam mais "downforce", carros mais largos e pesados, pneus mais largos, maior largura na carroçaria e na asa posterior, que perderia altura máxima. À partida, os carros iriam ter um aumento de apoio aerodinâmico na ordem dos 25 por cento, perdendo em média três segundos por volta. Caso isso passe, os carros seriam, em termos de design, relativamente parecidos com os carros até 2008 (na foto, Fernando Alonso no GP do Brasil de 2006), mas essa proposta tem detratores: Mercedes, Red Bull e Toro Rosso estão contra.
Contudo, caso não haja uma proposta alternativa até ao dia 30 de abril, do qual as equipas se ponham de acordo, esta pode ser a adotada pela FIA. Veremos até lá. Uma coisa é certa: houve pouco consenso nas propostas vindas do Grupo de Estratégia, indicando que não há um rumo definido entre as equipas de Formula 1.
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