segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

No Nobres do Grid deste mês...


(...)

Deram-se muitas mudanças para a temporada de 1995 do Mundial de Ralis. O principal foi que os restritores de turbo tinham sido reduzidos de 38 milimetros de diâmetro para 34 milimetros, reduzindo a potência, os pneus slicks foram banidos e o formato dos pisos - fosse de terra ou asfalto - teve de ser homologado. Essas regras, á partida, foram seguidas por todas as equipas de fábrica: Toyota, Mitsubishi, Ford e Subaru (Prodrive). Tudo muito bem, mas aparentemente, a Toyota usava um truque para que não perdesse potência nos seus carros, que era de mexer nos seus turbos. E até ali, tinha tudo corrido bem, porque um dos seus pilotos estava a liderar.

E esperavam ser os melhores na Catalunha, uma prova que Sainz queria vencer, pelos motivos mais óbvios: corria em casa. Ms quem foi para a frente tinha sido Kankkunen, e os Subaru iam loucos à sua procura quando este se despistou e abandonou no segundo dia. Sainz liderava, seguido de McRae, e a ideia na Prodrive era que mantivessem as posições. Mas a ordem de equipa aconteceu o mais tarde possivel, porque... McRae odiava isso. Pior: o escocês ficou com o comando a quatro especiais do fim. E quando deram a ordem, ele simplesmente... ignorou. Teve de ser o próprio David Richards a dizer que tinha de abdicar da vitória para que acontecesse, e ele estava fulo. Lá cedeu, e a dobradinha acontecia, com o espanhol na frente. E com isso, estava absolutamente igualados quando encarariam a última prova do campeonato, o Rally RAC, na Grã-Bretanha.

Mas a duas semanas da prova, o escândalo rebenta.

A FIA descobre irregularidades no turbocompressor de Didier Auriol e vai à inspeção, descobrindo a marosca da equipa. E não perde tempo em ser implacável: não só desqualifica o francês - tinha sido o Toyota sobrevivente na chegada do rali espanhol - como exclui a marca do campeonato. Os pilotos mantêm os pontos, mas são desqualificados na mesma na classificação geral, e essencialmente a disputa se torna num duelo entre Subaru e Mitsubishi. Os Toyota, inicialmente inscritos, não alinham na prova britânica.

Mas o rali britânico não é isento de emoção. (...)


Há 25 anos, no passado dia 25 de novembro, Colin McRae tornava-se campeão do mundo de ralis, a bordo do seu Subaru Impreza, e contra o seu companheiro de equipa, Carlos Sainz, que normalmente costuma ser o seu maior rival. O piloto mais carismático da sua geração teve o título mundial que sempre mereceu e que ficou na memória dos adeptos, por ser mais do que alguém chamado de "Colin McCrash" por bater nos momentos decisivos. Mas essa temporada ficou marcada pelo escândalo dos restritores dos turbo da Toyota, que resultaram no banimento da marca por parte da FIA.

Sobre essa temporada e muito mais, podem ler este mês no Nobres do Grid.

Sem comentários: