sábado, 27 de agosto de 2011

Youtube Formula 1 Classic: México 1986, a primeira vitória de Gerhard Berger



No dia de aniversário de Gerhard Berger, lembro-me de um fato interessante sobre este simpático piloto austriaco: foi ele que deu à Benetton a sua primeira... e última vitória da equipa em toda a sua história. E neste dia de aniversário, é bom recordar os feitos de Berger nesse já distante GP do México de 1986, onde os pneus Pirelli e o motor "foguete" BMW Turbo por fim tinham um bom dia e davam ao austriaco a vitória que muito prometia nas corridas anteriores - como na Austria, por exemplo - e subia ao pódio para o comemorar.

Engraçado nessa corrida - para além do carro de Nelson Piquet se transformar um transportador de pilotos - é ver que Berger "meteu o nariz" na luta pelo título daquele ano, pois Alain Prost ficou na segunda posição e os Williams ficaram pior classificados: Piquet foi quarto, Nigel Mansell o quinto. Se calhar foi ali que Prost conquistou o seu bicampeonato, não?

Enfim, o que interessa é comemorar mais um aniversário a Berger. E que faça muitos mais!

Formula 1 2011 - Ronda 12, Belgica (Qualificação)


Tem de se dizer que foi uma qualificação surpreendente e emocionante na pista de Spa-Francochamps. Com o tempo normalmente imprevisível nas Ardenas, as surpresas foram muitas... excepto na "pole-position", onde o inevitável Sebastian Vettel ficou de novo com o primeiro lugar e espetou mais uma vez o seu dedo indicador, em sinal de celebração.

A qualificação começou com pista molhada... e uma batida de Michael Schumacher, que ao fazer a sua primeira volta rápida, despistou-se e danificou o seu carro de tal forma que não pode mais correr no resto da Q1. O estranho nisto tudo é que Schumacher - que comemora o 20º aniversário da sua estreia na Formula 1 - se ter despistado em plena reta da meta, e batido forte. A qualificação também viu uma discrepância de tempos enorme entre os dois extremos, pois o Virgin de Jerome D'Ambrosio e os Hispania de Daniel Ricciardo e Vitantonio Liuzzi não conseguiram um tempo suficientemente bom para ficar dentro da regra dos 107 por cento. Assim, oficialmente teremos 21 carros a correr amanhã... se os comissários não aprovarem os apelos das equipas.

Para terem uma ideia desse extremo, o Red Bull de Mark Webber fez 2.02,827, enquanto que Daniel Ricciardo fez 2.13,077. Mais de dez segundos de diferença! Também interessante também nessa Q1 é que o Lotus de Heiki Kovalainen estão cada vez mais a entrar na Q2 - é a terceira vez nesta temporada - deixando de fora o Force India de Paul di Resta, que 18º.

Na Q2, ainda sob pista molhada, mas progressivamente a secar, a sessão foi interrompida quando o outro Force India, o de Adrian Sutil, bateu forte no Eau Rouge e causou a interrupção da sessão durante sete minutos, para recolher os destroços. Pouco depois, na final dessa sessão, e com a pista a secar rapidamente, Lewis Hamilton, quase em desespero, passa Pastor Maldonado numa manobra "atrevida" na zona do Bus Stop. A repetição mostra que houve contacto, mas dito "normal". Hamilton passou para o Q3, mas Maldonado não, e o venezuelano vingou-se, batendo de propósito no carro do inglês no gancho de La Source! Com isto, os comissários de pista resolveram chamar os dois para que explicassem estas manobras bizarras...

E no final dessa Q2 é que surgiram as surpresas: Jenson Button não conseguiu passar para a Q3 e ficou apenas com o 13º tempo, enquanto que em contraste, as Renault passaram e o Toro Rosso de Jaime Alguersuari conseguia pela primeira vez este ano a entrada no "top ten" E Sebastien Buemi não ficou muito atrás, pois foi 11º.

E aí é que a pista começa a ficar seca. Os pilotos metem pneus "soft" e esperam para que a luz fique verde e ataquem melhor a pista belga. No final, com a pista a secar e com os tempos a aproximnarem-se do "normal", vêm-se os Red Bull a darem o ar da sua graça, com Vettel na pole-position e Mark Webber no terceiro posto, com Lewis Hamilton entre eles, no segundo lugar. Mas o mais surpreendente foi o que aconteceu atrás deles. Primeiro, o quarto posto de Felipe Massa, que foi pela segunda vez consecutiva o melhor dos Ferrari, enquanto que Fernando Alonso acabou a qualificação num sombrio oitavo posto, atrás até de... Jaime Alguersuari e Bruno Senna!

Pois é: o catalão da Toro Rosso aproveitou bem as condições de Spa-Francochamps e conseguiu um bom sexto tempo, na frente do estreante Bruno Senna, que foi o melhor dos Renault - até melhor do que Vitaly Petrov - mostrando que afinal de contas, bastava ter apenas um bom carro nas suas mãos para demonstrar do que era capaz. Mas na frente deles todos, na quinta posição da grelha, ficou o Mercedes de Nico Rosberg, conseguindo talvez uma das suas melhores prestações da época.

E assim aconteceu a qualificação de Spa-Francochamps. Agora resta saber se a corrida será tão emocionenta assim. Veremos, se o tempo ajudar...

Youtube F1 Testing: Hollywood no cockpit de um carro



Causou sensação nesta semana o fato de Tom Cruise, um dos atores mais conhecidos de Hollywood - e conhecido "petrolhead" - ter feito uma sessão de testes a bgordo do RB6, um carro com dois anos, e com David Coulthard como "treinador" do ator, atualmente com de 49 anos de idade.

Agora, a Red Bull disponibliza no seu canal oficial o video dessa sessão de testes, que ocorreu no passado dia 15 de agosto, e cuja divulgação foi retardada em alguns dias. Cruise, que interrompeu as filmagens de "Missão Impossivel 4" para fazer isto, andou durante 24 voltas na pista de Willow Springs, na California, e conseguiu melhorar o seu tempo nums impressionantes... onze segundos. E não satisfeito com isso, ainda foi fazer umas acrobacias num helicóptero.

Pena não ter menos vinte anos, sempre iria a tempo de uma carreira na IndyCar Series...

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

E assim passaram-se vinte anos

Vinte anos são muito tempo. Em 1991, tinha quinze anos de idade, muito cabelo e detestava Guns N'Roses, por serem a banda que o meu irmão colocava na sua aparelhagem sem parar. Tentava compensar com U2, mas por essa altura descobri o "Ten" do Pearl Jam e o "Nevermind" dos Nirvana, enquanto assistia espantado à decadência fisica de Freddie Mercury, que na véspera da sua morte decidiu anunciar ao mundo que era portador do HIV. Já notava isso quando via os videoclips do "Innuendo", o derradeiro álbum dos Queen, na minha recém-descoberta MTV da parabólica da minha casa (a TV Cabo demoraria mais uns quatro anos, por aí)

Mas também descobria a CNN e via um mundo em mudança. Começava a ver a União Soviética a desmoronar-se diante dos nossos olhos, com estátuas de Lenine e Marx a serem derrubadas, começava a ouvir falar de sitios distantes como "Ucrânia", "Moldávia" ou "Cazaquistão", entre outros, e via que tinha de comprar um novo Atlas, pois os que tinha em casa estavam a ficar totalmente desatualizados. Via povos a ganharem o direito a serem livres e independentes, desconhecendo que o dia seguinte iria ser dificil.

Mas nesses meus quinze anos, e quando tentava sobreviver no ambiente do Liceu que ficava ao lado da minha casa, a Formula 1 era o meu escape de domingo à tarde. Em 1991, a TV portuguesa era ainda monopolista - mas não por muito tempo - o segundo canal transmitia em direto os Grandes Prémios, com a narração no local do José Pinto e do Adriano Cerqueira, por vezes com o Domingos Piedade e o Hélder de Sousa a "meterem a colher", torcia por Ayrton Senna, que via nesse ano com apreensão a aproximação dos Williams FW14 de Nigel Mansell, mal sabendo que eu estava a observar, domingo após domingo, uma grande máquina desenhada por um projetista genial chamado Adrian Newey.

E nesse GP da Belgica, nesse final de agosto, final de verão, assistia espantado às noticias da prisão de Bertrand Gachot, de uma equipa Jordan que me surpreendia agradávelmente, com aquele carro verde. Diabos, por causa deles tinha começado a beber 7UP todos os dias. Eles e o Fido Dido...

Mas nesse final de semana comecei a ler e a ouvir falar de um alemão de 22 anos que mal se tinha sentado dentro de um carro, surpreendia tudo e todos. Já o tinha visto antes, no Mundial de Sport-Protótipos, quando a Sauber-Mercedes tinha uma equipa jovem constituida por três rapazes, dois alemães e um austriaco, que muitos aspiravam esperanças de futuro na Formula 1, eventualmente quando a Mercedes fosse para lá. Acabou por ser a Sauber, e desses, dois deles foram mesmo: Heinz-Harald Frentzen e Karl Wendlinger. O terceiro, Michael Schumacher, já tinha vencido corridas nesse mundial, e portanto já tinha uma ideia do que ele era.

Pessoalmente, estava um pouco atrás com alemães, pois tinha visto o Michael Bartels na Lotus e julgava que depois do Stefan Bellof, nada iria acontecer dos lados da Alemanha. Era mesmo ingénuo, não era? Enfim... fiquei abismado com os seus tempos, como tida a gente. E nos anos a seguir, comecei a saber de mais detalhes sobre esse final de semana que entrara quase nos anais do mito: que não tinha dado qualquer volta em Spa-Francochamps num carro, só de bicicleta, que afinal a sua embraeagem tinha dado problemas mas que Jordan era um "unhas de fome" e não o trocou, etc, etc... e ainda vi nesse dia o Andrea de Cesaris quase a vencer um Grande Prémio, à custa de Senna!

Depois desse final de semana, vi algum do "lado escuro" da Formula 1: o despedimento injustificável de Roberto Moreno, afirmando "não ter capacidade mental para correr", um argumento absolutamente sinuoso simplesmente porque Flávio Briatore queria Schumacher na Benetton a qualquer custo, porque sabia que ali havia potencial para campeão do mundo. Era real, mas isso iria acontecer três anos mais tarde, em circunstâncias que merecem ser contadas e recordadas para toda a eternidade, de tão traumáticas que foram. E que mancham até hoje a carreira do piloto alemão.

Agora, vinte anos passaram-se. Agora falamos da Libia e do Médio Oriente que se livra dos ditadores, o "grunge" foi-se, Kurt Cobain matou-se, Eddie Vedder está mais calmo, Axl Rose está gordo e cheio de "botox", Ayrton Senna está morto e vemos o seu sobrinho a correr. A Ferrari acabou com o seu jejum, a Williams é uma sombra de si mesmo, a Jordan chama-se agora Force India, Eddie Jordan é comentador da BBC e Michael Schumacher corre pela Mercedes, a equipa que pagou meio milhão de dólares para poder ter a sua oportunidade na Formula 1. Pelo meio bateu todos os recordes, ajudou a acabar com o jejum da Ferrari e ainda teve tempo para tirar três anos sabáticos. Eu larguei os óculos e tou a ficar careca, e os bebés de 1991, como o da capa do "Nevermind", são adultos recém formados, provavelmente a estudar na Universidade.

E assim, meus amigos, passaram-se duas décadas. Como o tempo voa, hein?

Formula 1 2011 - Ronda 12, Belgica (Treinos)


Chove chuva sem parar. É o típico tempo de Spa-Francochamps por esta altura, e este final de semana não é excepção pelas bandas das Ardenas. Foi neste tempo instável, com a pista ora seca, ora molhada, que a Formula 1 fez as suas duas sessões de tempos livres para o GP da Bélgica. E se no segundo treino livre, Mark Webber dem um ar da sua graça - na véspera do seu 35º aniversário - antes, no primeiro treino, Michael Schumacher aproveitou bem o mau tempo e ficou no topo da tabela de tempos.

O fato dos dois pilotos da Mercedes terem ficado no topo da tabela explica-se pelo fato da chuva ter caído nos primeiros minutos e eles terem saído para a pista mal o semáforo ter caído para o verde. Só para ficarem com uma ideia, o terceiro classificado nessa sessão, o McLaren de Jenson Button, ficou a uns meros... oito segundos de Nico Rosberg, o segundo classificado.

E nessa sessão, complicado era ficar na pista sem perder o controlo, dada a intensidade da chuva. Um exemplo foi Bruno Senna, que foi apanhado pelas condições da pista e acabou por bater com alguma violência de traseira na esquerda a seguir à direita de Rivage, danificando a secção traseira do seu monolugar e terminando o ensaio em 23º lugar, curiosamente apenas uma posição atrás de Vitaly Petrov.

A segunda sessão de treinos não foi muito diferente. No inicio, os pilotos aproveitaram o fato da pista estar a secar para marcar os seus tempos. Fernando Alonso foi o primeiro a montar pneus para seco e logo marcou o seu melhor tempo: 1.50,461 segundos. Mas pouco depois, Mark Webber tirou 140 centésimos ao asturiano da Ferrari e vai para o topo da tabela tempos. E foi mesmo a tempo, porque pouco depois, novo aguaceiro molhava a pista.

Assim, depois de Webber e Alonso, ficaram os McLaren de Jenson Button e Lewis Hamilton, e o Ferrari de Felipe Massa, este último a 897 centésimos de Webber. Sebastian Vettel, o líder do campeonato, acabou a sessão na décima posição, atrás do Mercedes de Nico Rosberg, do Sauber de Sergio Perez e dos Force India de Nico Hulkenberg e Paul di Resta.

A meio da tabela, Bruno Senna melhorou um pouco as suas prestações, e desta vez conseguiu ficar muito longe de Vitaly Petrov, que não conseguiu treinar com o seu Renault em piso seco. O sobrinho de Ayrton Senna (ou Primeiro-Sobrinho, como dizem alguns) ficou com o 17º tempo, logo atrás do Williams de Rubens Barrichello e à frente do melhor Lotus, o de Jarno Trulli.

Com a chuva a baralhar as contas, resta esperar pela qualificação para saber como as coisas ficarão. E num cenário instável como é o de Spa-Francochamps, tudo é possivel...

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

5ª Coluna: Uma equipa de aluguer

Os últimos dias deste verão na Formula 1 foram concentrados no anuncio da saída de Nick Heidfeld da Renault, para que fosse substituído pelo brasileiro Bruno Senna a partir deste Grande Prémio da Belgica. Antes dos brasileiros de certa rede global começassem a bombardear os seus compatriotas com uma espécie de "regresso do rei", já Vitaly Petrov cometia um "lapsus linguae" afirmando que dava as boas vindas a Bruno, que seria o seu companheiro "para as próximas duas corridas", significando claramente que a partir de Singapura, outro cavaleiro estará no seu lugar, provavelmente Romain Grosjean.

Só esse incidente de Petrov me confirmou o que que é aquela equipa hoje em dia. É uma amálgama que tem um nome de conveniência, para receber os dinheiros das transmissões televisivas, apoiada pelos motores da Renault, mas para o resto, depende dos milhões trazidos por outros para sobreviver. Desde que cada um dos pilotos traga, vá lá, vinte milhões de euros cada um, a equipa sobrevive sem grandes luxos, mas sem cortes que impliquem perda de competitividade. Renault é o nome oficial, mas na realidade é mais uma Genii/Proton/Lotus do Bahar. Uma confusão do qual todo o dinheiro é bem vindo.

E foi isso o que vai acontecer no caso de Bruno Senna. As recentes noticias que ouvi no Brasil sobre um misterioso grupo WWI - um fundo de investimento que vai apostar no setor imobiliário de um mercado emergente - só me foram esclarecidas quando soube que Bruno iria ser apoiado pelo grupo Sabó, que tem entre outros uma das maiores empresas de auto-peças no pais. Fiquei esclarecido nesse campo, mas fiquei também com uma ideia do que vai ser aquele lugar nas últimas oito corridas do ano: um leilão.

Eis o que acho que vai acontecer: Bruno correrá em Spa e Monza, com o lugar a ser cedido para Romain Grosjean a partir de Singapura até ao final do ano, com a excepção do Brasil, onde Bruno voltará ao lugar para satisfazer os patrocinadores. A unica possivel falha desse plano será Robert Kubica, pois caso a recuperação ainda seja melhor do que se espera, ainda poderá correr em Interlagos, palco da ultima corrida do ano, como sabem.

Porquê Grosjean? Suspeito que seja um acordo entre Gerard Lopez e Eric Boullier. O franco-suiço estará no carro da Formula 1 como recompensa pela vitória na GP2, e também para mostrar que ele não é o fracasso que foi em 2009, quando substituiu à pressa Nelson Piquet Jr. e desencadeou a vingança dentro da Renault ao colocarem a boca no trombone naquilo que ficou conhecido como "Crashgate", que acontecera no GP de Singapura do ano anterior. Espera-se que aproveite essa oportunidade, mas isso vai ser a curto prazo porque o futuro desta equipa é uma enorme incógnita, por razões económicas e politicas, que passam desde a posição da casa-mãe neste aspecto, até à capacidade financeira da Genii, de Gerard Lopez, passando pelas tensões dentro da equipa e da capacidade de Robert Kubica em guiar um Formula 1 como dantes.

Em suma: uma verdadeira salganhada. E foram eles que Dany Bahar escolheu para colocar o logotipo da equipa Lotus. Vê-se mesmo o tipo de pessoas que a Formula 1 tem de lidar...

P.S: soube agora que Nick Heidfeld anda por Spa-Francochamps com as cores da entidade que o despediu, como se nada tivesse passado. E que a hipótese de processar Eric Boullier e a Renault é grande. Algo me diz que para fazer tal coisa, significa que uma das partes quebrou o contrato que tinham escrito no inicio do ano. Mas também pode significar outras coisas, como salários por pagar. Parece que essa gente gosta de fazer as coisas à sua maneira, rasgando contratos uns atrás dos outros. Isto vai acabar péssimamente...

Ken Tyrrell, dez anos depois


Alto, algo desengonçado e amante do cricket. Chamavam-lhe "tio" e tinha num negócio de madeiras que sustentava o seu "hobby" de final de semana. Até que certo dia, a sua paixão tomou conta da sua vida, especialmente quando encontrou um jovem escocês no qual lhe deu fama e glória e no ficaram amigos para sempre. Esse homem chamava-se Ken Tyrrell e morreu faz hoje dez anos.

Muitos o apanharam provavelmente no final da sua carreira, como o velhinho simpático que tinha uma equipa muitas das vezes no final do pelotão. Eu pessoalmente tinha um certo fascinio por essa personagem, porque simbolizava de uma certa forma aquele espírito garagista britânico: copnstruir uma equipa pela sua paixão dos automóveis, não tanto para conseguir resultados. Mas por causa dele e da sua persistência que a sua equipa ficou na Formula 1 durante 28 temporadas, inspirando muitos outros, como Giancarlo Minardi ou Frank Williams. Minardi por nunca ter subido ao pódio, e Frank Williams viveu imensos momentos de glória, mas ambos tiveram - e têm - o espírito de Tyrrell.

A sua equipa era aquela onde todos queriam estar nos anos 70. E ele acolheu enormes talentos em inicio de carreira, porque tinha olho para eles. O primeiro foi Francois Cevért, mas depois veio Jody Scheckter, Patrick Depailler, Didier Pironi, Mike Thackwell, Michele Alboreto, Martin Brundle, Stefan Bellof, Ivan Capelli, Jean Alesi, Mika Salo. Mas também acolheu pilotos pagantes, cujo talento era inversamente proporcional ao tamanho da carteira. Slim Borgudd, Ricardo Zunino, Desireé Wilson, Julian Bailey, Olivier Grouillard, Ukyo Katayama, foram alguns dos pilotos que passaram por aí, dando o dinheiro que Tyrrell bem precisava no final da sua carreira.

Tyrrell meteu-se no negócio dos chassis por necessidade. Afinal de contas, era feliz com o negócio que tinha com a Matra, que lhes providenciou um fabuloso chassis em 1969, o MS80, que colocou na perfeição o seu motor Ford Cosworth, um dos dois elementos mais valiosos que tinha. O outro elemento valioso era um disléxico escocês chamado James Young Stewart. Jackie para os amigos. Só que no final de 1969, a Matra pediu-lhe para abandonar os Cosworth e aceitar os Matra V12. Stewart testou-o e não gostou. E como o "Tio Ken" gosta de ouvir o que os amigos lhe dizem, decidiu aceitar o conselho.

Depois descobriu um bom engenheiro, Derek Gardner. Tinham comprado um chassis March, mas achavam que poderiam fazer melhor e não ficar dependentes dos outros. Convencido, ele, Gardner e Stewart lançaram-se no Secret Project, montado na garagem da casa de Gardner. O veículo estava pronto em setembro de 1970, e tornou-se no chassis 001. E ano seguinte deu ambos os títulos a Jackie Stewart e à Tyrrell, e deu a Francois Cevért a sua unica vitória na Formula 1.

Depois do final da "era Stewart" e da trágica morte de Cevért em Watkins Glen, deu lugar a uma nova dupla, totalmente nova. Este novo começo pode não ter sido tão bem sucedido como o anterior, mas foi nessa altura que surgiu o carro mais original e mais revolucionário que a Formula 1 jamais conheceu: o P34 de seis rodas. Conta-se que Gardner contou a novidade a Tyrrell durante um vôo transatlântico, e após o terceiro copo de "whisky"... o chassis correu durante duas temporadas e deu uma vitória para Scheckter - irónicamante, odiava o carro - e capturou a imaginação de toda uma geração.

Contudo, o fato da Goodyear não querer desenvolver pneus de dez polegadas para as rodas da frente do P34 fez com que a Tyrrell se desinteressasse pelo desenvolvimento do carro, e tembém pela saída de Gardner da equipa. Apareceu depois Maurice Philippe, o primeiro de bons desenhistas e engenheiros que a equipa teve, e que culminou com a entrada de Harvey Postlethwaithe, que em 1990 desenhou o 019, o primeiro carro de bico levantado da história da Formula 1, e como acontecera 14 anos antes com o P34, capturou a imaginação de todos e inaugurou uma tendência.

Nos anos 80, resistiu terminantemente aos Turbo, perdendo competitividade a olhos vistos. Agarrado aos Cosworth, ainda vencia corridas em 1982 e 83, graças a Michele Alboreto nos circuitos citadinos de Las Vegas e Detroit. Em 1984, decidiu apostar numa dupla totalmente nova e inexperiente - Martin Brundle e Stefan Bellof - mas resistia aos Turbo, ficando inevitavelmente na última fila da grelha. Mas incrivelmente, conseguia pontuar quando a oportunidade surgia. No meio do ano, descobriu-se o "segredo": corria abaixo do peso regulamentar, que compensava, enchendo-o de água, que servia de lastro. Resultado: a Tyrrell foi a primeira equipa a ser excluida do Mundial de Formula 1, e os seus pontos conquistados anteriormente - que incluia um pódio de Stefan Bellof no Mónaco - foram retirados retroativamente.

No ano seguinte, rendeu-se às evidências: arranjou um motor Turbo, neste caso a Renault. Mas quando se anunciou a abolição desses mesmos motores, em 1986, foi o primeiro a colocar motores aspirados nos seus chassis no ano seguinte.

Ao longo dos anos 90, e com a chegada de cada vez mais dinheiro e de um outro tipo de organização, a Tyrrell parecia ser cada vez mais anacrónica, com dificuldades em arranjar dinheiro para sobreviver. Cada vez mais velho, e vendo que não havia mais ninguém capaz de colocar o barco para a frente após a sua partida, rendeu-se às evidências e decidiu vender a sua equipa à British American Tobacco em 1998. Esta virou BAR em 1999, que por sua vez deu a Honda em 2006, depois da Brawn GP e agora é a Mercedes. Longa viagem isto deu...

Depois da Tyrrell, a comunidade automobilistica britânica não o esqueceu. Elegeu-o como presidente do BRDC, o British Racing Drivers Club, e lá ficou por um ano até que lhe foi detetado o cancro que acabou por o matar, a 25 de agosto de 2001. Quem o sucedeu no BRDC foi o seu bom amigo Jackie Stewart, que por essa altura já tinha escrito a sua página na história como construtor. Mas o seu legado no automobilismo como construtor tinha ficado, e hoje em dia muitos consideram que a sua parceria com Stewart e Cevért uma das mais perfeitas da história da Formula 1.

GP Memória - Belgica 1991


Quinze dias depois de Hungaroring, a Formula 1 deslocava-se ao circuito belga de Spoa-Francochamps para disputar a décima corrida do Mundial daquele ano. Mas bem antes do pelotão chegar ao mítico circuito das Ardenas, havia agitação no pelotão devido a uma disputa extra-oficial, quando um dos pilotos locais, Bertrand Gachot, tinha sido preso na Grã-Bretanha e sentenciado a quatro anos de prisão devido a uma agressão a um taxista londrino em dezembro do ano anterior. Nessa altura, Gachot usou um frasco de gás pimenta, que era ilegal em terras de sua Majestade. No julgamento subsequente, um juíz assustadoramente rigoroso sentenciou-lhe uma uma pena de prisão quando normalmente deveria se ter safado com uma multa e pena suspensa.

Com Gachot numa cadeia londrina, uma vaga abria-se inesperadamente da equipa Jordan, uma das eesnações daquela temporada. E muitos eram os candidatos, como o sueco Stefan Johansson. Até o finlandês Keke Rosberg pensou sériamente no regresso à Formula 1, mas no final, a Mercedes ofereceu a Eddie Jordan entre 300 mil e meio milhão de dólares (os valores diferem) para que um dos seus pilotos da esquadra jovem da Mercedes de Sport-Protótipos pudesse estrear na categoria máxima do automobilismo. O seu nome era Michael Schumacher, e alegava já ter experiência de corrida no circuito belga nos seus tempos da Formula 3 alemã. Na realidade, o jovem piloto de 22 anos, e que morava ali perto, na cidade alemã de Kerpen, tinha dado apenas três voltas ao circuito em toda a sua carreira... e todos de bicicleta.

Mas Schumacher e Willi Webber, o seu manager, esconderam essa informação a Eddie Jordan, para que ele pudesse aproveitar a sua oportunidade na categoria máxima do automobilismo, e desde o momento em que sentou no carro e acelerou, tinha colocado toda a gente espantada pela sua extrema facilidade que tinha em se adaptar ao circuito, ao carro e ao ambiente à sua volta. Para além disso, conseguiu superar à primeira o seu muto mais experiente companheiro de equipa, o italiano Andrea de Cesaris.

No final das duas sessões de qualificação, Ayrton Senna foi de novo o melhor, com o Ferrari de Alain Prost a seu lado. Na segunda fila tinha o Williams-Renault de Nigel Mansell, com o segundo McLaren de Gerhard Berger logo atrás, enquanto que na terceira fila estavam o segundo Ferrari de Jean Alesi e o Benetton de Nelson Piquet. O sétimo posto era ocupado pelo estreante Michael Schumacher, no seu Jordan, batendo o segundo Benetton de Roberto Moreno. E a fechar o "top ten" estavam o Minardi de Pierluigi Martini e o Tyrrell de Stefano Modena.

Não qualificados ficaram os Lamborghini de Nicola Larini e Eric van de Poele, por causa do seu acidente na sessão de sexta-feira, o Larrousse de Aguri Suzuki e o Arrows de Alex Caffi.

Todos estavam de olho em Senna, Prost, Mansell e no jovem alemão quando a partida foi dada. O brasileiro saiu-se bem, com Prost logo atrás, enquanto que Schumacher conseguia manter a sua posição até Les Combes, quando... a sua embraeagem cedeu. Foi apenas meia volta, mas o paddock ficara impressionado com ele. Na segunda volta, Mansell conseguiu passar Prost, mas o francês não passaria dali, pois pouco depois o seu motor explodiu. O britânico aproximou-se do McLaren, mas Senna conseguiu segurar o "brutânico" tempo suficiente até à primeira série de paragens nas boxes, a partir da volta 15. Contudo, a troca de pneus foi medíocre e quando foi a vez de Mansell, na volta 17, o britânico passou á frente do brasileiro no seu regresso à pista.

Mas ele não era o líder. Nesse lugar estava o Benetton de Nelson Piquet, mas ele parou na volta 18, e assim o McLaren de Berger assumia o comando, com Mansell a aproximar-se com pneus novos. O britânico passou-o e Berger foi para as boxes, mas na saída despistou-se devido à frieza dos pneus e perdeu tempo, quando causando um acidente, pois tudo isso aconteceu na frente do Tyrrell de Stefano Modena.

Mansell queria aproveitar esta ocasião para ficar o mais longe possivel da concorrência, mas na volta 22, o sistema eletrónico do seu Williams-Renault sofre uma pane e para no meio da pista, vendo as suas hipóteses de vencer e assim diminuir a diferença para Senna serem severamente postas em causa. Agora, o lider era Alesi, mas Senna aproximava-se depressa do piloto francês. Parecia que o ia ultrapassar, mas a partir da volta 28, começou a debater-se com problemas na sua caixa de velocidades, que fez com que um grupo de três pilotos se aproximasse do piloto da McLaren: o seu compatriota Piquet, o Williams de Riccardo Patrese - que tinha partido do 17º posto da grelha - e o Jordan de Andrea de Cesaris.

A batalha transformou-se numa luta pela liderança na volta 31 quando o motor do Ferrari de Alesi explodiu, e aqui as coisas aqueceram-se, especialmente quando logo a seguir, De Cesaris passou Piquet para o segundo lugar e começou a atacar a liderança de Senna! Atrás, Piquet perdia posições para Patrese e Berger, mas a partir da volta 33, o italiano da Williams perdia tempo também com problemas na caixa de velocidades e perdia o terceiro lugar a favor de Berger.

Nas voltas finais, parecia que Andrea de Cesaris tinha hipóteses de alcançar uma vitória inédita para ele e para a Jordan, dado que Senna tinha problemas. Mas na volta 41, o seu motor Cosworth explode e com ela as suas hipóteses de um pódio. Berger herda essa posição e aproxima-se de Senna, resguardando-se até à meta, onde o brasileiro vencia pela sexta vez nessa temporada. Berger era o segundo e Piquet completava o pódio, que seria o último da sua longa carreira. Nos restantes lugares pontuáveis ficavam o segundo Benetton de Roberto Moreno (que conseguiria a unica volta mais rápida da sua carreira) o Williams de Riccardo Patrese e o Brabham de Mark Blundell, que conseguia aqui o seu primeiro ponto da sua carreira.

Fontes:

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Rumores, tensões e especulações no WRC


Acabado o Rali da Alemanha, ficarão agora a faltar quatro provas para o final do campeonato do Mundo deste ano, mas parece que há um campeão quase anunciado, que é Sebastien Löeb. Contudo, também é sabido que no panorama atual de marcas - Citroen, Ford e Mini - outro construtor está a aparecer no horizonte num futuro próximo: a Volkswagen.

Desde maio que sabemos quando é que entrará em ação e qual vai ser a sua máquina, o Polo R. Mas sabemos também que os planos da marca de Wolfsburgo são muito ambiciosos: vencer o título de Construtores em 2015, dois anos depois da sua entrada a tempo inteiro no Mundial WRC de Ralis. E um exemplo dessas ambições é o anuncio da contratação no inicio desta semana de Willy Rampf, engenheiro que trabalhou durante muitos anos na equipa Sauber de Formula 1.

Contudo, a marca - que deverá investir perto de cem milhões de euros nesta aventura - continua á procura de um bom piloto para desenvolver a sua máquina ao longo da temporada de 2012, para poder logo lutar pela vitória em 2013. Mas a marca alemã quer que esse piloto - ou pilotos - fiquem pelo menos um ano sem competir a tempo inteiro, mais ocupado a desenvolver o modelo. Isso, por exemplo, foi um fator decisivo para que Sebastien Löeb, que por muito tentado estava para aceitar a sua proposta, no final perferiu ficar na Citroen por mais duas temporadas - e aturar o cada vez mais pertinente Sebastien Ogier - do que fazer uma "reforma ativa" a partir do ano que vêm.

Ora, como Löeb já disse que não irá para lá, outros quererão ir. Fala-se por estes dias em Sebastien Ogier, o companheiro de equipa de Löeb e recente vencedor do Rali da Alemanha, que está cada vez mais ambicioso e cada vez menos capaz de obedecer a ordens de equipa da marca francesa, causando um crescente mal-estar no seio da marca, e que está a levar a que Olivier Quesnel seja cada vez mais criticado pela sua falta de pulso nesta situação.

E por paragens finlandesas, fala-se que os dois pilotos da Ford, Mikko Hirvonen e Jari-Matti Latvala, estão a falar com o pessoal de Wolfsburgo para ver se há algum lugar para eles, dado que o Ford Fiesta já deu o que tinha a dar. Timo Jourki, agente dos dois pilotos finlandeses, disse a uma TV local que existe essa possibilidade, já que o contrato de Hirvonen termina no final desta temporada, e o de Latvala acaba em 2012. Ambos são bons pilotos e provavelmente novos ares poderão fazer-lhes bem para os seus egos, já que na Ford, o sentimento de frustração é grande pelo fato de não conseguirem bater mais regularmente os Sebastiões da Citroen.

Provavelmente, a solução da marca alemã poderá passar por um destes dois, para além de Ogier. Também há Juho Hanninen, o atual lider do SWRC, mas a marca o olha como segundo piloto da equipa. Outra hipótese são alguns pilotos já reformados, como o estónio Markko Martin e o finlandês Marcus Gronholm, que não se importariam de sair da reforma para matar algumas saudades da competição. Contudo, neste momento são hipóteses muito rebuscadas. Os próximos tempos irão desvendar muitas das dúvidas que pairam no ar neste momento, mas até lá é só especulação.

Oficial: Bruno Senna correrá pela Renault em Spa-Francochamps

Por fim, o comunicado oficial: a Renault confirmou há minutos que Bruno Senna será piloto da Renault este final de semana no GP da Belgica, em substituição do alemão Nick Heidfeld. Em três parágrafos apenas, a equipa confirma aquilo que Eddie Jordan já tinha afirmado esta segunda-feira à BBC.

"Lotus Renault GP tem a honra de anunciar que Bruno Senna irá correr ao lado de Vitaly Petrov neste final de semana no GP da Belgica em Spa-Francochamps.

Bruno irá particpar na conferência de imprensa da FIA amanhã pelas 15 horas.

Um press-release com mais pormenores sobre esta matéria será lançado amanhã de manhã."

Por fim, parece que é o final da linha para nick Heidfeld, depois de meia temporada onde compriu os seus objetivos, sem no entanto se deslubrar. Contudo, há ainda muitas dúvidas por esclarecer: quanto tempo irá correr, se vai ser toda a temporada ou irá somente andar por algumas corridas, pois há muito que se fala que poderão dar uma oportunidade a Romain Grosjean, que está a caminho de um título na GP2. E também se fala que Bruno Senna poderá trazer dinheiro de patrocinadores da tal WWI, mais concretamente do Grupo Sabó, o maior fabricante de auto-peças do Brasil. São coisas que provavelmente serão esclarecidas amanhã.

Mas até lá, e como já li no Twitter, "parece que regressamos a 1985, Dr. Brown". Não se iludam: é o sobrinho, não se trata do regresso do Messias.

Noticias: Raikonnen cumpriu teste com Peugeot 908 HDi

Como foi anunciado, Kimi Raikonnen fez hoje no circuito espanhol de Motoland Aragon um teste com o Peugeot 908 HDi, para experimentar uma máquina diferente a aquele que costuma guiar desde há algum tempo, que é o Citroen DS3 de WRC. Num teste que durou 35 voltas, o piloto de 31 ano confessou-se que ficou muito satisfeito com esta experiência. "Gostei deste teste com a Peugeot. O 908 é um carro bastante divertido de pilotar", afirmou.

E sobre o teste em si, um dos engenheiros presentes, Pascal Dimitri, enalteceu o valor do finlandês, considerando importantes as suas observações acerca do comportamento do carro: "O Kimi adaptou-se muito rapidamente ao carro e deu-nos um precioso 'feedback ' técnico. É sempre interessante contar com a contribuição de pilotos como o Kimi", resumiu.

E por causa deste teste, circulam rumores na Finlândia de que a Peugeot já esteja a negociar com os representantes de Raikonnen para fazer parte da equipa oficial a partir de 2012, substituindo ou o francês Nicolas Minassian, ou o português Pedro Lamy. Até agora, não há noticias que confirmam - ou desmintam - tal situação. Olivier Quesnel, diretor da Peugeot Sport, enalteceu que este era um teste planeado há tempos e escusou-se a tecer comentários acerca de um hipotético envolvimento de Raikkonen: "Originalmente, esta sessão de testes estava planeada há já muito tempo de forma a preparar o que resta da temporada, na qual permitimos ao Kimi descobrir o 908. por agora, nada ainda está delineado para o futuro", referiu o francês.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Você não vai ver este filme numa sala portuguesa


Recebi este final de semana uma noticia perturbadora. Um amigo meu, o João Quesado, disse-me que muito provavelmente o documentário "Senna" não iria passar nas salas de cinema portuguesas, alegando "falta de interesse". Os direitos do filme tinham sido comprados por uma das maiores distribuidoras desta rectângulo, a Zon Lusomundo, e acha que deve ser melhor colocar isto logo em DVD ou meter num dos seus canais "premium" no qual toda e qualquer pessoa que tenha TV Cabo, paga ainda mais um extra - para além do que já paga para ter - para ver filmes de primeira ou desporto.

Caso isso seja verdade, ficaria desgostoso que tal aconteça. Por um lado, estamos a falar da "ganância" de uma distribuidora, que comprou os direitos esse filme por comprar, e acha que não vai ter o mesmo impacto que uma tretalhada qualquer da Marvel ou o último filme do Harry Potter. Bem sei que é um documentário, e não se deve confundir ambos os géneros, mas estamos a falar de um filme que na Grã-Bretanha, por exemplo, se tornou num fenómeno tal que a distribuidora local teve de marcar quase o dobro das salas de cinema previstas, tal foi a procura pelo filme. E por causa disso, tornou-se no documentário mais visto de sempre nas Ilhas Britânicas, ou seja, mais visto do que "Uma Verdade Inconveniente", do Al Gore, por exemplo.

Outra razão pelo qual sinto desgosto por isso não acontecer é que se perde a hipótese de mostrar a relação que Ayrton Senna teve com este pais. Falamos de uma pessoa que ganhou pela primeira vez no Autódromo do Estoril, numa épica corrida à chuva, no dia 21 de abril de 1985, dia de Tiradentes e o dia em que Tancredo Neves saiu da vida para passar à História. Falamos também do sítio onde ele tinha uma casa - na Quinta do Lago - e dos portugueses no qual teve uma relação de amizade ou profissão, como o Domingos Piedade, por exemplo. Os britânicos fizeram várias sessões especiais, em cinemas londrinos, onde convidaram o máximo de pessoas que conheceram ou entrevistaram Senna, como o James Allen ou o Martin Brundle. E apresentaram o piloto a uma nova geração.

E há uma terceira razão para este meu desgosto. Os "petrolheads" deste pais bem poderiam fazer "lobbying" para a Zon, mandando resmas de mensagens perguntando a razão porque preferem meter este filme diretamente para DVD, ou então organizando-se para fazer, no mínimo duas sessões, uma em Lisboa e outra no Porto, e convidassem nessas duas cidades, personalidades que conviveram com Senna para partilharem experiências e histórias sobre o tricampeão do mundo. Parece que neste pais, andam todos anestesiados. Mas também, se nada fizeram para evitar que as transmissões da Formula 1 abandonassem a RTP, serviço público e de canal aberto, para um canal especializado e de sinal fechado, provavelmente merecemos esta indiferença e inabilitação para nos mobilizarmos.

Uma coisa digo eu: perde-se uma oportunidade de ouro para mostrarmos Senna e a Formula 1 a uma nova geração. Depois não se queixem que desporto neste país é só futebol...

P.S: O João mandou-me o endereço de e-mail de um dos responsáveis da Zon Lusomundo (nuno.j.goncalves@zon-lusomundo.pt) e ele acha que as pessoas deveriam mandar algumas centenas de mansagens para saber se poderiamos convencer a distribuidora a reverter a sua decisão colocar o filme nas salas portuguesas. Como nem todos acham que isto é uma "caça aos gambozinos", quem quiser demonstrar a sua revolta ou protesto e convencê-los do contrário, eis este endereço.

Surpresa! Tom Cruise foi testar um Formula 1

Por esta não esperava, mas vindo dele, não me surpreeende, porque Tom Cruise é mesmo "petrolhead". O ator de Hollywood de 49 anos foi testar um Red Bull RB6 no passado dia 15 de Agosto no circuito de Willow Springs, na Califórnia, com David Coulthard como instrutor. E pelo que se diz, não fez feio:

"O Tom é um caso sério. Fiquei surpreendido pela forma como ele ganhou ritmo de forma tão rápida e como é tão completo. A sua memória é incrível tendo em conta quão complicado é pilotar um carro de F1. Ele impressionou-me realmente", afirmou Coulthard.

O teste durou sete horas, e segundo os dados da telemetria, Cruise conseguiu melhorar os seus tempos nums impressionantes... onze segundos. E toda a gente ficou impressionado com as suas capacidades de pilotagem. Pena ser velho demais para conseguir uma segunda carreira na Formula 1, não é? Sempre pode tentar as 24 Horas de Le Mans, como fez Paul Newman, por exemplo.

Papaya Orange, um blog automobilistico-mclarenista

Hoje em dia, a construção de um blog é banal, e o seu aparecimento passa absolutamente despercebido. E a fama é construida ao longo do tempo, não desde o seu primeiro dia. Mas quando estão envolvidas pessoas que já tem fama nesta atividade, as coisas são diferentes. Ainda por cima, falamos de algo ainda mais inédito: é um blog de admiradores por uma equipa.

O Blog em questão chama-se Papaya Orange, e é feito por admiradores da McLaren. E é neste projeto que regressa o Becken Lima (ex-F1 Around) às lides da blogosfera. Acompanhado de mais algumas pessoas, como a Mariana Espada (ex-Ultrapassagem), João Julio (aka Djow) e Will Mesquita. E todos eles tentarão fazer o que de melhor sabem: falar da Formula 1, provavelmente numa tendência mclarenista. Mas sem perder o pé.

Desejo-lhes sorte, mas acho que só por si já atrairam muitos dos seus admiradores de outrora.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A capa do Autosport desta semana

A capa do Autosport desta semana coloca em plano de destaque o Mini Cooper de Armindo Araujo, num Rali da Alemanha onde Sebastien Ogier quebrou a invencibilidade de Sebastien Löeb em terras germânicas. A razão de Armindo estar em grande destaque é que conseguiu aqui o seu melhor resultado do WRC: um oitavo lugar. "Armindo em Grande com o Mini WRC" é o título escolhido pela revista.

Nos subtítulos, a revista fala sobre as incidências desse rali em asfalto, como o "Melhor resultado de Armindo Araujo no WRC" que complementa o primeiro pódio que a Mini alcançou desde o seu ingresso nos ralis ("Dani Sordo conquista primeiro pódio para a Mini") e o resultado final da prova ("Ogier pões fim ao dominio de Löeb na Alemanha")

Na parte de cima da revista, a referência a Michael Schumacher e o vigésimo aniversário da sua estreia na Formula 1, precisamente no GP da Belgica, em Spa-Francochamps, a bordo de um Jordan ("Schumacher vinte anos depois da estreia em Spa") e a visita de Jacques Villeneuve ao Brasil, para fazer um "one-off" na Stock Car brasileira, em Interlagos ("Villeneuve e a loucura dos Stock Car")

E para finalizar, a antevisão do GP da Belgica, no regresso da Formula 1 à ativa, após um mês, e com a seguinte pergunta: "Quem regressa mais forte em Spa?"

Ultima Hora: Nick Heidfeld despedido, Bruno Senna corre na Belgica

A noticia tem alguns minutos: Eddie Jordan, fundador da Jordan e atual comentarista da BBC, colocou no site britânico que a Genii-Renault despediu o alemão Nick Heidfeld e colocou como substituto o brasileiro Bruno Senna, atual terceiro piloto da equipa. Segundo Jordan, Bruno Senna poderá aparecer na equipa com "milhões de libras em patrocinio", provavelmente relacionados com o misterioso grupo WWI, que anunciou há algumas semanas a sua parceria.

Ainda falta a confirmação - ou desmentido oficial - mas caso seja verdade, Heidfeld, de 34 anos e 185 Grandes Prémios no seu currículo, embora sem nunca ter ganho qualquer corrida, poderá ter terminado a sua temporada, depois de ter sido contratado inesperadamente no inicio do ano para substituir o polaco Robert Kubica, acidentado numa prova de ralis em Itália.

Quanto a Bruno, com 27 anos e um ano de experiência com a Hispania Racing em 2010, terá nova oportunidade de correr com um carro mais competitivo, e num carro que leva as mesmas cores que o seu tio usou há 25 anos, certamente existirão pessoas que ligarão um ao outro... aguardam-se as reações oficiais nas próximas horas.

O teste de Raikonnen e as suas perspectivas de futuro

Com o tempo, as pessoas começam a convencer-se de que Kimi Raikonnen não volta mais à Formula 1. As suas prestações nos Ralis começam a melhorar - pontuou em todos os ralis em que participou esta temporada - a sua equipa está montada e estruturada e continua a testar vários carros. Depois da NASCAR, esta manhã foi testar um carro da Endurance, nomeadamente um Peugeot 908 HDi.

O teste, que em principio, vai acontecer esta semana no circuito espanhol de Motoland Aragón, poderá servir para ver como se comporta perante uma máquina diferente daqueles que tem guiado nestes últimos tempos. E se gostar da experiência, pode significar que a partir de 2012, ele vá sentar num desses carros para as 24 Horas de Le Mans.

Isto porque parece que o seu interesse pela NASCAR arrefeceu. O Autosport português fala que ele perdeu o interesse em correr pela série americana, não só por causa dos bons resultados nos ralis, como também pela estrutura que montou para sua aventura, que inviabilizaria uma participação a tempo inteiro nas séries americanas. Uma participação no novo Mundial de Endurance seria mais viável, porque o seu calendário mais pequeno seria compatível com uma participação no Mundial de Ralis, com o seu Citroen DS3 WRC. E a cada rali que passa, as suas performances melhoram...

Extra-Campeonato II: Algumas impressões sobre esta seleção de sub-20


De sábado para domingo, fiquei até às cinco da manhã para ver futebol. Não era um jogo qualquer, era uma final de um Mundial de futebol da categoria sub-20, totalmente falada em português. Portugal vs Brasil. A final foi bem disputada, muito equilibrada (ao contrário de alguns "comentadores" brasucas que julgavam que ganhariam de goleada. Perderam uma oportunidade para estarem calados...) e foi a prolongamento. No final, venceu o Brasil, aproveitando o cansaço dos jogadores portugueses. Mas o contrário poderia ter acontecido e não teria sido injusto. Estou feliz pela trajetória destes sub-20, mas não sinto o orgulho bacoco que já li em alguns lados, porque pelo que vi do jogo, senti que tinhamos o pássaro na mão e deixamos voar.

Mas hoje eu quebro o silêncio sobre futebol para falar sobre o tratamento que eles têm agora e o que tinham antes de começarem esta trajetória, há quase mês e meio. Sendo um leitor diário de jornais deportivos, digo-vos isto: é como se fosse da noite para o dia. No inicio de julho, nenhuma televisão filmava os treinos desta seleção no Jamor e fazia matérias nos seus telejornais. Nem para os canais de noticias existentes... agora, quando chegarem a solo português, terão não só milhares de pessoas a aplaudirem-os no aeroporto, como também terão os canais de noticias a fazerem diretos atrás de diretos, depois de terem aberto telejornais com os seus feitos futebolisticos. Especialmente depois do jogo da meia-final.

Eis um exemplo: orgãos de comunicação social como o jornal "A Bola" seguiram esta equipa nacional desde a concentração - digo isto porque o jornalista que o acompanhou é meu amigo dos tempos da universidade - e em termos de televisão, a Eurosport acompanhou este mundial desde o primeiro jogo. A RTP, que deveria nos dar serviço público de televisão, decidiu acompanhar esta seleção... a partir dos oitavos de final. E passaram do oito ao oitenta: ontem, no jogo da final, tinham dois enviados-especiais, fizeram três diretos na hora do Telejornal e uma emissão especial que começou... duas horas e meia antes do jogo.

Bem dizia o comentador do Eurosport que "não apanhamos o comboio a meio". Se isto não é oportunismo, então não sei o que é.

De uma certa forma, é a mentalidade que existe, nos dois lados do Atlântico. Aqui há um respeito pela seleção, quem quer que seja, no Brasil, nem tanto, por causa daquela mentalidade de "o segundo classificado é o primeiro dos últimos". Leio frequentemente comentários de amigos meus em Terras de Vera Cruz que os chamam - não interessa o escalão - de "Selecinha" ou "SeleNike", que curiosamente é a mesma marca que veste a seleção portuguesa. Podemos ser agora vice-campeões do mundo de sub-20, mas não passa pela nossa cabeça chamamos a essa gente de "SeleNike"...

Mas por outro lado, podemos ver que os brasileiros aproveitam muito melhor os seus talentos do que nós. Eles fazem isso para os exportar para a Europa, que graças á famigerada "lei Bosman", abriu as comportas para que o talento puro e duro vindo da América do Sul possa permanecer nos clubes europeus, sem quaisquer restrições. São baratos, estão à mão e já deram provas, ao contrário dos portugueses ou outros europeus. Daí que no nosso caso, a quase esmagadora maioria dos nossos Sub-20 são suplentes nos seus clubes, emprestados na II Divisão ou até "exilados" no estrangeiro. O Danilo, aquele "bisonte" central desta seleção, o Benfica deixou escapar para o Parma, e provavelmente quando voltar a jogar num clube português, será por um clube rival. Quando acontecer - sim, tenho a certeza que vai acontecer - , vou chamar a esses responsáveis de "idiotas" até dizer chega.

Mas enfim, sejamos honestos: neste mês e meio, um pais inteiro descobriu uma equipa. Agora chamam-lhes "geração coragem", especialmente por causa do espirito de grupo e pelos feitos incriveis, especialmente o fato de terem chegado à final sem sofrer qualquer golo. No inicio de julho, só os especialistas, os que seguem atentamente o futebol é que sabiam quem era o Mika, o Danilo, o Sérgio Oliveira e o Nelson Oliveira, e pensavam que o Caetano era o pai, e não o filho, e julgavam que o Nuno Reis era um dos DJ's da Antena 3. Agora, descobrimos esta gente toda e a garantia de que a atual geração tem substitutos à altura. Desde que os clubes os acarinhem e não os exilem para o APOEL de Chipre...

Espero e desejo que a partir de agora, os clubes nacionais comecem a aproveitar os talentos dentro dos seus clubes, dando oportunidades para jogar no plantel principal e não os vão buscar à Colômbia, Argentina ou Brasil. Eu sei que é uma utopia, porque os "burros velhos não aprendem linguas novas", mas às vezes vale a pena sonhar.

Extra-Campeonato: as últimas horas do regime de Khadaffi


Temos sempre o previlégio de ver, ao longo das nossas vidas, a História a acontecer. Umas vezes a uma velocidade tremenda, outras de uma lentidão espantosa. Esta noite é o que está a acontecer: os rebeldes chegaram a Tripoli e numa rapidez surpreendente, a cidade começou a passar para o lado dos rebeldes. Começaram a surgir noticias de que dois dos seus filhos, Saif-Al Islam, Saadi (o tal que chegou a ser futebolista) e Muhammad, foram capturados pelos rebeldes, e voam rumores de que Khadaffi estará em fuga. Uma coisa é certa: os rebeldes já controlam partes da cidade e a população já se atreve a comemorar na Praça Verde, o sitio onde no inicio da guerra civil, Khadaffi atrevia-se a mostrar-se, desafiando o resto do Mundo.

Agora é uma questão de horas para o vermos. Não sabemos se capturado pelos rebeldes ou veremos o seu cadáver arrastado pelas ruas de Tripoli, e pendurado na Praça Verde, para gáudio dos populares. A sua bandeira, totalmente verde, será queimada nas ruas e substituida pela antiga bandeira, que curiosamente era a da monarquia, que era o sistema vigente até que Khadaffi tomou o poder. Seis meses de guerra civil estão rapidamente a chegar ao seu fim.

O que irá acontecer no futuro é uma enorme incógnita, pois isto é o episódio mais violento desta tempestade que está a varrer o norte de Africa. Tunisia, em janeiro, e o Egito, em fevereiro, conseguiram mudar o regime de forma mais ou menos pacifica, mas ainda não fizeram eleições. E mesmo aí, o perigo do regime cair para as mãos dos islamitas ou radicais é mais do que presente.

E depois há - como acontece em todos os regimes - a sede de vingança. Toda a gente quer cortar a cabeça aos homens do Khadaffi, ainda por cima, falamos de seis meses de guerra civil, onde milhares de pessoas morreram a lutar para correr com um tirano que estava no poder desde 1969, e que iria fazer 42 anos no dia 1º de setembro. E num regime onde são as tribos que colam este pais - é mais um pais construido pelas potências coloniais, neste caso a Itália - manter essa "cola" viva é essencial.

Essa é uma enorme incógnita. Agora, comemora-se a queda de um ditador.

domingo, 21 de agosto de 2011

WRC - Rali da Alemanha (Final)


Acabou o Rali da Alemanha, com o WRC a ver história por duas razões: pela primeira vez, Sebastien Löeb não ganhou por aqui, e também pela primeira vez, um mini subiu ao pódio, graças à excelente exibição de Dani Sordo. E num plano mais próximo, Armindo Araujo por fim chegou ao final nos pontos com o seu Mini JCW (John Cooper Works) WRC, ao acabar este rali na oitava posição.

Depois de ontem o duelo entre Sebastiões ter terminado com um furo por parte de Löeb na última especial do dia, que o fez perder mais de um minuto para Ogier e terminar assim as suas hipóteses de vitória, o dia de hoje foi basicamente de gestão, sem grandes novidades, a não ser a desistência de Chris Meeke na penultima especial do dia, vitima do alternador do seu Mini John Cooper Works, quando lutava com Petter Solberg pelo quinto posto. Isso impediu que os dois Mini oficiais terminassem este rali nos pontos, o que seria inédito até agora.

E Sordo aproveitou a ocasião para fazer um inesperado desabafo: "Estou muito feliz por mim e pela equipa. Esta era apenas a primeira prova do MINI em asfalto, e foi uma surpresa para nós realizarmos tempos tão próximos dos Ford e Citroen. Desta forma vamos ainda mais confiantes e motivados para o próximo rali.", começou por dizer o piloto catalão. "É bom sair da sombra do Sébastien Löeb! Desta forma sinto-me livre. Gosto do Sébastien e das pessoas na Citroen, mas este é um desafio diferente, o que é bom e muito motivador para mim. Agora posso atacar quando quero, e desenvolver o carro a meu gosto.", concluiu.

Os problemas de Meeke beneficiaram todos os que vinham atrás dele. Kimi Raikonnen acabou no sexto lugar, igualando a sua melhor prestação do ano, seguido por Henning Solberg, no seu Ford Fiesta WRC, e Armindo Araujo, que no quinto rali com o Mini, terminou por fim nos pontos, depois de ter sido 12º na Sardenha. E no final do rali, era um homem contente com este resultado:

"Fizemos uma prova dentro das nossas expectativas, conseguimos andar rápido quando podíamos e fizemos um ótimo trabalho no desenvolvimento do MINI. Não cometemos qualquer erro de monta e fomos progredindo ao longo da prova. A margem de confiança foi sempre aumentando e estamos muito contentes com este resultado. Conseguimos os primeiros pontos esta temporada e o oitavo lugar da geral é o nosso melhor resultado de sempre, em termos absolutos, numa prova do WRC", começou por dizer o piloto de Santo Tirso.

"Testamos várias soluções ao nível de afinações e ficamos a perceber o comportamento do MINI em condições distintas. Conseguimos conjugar a necessidade de aprender e evoluir, na condução de um carro tão exigente como é um WRC, com um ritmo bastante forte. Sabemos que temos ainda muito para progredir, temos a noção como devemos fazê-lo e passo a passo vamos conseguir estar ao nível que precisamos quando tivermos que lutar pelos lugares do campeonato", concluiu.

Já em relação a Bernardo Sousa, o dia de hoje não foi bom. Duas saídas de estrada, a úlitma das quais a acontecer quando chovia no local e o fez perder muito tempo para o tirar da lama, o fez cair para o oitavo posto final na categoria, mas muito para atrás da classificação geral, onde terminou na 35ª posição.

"Gostaria de ter garantido a sexta posição mas era muito importante que mantivéssemos o ritmo para estarmos cada vez a um nível mais elevado para os ralis que ainda faltam realizar este ano. Na saída de hoje tivemos o azar do carro ficar preso na lama e de termos levado algum tempo até ser possível regressar ao percurso do rali, mas as corridas são assim mesmo.", começou por afirmar.

"De positivo foi mesmo o facto de termos ficado com a perfeita noção de que no asfalto estamos bem mais próximos do andamento dos nosso mais diretos adversários e isso será uma motivação extra para o futuro. Em termos de campeonato esta operação não correu de feição, precisávamos de ter pontuado mais, mas infelizmente não foi possível.", concluiu.

Agora, o WRC vai para Coffs Harbour, na Nova Gales do Sul, onde entre oito e onze de setembro, decorrerá o Rali da Austrália. Nem Armindo Araujo, nem Bernardo Sousa participarão nesse rali, voltando apenas à ação no Rali de França, que acontecerá de 29 de setembro a 2 de outubro.

Youtube Rally Video: O salto de Ken Block na Alemanha



Já falo do resultado final do Rali da Alemanha, onde Sebastien Ogier acabou com o monopólio "Löebiano" de vitórias em paragens alemãs, onde Dani Sordo deu à Mini o seu primeiro pódio e onde Armindo Araujo conseguiu um fabuloso oitavo posto na geral, pontuando pela primeira vez nesta temporada com o Mini JCW (John Cooper Works) WRC.

Antes, falo do mais famoso salto do rali alemão, pois há um video onde se compara Dani Sordo, com o seu Mini oficial, com... Ken Block. Sim, o americano das "gynkhanas". Neste rali, ele anda pelo meio da tabela, mas sabe dar espectáculo, como demonstra o salto que deu. Foram 41 metros e um quase despiste, comparado com os 29 metros do espanhol.

Muito espectacular, é certo. Mas o que interessa são os resultados.

Youtube Rally Video: Asphalte et Pousserie



Para fechar este Sábado - já é Domingo quando escrevo isto - coloco-vos este video feito durante este Rali da Alemanha, mostrando o ambiente deste rali. Traduzido para "Asfalto e Poeira", a cena que eles escolhem para fechar este videoclip é o S2000 do madeirense Bernardo Sousa. Depois verão o porquê.

Créditos ás meninas do Octeto, que por causa do Kimi Raikonnen, estão a tornar-se cada vez mais fãs de ralis. É esse o espírito...