sábado, 19 de dezembro de 2020

A imagem do dia


Depois de acabarem com o Grupo B, em 1986, a aposta foi para o Grupo A. Tirando a Lancia, poucas foram as marcas que fizeram a mesma aposta. Audi e Peugeot decidiram ir embora, e quem fica foram os japoneses: Toyota, Mazda e Nissan. Em Portugal, como em muitos lados, os Grupo A ficaram com a Renault, que apostava muito na competição. Se antes de 1986, a aposta era no 5 Turbo, a partir de 1987, foi para o 11 Turbo, o modelo apresentado nesse ano e do qual queriam apostar para as classificativas quer em França, como em Portugal e claro, na equipa oficial, com pilotos como Jean Ragnotti e Alain Oreille.

Em Portugal, Joaquim Moutinho vai embora da marca do losango e eles vão buscar para o seu lugar um algarvio, de seu nome Inverno Amaral. Começando a correr em 1975 no Rali das Camélias, um Datsun 1200, andou pelo Pop Cross, onde foi campeão em 1980, mas nunca largando os ralis, quer andando o Ford Escort RS2000, quer depois andando no Citroen Visa, onde venceu o troféu em 1983.

Amaral pegou no 11 Turbo e adaptou-se muito bem. Contra Carlos Bica, num Lancia Delta 4WD, e Joaquim Santos, um Ford Sierra Cosworth da Diabolique, Amaral tem a seu lado uma máquina bem oleada que já tinha sido vencedora, e no qual se adaptou bem. Acabou campeão em 1987, conseguindo o título no "seu" rali do Algarve, numa edição marcada pela muita chuva e onde marca uma época, sendo o último campeão antes de Ricardo Teodósio, mais de três décadas depois.

Amaral corre nos ralis até 1994, enquanto em paralelo faz provas no Nacional de Todo o Terreno, a bordo de uma Nissan, também na sua equipa oficial. Uma vida dedicada ao automobilismo, do qual foi curta, mas cheia. 

Hoje, soube-se que Inverno Amaral morreu. Tinha 68 anos e estaa doente há algum tempo. O automobilismo português lamenta a perda de alguém que marcou uma época, e de uma certa maneira, como o natural passar do tempo, é uma geração que desaparece. "Era um exemplo para os outros pilotos e uma referência para todos. Deixa o país de luto", comentou Ni Amorim, o presidente da FPAK, Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting.

De uma certa maneira, estamos um pouco mais pobres. Ars lunga, vita breis, Inverno.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

WRC: Jari-Matti Latvala é o novo diretor desportivo da Toyota


O finlandês Jari-Matti Latvala vai ser o novo diretor desportivo da Toyota para o WRC a partir de 2021. O antigo piloto de 35 anos sucederá a Tommi Makinen, que será conselheiro para a marca, numa equipa que manterá o alinhamento para a próxima temporada, com Sebastien Ogier, Kalle Rovanpera, Elfyn Evans e Takamoto Katsuta como pilotos.

Sinto-me realmente honrado por assumir esta posição com a equipa, e pela confiança que Akio Toyoda tem demonstrado em mim. Estou realmente entusiasmado por continuar o trabalho que ele começou juntamente com o Tommi, tendo feito parte desta equipa desde o início como piloto. Agora, como Diretor da Equipa, tenho de ver o panorama geral: Tenho de motivar todos os membros da equipa a trabalhar em conjunto para alcançar os melhores resultados. É um novo desafio e estou pronto para ele”, começou por dizer.

"O Tommi fez um trabalho fantástico, construindo a equipa a partir do zero e trazendo o sucesso que ela tem hoje em dia. Claro que há sempre espaço para melhorias e eu quero usar o que aprendi ao longo dos anos como piloto e trabalhar em conjunto com os diretores da equipa para a tornar tão bem sucedida quanto possível.", continuou.

"A temporada 2021 está mesmo ao virar da esquina, mas todo o ‘pacote’ já está lá dentro, com um carro comprovado e a mesmas fortes duplas de pilotos. Todos sabem o que tem de ser feito para preparar o Rallye Monte-Carlo em janeiro”, concluiu.

Aos 35 anos de idade, e filho de Jari Latvala, campeão finlandês de Grupo N em 1994, Latvala teve uma carreira bem longa no WRC. Ao todo, fez 209 ralis, começando em 2002, aos 16 anos de idade, mostrou-se em 2006, ao ser piloto da Stobart Ford e no Rali da Suécia de 2008, tornou-se no piloto mais jovem de sempre a triunfar, aos 22 anos, batendo o recorde do seu compatriota Henri Toivonen. Esteve na Ford até 2012, passando para a Volkswagen, onde ficou até ao final das operações da marca alemã, em 2016, indo a partir daquela altura para a Toyota, onde ficou até 2019. 

Ao todo, alcançou 18 vitórias, sempre tendo como nevagador Mika Anttila, e foi vice-campeão em 2010, 2014 e 2015, tendo também sido terceiro classificado em 2012 e 2013.

Noticias: Sergio Perez na Red Bull


O mexicano Sergio Perez será piloto da Red Bull em 2021, no lugar do tailandês Alexander Albon. O piloto de 30 anos, sem lugar na Racing Point desde o final da temporada, fará algo muito raro na equipa dos energéticos, porque ele é dos poucos pilotos que não passou pelo processo da Junior Team, algo do qual apenas David Coulthard e Mark Webber são os exemplos mais conhecidos. 

Os rumores corriam desde há alguns dias, mas na noite de ontem, a coisa andava já perto da certeza. Agora, é o anuncio oficial. Albon fica como piloto de testes e desenvolvimento para regressar em 2022.

A chance de correr por uma equipa na corrida para vencer o campeonato é algo que eu sempre quis desde que me juntei à Fórmula 1 e hoje é um momento de orgulho poder vestir as cores da Red Bull”, começou por dizer. "A equipa tem uma mentalidade vencedora, tal como eu, e estou aqui para mostrar-me”, finalizou o piloto mexicano.

A chegada acontece depois de um grande ano de 2020, o melhor ao serviço da Racing Point, equipa no qual se juntou em 2014, quando ainda era Force India. Apesar de ter apanhado Covid-19 em julho, que o forçou a não parricipar nas corridas britânicas, mas a consistência colocou-o no "top 5" ao longo do resto da temporada, que culminou com um pódio em Istambul e a vitória em Shakir, a penúltima corrida do ano. Assim aos 30 anos, Pérez volta a ter a oportunidade de correr numa equipa de topo - depois de uma passagem discreta pela McLaren em 2013 - agora mais maduro e mais preparado.

E a Red Bull ganha um "numero dois" com experiência e maturidade, capaz de incomodar mais Max Verstappen, puxá-lo para ir além dos seus limites, e aumentar a competividade interna na equipa dos energéticos, algo que não existe desde a saída de Daniel Ricciardo para a Renault, no final de 2018.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

IndyCar: Divulgado o calendário de 2021


A IndyCar divulgou esta quinta-feira o seu caledário para 2021, e já houve alterações no caledário inicial. A corrida de Long Beach, inicialmente prevista para abril, vai agora ser corrido em setembro, sendo a prova de encerramento do calendário, no dia 26 desse mês. A prova irá reforçar o final do ano na costa Oeste pois acontecerá depois de corridas em Portland e Laguna Seca.

“Acreditamos que a mudança nos dará a oportunidade de oferecer ao público uma experiência divertida em um ambiente seguro e sem restrições”, destacou Jim Michaelian, CEO da Grand Prix Association of Long Beach, promotora da prova.

Curiosamente, é a primeira vez em 45 anos que isso vai acontecer, pois no seu ano de inauguração, em 1975, a prova aconteceu em setembro, antes de mudar para abril do ano seguinte, quando começou a receber a Formula 1. Uma data que não foi mudada quando a IndyCar começou a correr por lá, em 1984.

Mesmo assim, o calendário continua a começar no mesmo local: St. Petersburg, na Florida, no fim de semana de 7 de março. As 500 Milhas de Indianápolis irão acontecer a 30 de maio, depois da prova no circuito convencional, no mesmo sitio, a 15 de maio. 

Ao todo, serão 17 provas no calendário, três deles em ovais - ronda dupla no Texas, no inicio de maio, mais um em agosto, em St. Louis - e provas em circuitos como Mid-Ohio, Laguna Seca, Barber e Road America. 

Noticias: W Series anunciou as suas pilotos para 2021


Serão dezoito as pilotos que competirão na temporada de 2021, depois da anterior ter sido cancelada devido à pandemia do coronavirus. E serão todas as que foram escolhidas no inicio desse ano, num calendário que inclui oito provas e farão parte do fim de semana da Formula 1.

Isso significa que a campeã de 2019, a britânica Jamie Chadwick, estará presente para defender o título, entre a concorrência que inclui a holandesa Beitske Visser, a britânica Alice Powell e a finlandesa Emma Kimialainen, que com 31 anos, é a mais velha do pelotão. Entre as estreantes, estarão a espanhola Belén Garcia, a brasileira Bruna Tomaselli e a russa Irina Sirodkova, que com 17 anos, é a mais nova do pelotão.

Estou muito contente que as 18 pilotos que teriam competido em nossa temporada de 2020 na pista tenham a chance de mostrar seu talento na pista em 2021, em parceria com a Fórmula 1. Também estou satisfeito por eles estarem qualificados para a Super Licença da FIA para isso.", começou por dizer Catherine Bond Muir, a CEO da competição. 

Este ano foi incrivelmente desafiador para todos, mas nossas pilotos rápidas e destemidas mostraram notável resiliência e dedicação, e agora eles podem esperar competir no maior palco do automobilismo graças à nova parceria da W Series com a Fórmula 1. No próximo ano, as nossas oito corridas nos levarão pela Europa e pelas Américas, e nossas 18 pilotos representam 12 países, ajudando-nos, portanto, a aumentar o alcance e o impacto da Série W globalmente e a cumprir nossa missão de inspirar meninas e mulheres em todos os lugares.”, concluiu.

Chadwick afirma que a parceria com a Formula 1, bem como a pontuação para a Super Licença ajudará muito para as raparigas terem uma chance na categoria máxima do automobilismo.

A nova parceria da W Series com a Fórmula 1 de 2021 é um apoio retumbante da série e um testemunho da imensa habilidade de todas as pilotos. Estou a adorar a perspectiva de correr ao lado deles em alguns dos melhores circuitos do mundo no próximo ano em uma tentativa de defender meu título da W Series. Os pontos da Super Licença da FIA que estarão em jogo, e tendo já experimentado o gostinho do mundo da Formula 1 em minha função como piloto de desenvolvimento da Williams, estou determinado a ganhar o máximo possível e dar um passo mais perto do meu sonho de competir na Fórmula 1. ”, comentou.

O campeonato começa a 26 de junho, no circuito francês de Paul Ricard, e termina a 30 de outubro, no Autódromo Hermanos Rodriguez, na Cidade no México. 

Youtube Formula 1 Video: O que aconteceu a Narain Karthikeyan?

O primeiro piloto de Formula 1 de qualquer país é algo memorável, é um facto. Vai entrar na história, irá atrair gente para a modalidade, entre outras coisas, e se calhar bem, pode ser que seja um grande piloto, vitorioso e tal. Houve alguns que foram assim.

Mas Narain Karthikeyan foi um piloto veloz, com alguma inconsistência, para ser exato. Apesar de tudo, teve uma carreira decente, e no qual ficou alguns anos na Formula 1, quer na Jordan, quer na HRT, mas por exemplo, nunca foi para a Force India, apesar da sua velocidade. 

E é sobre um piloto que de tosco não teve nada, que o Josh Revell publicou no seu mais recente video. É longo - quase meia hora - mas vale a pena.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Noticias: GP do Brasil confirado em Interlagos até 2025


A Formula 1 confirmou nesta quarta-feira que o GP do Brasil está confirmado até 2025 na pista de Interlagos. O anúncio desta renovação finaliza de vez as discussões que a determinado mometo, chegaram a tratar Interlagos como carta fora do baralho do GP do Brasil, em favor do Rio de Janeiro.

A corrida acontecerá a 14 de novembro, na pista paulista, que recebe a competição desde 1990.

Estamos felizes por anunciar que a cidade de São Paulo continuará a sediar o GP do Brasil até 2025, e estamos ansioso para trabalhar com os novos promotores nos próximos anos”, disse Chase Carey, chefe da Formula 1, num comunicado à imprensa. “O Brasil é um mercado muito importante para a Fórmula 1, com fãs devotados e uma longa história no esporte. A corrida no Brasil sempre foi um dos pontos altos para nossos fãs, pilotos e parceiros, e queremos dar aos fãs da Fórmula 1 uma corrida divertida em Interlagos em 2021 e ao longo dos próximos cinco anos”, destacou.

É um grande prazer poder anunciar que Interlagos continuará sediando um dos eventos mais importantes do mundo do automobilismo”, começou por destacar Bruno Covas, o prsidente da câmara de São Paulo. “Fizemos um esforço tremendo de manter a corrida em nossa cidade. Temos infraestrutura robusta para turistas, segurança pública e outros serviços de ponta. Acreditamos que, sediando o GP, além de promover nossa cidade para o mundo, continuaremos trazendo contribuições importantes, como criação de emprego e geração de renda. Vimos estudos que mostram que para cada real investido no GP de São Paulo, 5,20 reais são gerados para a economia local”, continuou.

Outra mudança importante nas direções da etapa brasileira do Mundial de Fórmula 1 está no promotor da prova. A Interpub, de Tamas Rohonyi, que organizava o evento ao longo de décadas, sai de cena. Rohonyi é muito próximo de Bernie Ecclestone, o antigo chefe e responsável pela assinatura do último contrato antes do atual. Agora, quem assume a promoção é a Brasil Motorsport, braço do fundo de investimento Mubadala, de Abu Dhabi. E no comando da empresa, está o antigo velejador olimpico Alan Adler.

Estamos muito animados em trabalhar com a Fórmula 1. A prova está em Interlagos desde 1990 e é um dos circuitos mais respeitados do calendário”, falou Alan Adler, novo promotor da corrida. “Brasileiros são entusiastas  do automobilismo e da velocidade, e o Brasil tem uma longa tradição de produzir grandes pilotos, o que rendeu uma legião de fãs de F1 em nosso país. Acredito que, por conta da nossa experiência, trabalhando com marcas internacionais, podemos fazer um grande trabalho unindo os desportos, as marcas e o entretenimento. Com isso, poderemos oferecer novas experiências para o público tanto dentro quanto fora da pista”, completou.

Youtube Rally Video (II): Os testes da Toyota em Monte Carlo

O Rali de Monte Carlo vai acontecer daqui a cerca de um mês, e já se começa a treinar para a prova. Hoje, coloco o video do Toyota de Sebastien Ogier, preparando-se para as condições de neve e gelo das estradas francesas. 

Youtube Rally Video: Uma competição para as quatro estações

O Antti Kalhola apareceu hoje com este video, muito simples: para mostrar que os ralis são uma competição que disputa nas quatro estações do ano. Desde Monte Carlo ao RAC, estão lá todos, inverno, primavera, verão e outono.

Noticias: Yuki Tsunoda é piloto da Alpha Tauri


O japonês Yuki Tsunoda foi confirmado como piloto da Alpha Tauri para 2021, no lugar do russo Daniil Kvyat. Piloto vindo da Formula 2, será o terceiro estreante na Formula 1 na próxima temporada, depois do alemão Mick Schumacher e do russo Nikita Mazpein, ambos na Haas. Aos 20 anos de idade - nasceu a 11 de maio de 2000 - é mais um produto do programa de jovens pilotos da Red Bull que chega à Fórmula 1, desta feita com muita ‘mão’ da Honda. E ele será o primeiro piloto japonês presente na categoria máxima do automobilismo desde Kamui Kobayashi, em 2014, quando correu na Caterham.

Como a maioria dos pilotos, o meu objetivo sempre foi correr na Formula 1, por isso estou muito feliz com esta notícia.", começou por dizer, em comunicado oficial. "Quero agradecer à Scuderia AlphaTauri, à Red Bull e ao Dr. Marko por me terem dado esta oportunidade, e claro que todos da Honda, por todo o seu apoio até aqui na minha carreira, dando-me grandes oportunidades para correr na Europa. Tenho também que agradecer às equipas com que corri até aqui, particularmente a Carlin, com que aprendi muito este ano. Compreendo que no próximo ano estarei a carregar as esperanças de muitos adeptos japoneses da Formula 1 e farei o meu melhor por eles, também”.

Franz Tost elogiou a sua velocidade e determinação, e espera que ele mantenha isso na Formula 1. 

A Red Bull tem vindo a seguir a carreira do Yuki há já algum tempo e estou certo de que ele será um grande trunfo para a nossa equipa. Ao observá-lo na Formula 2 este ano, ele demonstrou a mistura certa de agressividade em corrida e boa compreensão técnica. Durante o teste em Imola, em novembro, quando pilotou o nosso carro de 2018, os seus tempos de volta foram muito consistentes durante uma simulação de corrida, ele progrediu ao longo do dia e deu aos nossos engenheiros um feedback útil. Além disso, a sua integração com os engenheiros da Honda tem sido perfeita, o que certamente ajuda. No teste em Abu Dhabi esta semana, ele provou ser um aprendiz rápido e que está pronto para dar o passo para a Formula 1”.

Tsunoda começou aos 16 anos nos monolugares da Formula 4 japonesa, em 2016, acabando por ser campeão em 2018, para logo a seguir subir à Formula 3 europeia, onde ao serviço da Motopark, ser quarto classificado na temporada de 2019. Em 2020 foi para a Formula 2, correndo ao serviço da Carlin, acabando no terceiro lugar do campeonato, com três vitórias e sete pódios.

Endurance: Porsche regressa em 2023 com um LMDh


A Porsche anunciou na noite desta terça-feira que voltará à Endurance na clase LMDh (Le Mans-Daytona hybrid), a partir da temporada de 2023. Esta novidade acontece depois de a Audi também ter anunciado o seu regresso à classe depois de alguns anos de ausência, após o final do programa do R8 e-tron. O carro, do qual ainda não se sabe como será chamado, sucederá ao 919 Hybrid, que foi muito bem sucedido entre 2014 e 2017, vencendo quer o Mundial de Resistência, quer as 24 Horas de Le Mans.

A razão para o regresso foi essencialmente os baixos custos e a possibilidade de utilizar os mesmos carros, capazes de lutar por vitórias à geral, nas principais corridas de endurance de todo o mundo, quer na Europa, quer na América, ajudaram nessa decisão.

"A nova categoria LMDh permite-nos, com um sistema híbrido, lutar por vitórias à geral nas provas clássicas como são Le Mans, Daytona e Sebring - sem que tenhamos que roubar um banco. O projeto é extremamente atraente para a Porsche. As corridas de resistência fazem parte do DNA da nossa marca”, explicou Oliver Blume, CEO da Porsche AG, no comunicado oficial.

Gostaria de agradecer ao nosso conselho de administração pela confiança imensa que depositou na estratégia de automobilismo que desenvolvemos”, começou por dizer Fritz Enzinger, vice-presidente da Porsche Motorsport. “Detemos um recorde de 19 vitórias absolutas nas 24 Horas de Le Mans e subimos ao topo do pódio muitas vezes nas principais corridas nos EUA. Podemos continuar esta tradição com uma viatura LMDh e, ao mesmo tempo, manter os custos razoáveis. Tem havido um grande interesse de outros construtores. Espero que possamos continuar onde paramos, com os famosos confrontos contra muitas outras marcas nos anos 1980 e 1990. Isso daria um grande impulso a todo o cenário do automobilismo".


A Porsche Motorsport não revelou se este projecto terá impacto noutros programas desportivos da marca alemã, pois neste momento, tem uma presença oficial no Campeonato do Mundo FIA de Fórmula E e na classe GTE-Pro do FIA WEC.

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Rumor do Dia: Testes de 2021 voltarão a ser em Barcelona


O anuncio será feito amanhã, depois da reunião do Conselho Mundial, mas hoje fala-se que as equipas de Formula 1 decidiram que os testes de pré-temporada vão continuar a ser em Barcelona, em vez de ser em Shakir, no Bahrein, devido à proximidade com as sedes das equipas, quase todas no Reino Unido.

De acordo com os rumores que circulavam no paddock de Yas Marina, neste útimo final de semana, as equipas decidiram regressar ao Circuit de Barcelona – Catalunya nos próximos dias 2, 3 e 4 de Março. A decisão também tem a ver com o facto de em 2021 que haverá apenas três jornadas de testes e qualquer atraso terá consequências ainda maus custosas.

A reunião do Conselho Mundial acontecerá amanhã, e para além disso, é também provável que se confirmará o calendário para a temporada de 2021.

Noticias: Sir Frank Williams internado


Sir Frank Williams, de 78 anos, foi internado num hospital no centro do Reino Unido devido a uma condição não especificada. O seu estado é "estável", mas a familia não avança muitos pormenores, afirmando que o seu estado de saúde é "de matéria privada".

"Pedimos para que respeitem a nossa privacidade, a equipa emitirá um comunicado a seu devido tempo. Obrigado", concluiu o comunicado oficial da equipa.

Frank Williams, paralisado do pescoço para baixo devido a um acidente de viação no sul de França no inverno de 1986, ficou inernado por quatro meses no hospital devido a uma pneumonia, do qual recuperou totalmente. Apesar de não participar no dia a dia da Williams desde 2012, fez uma aparição em 2019, no fim de semana do GP da Grã-Bretanha, onde deu uma volta na pista de Silverstone ao lado de Lewis Hamilton. 

A Williams Grand Prix Racing, que conheceu uma mudança de guarda em 2020, com a saída de cena de Claire Williams, filha de Frank, ficou pela primeira vez desde 1977 sem sequer pontuar no campeonato de Construtores.

WRC: Monte Carlo sem espectadores, Suécia cancelado


A pandemia alterou fortemente o calendário do WRC em 2020 e vai começar a mexer o de 2021. Nos últimos dois dias, soube-se que o Rali de Monte Carlo não terá espectadores, e a prova da Suécia, marcada para os dias 11 e 14 de fevereiro, foi cancelada pela organização.

Os organizadores do Rally da Suécia, a FIA e o Promotor do WRC entendem perfeitamente que a saúde da população local é a principal preocupação e estão comprometidos com o dever coletivo de proteger a comunidade de Värmland e a família do WRC”, começou por dizer Glenn Olsson, o diretor do rali sueco.

Durante nosso planeamento, monitorizamos de perto a situação da Covid-19 em constante evolução na região. Embora estejamos naturalmente extremamente desapontados, especialmente devido ao excitante itinerário com um novo visual, esta é uma decisão que iremos apoiar.”, concluiu.

No caso de Monte Carlo, para além da ausência de espectadores, a prova não irá ter também "shakedown" e os troços finais de sábado foram cancelados, para evitar aglomerações numa altura em que a pandemia não está sob controlo - aliás, vive-se agora a segunda vaga, em muitos aspectos mais devastadora que a primeira. 

Resta saber se a partir de março, haverá mais alterações no calendário de 2021.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

No Nobres do Grid deste mês...


(...)

Deram-se muitas mudanças para a temporada de 1995 do Mundial de Ralis. O principal foi que os restritores de turbo tinham sido reduzidos de 38 milimetros de diâmetro para 34 milimetros, reduzindo a potência, os pneus slicks foram banidos e o formato dos pisos - fosse de terra ou asfalto - teve de ser homologado. Essas regras, á partida, foram seguidas por todas as equipas de fábrica: Toyota, Mitsubishi, Ford e Subaru (Prodrive). Tudo muito bem, mas aparentemente, a Toyota usava um truque para que não perdesse potência nos seus carros, que era de mexer nos seus turbos. E até ali, tinha tudo corrido bem, porque um dos seus pilotos estava a liderar.

E esperavam ser os melhores na Catalunha, uma prova que Sainz queria vencer, pelos motivos mais óbvios: corria em casa. Ms quem foi para a frente tinha sido Kankkunen, e os Subaru iam loucos à sua procura quando este se despistou e abandonou no segundo dia. Sainz liderava, seguido de McRae, e a ideia na Prodrive era que mantivessem as posições. Mas a ordem de equipa aconteceu o mais tarde possivel, porque... McRae odiava isso. Pior: o escocês ficou com o comando a quatro especiais do fim. E quando deram a ordem, ele simplesmente... ignorou. Teve de ser o próprio David Richards a dizer que tinha de abdicar da vitória para que acontecesse, e ele estava fulo. Lá cedeu, e a dobradinha acontecia, com o espanhol na frente. E com isso, estava absolutamente igualados quando encarariam a última prova do campeonato, o Rally RAC, na Grã-Bretanha.

Mas a duas semanas da prova, o escândalo rebenta.

A FIA descobre irregularidades no turbocompressor de Didier Auriol e vai à inspeção, descobrindo a marosca da equipa. E não perde tempo em ser implacável: não só desqualifica o francês - tinha sido o Toyota sobrevivente na chegada do rali espanhol - como exclui a marca do campeonato. Os pilotos mantêm os pontos, mas são desqualificados na mesma na classificação geral, e essencialmente a disputa se torna num duelo entre Subaru e Mitsubishi. Os Toyota, inicialmente inscritos, não alinham na prova britânica.

Mas o rali britânico não é isento de emoção. (...)


Há 25 anos, no passado dia 25 de novembro, Colin McRae tornava-se campeão do mundo de ralis, a bordo do seu Subaru Impreza, e contra o seu companheiro de equipa, Carlos Sainz, que normalmente costuma ser o seu maior rival. O piloto mais carismático da sua geração teve o título mundial que sempre mereceu e que ficou na memória dos adeptos, por ser mais do que alguém chamado de "Colin McCrash" por bater nos momentos decisivos. Mas essa temporada ficou marcada pelo escândalo dos restritores dos turbo da Toyota, que resultaram no banimento da marca por parte da FIA.

Sobre essa temporada e muito mais, podem ler este mês no Nobres do Grid.

Youtube Formula 1 Videos: As grelhas de corridas miticas com gráficos de 2020

Hoje não coloco um video, mas diversos com o mesmo tema: corridas do passado com os gráficos atuais da Formula 1. São pequenos, mas tieram a sua graça, especialmente porque são todas de corridas miticas, do qual vale a pena ver.

Em ordem cronológica: GP do Mónaco de 1984, GP da Europa de 1993, GP do Brasil de 2010 e GP da Austrália de 2014. 

Divirtam-se!

Vendido! E o relógio custou...


Há umas semanas, a 23 de novembro, falei sobre a venda em leilão de um raro Le Mans Heuer que pertenceu a Steve McQueen e fez parte do filme "Le Mans", e que no final das filmagens foi oferecido ao mecânico-chefe, agradecendo-o por ter "ajudado a sobreviver" às filmagens, que aconteceram no outono de 1970. Pois bem, o leilão já aconteceu e o relógio foi arrematado por... 2,2 milhões de dólares. Um recorde em termos de relógios da marca suíça, porque se esperava que iria ser vendido por um valor dez vezes mais baixo.

O relógio "é o tal" que é visto quer nas publicidades do filme, quer nas cenas mais interessantes. E claro, o seu formato quadrado, invulgar na altura, ajudou a consolidar a magem de McQueen como o "rei do cool", numa altura em que se passaram 40 anos sobre a sua morte, no passado dia 7 de novembro, aos 50 anos de idade. Apesar de ser "o tal", não foi o único, porque outro dos relógios Heuer usado no filme foi vendido em 2012 por 650 mil dólares, num leilão em Hollywood.

Para quem não sabe, o filme estreou-se em 1971, com mau resultado na bilheteira, mas com o tempo se tornou num filme de culto para os fãs de automobilismo e do próprio ator norte-americano.

domingo, 13 de dezembro de 2020

A imagem do dia


Quem sabe mais ou menos o calendário de 2021, tem o conhecimento que há uma vaga por preencher, a 25 de abril. Esse deveria ser o palco do GP do Vietname, que deveria ter acontecido este ano, mas a pandemia e problemas nas autoridades locais - o seu responsável foi detido devido a uma acusação grave de corrupção - faz com que a pista semi-urbana de Hanói fique agora inutilizado, digamos assim.

Pois bem, há favoritos ao lugar. E hoje, quando ouvia a transmissão da Sky Sports, o David Croft, um dos seus narradores, falou que o Autódromo de Portimão está na "pole-position" para o lugar da corrida vietnamita. E a par de Istambul e Imola, poderá ser a primeira prova em solo europeu. 

Há uma data a confirmar e tenho ouvido rumores, e isto são boas notícias, que Portugal pode estar na calha para ficar com a vaga que seria do GP do Vietname. Portugal parece estar na agenda e não me importaria de voltar, foi uma boa corrida.”, disse Croft durante a transmissão.

O mais interessante é que duas semanas antes, numa entrevista à Gazzetta dello Sport, Ross Brawn falou nessas chances para o lugar vietnamita. "Vimos boas corridas em Imola, Portugal e Turquia: está tudo em aberto, vamos ver como se desenvolve a questão. É claro que temos pena de não podermos competir no Vietname, mas encontraremos um bom calendário”, afirmou.

Já disse isto na altura: todos adoraram o circuito. É uma montanha russa. Foi popular entre os pilotos e espectadores. Tiveram cerca de 35 mil espectadores, apesar das restrições por causa de uma pandemia que estava prestes a chegar à segunda vaga, e todos desejaram o seu regresso dentro em breve. E estas noticias sobre a possibilidade de termos corrida sete meses depois da última vez, significa que o pessoal liderado por Paulo Pinheiro está a fazer um trabalho de bastidores neste sentido. E que como o euro e mais caro que o dólar, logo, não precisam de gastar muito dinheiro para assegurar um bom contrato, é provável que o Estado possa estar a dar uma ajuda para fechar o negócio. Ter uma corrida na época baixa - OK, é depois da Páscoa - é ótimo para um lugar muito turistico como o Algarve. 

E se acontecer, mais do que o regresso de Portugal à Formula 1, é a chegada de uma mais valia para o automobilismo, no qual todos ficariam a ganhar. Pilotos, equipas e (tele)espectadores. E também se acontecer em 2021, é sinal que valeu a pena a aposta neste ano. Veremos.

Formula 1 2020 - Ronda 17, Abu Dhabi (Corrida)


Já sabem perfeitamente o que as pessoas pensam sobre este circuito. Não fica na memória pelas melhores razões. Não é uma montanha-russa, não fica situado num lugar inesquécivel, e tudo ainda cheira a novo... excepto à nova geração, porque ela entrou na nossa visão em 2009, há onze anos. Entrará na história como entrou Hungaroring: ninguém gostava dela, mas insistiram tanto que acabou por ficar na paisagem. E quando começou a haver corridas memoráveis, como a de 2006, por exemplo, começamos a aceitar.

Nao ficaria admirado se Abu Dhabi tenha o mesmo destino, ainda por cima acontece no final do dia, o que tenta mostrar uma paisagem diferente. Aliás, todas as pistas do Médio Oridente vão ter o mesmo tipo de cenário: vai ser à noite, ou no lusco-fusco, por causa do horário europeu, e porque querem ser mais-valias, como se fossem cenários de "As Mil E Uma Noites".

Dito isto, como descreer uma corrida onde Max Verstappen dominou do principio até ao fim, onde os Mercedes não o incomodaram bastante, porque queriam levar os seus motores até à meta, e onde Lewis Hamilton, já recuperado, não foi além do lugar mais baixo do pódio? Se calhar, teremos de ver por outros lados, porque não só os quatro primeiros foram previsiveis como o resto não foi surpreendente! Reparem... os Ferrari acabaram na 13ª e 14ª posição, com Leclerc na frente de Vettel, que tinha a sua despedida melancólica da Scuderia.

Mas enfim, vamos ao que interessa. 

Depois da partida, onde todos ficaram mais ou menos com as mesmas posições, com Lando Norris a impedir que Alex Albon ficase com a quarta posição, mas não na volta seis, quando ambos andaram a trocar de posições curva a curva, até que o tailandês levasse a melhor. Quatro voltas depois, Sergio Perez, o homem que venceu em Shakir, teve o seu fim de semana... esquecível a culminar com ele encostado à berma. Um final que não merecia, para sermos todos honestos. E Safety Car na pista.

Claro, todos aproveitaram a ocasião para trocar de pneus, colocando duros no lugar dos moles (vermelhos por brancos, no código das cores), mas não houve alterações na frente. Aliás, a partir daqui... não houve história por muito tempo, porque só na volta 40 é que vimos pilotos da frente a trocar de pneus, como Daniel Ricciardo e Lando Norris, ambos a lutarem pela quinta posição. 


E quando tudo acabou, foi um alivio. Não só porque... já sabem o tipo de corrida que foi, mas também pensar que tudo isto foi compactado, reescrito, comprimido em pouco menos de meio ano para termos uma temporada decente. E de uma certa maneira, tivemos. A Formula 1 mostrou que conseguia fazer um calendário em cima do joelho, centrado na Europa e no Médio Oriente, é verdade, mas conseguiu. E até foi mais interessante que se esperava, apesar do campeão ter sido o mesmo e tudo estar decidido a três provas do fim.

Enfim, veremos o que 2021 nos reserva, e até que ponto ele será alterado por causa da situação em que vivemos.