sábado, 12 de fevereiro de 2011

As credenciais de Nick Heidfeld

Devido as circunstâncias sobejamente sabidas por todos nós, os testes de Jerez ganharam uma importância enorme na Renault, pois inesperadamente, tem de escolher quem é o melhor substituto para o acidentado Robert Kubica. Nick Heidfeld tem mais uma oportunidade para testar um carro de Formula 1 e saber se tem a rapidez suficiente para que a marca francesa o possa apostar nele. E aparentemente, bastou-lhe uma meia tarde para demonstrar todas as suas potencialidades para Eric Boullier e o resto da equipa Renault.

Apesar de termos alguma cautela a analisar os resultados desta tarde de testes, pois não se sabe como é que o carro foi apresentado e calibrado, Heidfeld impressionou quem tinha dúvidas, ao marcar o melhor tempo do dia: 1.20,631 segundos, menos 132 centésimos que Fernando Alonso. A veterania de Heidfeld, com quase 34 anos de idade, e a sua capacidade de desenvolver o carro poderão ser decisivos para a escolha que a equipa fará num futuro próximo.

"Hoje pudemos dar ao Nick algum tempo de pista e levámos a cabo uma séria avaliação. As nossas conclusões iniciais são muito positivas: ele trabalhou bem com a equipa, deu boa resposta e melhorou o nosso carro ao longo do dia", afirmou Eric Boullier.

Quanto ao piloto, explicou que desde o momento que se sentou no volante do Renault, tentou encontrar meios para desenvolver o R31: "Começámos desde logo a tentar melhorar o carro, encontrar direções a seguir e descobrir os pontos fracos e os mais fortes. Obviamente que estou a tentar dar o meu melhor hoje para que possa pilotar no futuro, mas também estou a usar este teste como um ensaio normal para melhorar o carro", começou por explicar aos jornalistas presentes em Jerez. "O carro já estava muito diferente em comparação com esta manhã, estando mais adaptado ao meu estilo de pilotagem. Ainda não é o ideal mas é já uma boa base", acrescentou.

Amanhã, é a vez de Bruno Senna tomar os comandos do Lotus Renault R31.

WRC 2011: Rali da Suécia (Dia 2)

Impressionante. É a palavra que tenho para conseguir descrever este Rali da Suécia. Depois de no primeiro dia um "ator secundário" dominar as classificativas brancas da neve nórdica, hoje a batalha alargou-se para cinco candidatos ao triunfo no primeiro rali do ano: Mikko Hirvonen, Mads Ostberg, Petter Solberg, Jari-Matti Latvala e Sebastien Ogier, todos separados por... 14,8 segundos.

A razão para isto? as grandes recuperações dos pilotos da Citroen, Petter Solberg e Sebastien Ogier, e o pião de Mikko Hirvonen na 13ª especial. Que azar, hein? "Torna tudo mais excitante agora, certo?", dizia Hirvonen com humor no final dessa etapa. Agora, o piloto da Ford sabe que a sua tarefa amanhã, a abrir os troços á concorrência será dificil para manter a vantagem, ainda para mais que tem apenas 7,5 segundos de vantagem sobre Ostberg. "Se amanhã os pisos estiverem assim e se eu for o primeiro na estrada não terei a mínima hipótese. Se for o primeiro na estrada, o máximo que posso fazer é atacar a fundo", concluiu.

Atrás dele tem Mads Ostberg, que está a demonstrar uma enorme consistência neste segundo dia. Não cometeu erros e conseguiu aproveitar os da concorrência para manter-se como candidato á vitória final, que seria a sua primeira do Mundial WRC. Mas tem de olhar também para trás porque tem Solberg, Latvala e Ogier a quererem também o primeiro lugar.

O segundo finlandês da Ford oficial apostou na tática para não ter de abrir a estrada, pois sabia que iria ter alguma desvantagem sobre a comcorrência. Contudo, ao abrandar o seu ritmo nos metros finais da última especial do dia, de forma a procurar uma melhor posição de saída para amanhã, não terá ficado satisfeito quando soube depois que tinha caído para trás de Solberg. "Não sabia qual era a melhor solução, nem qual será a melhor posição na estrada amanhã. Espero conseguir vencer este rali mas não será fácil", afirmou Latvala aos microfones da World Rally Radio.

Igualmente impressionante foi a recuperação de Sébastien Ogier, que passou da simples luta pelo sexto lugar (antes do abandono de Henning Solberg) à batalha pelo comando. "Foi um dia quase perfeito, o carro estava muito bem e estou confiante com o carro", afirmou Ogier, acrescentando que o dia de "amanhã será renhido".

Se Ogier era um homem feliz com a recuperação feita, já Löeb era o contrário. o heptacampeão do mundo voltou a ser acometido por mais um furo e viu a sua recuperação uma vez mais interrompida. No entanto, pertence a Loeb o maior numero de triunfos em especiais no dia de hoje: quatro. O sexto lugar da geral é seu e conta neste momento com larga vantagem sobre Kimi Raikkonen.

O ex-piloto da Ferrari está a mostrar estar cada vez mais adaptado aos ralis, e está a conseguir tempos entre os primeiros. Por exemplo, na última especial do dia conseguiu o quarto melhor tempo, e conseguiu ultrapassar Per-Gunnar Andersson, que se viu sem a direção assistida do seu carro. Patrik Sandell e Matthew Wilson fecham o "top ten".

O Rali da Suécia termina amanhã.

Continental Circus, Anno V

Pois é: este blog completa hoje o seu quarto ano de existência. Pensei inicialmente que escrever este post seria um exercício de redundância, dado que como sabem, dois dias antes esta casa alcançara a marca das noventas mil visitas. Contudo, aquilo que escrevi na quinta-feira e as vossas reações levaram-me a escrever de novo, neste dia em particular, neste mesmo local.

Primeiro que tudo, acho que cheguei a uma espécie de momento critico. Desejo dar um passo em frente na sua existência, ou seja, passar do simples blog sem fins lucrativos para um sitio que dê lucro. Não o dei até agora porque tive uma experiência anterior que não resultou porque foi feito de forma amadora, e desde então eu decidi que, se algum dia der esse passo, pediria uma ajuda profissional para ver se lucrava algo neste "pet project" que é o meu. Acho que já mereço isso, porque ao contrátio do que acontece no Brasil, em Portugal as coisas em termos automobilisticos não são tão dinâmicos. E por muito idealismo que exista, sou acima de tudo um pragmático e acho que começo a mercer lucrar algum. Para pagar as contas e algo mais, transformar isto em algo profissional.

Todos os anos, quando este sitio alcança um marco qualquer, acho que ela deveria establecer outros alvos, para não se estagnar e morrer. Preciso disso para mostrar a mim próprio que este é um projeto viável. Em suma: o Continental Circus tem de sair da sua base amadora, começar a ser pragmático para manter a independência.

Só que... sozinho, não consigo. Posso ser bom em muitas coisas, mas sou o primeiro a reconhecer os meus limites. Gostaria, num futuro mais ou menos distante, fazer algo que só existe lá fora e que já discuti com mais alguns blogueiros da nossa praça: fazer como os britãnicos. Fazer por exemplo, uma e-revista, paga por assinatura, e no qual se poderia ler nas novas tecnologias que agora brotam em força, como os tablets e os e-books. Sozinho ou acompanhado, não interessa. Um projeto destes em português, pode ser viável a médio/longo prazo, se forem tomados os devidos passos.

Uma coisa é certa: tenho vontade de de fazer algo, de fazer sair da Idade do Gelo que vivo, em termos imediatos. Mas preciso de ajuda. Alguém se oferece? O meu endereço de correio anda por aí...

De resto, quero dizer mais uma vez isto: agradecer pela vossa companhia. Reconheço que lentamente este blog está a ganhar leitores a cada dia que passa. Tenho cada vez mais aderentes à minha conta no Twitter, tenho cada vez mais visitantes e vi que na semana passada, por causa do acidente do Kubica, passei dos mil visitantes unicos. Não deveria importar com isso, mas não posso deixar de ficar indiferente com o que aconteceu. Enfim, o que importa é que fiquei contente por saber que só por aquilo que escrevo, sou mais um do qual vocês elegem nos vossos favoritos. Só posso dizer "obrigado" e trabalhar todos os dias, com gosto.

WRC 2011 - Rali da Suécia (após PEC 11)

E os receios foram confirmados: Mikko Hirvonen chegou-se à frente do rali, mas a luta não terminou, porque Mads Ostberg continua mesmo atrás dele. Aliás, os dois pilotos estão separados por uns meros... 0,3 segundos. Isto significa que conseguiu menorizar o que pode o fato de abrir as estradas esta manhã.

"Ontem pensava que hoje iria perder mais tempo a limpar a estrada tendo em conta aquilo a que todos assistimos ontem, mas a verdade é que as condições dos troços são bem diferentes hoje. De qualquer forma estou bastante confiante mesmo sabendo que irei perder tempo para o Mikko", explicou o jovem norueguês aos microfones da World Rally Radio.

Por outro lado, Hirvonen reconhece que desalojá-lo do primeiro lugar não foi uma tarefa fácil e que ainda não está terminado: "Ele está a pilotar bastante bem e de certeza que não vai desistir", referiu o finlandês após a sua prestação na 11ª especial, agora na liderança da prova. Declarações "políticamente corretas", pois ninguém acredita que, em caso de necessidade, Ostberg se manteria na frente de Hirvonen.

O rali já viu um baixa nesta manhã, com o capotamento de Henning Solberg, irmão de Petter Solberg, que viu o seu carro ficar suficientemente danificado para não continuar em prova. Quanto ao seu irmão da Citroen, este está no terceiro lugar, a meio minuto dos lideres e poderia estar mais próximo, caso não tivesse penalizado em dez segundos por ter chegado tarde a um controlo. E isso faz com que tivesse o segundo Ford oficial de Jari-Matti Latvala mesmo atrás de si, porque a diferença entre ambos é agora de treze segundos.

Os Citroen oficiais de Sebastien Ogier e Sebastien Löeb estão no quinto e sexto postos, muito longe dos lugares da frente e mais preocupados em minorar os danos. E para piorar as coisas, o heptacampeão do mundo teve novo furo esta manhã, o que fez atrasar mais um pouco. Inquirido se já estava a pensar em voltar para casa, o piloto da Alsácia respondeu com humor, afirmando que "não era má ideia". Mais a sério, Löeb afirmou: "Não percebo o porquê destes furos. Ontem pensei que tivéssemos sido muito agressivos com a pressão dos pneus mas hoje não sei".

Atrás deles, o sueco Per-Gunnar Andersson é sétimo, em recuperação depois do acidente da manhã de ontem, e está à frente de Patrik Sandell, o melhor nos S2000, e do Citroen de Kimi Raikonnen, que agora é nono na geral.

The End: Tom Carnegie (1919-2011)



Quem conhece a história das 500 Milhas de Indianápolis, sabe quem é Tom Carnegie: era a pessoa que narrava as sessões de qualificação da corrida, que é um espetáculo á parte da corrida em si. Sabendo que cada piloto tem quatro voltas para dar o seu melhor para conseguir um dos 33 lugares na grelha no "Brickyard" do estado do Indiana, ver esse senhor a narrar a aventura do piloto, por si, já valia a pena o preço do bilhete.

Carnegie fez isso durante sessenta anos, de 1946 a 2006, e as suas frases ficavam no ouvido, principalmente quando um piloto batia o recorde de pista. "...race fans, you are not going to believe this....iiiit's a nnnnnnewwwwww traaaaack record!" (é um novo recorde de pista!) As pessoas diziam que estava ali há tanto tempo que por brincadeira, ele tinha entrevistado o Ray Harroun, o primeiro vencedor das 500 Milhas...

Pois bem, tudo tem um fim. Tom Carnegie morreu hoje aos 91 anos, precisamente no ano em que as 500 Milhas comemoram o seu centenário. E para conhecer melhor a pessoa, coloco aqui um video oficial sobre a personagem, feita pela Indianápolis Motor Speedway em 2009.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

WRC 2011: Rali da Suécia (dia 1)

A parte da tarde da primeira etapa do rali da Suécia demonstrou a continuação do dominio do jovem norueguês Mads Ostberg, que surpreendentemente conseguiu dominar toda a concorrência e ter um avanço quase irrecuperável sobre grande parte do pelotão. A surpresa de Ostberg diminui um pouco o fato de neste primeiro dia os Ford Fiesta dominarem o rali sueco, ocupando quatro dos cinco primeiros lugares, e todos à frente do primeiro Citroen oficial, o de Sebastien Ogier.

Depois de na manhã Ostberg ter conseguido uma vantagem que chegou a ser de quase um minuto, à tarde, os Ford oficias atacaram forte, tentando diminuir a desvantagem para o norueguês, que o conseguiram na sétima classificativa, a última da tarde, quando Ostberg teve problemas com as luzes suplementares, que se soltaram depois de ter passado por um buraco.

"Estou muito contente com estas posições, mas no início desta especial havia um grande buraco e não o consegui evitar. Os faróis ficaram virados para baixo e não conseguia ver nada. Era incrível, tentava acelerar e puxar mas não conseguia ver nada. Na verdade, tenho de estar satisfeito por estar aqui", começou por dizer Ostberg aos microfones da World Rally Radio.

Inquirido se esta prestação era uma surpresa, o norueguês foi assertivo: "Se me dissessem antes, eu não acreditaria que estaria na liderança no final do primeiro dia. Mas sei que amanhã será difícil, perdi algum tempo agora e amanhã vou abrir a estrada. Vai ser difícil. Para amanhã a tática é atacar ao máximo", acrescentou.

Tem razões para falar assim. Afinal, Mikko Hirvonen, no seu Ford oficial, está apenas a 14, segundos de Ostberg e vai partir atrás dele, o que significa que amanhã terá vantagem, pois vai ser Ostberg a abrir a estrada. Mesmo Petter Solberg, terceiro a 57,4 segundos do seu compatriota, poderá ser um elemento perigoso para o piloto da Stobart... isto se conseguir livrar de Jari-Matti Latvala, o quarto classificado. O segundo finlandês da Ford oficial tem 12,6 segundos de diferença sobre Petter Solberg e não desperdiçará qualquer chance para alcançar.

O irmão de Petter Solberg, Henning, é o quinto classificado, à frente de Sebastien Ogier, o melhor dos Citroen oficiais. Depois de um péssimo começo, Ogier deu um ar da sua graça ao ganhar a sexta especial do dia. Quanto ao campeão do mundo, Sebastien Löeb, tev e uma tarde para esquecer quando teve um furo, que o fez baixar para o nono posto da geral, não muito longe do sétimo, o Skoda Fabia S2000 de Patrik Sandell, e do oitavo, Eyvind Bernildsen, que está entre eles.

Para finalizar, Kimi Raikonnen. O piloto finlandês está a ser consistente neste primeiro dia do rali, andando pelos lugares pontuáveis, mas um furo na parte final o fez cair para o 11º da geral, não muito longe do décimo, a árabe Khaled al Qassimi. O Rali da Suécia vai prosseguir amanhã.

Extra-Campeonato: a saída do "faraó" Mubarak

Bom, agora é oficial. Demorou dezoito dias e provavelmente algumas centenas de mortos, muito por culpa da teimosia do presidente. Mesmo ontem quando disse que iria transferir poderes ao vice-presidente, a multidão não estava contente. Eu entendo: oprimidos durante trinta anos, queriam tudo. A cabeça do faraó em troca de paz. Esta tarde, circulavam noticias de Hosni Mubarak estava fora do Cairo, para Sharm el Sheik, mas que não indicava que tinha abandonado o poder. Ele largou as coisas, aos poucos, de forma irritantemente lenta, demasiado lenta para um povo que grita a plenos pulmões que quer ser livre.

Esta tarde, há pouco mais de uma hora, o vice presidente Suleiman disse na televisão as palavras que todos queriam ouvir: "Em nome de Deus, o misericordioso, cidadãos, durante as difíceis circunstâncias que o Egipto atravessa, o Presidente Hosni Mubarak decidiu deixar o cargo de Presidente e encarregou o Conselho Supremo das Forças Armadas de administrar o país. Que Deus ajude toda a gente", afirmou.

Algumas pessoas dizem que povo venceu o faraó, e com razão. Desfiaram primeiro a policia de choque, depois o recolher obrigatório. Depois as contra-manifestações violentas de esbirros pagos pelo regime e policias disfarçados, apenas com o objetivo de causar o caos. Foi sempre pacifico e resistente, e sempre com uma ideia em mente: fazer sair Hosni Mubarak. Foram dezoito dias onde foram testados ate ao limite. E conseguiram, dou os parabéns para isso.

Mas se quisermos usar a metáfora futebolistica, acabou agora a primeira parte do jogo. A segunda parte começa agora, quando os militares e o agora presidente Suleiman falarem com a oposição organizada, desde a Irmandade Muçulmana até aos intelectuais como Mohammed el Baradei, Amr Moussa e outros, e elaborarem um calendário de transição que permita as tais eleições livres e justas que querem e desejam. Que aquele povo, que saiu à rua aos milhões como se fosse o Maio de 68 nas margens do Nilo, que muitos temiam uma viragem para o pior, viva livre e procure a felicidade, tal como muitos procuram na América, Europa e Ásia. E depois da Tunisia, precisamente quatro semanas depois da fuga de Ben Ali, outro ditador cai. Resta saber onde este dominó irá parar, e se terá um final feliz.

Youtube GP2 Asia Series: A forte batida de Abu Dhabi



Esta manhã ocorreu a primeira corrida da GP2 Asia Séries, no circuito de Yas Marina, em Abu Dhabi. A prova foi ganha por Jules Bianchi, no seu Lotus ART, superando o franco-suiço Romain Grosjean, e não teve história a não ser no momento da partida. Aí, o carro do espanhol Dani Clos ficou parado na grelha e toda a gente tentou evitar bater forte no carro do espanhol. Todos... menos o brasileiro Luiz Razia, que bateu de lado, forte e feio. Quase capotou e ainda tocou nos rails de proteção. Ainda houve mais um piloto envolvido no incidente, o norueguês Pal Varhaug, mas nenhum deles sofreu ferimentos.

O susto foi grande, e o Safety Car entrou para que os comissários pudessem limpar os destroços. Vejam no video até que ponto a batida foi feia.

Alessandro Nannini e o acidente que lhe fez mudar a sua carreira

"O acidente de Robert Kubica me fez recuar vinte anos no tempo, pois lembrou o caso de outro piloto cuja carreira automobilística teve de ser interrompida de um dia para o outro devido a um acidente fora do seu habitat natural, mas muito semelhante ao do piloto polaco. Falo de Alessandro Nannini, e em Outubro de 1990, um acidente de helicóptero interrompia ingloriamente a sua carreira na Formula 1, mas não o automobilismo." (...)

É assim que começa o artigo de hoje no sitio Pódium GP sobre outro dos pilotos a quem um acidente extra-competição lhe mudou a vida. Alessando Nannini tinha 31 anos por alturas do seu acidente e até estava numa sólida posição na equipa onde corria, a Benetton. Veloz, agressivo quanto baste, era um piloto respeitado. Contudo, a 13 de Outubro de 1990, uma pacata tarde de Domingo, quando ia passear de helicóptero com os seus amigos, este se descontrolou quando aterrava à porta de casa dos seus pais. Ele foi o ferido mais grave, quando uma das pás do rotor lhe cortou o braço, logo após o cotovelo.

A operação durou muito tempo, e nunca recuperou totalmente as suas funções, mas isso não o impediu de correr no automobilismo, e continuou a ter bons resultados ao longo dos anos 90, nomeadamente no DTM. Hoje em dia é um bem sucedido homem de negócios e dono de uma cadeia de cafés com o seu nome. E todos os dias bebo um café dele.

A primeira entrevista de Robert Kubica após o acidente

Robert Kubica vai ser submetido durante o dia de hoje a uma cirurgia para consertar as outras fraturas, nomeadamente o seu braço e perna direitas, seis dias depois dos médicos lhe terem salvo a sua mão direita, que era a parte do corpo em pior estado e que correu risco de amputação. Contudo, antes de ser operado, Kubica deu uma entrevista da sua cama de hospital ao jornal desportivo Gazzetta dello Sport onde explica que se lembra pouco do acidente e tem esperança de regressar a um cockpit ainda este ano.

"Quero voltar à pista mais forte que sempre, pois depois de episódios como estes você não é mais como antes, você melhora. Isso já aconteceu em 2007, após o acidente no Canadá. Fiquei uma corrida de fora e estava melhor quando voltei. Um piloto não é apenas acelerador e volante, é mais que isso. Existe uma diferença entre quem pilota a 80 e a 95 por cento: são nesses 15 por cento de extras que você encontra as habilidades e motivações", começou por dizer, antes de falar dos acidentes que já teve no passado, em 2003 e 2007.

"Desde 2007 que sou mais forte mentalmente como piloto. E será o mesmo novamente neste ano, quando voltar à boa forma. Devo retornar neste ano. Me lembro bem quando, sete anos antes, estava no carro com um amigo a guiar e fomos atingidos por outro carro, com o condutor alcoolizado. Acabamos contra uma barreira antes de caírmos dentro de um barranco", afirmou.

Em relação ao seu estado e ao acidente propriamente dito, afirma: "Os dedos funcionam, posso sentir eles e o braço também. Mas vou para a cirurgia e só saberei depois. Lamento muito pelo que aconteceu. Não deveria ter acontecido. Nem sei o que houve, não me lembro de nada do acidente. Só sei depois que estava no hospital e tudo foi explicado pelo meu empresário, Daniele Morelli."

Quanto lhe foi perguntado se estava arrependido de fazer o rali fatidico, ele afirmou que não, e justificou: "Se tivesse ficado em casa, ficaria arrependido. Fiz e, agora, estou nesta cama. Mas ralis não são apenas paixão. São treinos para a Formula 1. Piloto melhor por causa dos ralis, que ajudam na minha concentração, especialmente com o final dos testes. A performance na Formula 1 vem de uma série de detalhes, e o rali ajuda-me a trabalhar em certos aspectos. É importante numa temporada com vinte corridas", finalizou.

WRC 2011: Rali da Suécia (após PEC 4)

O primeiro dia do Rali da Suécia está a demonstrar que, com os novos regulamentos e no estado em que estão as estradas suecas, duas coisas: os nórdicos mandam, e os Ford estão a levar a melhor sobre os Citroen. Após o sueco Per Gunnar Andersson ter ganho a primeira especial do dia, na quinta-feira à noite, após as primeiras quatro classificativas, o lider é outro nórdico, mas norueguês: o jovem Mads Ostberg.

Sob neve a cair, o que dificulta as coisas, Ostberg, que corre na "secundária" Stobart, já tem uma vantagem de 25 segundos sobre os Ford oficiais de Mikko Hirvonen e Jati-Matti Latvala. Ostberg também benenficiou do acidente de Andersson, que capotou e perdeu tempo precioso, e tudo indica que o jovem piloto de 24 anos ainda poderá ganhar maior vantagem até ao final do dia.

Atrás de Ostberg e Hirvonen, vem o melhor dos Citroen, o de Petter Solberg. Mas o outro norueguês está a 45,6 segundos do lider e parece estar relativamente isolado na classificação, há que Jari-Matti Latvala tem um atraso de 1 minuto e 19 segundos. Quanto aos Citroen oficiais, após quatro classificativas, o atraso é surpreendente: Sebastien Ogier é oitavo, a 1 minuto e 35 segundos, enquanto que Sebastien Löeb é nono e tem 1 minutos e 46 segundos de atraso sobre o lider. E ambos foram superados por outro norueguês, Eyvind Brynildsen, que corre aos comandos de... um Skoda Fabia S2000.

Quanto a Kimi Raikonnen, está a ter tempos constantes e é agora o 11º da geral, muito à frente de Ken Block, que é o 17º. O rali prossegue durante a tarde.

Sobre "Big John" Surtees

Hoje em dia curte a reforma, depois de uma longa e recheada vida. Aparece em eventos como Goodwood, correndo muitas vezes com o Ferrari no qual foi campeão, e deve ser para mim o melhor exemplo de piloto versátil que conheço: andou em duas e quatro rodas, correu na Ilha de Man e nas 24 Horas de Le Mans, lidou com pessoas como o Conde Augusta e Enzo Ferrari, pilotos como John Watson, Mike Hailwood, José Carlos Pace e Vittorio Brambilla.

John Surtees. Hoje em dia, quem vai aos livros de história sabe que este é o unico campeão das duas e quatro rodas. A sua vida merece não uma mas várias biografias. Guiou e construiu o seu próprio carro, guiou os carros e motos dos outros, as marcas que passaram pelas suas mãos são tantas que precisamos de cábulas para as ditar: Norton, MV Augusta, Lotus, Lola, Honda, Ferrari, BRM... até fazer a sua própria.

Tinha um feitio dificil. Aturou homens como Dragoni, mas sempre o respeitaram. Foi idolatrado em Itália, e quem dá títulos à Scuderia, tem de ser idolatrado. Nunca venceu em Le Mans porque a Ferrari não deixou, ou as máquinas o deixaram mal. Mas em compensação, ganhou a Man TT por três vezes consecutivas, as 12 Horas de Sebring e domou por duas vezes o Nordschleife. Quando ganhou o título em quatro rodas, em 1964, foi levado em ombros pelos locais, que o celebravam como campeão do mundo, como merecia.

Não sei se hoje em dia as gerações mais novas como a nossa sabem que ele foi. Quero acreditar que sim, que lêm os seus feitos da sua carreira longa e variada. Um dia, há dois anos, começamos a ouvir falar de outro Surtees. Era o seu filho Henry. Henry Surtees. Aparentava ser um promissor piloto, aconselhado pelo seu pai, que voltara aos "paddocks" para o seguir de perto. Demonstrou-se na Formula 2, uma competição que em 2009 regressava depois de um hiato de 25 anos. Tristemente, num dia de Julho, em Brands Hatch, onde o seu pai tem uma canto em sua honra, um pneu interrompeu bruscamente os seus sonhos e aspirações. Um dia antes, tinha subido ao pódio pela unica vez na sua carreira.

Apesar de tudo, marcou uma era. Feliz Aniversário, Big John!

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Novecentas mil visitas e algumas coisas mais

Esta noite, tomei conhecimento de que o meu blog chegou a mais uma marca na história: 900 mil visitas. Definitivamente, é um marco muito importante, pois acontece a escassos dois dias deste espaço comemorar o seu quarto aniversário. E é provavelmente o mais recente feito desta semana agitada para mim e para o automobilismo.

Como vocês sabem, no Domingo tivemos o acidente de Robert Kubica. Foram dois dias a correr para fazer várias coisas. Atualizações no blog e no sitio no qual eu colaboro agora, o Pódium GP, e isso implicou fazer algumas coisas em cima da hora. Com as apresentações dos carros, cheguei a só ter tempo para respirar. Foi ótimo, e o blogue beneficiou com isto: passou de mil e cem "pageviews" diários para cerca de 1800 durante dois a três dias. Agora os numeros parecem ter voltado um pouco ao normal, mas vi que devo ter ganho mais alguns seguidores. É um lado bom nesta situação.

Contudo - e isto pode ser entendido como uma antecipação do que irei escrever no aniversário do blog - aquilo que ando a ganhar é só prestigio e respeito. Mais nada. Em quatro anos de existência deste blog, ganhei convites para colaborar noutros sitios, mas para ser honesto, não ganhei um tostão que seja a escrever sobre automobilismo. Sei que grande parte de vocês não ganhou algo ou tenta ganhar, mas francamente, gostaria.

Digo-vos porquê: estou numa situação de "freelance", digamos assim. É precária e não se ganha dinheiro. A vida não está fácil, vivemos numa crise enorme do qual parece não vermos o seu final. Sente-se, pelo menos por aqui em Portugal, que estamos no fundo do vale e não vemos maneira de como sair do poço. Em termos de projetos, sejam na área jornalistica ou empresarial, parece que vivemos numa espécie de "Idade do Gelo", porque nada aparece, e é grave. O desemprego é muito e na minha geração, é ainda maior. Pessoalmente, gosto do que faço, mas adoraria ainda mais se fosse pago para isso. Que aparecesse um trabalho na área ou então um financiador para que pudesse arrancar o meu próprio projeto. Alguém que, mostrando o meu plano, estivesse disposto a investir em algo que valesse a pena. Ou então, terceira solução, me desse uma oferta de emprego num país estrangeiro. Enfim, algo que dissesse que vale a pena arriscar.

Escrever por escrever, faço desde há muito. Aqui ou noutros lados, sem me queixar, sem reclamar. Houve uma exceção, há ano e meio, quando me envolvi num projeto local. No papel soava lindamente - e ainda soa. Mas na prática, o projeto começou pelo telhado, não tinha um plano definido, era demasiado improvisado para o meu gosto e ao fim de três meses, terminou com salários em atraso para toda a gente, incluindo eu. Essa pessoa deve-me cerca de dois mil euros, que me poderiam ter sido incrivelmente úteis nestes tempos dificeis.

Em suma, o cansaço e a tensão acumula-se. A sensação neste país é que as pessoas começam a cansar-se do sistema, dos politicos. Agora a canção do momento é uma em que tem como refão "Que parva eu sou" onde "para ser escravo é preciso estudar". De fato, em 1994, a minha geração foi chamada de "rasca", porque fomos à rua e chegamos a mostrar o rabo aos politicos, por não nos ligarem nenhuma. Desasseis anos mais tarde, os miudos de dezoito anos tem agora 35 e foram para a universidade, estudando... os cursos errados.

As consequências estão aí: se não estão desempregados, estão precários, a ganharem pouco, saltitando de lugar para lugar, sujeitos a péssimos patrões, que nos tratam mal ou não nos pagam, sem proteção social, a viver na casa dos pais, sem poderem ter a oportunidade de se emanciparem, de casar, ter filhos. E quando nos queixamos, a resposta que ouvimos por vezes é "para crescer". Confesso que isso me revolta. A sensação que tenho é essa geração mais velha não nos ouve, ou não nos quer ouvir. Se calhar nos irá ouvir quando emigrarmos todos para fora, ou então quando virem que aparecerão cada vez mais filhos ou então fazemos como fazem agora no Egito...

Perdoem o meu desabafo. Apenas o faço porque sinto a caldeira a estourar, e acho que todos vocês têm os vossos dias de cão. Tenho alguns, mas o meu grande defeito é que guardo-os para mim.

Uma das razões que fiz este blog, para além do meu amor ao automobilismo, foi tamém uma oportunidade de praticar a minha vontade de escrever. Senti ao longo deste tempo que paulatinamente conquistei o meu espaço e sou reconhecido pela minha qualidade. E ainda por cima, o meu prestigio é internacional, graças à atenção e carinho que recebo no Brasil. É otimo e espero que continue assim.

Desde há uns tempos que decidi que me iria dedicar à escrita, escrever livros. Tento todos os dias, para além de escrever aqui ou no Pódium GP (um projeto que gosto de ver crescer a cada dia que passa) escrever algumas páginas de ficção. Nem sempre alcanço isso, mas faço questão de ter isso em mente. Para além disso, já publiquei faz agora um ano, um livro sobre o blog. Foi uma experiência interessante para saber como é que as coisas funcionam. Agora sei que da próxima vez que me aventurar numa coisa destas, irei pedir ajuda profissional...

Em suma este desbafo, ou pedido de ajuda, se perferirem, é uma forma de libertar os meus fantasmas e expressar os meus desejos. Tem alturas em que adoraria fazer o meu próprio projeto, com mais algumas pessoas, no sentido de fazer o meu próprio jornal ou revista. Não no automobilismo, mas no desporto em geral, usando este admirável mundo novo que é a Internet. Mas com alguns elementos tradicionais, como um jornal, bem estruturado e financiado, com pés e cabeça, pequeno mas honrado, equilibrado e eficaz. Seria local, porque graças a experiência anterior, o potencial existe. Mas há um defeito: não consigo fazer isto sozinho, e sem ajuda e numa era como esta, continuará a ser um sonho.

Mais uma vez, desculpem o desabafo. Aquilo que quero desejar agora ao blog é uma longa vida. Vontade para escrever sobre o automobilismo haverá sempre, e a barreira de um milhão é agora uma questão de... dois a três meses. Não é uma ficção, é uma realidade cada vez mais próxima, graças a vocês.

Longa vida ao automobilismo! E amanhã será outro dia.

A polémica Ferrari/Ford sobre o nome de batismo do seu chassis

Enquanto vemos os testes, queremos saber novidades sobre Robert Kubica e saber como é que a Williams irá espalhar parte do seu capital na Bolsa, surgiu nas últimas horas um pequeno desaguisado entre Ferrari e Ford. A razão? O nome do carro de 2011, que por coincidência, é o mesmo de um dos "pickup" mais vendidos de sempre da marca.

Depois de se saber o nome de batismo do bólido, o primeiro dos carros de 2011 a ser apresentado, as pessoas chamaram à atenção sobre essa coincidência e eu, como muitos outros, ficaram com a sensação de que isto não iria acabar ali. E é verdade: a Ford lançou ontem um comunicado ameaçando processar a marca italiana caso mantivesse o nome indicado. A Ferrari reagiu, dizendo que aquele nome não era mais do que um código interno, e que o código serve para homenagear a Itália, que este ano comemora os 150 anos da sua unificação.

"Este ano decidimos batizar o nosso carro num evento de particular significado - os 150 anos da Unificação Italiana" começa por dizer a marca de Maranello, no seu comunicado.

"A Ferrari acredita que, sendo participante no próximo campeonato do mundo de Formula 1, nunca teve intenção de ser confundida com outro tipo de veículos comerciais nem quis dar a impressão de que deva haver uma ligação para outro veículo de estrada. Sendo assim, não entendemos a tomada de posição da Ford nesta matéria. Contudo, numa acção de boa fé e para evitar futuros mal-entendidos, a versão abreviada do nosso chassis vai ser rebatizada na sua versão completa, a 'Ferrari F150th Italia.'", concluiu.

É bom saber que a marca italiana quer evitar quaisquer mal entendidos de raiz, que poderiam ser altamente prejudiciais para a reputação (e carteira) da marca de Maranello, mas a novo nome do carro, dito em inglês, traduz-se em algo como "F1 50 avos Itália". Ui, tenho a sensação de que isto pode ser a pior emenda do que o soneto... mas isto sou eu a dizer.

A situação de Robert Kubica e o apoio das equipas

Amanhã, Robert Kubica será de novo operado para tratar das outras fraturas que sofreu no seu acidente de Domingo, nomeadamente na perna, no úmero e cotovelo. Entretanto, o piloto polaco já saiu dos Ciudados Intensivos do hospital onde está instalado, e os médicos começam a ficar otimistas com o seu estado de saúde, nomeadamente nos seus ferimentos na mão direita parcialmente decepada no acidente.

Entretanto, as equipas de Formula 1 retomaram os seus testes em Jerez de la Frontera e não ficaram indiferentes ao sucedido a Robert Kubica. Todas elas, a começar pela Renault, equipa do piloto, meteram a seguinte frase: "Szybklego powrotu do zdrowia Robert". Uma rápida recuperação, Robert.

Entretanto, enquanto lia a blogosfera em redor, dei por mim a ver o blog da Julianne Cerasoli, o Faster F1, em que falava sobre a importância do treino mental. E houve uma declaração do médico Ricardo Cecarelli que me chamou a atenção. Eles tem um teste mental, em que testam a capacidade de destreza aos pilotos. Um desses exercícios consiste em acertar uma palavra colorida em cem vezes num minuto, incluindo quando as palavras trocam de lugar ou de cor. E nesse exercício, o melhor foi... Kubica, que estabeleceu um recorde com 300 tentativas sem errar.

Cecarelli afirmou depois: "Isso indica não apenas uma imensa concentração, como também um cérebro muito veloz para processar informação. É possível treinar o piloto, por meio de exercícios como esses, a usar menos energia para ter essa mesma velocidade de raciocínio, por meio da repetição." Acho que depois desta declaração, temos de pensar em todo o tipo de recuperações. Na minha otica, não ficaria admirado se ele estiver dentro de um carro de Formula 1 em Setembro...

5ª Coluna: Sobre a aventura da Williams na Bolsa

No meio do turbilhão de noticias sobre o acidente e agora a recuperação de Robert Kubica, houve certos eventos que ficaram secundarizados, e que teriam tido o seu devido destaque caso os eventos de Domingo não tivessem acontecido. Sendo assim, a minha 5ª Coluna desta semana vai ser dedicada a um assunto completamente diferente: a entrada da Williams em bolsa.

A equipa é uma das mais antigas do pelotão, pelo menos a funcionar continuamente. Frank Williams é uma personagem que está na Formula 1 desde 1968 e é daquela raça de pessoas que são raras. Mesmo depois do seu acidente que lhe atirou para uma cadeira de rodas, em 1986, continuou a gerir a sua equipa, levando-o a vários títulos mundiais. Contudo, nos últimos anos a sua senda vitoriosa desvaneceu-se. A sua última vitória data de 2004 e em 2010, tirando a sortuda pole-position de Nico Hulkenberg, Frank Williams nada tem para mostrar. E no final desse ano, a maioria dos seus patrocinadores saiu de cena, tendo de recorrer aos bolivares venezuelanos de Pastor Maldonado para pôr a equipa a funcionar.

A equipa sempre foi a associação frutuosa de dois homens: Frank Williams e Patrick Head. Conheceram-se em 1976 e mais sólida que grande parte dos casamentos hoje em dia. Contudo, desde 2009 que parte da equipa é detida pelo ex-piloto austriaco Christian "Toto" Wolff. A percentagem é pequena, mas importante. Mas apesar da entrada de capital novo, a equipa resolveu colocar parte desse seu capital em Bolsa. A razão? Muito provavelmente, mais dinheiro.

Uma das razões tem a ver com os fracos resultados que Adam Parr, o diretor comercial da equipa, conseguiu. Apesar das parcerias bem sucedidas com o governo do Qatar, que eventualmente poderão dar numa aliança com a Porsche (detido em parte pelo fundo soberano desse país), Parr tentou o mesmo com o governo de Angola, mas não conseguiu. Pelo que li na Autosport portuguesa, a ideia era que a troco de 25 milhões de dólares construissem um centro tecnológico e um autódromo no pais, e em troca, colocariam Ricardo Teixeira no volante. Contudo, parece que a Team Lotus foi mais rápida e em breve os patrocinios angolanos - fala-se Sonangol - adornarão os carros verdes e amarelos de Tony Fernandes.

Agora, vamos à tal pergunta: qual seria a parte a vender? Muito provavelmente, a de Patrick Head. Ele fará 65 anos este ano e quererá vender a sua parte para viver uma reforma sem sobressaltos. Sendo a sua parte a rondar mais de vinte por cento, é muito provavel que seja essa a parte colocada em bolsa, com mais umas pinceladas da parte de Sir Frank e Herr Christian. E não é uma qualquer: é a de Frankfurt, em vez de ser a de Londres.

Quando se viu a pintura do novo carro, muitos temeram pelo futuro da equipa, de tão vazia de patrocinios. Pode ser que os receios sejam infundados, mas uma coisa é certa: dentro em pouco, a Williams que conhecemos irá acabar. Pragmático como são. Williams e Head, ambos na casa dos sessenta anos, poderão estar simplesmente a acautelar o futuro, para que o nome viva para além das suas existências. Só dentro de umas semanas, quando eles revelarem os seus planos e os objetivos desta "flutuação", é que saberemos qual das teorias está correta.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Os paralelismos do caso Kubica

Ao longo dos dias, li e ouvi um pouco por toda a blogosfera sobre casos no passado do automobilismo de pilotos que deixaram inesperadamente as suas equipas ou por causa de acidentes em carreiras paralelas, como acontecia muito até mados dos anos 80, ou então quando inesperadamente, os pilotos, alegando razões pessoais, decidiram abandonar inesperadamente as suas equipas, obrigando os seus patrões à procura de substitutos.

Hoje, no Pódium GP, decidi falar de três casos semelhantes que ocorreram nos anos 70 e 80. Falei da excelente dupla que a BRM tinha em 1971 e que em poucos meses de desfez em acidentes fora de contexto, falo da paixão de aventura que um piloto francês tinha e que um acidente de asa delta deitou abaixo a sua melhor chance de chegar a um título mundial, e por fim o desaguisado de dois pilotos que em semanas, deixaram um patrão de equipa desesperado e a confiar um piloto que no ano anterior não tinha conseguido qualquer ponto.

Jo Siffert, Pedro Rodriguez, Patrick Depailler, Alan Jones, Carlos Reutemann e Keke Rosberg são os nomes envolvidos em cada uma dessas históirias. Para os ler, sigam este link e vão ao site.

Noticias: Bruno Senna e Nick Heidfeld testam em Jerez

Era o que se previa: a Renault anunciou neste final de tarde que o brasileiro Bruno Senna e o alemão Nick Heidfeld serão os dois pilotos que andarão no Renault R31 nos testes de Jerez, que começarão amanhã.

Vitaly vai pilotar o R31 na quinta e na sexta, como planejado originalmente. No sábado e no domingo, daremos quilometragem para Bruno Senna e também vamos avaliar Nick Heidfeld, que é um potencial substituto para Robert Kubica. A ordem exata de pilotagem no final de semana será definida na sexta à noite”, diz a Renault, num comunicado captado pelo Luiz Fernando Ramos, o Ico.

Contudo, apesar de a Renault ter dito que estes dois serão escolhidos para testar o carro no circuito andaluz, outras hipóteses, outros pilotos serão provavelmente considerados pela marca do losanglo. Desde o italiano Vitantonio Liuzzi até ao austríaco Christian Klien, todas são boas hipóteses para o lugar do acidentado Robert Kubica.

E Eric Boullier já deu a entender que a ideia de que isto será um duelo decisivo que alguns já começam a colocar, se deve ter esvaziado um pouco com as suas declarações sobre fato de querer dar chances a outros pilotos. Muito provavelmente, a chamada de Heidfeld pode servir para agitar Senna para ver se vale a pena dar uma hipótese como piloto titular, pois caso contrário, Boullier poderá jogar pelo seguro e contratar Heidfeld. E diminuir mais um pouco o prestigio de Bruno Senna.

Veremos. Uma coisa é certa: a temporada de 2011 desta equipa está seriamente comprometida.

A entrevista de Antti Kalhola ao Autosport

Ao folhear esta semana o Autosport português, fui positivamente surpreendido com uma página inteira dedicada ao Antti Kalhola. Já sabia que o seu prestigio dentro da comunidade era grande, e sabia também que tinha sido alvo de algumas entrevistas - lembro-me de uma revista belga e outra argentina - mas vê-lo nas páginas de uma publicação como o Autosport, confesso que é inédito.

Assim sendo, decidi transcrever aqui a entrevista na íntegra, para conhecerem melhor o rapaz dos vídeos épicos, num artigo escrito por Pedro Junceiro.

FENÓMENO DO YOUTUBE

Antti Kalhola é um fenómeno da Internet, graças aos seus épicos videos da F1 e ralis. Coheça um pouco mais do jovem por trás das imagens.

Originário da Finlândia, país que deu ao automobilismo mundial alguns dos seus mais prodigiosos intérpretes, Antti Kalhola tornou-se num caso sério de popularidade na Internet. Sob o username Antti, foram muitos os videos de tributo à Formula 1, ralis e velocidade ao longo dos últimos anos, unindo algumas das mais belas imagens do automobilismo a bandas sonoras condizentes, que foram vistas por centenas de milhares de utilizadores.


Para Kalhola, um jovem de 19 anos, esta é uma paixão antiga, que agora pode colocar em imagens, muitas delas que nunca chegou a ver em direto ou ao vivo. 'A minha mãe disse-me que aos dois anos, já conseguia reconhecer a maioria das marcas de automóveis e que estava sempre a apontar e dizer que carro era. Com três ou quatro anos, um amigo do meu pai deu-me uma cassete de video de rali e penso que a vi mais vezes do que desenhos animados', assim explica Kalhola o inicio da sua ligação ao automobilismo. A sua perferência pelos ralis também derivará, certamente desse fato, com o jovem finlandês a garantir que 'são a minha maior paixão. Também gosto bastante de Formula 1, mas se tivesse de escolher, então, definitivamente os ralis'.

Os videos de Kalhola depressa ganharam fama nos fóruns de automobilismo, mas os relativos à Formula 1 chamaram também a atenção da Formula One Management (FOM) que o obrigou a cancelar as suas contas no Youtube por duas vezes, já que 'a F1 e a FOM são muito restritivas quanto aos direitos de imagem. A primeira vez que a minha conta foi removida foi devido a videos de Formula 1 foi no ano passado e
[em 2010] o longo tributo a Ayrton Senna [45 minutos] resultou em mais problemas. eles tem os seus direitos legais para os remover, claro, mas a sua abordagem é algo diferente da de outras competições, que quase encorajam os adeptos a fazerem videos, como o WRC, por exemplo'.

F1 OU RALIS?

Com o lote de pilotos originários da Finlândia a abrcar nomes como Mika Hakkinen, Keke rosberg, Juha Kankkunen, Ari Vatanen, Marcus Gronholm ou Henri Toivonen, acaba por não ser fácil escolher o melhor do seu país. 'Há muitos candidatos, mas talvez o melhor seja o Juha Kankkunen, campeão de ralis por três marcas em Grupo B e A, muito suave a pilotar', afirmou, embora o seu preferido seja 'o Ari Vatanen, pelo seu estilo agressivo e atitude filosófica. Em geral, considero os pilotos de ralis superiores aos da Formula 1'.

Ainda com 19 anos, o jovem não descura uma carreira no automobilismo no futuro, pese embora reconheça as dificuldades próprias da iniciação: 'Uma carreira no automobilismo interessa-me muito. Em que cargo ou posição não sei, mas os ralis poderias ser a abordagem mais realista. Mas também não quero desperdiçar o 'talento' para os filmes. Este ano começo o serviço militar, mas depois vou tentar ingressar numa escola de cinema e ver o que a vida me reserva. Mas o automobilismo vai sempre fazer parte dela', garante.

IDOLOS INTEMPORAIS

Se a sua perferência são os ralis, é também nessa disciplina que Antti Kalhola encontra um dos seus ídolos: Colin Mcrae. Apesar de terminada prematuramente, a carreira do piloto escocês deixou uma memória de carisma que ainda hoje encanta os adeptos da modalidade e do automobilismo em geral. Além deste, o jovem de 19 anos tem no malogrado Ayrton Senna outro dos seus pilotos de eleição: 'Não consigo escolher um deles. O McRae foi o meu primeiro favorito nos ralis e no automobilismo quando comecei a seguir a modalidade com atenção, referiu. Quanto a Senna, explica que 'era muito jovem quando ele morreu, mas aprendi a respeitá-lo imenso através das centenas de videos que vi'. Foi a estes pilotos que dedicou dois dos seus melhores videos, sendo que o de Senna chegou mesmo a estar cinco semamas no topo dos mais vistos."


Pouco depois, falei com o Antti via Facebook, que me disse que a entrevista tinha sido feita há cerca de dois meses, e que desde então até agora não lhe tinham dito mais nada. Aparentemente, estavam a guardar a coisa para melhores dias... mas mesmo assim, pode-se dizer que aos poucos, o prestigio de um jovem de 19 anos solidifica-se.

A vantagem do Youtube é essa: dá liberdade de criação aos atristas, que fazem os seus videos vistos milhares de vezes pelos verdadeiros apaixonados. Os detentores das imagens só teriam a ganhar se encorajarem o aparecimento de mais artistas desses, ou então, no minimo, criarem o seu próprio canal no Youtube. A Indy Car Series e a NASCAR já o fizeram, reconhecendo o potencial deste canal de videos em atrair mais pessoas à sua modalidade. E o WRC vai a caminho...

Quando a Formula 1 e a FOM sairem do seu pedestal e começarem a acarinhar os adeptos, em vez de apaparicarem os "sheiks" e as modelos loiras, terá mais a ganhar o do que julgam.

Rumor do dia: Volkswagen no WRC em 2012

Na semana em que começa na Suécia o Mundial de ralis, o grande rumor do dia tem a ver com a possivel entrada da Volkswagen já em 2012. Um rumor com algumas semanas, é certo, mas que ganhou força com a noticia de que a marca de Wolfsburgo estaria a negociar com Petter Solberg por um lugar oficial. Algo surpreendente, dado que ele corre de forma semioficial num Citroen DS3 WRC e tem a simpatia e o apoio do seu diretor, Olivier Quesnel...

Outros dois possiveis nomes para o lugar seriam o qatari Nasser Al Attyah e o finlandês Juho Hanninen, mais lógicos, dado que correm pela marca ou as suas associadas em várias ocasiões. E quando falo de "associadas", fala-se na Skoda...

Quanto ao veículo, é o mesmo: o Scirocco, e que o espanhol Carlos Sainz poderia ser o diretor desportivo da marca. Qualquer anuncio deverá ser feito algures no primeiro semestre do ano, mas o fato de Quesnel e Malcom Wilson terem sido vistos no passado mês no paddock do Rally Dakar, é sinal de que ambas as marcas poderão estar a convencer os responsáveis da marca alemã a enriquecer o panorama do Mundial de ralis, que este ano terá a Prodrive de volta, produzindo e preparando os Mini Countryman para as classificativas um pouco por todo o mundo.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

The End: Luiz Pereira Bueno (1937-2011)

Desde que comecei este blog e encontrei ao longo do caminho imensa gente que como eu, gosta de automobilismo, notei a admiração e carinho que muita gente tinha por um "Peroba" chamado Luiz Pereira Bueno, que muitos diziam ser um dos pilotos mais talentosos do seu tempo, que o comparavam a outros nomes que, vivendo onde vivo, nunca tinha ouvido falar: Bob Sharp, Bird Clemente, Christian "Bino" Heins, Jan Balder... tudo nomes que abrilhantaram as corridas brasileiras nos anos 60 e 70, um viveiro de pilotos dos quais os mais capazes foram para a Europa e mostrar do que os brasileiros eram feitos. Os irmãos Fittipaldi, José Carlos Pace, e em menor grau, Ingo Hoffman e Alex Dias Ribeiro foram esses expoentes que deram a conhecer o Brasil ao mundo, e que teve como auge a aventura da Copersucar-Fittipaldi.

Pelo que me contam, correu no inicio dos anos 60, quando "Bino" Heins o descobriu e o pediu para correr na Willis Interlagos, a versão brasileira do Alpine francês. A equipa era tão boa que se tornou no sitio onde se formaram as carreiras de pelo menos dois pilotos: José Carlos Pace e Wilson Fittipaldi.

Outra das coisas que o "Peroba" fez foi correr um ano na Formula Ford britânica, em 1969. Não fez feio: pela equipa de Stirling Moss, conseguiu nove vitórias em dezassete corridas. Só não foi campeão nacional porque tinha chegado a meio. Depois voltou ao Brasil e teve duas oportunidades de guiar um Formula 1. Foi buscar um Surtees e participou, aos 36 anos, na edição de 1973 do Grande Prémio do Brasil. No ano anterior, quando a prova era extra-campeonato, alinhou com um March e não fez feio. Quando a corrida acabou, pediu o March 711 emprestado mais uma vez para tentar fazer algo inédito: estabelecer o recorde de volta no Anel Exterior de Interlagos. Pegou no carro, deu o seu melhor e colocou a marca, que até hoje ninguém o bateu.

Andou noutros carros, mais dentro do Brasil. Montou uma equipa, a Hollywood, e provou aquele quer era na altura o mais potente dos carros de então: o Maverick Berta. Um Ford preparado pelo argentino Orestes Berta para a Divisão 3, e no qual se tornou no melhor carro do pelotão no meio dos anos 70, na altura em que nasci. Peroba não gostava muito do carro. Era potente, mas frágil, quebrava frequentemente. Mas quando estava num dia bom, era imbatível.

Pelo que me contam, os últimos anos de "Peroba" Bueno não foram fáceis. Mas ele tinha conseguido juntar uma legião de seguidores e amigos que o ajudaram a dar um final de vida mais digno. E fizeram mais do que tudo para que o seu nome não fosse esquecido no meio, demonstrado há umas semanas com o lançamento da sua biografia. Sabia que estava doente e temia que o seu fim estaria próximo. Tenho pena de não o conhecer melhor, mas estou certo que os seus muitos amigos não o deixarão cair no esquecimento e continuarão a trabalhar no seu legado. As gerações futuras agradecem.

Noticias: Armindo confiante num resultado positivo do seu projeto

É a semana do começo do Mundial WRC de ralis, mas hoje falo de um piloto que gostaria de ver participar neste mundial em 2011: Armindo Araujo. Hoje, em conversa com a Autosport portuguesa, o bicampeão do mundo de Produção voltou a falar sobre a sua situação orçamentária para este ano, onde ainda espera pela resposta de um dos principais patrocinadores para poder planear a temporada. "Está por dias" começou por dizer à Autosport portuguesa. "Quero acreditar que a decisão irá ser positiva.", continua.

A ideia de Armindo é um projeto a três anos na categoria principal, no sentido de obter resultados convincentes num campeonato que conhece novo impulso com a entrada em cena da Mini, e do qual Armindo afirma ser uma máquina do qual está a pensar adquirir: "São as duas hipóteses existentes, e o que se vai discutir será um projeto a três anos. Não pensamos só neste ano de 2011, mas sim num projeto bem estruturado, que me dê as melhores condições a médio e longo prazo. Como é evidente, não entramos no WRC e começamos logo a vencer, há que evoluir e traçar um caminho semelhante ao que tivemos no PWRC. Caso tudo avance, terei de saber junto da MINI ou da Ford quais são as condições que me oferecem tendo em conta o que pretendemos para a nossa carreira, e aí, então, decidir. Como é lógico é agradável ler que uma pessoa como David Richards [patrão da Prodrive] gostava de nos ver a correr de MINI, mas para isso suceder há que criar as melhores condições possíveis para que isso aconteça.", referiu.

Quanto a alternativas, Armindo disse que não existe: "Como já referi anteriormente, não tenho um plano B, pois estou convicto e esperançado que o desfecho será positivo.", concluiu. Resta torcer para que as coisas corram mesmo bem ao piloto de Santo Tirso, pois pelo palmarés que tem, ele merece.

Apresentações 2011(II): o Force India VJM04

Como estava previsto, a Force India lançou esta tarde no seu sitio oficial o seu carro para a temporada 2011 da competição. O fato do lançamento estar previsto para a hora do almoço fez com que o site não aguentasse o excesso de fluxo e caisse constantemente quando amostrava as primeiras fotografias do VJM04, o carro de 2011.

Duas coisas saltam à vista neste novo carro: o bico largo e reto, seguindo a tendência dos restantes carros do pelotão, e a entrada de ar, que segue o da Mercedes W01 do ano passado e agora do Lotus T128, que surgem de lado e não por cima da cabeça do piloto. A pintura continua a ser idêntica aos anos anteriores e os pilotos já se conhecem desde a semana passada: os titulares Adrian Sutil e Paul di Resta, e o reserva Nico Hulkenberg.

As primeiras voltas do carro novo acontecerão na quinta-feira em Jerez, quando retomarem os testes da pré-temporada.

A simulação do acidente e o novo boletim médico de Robert Kubica



Dois dias depois do acidente, apareceu esta manhã no Youtube um video que simula o acidente sofrido pelo piloto Robert Kubica, demonstrando a violência e o azar (ou sorte...) que teve quando aquele guard-rail entrou pelo carro dentro. Já vi as fotos, e são simplesmente impressionantes...

Entretanto, um novo boletim médico já siua esta manhã, afirmando que o estado de saude do polaco continua a evoluir favorávelmente. Em declarações à imprensa italiana, Giorgio Barabino, Médico Chefe da UCI do Hospital de Santa Corona referiu que "tendo e conta o acidente o seu estado tem vindo a melhorar. Não surgiram infeções, e todos os parâmetros de vida estão dentro do que seria lícito esperar. Existe uma boa evolução médica. Deverá permanecer na UCI entre 48 a 72 horas mais, e nesse período iremos avaliar melhor a funcionalidade do seu braço direito. Quanto a tempo de recuperação, estamos otimistas pois o paciente está a reagir bem."

Kubica está acordado e consciente, embora ainda sinta dores. E em relação a prognósticos, o médico afirma que "é difícil fazer previsões, mas o paciente é muito forte. Será possível uma recuperação parcial em apenas alguns meses, mas se recupera as capacidades totais da sua mão e braço ao ponto de poder competir, só mais tarde será possível saber.", conclui.

Apresentações 2011: o Hispania F111

Subitamente e sem avisar, vemos a nova pintura do F111, o carro da Hispania para 2011, somente com o indiano Narain Karthikeyan confirmado como piloto. E já se vê o dedo de Daniel Simon, o desenhista contratado pela equipa, que transformou um carro cinza escuro numa carro tricolor: vermelho, branco e negro, com um padrão xadrez na traseira do carro.

Também vimos no carro desenhado por Geoff Willis e Paul White que toda aquela criatividade é serve para dizer que há imensos espaços vazios. Quando se lê "your logo here" no bico, "cool spot" na asa traseira ou "this could be you" nos flancos, é uma maneira criativa de atrair patrocinadores para a equipa. E tirando a Tata Motors, não se vê mais qualquer patrocinador.

"Estamos muito orgulhosos do carro que nossos pilotos usarão nesta temporada. Apesar de um ano difícil, conseguimos terminar a temporada no 11º posto. Agora, apresentamos a primeira versão do F111, que o primeiro passo de uma série de atualizações que faremos durante o ano", afirmou Jose Ramon Carabante, dono da equipa.

"O F111 representa um significante avanço para a Hispania. Fizemos grandes evoluções para nossa segunda temporada e o que você vê no nosso carro confirma o comprometimento da Hispania com a Formula 1", disse Colin Kolles, o diretor desportivo, que confirmou a presença da asa traseira móvel no carro.

Os possiveis substitutos de Robert Kubica

Agora que o azar aconteceu a Robert Kubica, temos de pensar obviamente em quem o chefe da Renault, Eric Boullier, irá escolher para o lugar do desafortunado piloto polaco. Ao longo do dia, li na blogosfera e discuti no Twitter todo o tipo de hipóteses, umas mais viáveis e outras mais disparatadas, claro.

A minha visão das coisas sobre isto tudo é a seguinte: tudo que esteja fora daquele enxame de pilotos não pode ser considerado na equação. Por vários fatores ao qual irei tentar explicar nas linhas seguintes.

O primeiro fator é dinheiro. Pilotos como Nico Hulkenberg, por exemplo, estão agarrados a um contrato com outra equipa como a Force India. Pedir a libertação do contrato a ele significaria que Vijay Mallya iria pedir muito dinheiro em troca dessa libertação. Como está um pouco apertado de dinheiro - pois acaba de correr com Vitantonio Liuzzi da equipa - um extra nos seus cofres para deixar sair o seu valioso terceiro piloto não deve estar no alcance de uma equipa com problemas de dinheiro como a Renault-Genii-Lotus Cars-Proton.

O segundo fator é a motivação. Ontem houve muita gente que pediu e desejou o regresso de Kimi Raikonnen à Formula 1. Os que pedem isso perderam, na minha otica, toda a noção da realidade. Kimi Raikonnen saiu da Formula 1 em 2009 sem olhar sequer alguma vez para trás. Está de pedra e cal nos ralis, e estableceu a sua própria equipa, a ICE 1 Team, que vai correr com um Citroen DS3 WRC. Gastou alguns milhões de dólares para comprar um carro, contratar engenheiros e mecânicos e estableceu um programa que vai durar uma temporada inteira. Certamente só com essa brincadeira irá gastar à volta de quatro milhões de dólares, mas como a Ferrari lhe pagou 17 milhões em 2010 para não correr na Formula 1, tem dinheiro garantido para uma segfunda vida no Mundial de Ralis.

E ainda há mais uma razão: segundo o jornalista finlandês Heikki Kulta, um dos melhores do assunto, o nome de Kimi foi veiculado pela Renault como "joguete" por parte de Gerard Lopez para forçar Vitaly Petrov para procurar mais patrocinadores russos. Nunca perceberam a reacção zangada de Kimi quando soube da hipótese de um regresso à Formula 1? Se não perceberam, então ficam a saber.

A terceira razão é velocidade. Há pilotos muito experientes no mercado. Nick Heidfeld e Pedro de la Rosa são dois excelentes pilotos, muito experientes e frescos, pois competiram em 2010. Mas tem um defeito: não são rápidos, e aquela é uma máquina que não foi feita para andar no meio do pelotão. Se Peter Sauber substituiu de la Rosa por Heidfeld, foi porque achou que ele era mais confiável. Mas ambos foram copiosamente batidos por um jovem e muito veloz Kamui Kobayashi.

Vistas as coisas, o que Boullier deveria fazer então? Na minha otica, caso não existam quaisquer clausulas escritas que digam que determinado piloto deva correr em caso de um deles fique indisponivel - apesar de ter ouvido as declarações a respeito do Bruno Senna em Valencia - ele deveria dar uma chance de testar os seus dois principais pilotos de reserva: Romain Grosjean e o Bruno. Caso o seu "feedback" em relação ao carro se aproximar o bastante aos que tinha Robert Kubica, seria o escolhido. Deveriam dar uma chance ao Bruno Senna? Sim, para mal dos pecados de muita gente. O fato de ter corrido num mau carro como o Hispania F110 não o inviabiliza como piloto de Formula 1.

Claro que em jeito de conclusão, a Renault teve no Domingo um duro golpe. Via-se que a sua aposta em construir a equipa à volta de Kubica estava a resultar e todo aquele enxame de pilotos que vimos há uma semana em Valência servia para uma operação de Relações Públicas por parte do Gerard Lopez, além de mostrar ao Vitaly Petrov que tem de fazer bastante melhor em 2011. Caso contrário, nem todos os poços de petróleo russos lhe salvarão o seu lugar na marca francesa. Espera-se que não se ressintam com isso, mas só veremos isso nas próximas semanas. E qualquer resultado que a equipa tenha vai ser analisada com um grande "e se?" por parte dos apreciadores de Robert Kubica.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

A biografia de Robert Kubica

Numa altura em que Robert Kubica se encontra na sua situação mais complicada da sua vida, pois a sua carreira está em jogo, nada como dar uma olhada sobre a sua carreira competitiva até agora. De como um piloto de um antigo pais da Cortina de Ferro conseguiu mostrar o seu talento nas pistas europeias e mundiais, chegando cedo à Formula 1, e como esta não foi a sua primeira vez que teve um acidente grave. Todos se recordação do episódio do GP do Canadá de 2007, mas já houve mais um, cedo na sua carreira. E de como em todos esses episódios, voltou delas mais forte do que nunca.

Eis um excerto:

"Apesar destes resultados modestos [na Formula 3 Euroseries], Kubica passou em 2005 para a World Series by Renault, na equipa da Épsilon Euskadi. O piloto polaco teve uma temporada forte: venceu na sua segunda corrida, em Zolder, depois conseguiu vitórias no circuito urbano de Bilbau, uma vitória dupla em Oscherschleben, conseguindo 154 pontos e a vitória na competição.

Essa vitória resultou num teste no Renault de Formula 1, que foi feito no inicio de 2006. Contudo, a Renault não aproveitou esse talento e a BMW aproveitou, contratando-o como terceiro piloto, ao lado do alemão Nick Heidfeld e do canadiano Jacques Villeneuve, na equipa Sauber, que a marca bávara tinha adquirido no final do ano anterior. Kubica podia testar nas sextas-feiras das corridas e as suas performances tinham impressionado o diretor da BMW, Mário Thiessen, que lhe prometeu um lugar na equipa na temporada seguinte. Mas a meio do ano, um desmotivado Jacques Villeneuve decidiu sair da equipa após o GP da Alemanha, alegando que não se sentia bem após um acidente em Hockenheim, e a BMW Sauber, e Thiessen não hesitou vem promover Kubica, que assim se tornava no primeiro piloto polaco na história da Formula 1."

Para lerem o resto da história, vão ao site Podium GP, que podem seguir através deste link.