sábado, 10 de março de 2012

Conheçam Carmen Jordá, a segunda mulher na GP3 Series

Três dias depois da Ocean Racing ter anunciado a sua participação na GP3 Series, a equipa de Tiago Monteiro e José Guedes anunciou os seus dois primeiros pilotos para a sua equipa. E são surpreendentes: a catalã Carmen Jordá e o irlandês Robert Cregan. Jordá, de 23 anos e uma carinha mais bonita do que a Victoria Piria, vai ser a segunda mulher a competir na categoria e colorir um pouco mais aquele "jardim zoológico". 

Claro, Jordá está feliz pela oportunidade concedida pela equipa portuguesa: “Estou muito satisfeita por este acordo especialmente por fazer parte de uma equipa tão experiente como a Ocean. Penso que poderemos desenvolver um bom trabalho em conjunto. Tenho a certeza que me vão ajudar a melhorar a minha performance. Estou ansiosa por testar o carro que será muito diferente do Indy Light a que estava habituada. Serei uma estreante na modalidade mas tenho a certeza que vou melhorar corrida a corrida. Não posso deixar de agradecer a todos aqueles que me ajudaram a montar este projecto”, disse a piloto espanhola.

É verdade: Jordá - que namora ou já namorou com Fonsi Nieto - tem quatro anos de Formula 3 Open, em Espanha, onde conseguiu vários pódios na categoria... secundária, depois de um ponto na categoria principal, graças a um nono lugar em 2009. E em 2010, foi tentar a sorte na Indy Lights, onde em cinco corridas, não conseguiu mais do que um décimo posto. Não sei o que andou a fazer em 2011, mas o fato de ter conseguido arranjar dinheiro para ir para a GP3 em 2012 pela Ocean me deixou algo surpreendido. Mas estes são os tempos, não é?  

Confesso o meu cepticismo em relação à possibilidade de se sobressair no meio dos 30 pilotos daquele zoológico, onde a diferença entre o primeiro e o último é de um mero segundo, mas desejo sorte para ela.

A passagem de Kimi Raikkonen pelo Top Gear



Gostei de saber que a paasgem do Kimi Raikkonen pelo Top Gear foi muito mais do que "sim" e "não". E esforçou-se por ter sentido de humor, com uma pilotagem muito finlandesa.

Amanhã verei o resto. Afinal de contas, quero saber como é que ele e o The Stig se comunicaram. Telepatia?

WRC 2012 - Rali do México (Dia 1)

Debaixo de sol e pó, decorreu no estado de Guanajuato o primeiro dia do Rali do México. O dia pode ter acabado com os Citroen na frente, com Sebastien Löeb e Mikko Hirvonen nas duas primeiras posições, depois de dez classificativas agitadas. Na realidade foram nove, porque a nona especial - a segunda passagem por Ortega - foi cancelada devido ao mau comportamento dos espectadores. Horas antes, na quinta especial, a primeira por Ortega, um espectador atirou uma pedra ao Citroen DS3 WRC de Thierry Neuville, obrigando-o a desistir quando seguia na terceira posição. "É óbvio que este comportamento é perigoso, irresponsável e completamente inaceitável", afirmou depois.

Mas o rali do México foi mais do que isto. Com Armindo Araujo a abrir a estrada, depois de ter sido o último na qualificação, começou com Jari-Matti Latvala a partir ao ataque, assumindo a liderança logo na primeira especial, e tentando dilatar a vantagem sobre os Citroen e Hirvonen e Löeb, mas problemas de suspensão na quinta especial do dia o obrigaram a abrandar o ritmo e a cair para o oitavo posto, recuperando até ao quarto posto nas classificativas seguintes.

Após esses problemas, Sebastien Löeb venceu duas especiais e subiu à liderança, com Hirvonen logo atrás e o norueguês Mads Ostberg no terceiro lugar. Jari-Matti Latvala empreendeu então uma pilotagem de recuperação, vencendo as especiais seguintes e recuperando o tempo perdido. No final do dia, Latvala está a apenas 17,8 segundos de Ostberg e com tudo para o apanhar na terceira posição.

Atrás, no quinto posto, está o estónio Ott Tanak, que anda a fazer um bom rali, conseguindo superar o segundo Ford oficial de Petter Solberg, que não está muito longe, mas também fez um rali de recuperação, depois de algumas classificativas não tão bem conseguidas. Já passou o russo Evgueny Novikov, mas estes três pilotos andam muito juntos, logo, muita coisa pode acontecer no dia de amanhã.

Chris Atkinson, no seu Ford Fiesta da Monster, está a ter um bom regresso ao WRC, embora esperava estar mais perto dos seus adversários. Está a 51 segundos de Novikov e não consegue descolar do Citroen DS3 WRC de Nasser Al-Attiyah, o nono classificado e a apenas 18 segundos do australiano. Armindo Araujo fecha o "top ten" com o seu Mini JCW WRC, já distante do 11º e melhor S2000, Sebastien Ogier.

Amanhã continua o Rali do México. 

sexta-feira, 9 de março de 2012

O sucesso do Fibra de Carbono no iTunes

Confesso que entrei nesta aventura do podcast por gozo, a convite do Pedro Mendes, e com um espírito de "não tenho nada a perder", mas ver este "feedback" em menos de 24 horas dos nossos episódios no iTunes, com o nosso em destaque na página principal, sinceramente, era algo que não esperava ver, pela natureza do nosso programa - que não é mais do que uma "conversa de café" - sobre automobilismo em geral e Formula 1 em particular, durante a semana, é fenomenal.

Quase me esqueci na minha mente que há quase doze anos, tive uma experiência numa rádio daqui de Leiria, a 94 FM, do qual aprendi muito, mas que com a minha conversão para a escrita, depois de ter feito um estágio na RTP, quase tinha esquecido desse episódio da minha vida. E se é por causa disso, ou se é por causa dos amigos, admiradores - e porque não, fãs? - que fiz ao longo destes cinco anos de existência do blog, nos dois lados do Atlântico e em mais algumas partes do mundo, que resulta nesta nossa "entrada de leão" no mundo dos podcasts. Só o nosso primeiro programa entrou no "top ten" dos mais ouvidos - ou descarregados - e no "top five" na categoria de Automóveis, faz a mim e ao Pedro ficar contentes. E a página do Fibra de Carbono no Facebook também está a ser um sucesso, com 64 adesões em 48 horas.

Obrigado a todos, e semana que vêm há novo episódio, que espero que dure uma hora.

Noticias: Robert Kubica faz rara aparição em Itália

Depois de durante esta semana, o espanhol Jaime Alguersuari ter dito na Radio 5 britânica que duvidava da recuperação de Robert Kubica, por ter dito que não tinha força suficiente para levantar um copo com a mão direita, afetada pelo acidente de fevereiro de 2011 no Rali Ronda di Andora, esta quinta-feira, Robert Kubica fez uma aparição na localidade italiana de Rovegno, para assistir a um teste com um Skoda Fabia WRC. E pelo que se vê nas fotos do site polaco F1Talks.pl, mostram um Kubica sorridente, e Antonio Boselliego, jornalista italiano estação SkySport24, confirmou que Kubica fez uma curta viagem, guiando o seu próprio carro. E que não foi a primeira vez que fez isto.

Apesar de nessas fotos, o próprio Kubica ter se esforçado em esconder a mão direita das objetivas, vê-se que anda pelo seu próprio pé, sem a ajuda de canadianas ou outros auxiliares, sinal de que já está curado da sua fratura na perna direita, causada por uma queda no final de janeiro. E pelo que pude falar via Twitter com a Agnieszka Koszmider, que escreve para o site f1zone.pl, a recuperação decorre como previsto, e que ele está neste momento a ver se ganha massa muscular para estar pronto para os testes marcados para o meio do ano, em principio ao volante de um Ferrari.

Em suma, pelo que se fala e pelas fotos mostradas, parece que Kubica está mais em forma do que se pensa. Mas mesmo assim, só mesmo quando se sentar dentro de um carro de Formula 1 é que se verá se está recuperado do acidente de há treze meses.  

Fibra de Carbono, episódio dois

E menos de uma semana depois da primeira emissão, passamos para a segunda. Desta vez, ainda andamos a adaptar-nos ao formato, e fizemos um programa com a devida duração: uma hora. E aí, tivemos tempo para falar um pouco de tudo: os testes de Barcelona, mulheres no automobilismo, o novo formato da revista Autosport, e "Rush", o filme de Ron Howard sobre a temporada de 1976, da luta entre James Hunt e Niki Lauda, duas personalidades contrastantes no paddock daquele tempo.

Eis o link do nosso programa, que podem ver no site www.fibracarbono.net. E já agora, temos desde hoje a nossa página no Facebook. Eu e o Pedro Mendes esperemos que gostem deste programa.

quinta-feira, 8 de março de 2012

O "show-car" de James Garner

Cruzei-me com esta hoje no Jalopink, e acho a história fabulosa: um "show car" feito por encomenda para um ator de Hollywood. E não era um qualquer, era o James Garner, um dos maiores da sua geração, atualmente com 83 anos e conhecido pelo seu papel de "Pete Aron" no filme "Grand Prix".

Realizado em 1966 por John Frankenheimer, "Grand Prix" rendeu três Óscares nos efeitos especiais, graças às câmaras colocadas nos carros de Formula 1, que anteciparam um pouco os dias de hoje. Mas Garner também ficou famosos pelo seu papel no western "Maverick", uma série televisiva no inicio dos anos 60, e tal como Steve McQueen e Paul Newman, foi outro ator que virou "petrolhead" e se meteu no automobilismo, guiando por algumas vezes, preparando carros na Baja California e até guiou o "pace car" das 500 Milhas por três ocasiões. Mas a história de um carro especial, com quatro lugares - antevendo outros modelos construídos trinta anos mais tarde na Formula 1 e na CART, é provavelmente uma novidade absoluta.

Pete Phelps, que leu a história do "James Garner Special", contactou o site e acrescentou mais uns detalhes à história:

"Como você escreveu no texto, o carro foi construído por volta de 1974. Mike Haas da Concord California era o proprietário e fabricante. Eu o conheci graças às atividades com Hot Rods e o Oakland Roadster Show. Mike construía carros para demonstração e fazia pinturas especiais para rods na época e creio eu que Mike construiu o carro para uma turnê pelo ‘Circuito de apresentações dos EUA’".

"O chassis do carro foi esticado para acomodar os assentos laterais pelo que me lembre. O motor era um Chevy small block. A carroceria era uma obra de arte, com um belo trabalho manual. Depois da montagem (sem a pintura), eu fui chamado para fazer a fiação do carro em sua oficina. Numa das noites, o piloto Bob Bondurant passou por lá para conferir o andamento do carro.

"Mais tarde, Mike contou que o carro foi levado para a Sears Point Raceway em Sonoma (atualmente conhecido como Infineon) onde Bob deu algumas voltas (imagino que sem pisar fundo) depois que os mecânicos ajustaram a suspensão para a pista (Bob Bondurant era o proprietário da pista na época). Acredito que Bondurant foi o elo entre James Garner e Mike Haas, o que resultou no nome de Garner à frente do carro. Quer forma melhor de chamar a atenção para o carro que o ligando a uma celebridade?

Mike me contou uma vez sobre um “teste” do “James Garner Special”. Ele, sua esposa e um outro casal pegaram o carro e saíram com ele, do jeito que você vê nas fotos, por vias locais na cidade e voltaram sem problemas. Ele comentou que apesar da emoção do passeio, ele duvidou que as moças fossem andar novamente no carro. Os pneus aderentes as massacraram com pequenas pedras enquanto estavam nos assentos laterais!

Depois de exposto na região da baía de São Francisco, Mike disse que o carro foi levado para o leste por um caminhão para outras apresentações. Esta foi a última vez em que ouvi a respeito do carro até ler o seu texto. Depois que o projeto foi completado, me enviaram estas fotos de um ensaio profissional feito em Sears Point como lembrança do carro, com Garner e uma adorável (e desconhecida) modelo com trajes de chamar a atenção."

De facto, é uma história fabulosa, que merece ser contada.

5ª Coluna: A tempestade que vem a caminho

Faltam menos de dez dias para começar a temporada de 2012. E se para muitos, as expectativas são muitas, pelo facto de termos seis campeões do mundo a correrem ao mesmo tempo, algo que não acontecia há quase 40 anos, e também porque finalmente vão ver ação, depois de tantas semanas de testes, especulações e desmentidos - ou nem tanto - há outros que dizem, um pouco em surdina, que estamos a ver o inicio da tempestade. E digo isto porque a temporada de 2012 é o último ano de validade do atual Pacto de Concórdia.

E como sabem - tenho contado esses desenvolvimentos ao longo dos últimos meses - a Formula 1 vive uma tensão controlada entre a FIA, Bernie Ecclestone e as equipas de Formula 1, numa FOTA dividida. E isto é potencialmente perigoso, pois como sabem, num desporto que movimenta receitas superiores a mil milhões de euros, e do qual são divididas a meio por uma organização que é, basicamente, uma pessoa: Bernie Ecclestone. E ele está a caminho dos 82 anos. Pode ainda estar a posse de todas as faculdades, mas não andará por aqui para sempre.

E nestes tempos, o Joe Saward conta que há mais um fator a acrescentar a isto tudo: o caso Gribowsky. Se não sabem, eu conto. Trata-se do financeiro alemão ao qual no final de 2009 foram descobertos 50 milhões de euros numa conta sua na Austria, e do qual ele não deu uma explicação convincente. Executivo na Bayerlische LF, um banco que faliu na altura e que no inicio da década cuidou dos interesses da Formula 1 após a falência do Grupo Kirch, em 2003, Ecclestone afirmou em tribunal que deu esse dinheiro para o calar sobre a proveniência da Bambino Trust, o fundo que criou para mimar as suas filhas, e que deve valer mais de mil milhões de libras (1,2 mil milhões de euros). 

Agora por causa disso, o Fisco britânico, mais concretamente a Serious Fraud Office, quer falar com Ecclestone sobre esse fundo, pois acha que ele anda a fugir aos impostos. Pelos vistos, é mais um problema bicudo para que o anãozinho tenebroso resolver...

Em suma, cada lado está fragilizado, e provavelmente, nenhum poderá usar o seu poder para bater o outro lado. As equipas podem jogar com o "fator tempo" - os 81 anos de Bernie - e o fato de não haver um sucessor designado, o que é típico de alguém que delega tudo em si mesmo, para conseguir o que querem, que é uma fatia maior do bolo, deixando entre 10 a 15 por cento a uma espécie de comissário, que tanto pode ser a CVC - é uma financeira, que vende à melhor oferta - que poderá designar um burocrata "petrolhead".

Mas se este pode ser um potencial caminho, há outro grande assunto que tem de ser tratado, que é o controle de custos na Formula 1. A Europa já chegou a um limite em termos de pagamento do dinheiro que Ecclestone pede para que tenham a categoria máxima do automobilismo nos seus lugares. Valência pode estar à beira do cancelamento, por ser incapaz de pagar o dinheiro que Ecclestone pede, quase 30 milhões de euros, e Barcelona já está com dificuldades. Se a Bélgica já aceita que o seu circuito receba a Formula 1 de dois em dois anos, alternando com França, porque receber a prova em Spa-Francochamps dá prejuízo, isso é cada vez mais um sinal de que as coisas estão a ir longe demais. E em tempo de crise, só tende a piorar. 

E claro, Ecclestone e os que estão à sua volta estão cada vez mais alheados da realidade, o que é típico dos  ditadores que tanto admira e se esforça em seguir.

Portanto, podem ver que a temporada que aí vem tem todo o potencial para ser fantástica na pista. E nos corredores do poder e do dinheiro, também...

Noticias: Alguersuari duvida do regresso de Kubica

Por estes dias, qualquer noticia sobre Robert Kubica é considerado como informação tão valiosa que merece primeira página. E hoje, parece que isso apareceu de uma fonte relativamente insuspeita: o antigo piloto da Toro Rosso e agora comentarista da Radio 5 da BBC, Jaime Alguersuari. No podcast "The Castor", Alguersuari falou sobre o estado de saúde do piloto polaco, que sofreu um acidente em fevereiro do ano passado no Rali Ronda di Andora, ficando gravemente ferido.

E ele não deu boas noticias: "Acho que o Robert foi - e é - um piloto fantástico, muito rápido e muito completo. Ele tinha o potencial para ser campeão do mundo, sem qualquer tipo de dúvida. Só que por estes dias, não tenho boas noticias em relação à sua condição. Não pode beber usando a sua mão, quer dizer, agarrar um copo de água usando a mão direita. Eu creio que os ferimentos foram piores do que pensava. Claro, eu adoraria vê-lo regressar, porque sem qualquer tipo de dúvida, ele merece estar na Formula 1", afirmou o piloto de 21 anos.

Recorde-se que o polaco sofreu um grave acidente com um Skoda Fabia S2000 nesse rali a contar para o campeonato italiano, onde ficou gravemente ferido no seu lado direito: braço, mão e perna. Já passou por várias intervenções cirurgias no sentido de recuperar a mobilidade e voltar a competir, mas aparentemente as coisas poderão ter sido mais graves do que se julga, e as dúvidas sobre um regresso à Formula 1 são cada vez maiores.

Noticias: Eliseo Salazar correrá de Mini no Rali da Argentina

Contado, pouca gente acredita. Mas é real: a Prodrive anunciou hoje que irá ao Rali da Argentina com um carro para Dani Sordo e para um veterano, o chileno... Eliseo Salazar. Isso mesmo: o ex-piloto de Formula 1, CART, IRL e que já foi campeão nacional de ralis e tem participações no Dakar. Atualmente com 57 anos, ainda dá nas vistas no seu país natal.

Como é óbvio, será um "one-off", mas atrairá mais atenção do que o normal. Eliseo Salazar, nascido em 1954, disputou 17 Grandes Prémios entre 1981 e 83, pela Ensign, ATS e RAM, conseguindo três pontos e tendo ficado famoso em Hockenheim por uma briga entre ele e Nelson Piquet, que o culpou por o ter colocado fora de pista na corrida alemã. Depois, foi para os Estados Unidos, onde correu quer na CART, quer depois na IRL, onde conseguiu um pódio em 2000, antes de regressar à sua terra natal e dedicar-se aos ralis.

Salazar não é o primeiro ex-piloto de Formula 1 num rali do Mundial WRC. Carlos Reutemann - com dois pódios - Kimi Raikkonen e Pedro Chaves já andaram em provas do Mundial, e a presença de Salazar é eventualmente o mais recente de uma lista de pilotos absolutamente versáteis quer em pista, quer em terra.

Formula 1 em Cartoons: a ilusão do terceiro piloto

No Dia Internacional da Mulher, uma das noticias do dia foi o anuncio, por parte da Marrussia, que escolheram a espanhola Maria de Villota, para seu terceiro piloto, dando a hipótese de usar o carro nos testes de novembro em Abu Dhabi ou ainda antes, provavelmente numa sexta-feira de Grandes Prémios.

E é essa a ilusão que Hector Garcia, o homem por trás da GP Toons, deixa passar à piloto de 32 anos, filha de Emilio de Villota, que também andou a tentar a sua sorte entre 1977 e 1982, sem grande sucesso.

Claro que muitos dirão como é uma senhora cujo palmarés passou pela Superleague Formula chega a um lugar como terceiro piloto de uma equipa de Formula 1. Não sei... perguntem ao unicórnio...

quarta-feira, 7 de março de 2012

O futuro - negro? - do Grupo Lotus

Confesso que depois da história da luta "Lotus vs Lotus" ter sido resolvida, não falei quase nada da nova Lotus  e de Dany Bahar. Mas ao ler atentamente as noticias, sabia que as coisas entre ele e a Proton não andavam lá muito bem, e que os planos loucos de expansão em termos automotivos - desde a construção de cinco modelos ao mesmo tempo até colocar o nome Lotus em tudo que é categoria - iriam fazer com que, mais cedo ou mais tarde, o balão rebenteasse. E pode ter acontecido agora mesmo.

Digo isto porque, na mesma semana em que decorre o Salão automóvel de Genebra, surgiram noticias de que o desenvolvimento dos novos modelos da marca - Esprit, Exige, Elan - foi congelada pelo menos durante três meses devido ao facto da Proton estar a ser vendida pelo estado malaio para se livrar do prejuízo que ela se tornou. A Proton tornou-se agora propriedade do conglomerado industrial DRB-Hicom, depois desta ter comprado 42,7 por cento das acções pertencentes ao estado, e ter comprado mais sete por cento ao mercado.

E segundo a revista britânica evo, os novos proprietários podem não estar tão interessados como esteve a Proton há dois anos, quando aprovaram o "plano quinquenal" de Bahar, e daí que ele foi esta semana para Kuala Lumpur para os convencer que o seu plano é o melhor para reavivar a marca. "Este período difícil para a Lotus acabará no final de março, que é quando saberemos se a DRB-Hicom irá manter com o nosso plano de negócio. Estou esperançado que sim, mas acho que as hipótese são de 50/50", afirmou.  

Desde há muito tempo que há dúvidas sobre os planos demasiado expansionistas de Bahar em relação à marca fundada por Colin Chapman, quer em termos de automobilismo, quer em termos de carros de estrada. A ideia dele de fazer uma "Ferrari britânica", num mercado demasiado cheio de marcas, e ainda por cima, com as vendas a decrescerem no Reino Unido, é considerada pelos críticos como louca, e suspeita-se que ele fez isso à custa dos dinheiros malaios. Agora que a Proton já viu o buraco onde se meteu e também com os prejuízos da casa-mãe, conhecidos recentemente, provavelmente vender a marca - e as suas fábricas - a outro grupo pode ser a melhor maneira de se livrar de Bahar sem pagar o dinheiro da indemnização.

Contudo, a revista evo conta alguns desenvolvimentos interessantes: o Esprit, do qual já havia 400 encomendas ordenadas, e que deveria estar na estrada em meados de 2013, viu a sua apresentação adiada para 2014, enquanto que o Exige e o Evore GTE também virão a sua comercialização adiada. Mas mesmo com isto, eles não param: a Lotus quer abrir uma loja na chique Regent Street e vai ser a marca que patrocinará, em julho, a Goodwood Festival of Speed. Haverá dinheiro para tudo isto?

Noticias: Ocean Racing expande-se para a GP3

Eis uma noticia interessante: a Ocean, equipa de Tiago Monteiro e José Guedes, decidiu expandir-se para a GP3, depois de ter comprado recentemente a vaga da francesa Tech 1, que decidiu concentrar-se na World Series by Renault. A equipa, que estreará as novas cores nos testes da semana que vêm, no circuito de Barcelona, afirmou-se satisfeita por mais este passado dado, depois de em 2010 terem-se candidatado a um lugar, não o conseguindo. 

Depois da entrada da Ocean na GP2 Series, sempre foi nosso intuito conseguir formar uma equipa de GP3. Não esperávamos no entanto que isso acontecesse neste momento. Mas a realidade é que, com a saída de Tech 1 Team, surgiu uma oportunidade que decidimos agarrar”, explicaram ambos, num comunicado oficial da marca. 

Para Bruno Michel, CEO da GP2 e GP3: “Estamos satisfeitos por poder dar as boas vindas à Ocean Racing Technology à GP3. Vão ser a quinta equipa envolvida em ambos os Campeonatos: GP2 e GP3 em conjunto com a Lotus GP, Arden Motorsport, Carlin e mais recentemente a Trident Racing. É uma grande oportunidade para a estrutura portuguesa da Ocean. Esta época prepara-se para ser mais uma vez muito disputada”, disse.

A temporada de GP3 começará na pista espanhola na jornada dupla de 12 e 13 de maio.

As expectativas de Armindo Araujo no Rali do México

A pouco mais de um dia do inicio do Rali do México, terceira prova do Mundial WRC de ralis, as expectativas de Armindo Araujo e da sua equipa WRC TEam Mini Portugal, não se alteram em relação aos ralis anteriores: chegar ao fim, de perferências no "top ten", para poderem amealhar mais alguns pontos no Mundial. Tanto que nestas condições, com a proibição de testes por parte da organização, aprender os truques do rali será feito ao longo deste.

Não fizemos nenhum teste antes desta prova e vamos ter de ao longo do rali acertar o carro o melhor possível. No shakedown já poderemos encontrar um ponto de partida para a afinação que devemos utilizar. A MINI nunca correu no México mas nós já cá estivemos em 2010 e temos a noção que esta prova é muito dura e as altitudes sempre foram um dos grandes problemas. Vamos fazer o nosso trabalho e lutar por um lugar pontuável”, começa por dizer o piloto.

Vamos procurar neste rali encontrar algumas soluções para as próximas provas. Muito daquilo que fizermos aqui no México, em temos de afinações, serão importantes para o Rali de Portugal e para as restantes provas. Regressar a esta prova é ótimo pois as recordações são muito boas. Vencemos em 2010 mas agora temos uma missão diferente. Vamos andar rápido e evitar qualquer tipo de erro ou furos. Uma especial como a de Otates com 41,88 quilómetros obriga a gerir o andamento de outra forma. Estamos preparados para isso e motivados para dar o nosso melhor”, concluiu o piloto de Santo Tirso.

terça-feira, 6 de março de 2012

A lingua - ou as siglas - podem ser traiçoeiras...

Esta descobri pela hora do almoço, graças ao Twitter do excelente site wtf1.co.uk, e confesso que notei algum sentido de ironia. Durante os últimos dois anos e qualquer coisa que o pessoal por estas bandas gozam com a Hispania, colando-o a uma doença venéra, neste caso o HPV. Só que não se sabia que HRT, que agora é o novo nome da equipa, após a saída de Ramon Carabante e de Colin Kolles, também simbolizava outra coisa em inglês. Não é uma doença venérea, mas sim um tratamento para... mudança de sexo.

"Hormone Replacement Therapy" é o nome em extenso, e como dizia o pessoal do wtf1.co.uk, ver videos de apresentação da equipa ao lado de rapazes que querem ser raparigas, ou o contrário, é no mínimo embaraçante. Digamos que não é lá muito bom para a publicidade da equipa ver a pior ou a segunda pior equipa do pelotão da Formula 1 ser associado. O pessoal que procurará videos sobre eles irá ver algo que provavelmente não será de muito agrado... ou será levado ao engano, digo eu. 

Porque, que eu saiba, nem Pedro de La Rosa, nem Narin Kartikeyan, estão com ideias de mudar de sexo, mas é o que pode calhar, se alguém escrever na pesquisa do Youtube "De la Rosa HRT", por exemplo...

Noticias: "Rush" começa a ser filmado em Blackbushe

Desde ontem que o pessoal do "Rush", o filme realizado por Ron Howard, começou a filmar no britânico aeródromo de Blackbushe, as cenas do circuito de Fuji, o chuvoso GP do Japão de 1976. Já tinha visto algumas imagens ontem, no Facebook oficial do Ron Howard, e são impressionantes: estão lá carros da época, pertencentes hoje a alguns dedicados proprietários, que os fazem correr em GP's históricos.

Vi por lá esta imagem do Lotus 77 de Mário Andretti, por exemplo, acompanhado da seguinte frase: "Detail work reminds me of Apollo 13 lucky to be supported by so many owners of Historic F1 cars" (Os detalhes fazem-me lembrar Apollo 13. Sou sortudo por ser apoiado pelos muitos proprietários destes F1 Históricos)

Também no blog do Joe Saward, que está a seguir os eventos com natural curiosidade - como todo e qualquer "petrolhead" deve fazer - e lá já chegaram, por exemplo, os carros da Ferrari usados por Lauda e Clay Regazzoni naquela temporada. Bem como, claro, o McLaren usado por James Hunt. Espero que tenham feito esses motores funcionar, teria sido excelente!

As filmagens deverão continuar nos próximos dias em Blackbushe.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Para Tom Pryce

Caro Tom:

Quando tu te foste, tinha apenas sete meses de vida. Estava mais preocupado em ver se me erguia da minha posição de sentado e tentava ter noção do mundo à minha volta, sem saber que para além desse meu pequeno espaço, havia algo enorme, um planeta azul, cheio de vida, com coisas boas e más, onde anjos e génios conviviam, nem sempre pacificamente, com demónios. Como é óbvio, não faço a mínima ideia do que fazia nesse dia 5 de março de 1977, mas certamente que os maus pais e avós devem ter visto, certamente com horror, aos eventos do qual acabaste por ser vítima, sem que a vida te tenha pedido licença. Nem a ti, nem a aquele jovem comissário de pista.

Com o passar dos anos, primeiro quando cresci e me apercebi do mundo à volta, depois quando achei o automobilismo e me apaixonei por ela, é que parecebi do seu passado. E de quantos pagaram o preço mais alto pela sua paixão pela velocidade. Pela sua vontade de vencer, de ser o mais rápido, de ser o melhor de todos. De como jovens promessas se tornaram grandes campeões ou morreram a tenter sê-lo: Collins, Von Trips, Bandini, Rindt, Cevért... tu, meu caro Tom Pryce, viste colegas teus a morrerem em pista ou a sofrerem acidentes graves, se calhar passou na tua mente se serias o próximo ou se algum dia irias acabar como alguns deles. Infelizmente, esse foi o teu destino.

Engraçado saber que podias ter ido para a Lotus e ser campeão do mundo, caso tivesses aceite a oferta de Colin Chapman em 1975. Perferiste ficar na Shadow e estava no teu direito, mas não conseguiste mais do que uma pole-position e dois pódios. Podias ter conseguido mais, e irias ter conseguido mais, se não fosse aquele extintor, transportado por aquele adolescente. Eu sei que é a vida, e que muitas vezes é injusta, especialmente quando vejo em video a violência do acidente.

O tempo passou e hoje, é uma nova geração. Os bebés do teu tempo se tornaram adultos e têm os seus bebés. A Formula 1 é mais um negócio do que um desporto de milhões e a segurança é enorme. Morrer tornou-se impossivel, graças à tecnologia dos carros e dos pilotos. Já não morre ninguém há quase 18 anos. Já reparaste? Quase uma geração inteira sem ver pilotos a morrerem em direto na TV, pelo menos na categoria máxima do automobilismo.

Contudo, apesar do tempo passado e daquele dia horrivel não ser mais do que uma memória difusa, não posso esquecer de ti, Tom Pryce. Pessoalmente, apesar de nunca ter cruzado contigo, tenho quase aquele dever moral de recordar às gerações mais novas o que tu foste e o que poderias ter sido, caso aquele comissário não tivesse aparecido à tua frente, ou atravessado a pista um segundo mais cedo. Nem eu posso esquecer de ti, nem os "petrolheads" que te conheceram ou cresceram a admirar-te.

De ti, sei que escreveram um livro. O seu autor era um admirador teu, o David Tremayne. Ele até batizou um dos seus filhos com o teu nome. A tua cidade natal fez-te um mural a lembrar de ti, e eu, claro, faço a minha parte. Afinal de contas, falo sobre o primeiro - e até agora unico - piloto galês na história da Formula 1.

Apresentações 2012 (12): O HRT F112

Demorou, mas apareceu. Ao contrário do que aconteceu nos anos anteriores, não o vimos a correr nos "paddocks" do Bahrein ou de Melbourne, mas também ainda não é o ideal, pois deveria ter sido apresentado no primeiro teste da temporada, e rodado como todos os outros, mas o chassis HRT F112 lá fez esta tarde o seu "shakedown" na pista de Barcelona, depois do encerramento da temporada de testes de pré-época. 

O pretexto? Um dia de filmagens, com o veterano piloto indiano Narain Karthikeyan ao volante. E tal como a Marrussia, vai ser uma das duas equipas que será puxado pelo motor Cosworth. E também como se pode ver, tem o famoso "bico de ornintorrinco", como todas as equipas... á excepção da McLaren e da Marrussia. Mas mais suave.

Veremos se sairá na última fila da grelha nesta temporada de 2012. Seria interessante.


Youtube Commercial Automotive: O Mercedes Invisível



Ser "verde" é o que está a dar, e é público e notório que toda a gente na industria automóvel está a gastar milhares de milhões de dólares em pesquisa e desenvolvimento para construir carros elétricos, que invadirão as estradas nos próximos cinco a dez anos. Mas há outras tecnologias que tem como objetivo as "zero emissões", e uma delas é o hidrogénio, do qual acredito, desde há algum tempo para cá, que pode ser "a" tecnologia que nos libertará da dependência do petróleo e das baterias, que muitas delas são construídas em materiais exóticos.

E é isso que a Mercedes quer passar, com esta publicidade aos carros a "fuel-cell", uma tecnologia que vêm desenvolvendo desde há uns bons 16 anos - lembro de ouvir falar disso pela primeira vez em 1994 - e aos poucos, estão a afinar a tecnologia ao ponto de ser comercializável, embora agora o grande obstáculo seja a tecnologia para capturar o hidrogénio e o transformar em líquido, que por sua vez faça consumir num carro e o transforme em vapor de água. Potável, já agora.

E assim, a marca alemã decidiu fazer esta excelente publicidade: o carro invisivel. Colocando paineis "LED" no seu Mercedes Classe A para simbolizar as tais "0.0 emissões". Essa experiência resultou num "tour" que fizeram pela Alemanha durante um mês e resultou no video que se pode ver aqui, do qual em dois dias já conta com mais de um milhão de visualizações. "And counting..."

Os 35 anos do acidente mortal de Tom Pryce


(...) Estamos a 5 de Março de 1977. A terceira corrida da temporada, depois de paragens na Argentina e no Brasil, no inicio do ano, é em paragens sul-africanas, ainda a aproveitar o verão austral, pois o frio ainda se instalava na Europa. O pelotão ainda vivia os ecos da temporada anterior, com o duelo entre a Ferrari e a McLaren, com a Lotus, Brabham e Tyrrell a espreitar. Mas também tinha observado com espanto a vitória de Jody Scheckter na corrida inaugural da temporada, a bordo de um Wolf-Ford, desenhado por Harvey Postlethwaithe, antigo projetista da Hesketh.

(...) para Tom Pryce, o piloto britânico da Shadow, este estava a ser um inicio de temporada frustrante. Tinha desistido em ambas a corridas, e a última em particular tinha sido frustrante porque rolava em segundo quando o seu motor rebentou. Nesta qualificação, tinha tido dificuldades com o seu carro e iria partir apenas da 15ª posição da grelha.

No momento da largada, as coisas pioraram quando Pryce tem uma má partida, caindo para a 23ª e última posição, mas após isso, começou a efetuar uma recuperação de trás para a frente, chegando à 13ª posição no final da volta 18. Na frente, James Hunt segura Niki Lauda até á sétima volta, altura em que passa o britânico e fica no comando. Pryce continuava a subir na grelha de partida até que na volta 21, o seu companheiro de equipa, o italiano Renzo Zorzi, fica parado devido a uma rutura do tubo de combustível, fazendo com que se vertesse e começasse a pegar fogo ao carro, tudo observado por ele, que já estava fora do bólido.

Do outro lado da pista, dois comissários, um mecênico de 25 anos chamado Bill, e um jovem rapaz de 19 anos chamado Jensen Van Vuuren, que trabalhava como bagageiro no Aeroporto de Joanesburgo, correm para junto dele em modo de prevenção, caso o carro pegue fogo. Atravessar a pista em plena corrida era extremamente perigoso, mas algo corriqueiro por esses dias, ainda mais quando se sabia que linha de partida se situava no alto de uma colina, bloqueando a vista de quem fazia o The Kink, a rápida curva antes da meta. (...)

Esta é a descrição do dia e dos os momentos antes do acidente fatal no circuito de Kyalami, que matou o piloto galês Tom Pryce e do comissário de pista local Jensen Van Vuuren. Ele e mais outro comissário de pista decidiram atravessar a pista para ver se apagavam o fogo que vinha do carro de Zorzi, numa altura em que não deviam e num local onde os pilotos não os viam atravessar. 

Pryce, que vinha na aspiração do carro em frente, o March de Hans-Joachim Stuck, não teve hipótese de se desviar do comissário que atravessava a pista e levou em cheio com o extintor que ele levava consigo, decepando parcialmente a sua cabeça, ao mesmo tempo que o seu carro destruia Van Vuuren, espalhando restos humanos pela pista, para horror de milhões a ver a corrida em direto na TV. O resto da história e um pouco da vida e carreira de Tom Pryce, pode ser lido hoje no portalf1.com

GP Memória - Africa do Sul 1977


(...) No inicio da volta 22, com os primeiros classificados a passarem, dois jovens comissários de pista, que estavam do outro lado, viram o carro de Zorzi, com o piloto à espera que aparecesse alguém para extinguir o fogo que entretanto ameaçava aumentar. Os comissários decidiram atravessar a pista no sítio onde esta fica num ângulo morto, tapando a vista dos pilotos que os poderiam ver. E esses dois comissários, um deles um jovem de 18 anos chamado Jensen Van Vuueren, bagageiro no aeroporto de Joanesburgo, atravessaram a pista no preciso momento em que o grupo de pilotos acelerava a toda a velocidade na reta da meta.

Stuck era o primeiro do grupo e os viu, desviando-se à justa. Mas Pryce estava na aspiração do March e praticamente não teve tempo de reagir e varreu o pobre comissário, que transportava consigo um pesado extintor. Este atingiu em cheio o piloto galês, matando-o. Mas o frama não acabava ali, pois o Shadow descontrolado ainda atingiu em cheio o carro de Jacques Laffite, e ambos acabaram nas redes de proteção da curva Crawthorne. O francês nada sofreu, mas nada se podia fazer por Pryce, morto aos 27 anos.  

Sem saber do drama, na frente, Niki Lauda controlava os acontecimentos, enquanto que Hunt era acossado por Scheckter e Depailler, que tentavam livrar-se do piloto britânico. Um a um, ambos passaram-no e o piloto da Wolf levou a melhor sobre o seu ex-companheiro da Tyrrell. Na bandeira de xadrez, Lauda corta a meta na primeira posição, conseguindo provar aos críticos que estava de volta às vitórias e que o acidente que sofrera, sete meses antes, em Nurburgring, não o tinha afetado em nada a sua capacidade de guiar.

Mas essa sua vitória tinha sido assombrada pelos eventos na pista e ninguém estava com vontade de festejar, não quando se sabia que não muito longe dali estavam restos humanos na pista e na curva Crawthorne, a carcaça retorcida do Shadow de Pryce. (...)

O GP da Africa do Sul ficou marcado por dois eventos: a primeira vitória de Niki Lauda na Formula 1 após o acidente em Nurburgring, sete meses antes, e pelo horrível acidente que envolveu um comissário de pista e o Shadow do galês Tom Pryce, ambos a terem morte imediata, e ainda o carro inerte a levar consigo o Ligier de Jacques Laffite, que nada sofreu com o embate na curva Crawthorne. 

E sobre esses eventos de há 35 anos que falo hoje no portalf1.com.

Apresentações 2012 (11): Marrussia MR01

Depois de na semana passada, a Marrussia (ex-Virgin) ter falhado o seu "crash-test" do seu chassis MR01, esta manhã, em Silverstone, a equipa fez a apresentação e o "shakedown" na mesma, com Timo Glock e o novato francês Charles Pic. E a grande novidade da Marrussia é que o chassis não é desenhado por computador e não tem um nariz de ornintorrinco. A par da McLaren - do qual tem uma parceria técnica - a Marrussia tem um bico mais baixo do que o normal, que o dispensa desse tal bico.

Algo interessante: Pat Symmonds teve uma colaboração - discreta, é certo - na construção deste chassis. Quanto ao motor, será uma das duas que terá motores Cosworth.

Estamos muito satisfeitos em poder correr com o novo MR01 pela primeira vez nesta manhã. Tem sido uma longa e frustrante espera para todos nós da equipe, mas agora nós podemos voltar para a pista, literalmente, e começar a trabalhar visando o primeiro fim de semana da temporada na Austrália, no próximo fim de semana”, começou por dizer John Booth, o patrão da Marrussia. 

Hoje é o primeiro de dois dias de exibição, então os pilotos vão conseguir ter uma impressão do carro, ainda que eles não tenham condições de tirar conclusões reais até que nós começamos a correr pra valer, em Melbourne”, acrescentou.

Depois disto, só falta a HRT para que todas as equipas apresentem o seu chassis para a temporada de 2012.

Youtube Commercial Motorsport: O Charlie Sheen tinha razão...



... quando dizia, no ano passado, naqueles seus tempos selvagens: "I'm winning!"

Depois de ter-se despedido da série "Dois Homens e Meio" devido ao seu comportamento errático, composto de cocaína, alcool e prostitutas, ele teve umas semanas loucas, em que poderia fazer corar tipos que adoravam esse tipo de comportamento, como o escritor Charles Bukowsky, ou o jornalista Hunter S. Thompson, cujo "jornalismo gonzo" o fez famoso nas páginas da Rolling Stone e deu filmes como "Delírio em Las Vegas", com Johnny Depp.

Agora que Charlie Sheen se acalmou, é tempo de algumas empresas o irem buscar para que faça umas publicidades, a troco de muito dinheiro. como a Fiat, que escolheu Sheen para publicitar a entrada do seu modelo 500 Abarth nos Estados Unidos. Aqui, diz que "Adoro estar sob prisão domiciliária. O que ganho se tiver bom comportamento?"

Como diz a publicidade: "Nem todos os maus rapazes são iguais". Lá isso é verdade.

domingo, 4 de março de 2012

Fibra de Carbono, o podcast

Hoje posso apresentar, sem problemas, o meu mais novo projeto: é o Fibra de Carbono, um podcast pseudo-semanal sobre automobilismo que eu e o Pedro Mendes temos, onde se fala dos assuntos da semana. Formula 1, Ralis, Indycar, Endurance, o que quer que seja, onde daremos a nossa opinião sobre isso tudo.

Também se fala um pouquinho do passado, embora nesta caso sirva para valorizar ou justificar as ações do presente. Nesta sessão inaugural, entusiasmamo-nos e conversamos durante uma hora e 45 minutos, mas como há um botão de "stop", sempre podem para de vez em quando e reatar quando quiserem. É só o principio, mais e melhor acontecerá nas sessões seguintes.

Até lá, vão ao link que coloco por aqui e oiçam-nos. E estamos também no iTunes. Depois digam o que acham.

Semana que vêm, há mais! 

Os sinais de alarme da Ferrari

Normalmente, não ligo muito aos testes, mas os eventos dos dois últimos dias nos lados da Ferrari mostram que as campainhas de alarme podem ter soado em Maranello. Quando a Scuderia diz aos seus pilotos no Sábado para que não falem com a imprensa até Melbourne, e quando hoje Pat Fry tem uma declaração inesperadamente sincera de que o carro de 2012 não é competitivo o suficiente para ir ao pódio já em Melbourne, é caso para para e ouvir o que eles têm para dizer.

Segundo o site f1.com, quando perguntado se era possível descartar a equipa para os lugares no pódio na primeira prova do ano, daqui a duas semanas, Fry afirmou: "Neste momento, tenho que admitir que sim". Estas declarações surgem depois de nos últimos dois dias, quer Fernando Alonso, quer Felipe Massa, começarem a criticar bastante sobre o comportamento do carro, especialmente nas condições de corrida. E isso começa a ser preocupante, especialmente numa equipa que apostou quase tudo nesta temporada neste novo chassis, para melhorar as prestações em relação ao ano passado, onde venceu apenas uma corrida e foi terceira classificada no Mundial de Construtores, batido apenas por Red Bull e McLaren.

Decerto que agora, a marca se recolherá a Maranello para construir novos componentes e a melhorar o carro, mas quando se lê, vê e ouve as preocupações dos responsáveis da Scuderia, parece que este carro poderá ter sido prova de poderão ter ido longe demais. Mas também se ouve de quem acompanha estes testes com mais atenção, que não há qualquer equipa que se destaque nestes testes. Nem Red Bull, que parece ter estreado uma versão B dos seu chassis, nem a McLaren, o unico que não tem bico de ornintorrinco, nem a Mercedes, com o chassis a ser desenhado por Ross Brawn. E claro, nem a Ferrari.

Melbourne vai ser o primeiro tira-teimas de uma temporada muito longa.

GP Memória - Austrália 2002


Depois de uma temporada onde Michael Schumacher praticamente garantiu a conquista do seu quarto título mundial muito antes do final do ano, esperava-se que a concorrência desse mais alguma luta no campeonato do mundo de 2002. Com Schumacher e Rubens Barrichello firmes na Scuderia, e a Williams a manter Ralf Schumacher e o colombiano Juan Pablo Montoya, os principais contendores do título daquele ano, havia muitas novidades no pelotão, e a maior de todas era a chegada de um novo construtor: a Toyota.

A construtora japonesa tinha-se preparado durante um ano, com um chassis desenhado por Gustav Brunner, e com pilotos de meio do pelotão, mas muito bons a desenvolver carros como o finlandês Mika Salo e o escocês Alan McNish. Os objetivos não eram ambiciosos, mas esperavam pontuar algumas vezes durante a temporada, para assim depois poderem pensar em pódios e vitórias a partir da temporada seguinte. (...)

(...) A partida foi caótica, e houve carambola logo na primeira curva, quando o Williams de Ralf Schumacher não trava a salta para cima do carro de Barrichello, que tinha feito uma boa partida. O vôo do Williams acabou com a corrida de ambos, mas Ralf safa-se sem ferimentos. Atrás, era o salve-se-quem-puder: Schumacher e Raikkonen foram à relva, mas voltaram à pista, e vários carros ficaram destruídos, com Fisichella a bater nos dois Sauber e estes a baterem no BAR de Panis, no Toyota de McNish e no Renault de Button.

Em vez dos comissários pararem a corrida com bandeira vermelha, pois isso daria que alguns pilotos pudessem ir às boxes e buscar os carros de reserva, decidiram colocar o Safety Car em pista, inviabilizando isso, pois a pista estava livre. Assim, de uma só assentada, oito pilotos estavam fora de combate. Mas os Arrows, também envolvidos nesta carambola, foram para a pista com os carros de reserva, mas estes foram logo depois desclassificados. Frentzen porque passou um sinal vermelho, e Bernoldi porque o seu carro de reserva estava abaixo do peso. (...)

Há precisamente dez anos, a Formula 1 começava em Melbourne com uma carambola provocada pelo irmão do campeão do mundo, Ralf Schumacher, que foi apanhado desprevenido pela travagem de Rubens Barrichello e bateu na traseira do piloto da Ferrari, dando um espectacular vôo. Pode tudo ter acabado em bem, e Michael Schumacher ter vencido a corrida, começando o que viria a ser mais uma caminhada para mais um título mundial, que viria a ser o seu quinto na carreira, mas a corrida australiana ficou na memória por várias coisas. 

Desde a estreia da Toyota na Formula 1 ao regresso da Renault, ao facto de Mark Webber, Takuma Sato e Felipe Massa terem feito as suas estreias na categoria máxima do automobilismo, com o piloto australiano a conseguir o feito de marcar dois pontos na sua estreia na Formula 1, vale a pena recordar nas páginas do site portalf1.com, o eventos de há dez anos.