sábado, 1 de julho de 2023

A imagem do dia (II)



Há meio século, a Formula 1 estava a correr em Paul Ricard, onde naquela tarde de verão sem nuvens no sul de França, um piloto conseguia, por fim, quebrar o enguiço e entrar na galeria dos vencedores. E quem assistiu a isso, sabia que era uma vitória popular, numa corrida relativamente agitada.  

Quando a Formula 1 chegou para disputar o GP de França de 1973, Ronnie Peterson ia na sua quarta temporada, e embora tinha mostrado toda a sua velocidade na March (foi o primeiro piloto contratado por Max Mosley, um dos fundadores), e por causa disso, tinha ido para a Lotus, no inicio da temporada, ele nunca tinha ganho qualquer corrida. Apesar dos oito pódios e do título de bica-campeão, em 1971. 

Nascido a 14 de fevereiro de 1948, na cidade sueca de Orebro, tinha mostrado ao resto do mundo pela sua rapidez e técnica, permitindo passar da Formula 3, em 1966, com um chassis próprio, fabricado pelo seu pai, um padeiro com talento para a engenharia, para a Formula 1 quatro temporadas depois, primeiro com um chassis March comprado pelo britânico Colin Crabbe, para chegar à equipa principal, e ter como companheiro de equipa um austríaco chamado Niki Lauda

Em 1973, na Lotus, Peterson mostrou toda a sua rapidez. Fez pole-position em quatro corridas: Interlagos, Montjuich, Zolder e Anderstorp, na sua Suécia natal. Mas desistiu nas quatro das cinco primeiras corridas, e foi um apagado 11º naquela que chegou ao fim, a seis voltas do vencedor. Contudo, o terceiro lugar em Monte Carlo, atrás de Jackie Stewart e Emerson Fittipaldi, e o segundo posto na pista sueca, soube a pouco, porque a vitória foi-lhe tirada na última volta por um Dennis Hulme a cavalgar nas últimas voltas, para dar à McLaren a sua primeira vitória da temporada. 

Os 10 pontos que tinha então davam-lhe o sexto posto da geral, mas todos sabiam que era muito pouco, porque tinha um carro potencialmente vencedor, e uma atitude de acelerar sempre. Tinha tudo para vencer. Só lhe faltava estar no lugar certo, na hora certa, de preferência, na última volta. 

Ao contrario das outras corridas, Peterson largava de quinto, batido por Jackie Stewart, com Emerson Fittipaldi em terceiro, batido por um prodigioso Jody Scheckter, um jovem sul-africano com um pé muito pesado, e que corria no lugar de Peter Revson, que tinha compromissos na América naquele fim de semana. Imediatamente á sua frente de Peterson estava o outro Tyrrell de Francois Cevért, que corria em casa. 

Na partida, Scheckter surpreendeu tudo e todos e foi para a frente, e nas voltas seguintes, resistiu aos ataques de Fittipaldi. O brasileiro queria encontrar uma oportunidade, e no final da volta 41, forçou a ultrapassagem, e a colisão foi inevitável. Ambos acabaram por desistir, com acusações mútuas de terem causado o acidente, mas isso deixou Peterson com a liderança no colo, e por essa altura, já estava distante de qualquer ameaça, só tinha de levar o carro para casa. 

Claro, até à bandeira de xadrez, ficou ainda mais alerta. E se calhar, até ver a meta, a bandeira e o gesto de Colin Chapman de largar o chapéu no ar, da mesma forma que tinha feito a Jim Clark, Graham Hill, Jochen Rindt e Emerson Fittipaldi antes dele, deverá ter ficado ainda mais atento e ansioso. Felizmente, tudo correu bem e o sueco iria subir ao lugar mais alto do pódio e viu Chapman atirar o seu boné em sua honra. Na companhia e Cevért e Carlos Reutemann, no seu Brabham, e no seu primeiro pódio da sua carreira.    

A imagem do dia


E de repente, a morte surge, como sempre, inesperada, no automobilismo. E colheu um jovem na flor da idade.  

Numa corrida de Formula 3, com jovens pilotos que disputam tudo por tudo, sem saberem onde podem ceder, para não passarem por timoratos, uma carambola reclama uma vida. Um garoto de 18 anos, perseguindo o seu sonho do automobilismo. A noticia da morte do neerlandês  Dilano van't Hoff, depois de uma carambola na pista de Spa-Francochamps, numa corrida de suporte das 24 Horas de Spa, abalou as ideias de segurança do automobilismo.

As circunstâncias do acidente mortal são assustadoramente semelhantes ao acidente de Antoine Hubert, na Formula 2, em 2019. Uma carambola entre a Radillon e a Kemmel, entre os pilotos Joshua Dufek, Emerson Fittipaldi Jr., Adam Fitzgerald, Enzo Scionti e van't Hoff, resultou no pior. Ele bateu na entrada da Kemmel e Fitzgerald bateu nele na temerosa batida em T. A pior de todas.

A corrida foi imediatamente cancelada e todas as corridas ao redor das 24 Horas foram anuladas. E os pilotos de Formula 1, assim que souberam do acidente mortal, no Red Bull Ring, não deixaram de dar os seus tributos ao jovem caído. 

Contudo, de uma certa forma, temos de falar do elefante na sala. Aliás, dois elefantes.

Spa-Francochamps é uma pista desafiadora. Tem excelentes curvas e os fãs respeitam isso. Contudo, a rapidez de uma curva como a sequência Eau Rouge-Radillon é inevitavelmente perigosa, e anda-se a ver demasiadas carambolas nos últimos anos naquele local. E ainda por cima, assistimos ao segundo acidente mortal em menos de cinco anos. E nem falamos das diversas carambolas, em diversas categorias, desde a Endurance até à W Series. E quase todos foram assustadores. 

Daí se pergunta: que fazer? Pedir aos pilotos que andem mais lentamente? Discipliná-los? Peçam isso a garotos de 16, 17 ou 18 anos, que desde os seus tempos de kart lhes dizem a frase do Ayrton Senna: "se cedes, se não procuras por aquela oportunidade, não és piloto". São seres ultracompetitivos, nunca levantarão o pé porque sim. Porque estão na idade onde os acidentes acontecem aos outros.

Resta o segundo elefante na sala: o circuito, dizendo melhor, a curva. Aquela é "a" curva, a que todos querem fazer a fundo, a tal que todos lhes disseram que separavam os campeões do resto. Mas, conhecendo eu a história dos pilotos que já passaram por ela, lembro-me de algo que aconteceu em 1999, com os carros da BAR, Jacques Villeneuve e Ricardo Zonta, quando decidiram fazer aquela curva a fundo. Ambos acabaram com os carros destruídos, vítimas de despiste. Felizmente, saíram ilesos, mas quando se têm uma atitude destas, a alternativa é mexer na curva. 

E se calhar, tem de ser. Por muitos "paliativos" que tentem colocar naquela curva, parece que a única solução é redesenha-la. Mas, como sabem, os conservadores detestam isso. Não querem. Preferem até que os pilotos morram a tirar a "essência" do automobilismo, ou algo assim. Claro, já se mexeu no passado - recordemos o que foi feito em 1994, e a modificação foi criticada pelos espectadores e pilotos. Mas com todos estes acidentes e mortes, qual é a alternativa? Abrandar? Já vimos, eles não farão isso. E encolher os ombros e dizer "a vida continua", também não é solução.

Aliás, já esta tarde, Lance Stroll já disse que é hora de mexerem na curva:

Não é justo o que aconteceu, e aquela curva tem de ser analisada e alterada, porque perdemos dois jovens talentos em cinco anos, tem de ser alterada. Vamos para lá dentro de algumas semanas, e é horrível o que aconteceu hoje. Perdemos um membro da família das corridas. Precisamos de pensar seriamente no que fazer com aquela curva, porque nunca é divertido passar por lá, sempre que lá passamos colocamos as nossas vidas em risco. Hoje vimos algo de mau acontecer. Não está certo.

A minha sensação é que a solução está diante dos olhos, mas não querem olhar. Se calhar só acontecerá com algo mais mediático. Temo eu.       

sexta-feira, 30 de junho de 2023

Formula 1 2023 - Ronda 9, Red Bull Ring (Qualificação)


Depois de uma passagem rápida por terras canadianas, com um resultado igual aos anteriores, parece que a chegada do pelotão ao Red Bull Ring, na Áustria, será mais uma paragem formal no furacão que tem sido este domínio dos energéticos na categoria máxima do automobilismo. Cheio que nem um ovo, especialmente com algumas bancadas laranjas - cheias de fãs neerlandeses de Max Verstappen - esses esperavam mais do mesmo, aliás, esperavam que a Formula 1 fosse apenas o quintal do seu compatriota, pelo menos neste ano. 

Como este era um fim de semana onde a Corrida Sprint fazia a sua aparição, a qualificação iria ser nesta sexta-feira à tarde, contra um tempo que não poderia ameaçar chuva. Se poderia baralhar e dar algo novo, poucos tinham essa esperança, primeiro, porque não saberiam se iria chover. E segundo, se chovesse, o neerlandês seria melhor com o piso molhado que com o piso seco. E com isso em mente, e com os resultados dos treinos livres em mente, onde o neerlandês foi o mais rápido, parecia que a discussão pelo primeiro lugar estaria encerrada, e este já teria dono. Mas a esperança é a última a morrer. 


A Q1 começou com nuvens no horizonte, e os pilotos não perderam tempo pra saírem das boxes com pneus moles, e cedo, começaram a ser marcados tempos: Sérgio Pérez, por exemplo, meteu 1.05,910, para logo a seguir, Max melhorar, colocando 1.05,190. Contudo, pouco tempo depois, o Alfa Romeo de Valtteri Bottas fica parado na pista, numa posição perigosa, suficiente para que se mostrasse a bandeira vermelha. Este não foi mostrada por muito tempo, pois o carro foi retirado dali. E no regresso, descobriu-se que Max tivera o seu tempo anulado porque tinha ultrapassado os limites de pista. Resultado disso, o primeiro lugar era de... Oscar Piastri, com 1.05,893.

Contudo, o neerlandês não se deu por vencido e quando regressou à pista, fez as coisas certinhas e conseguiu 1.05,116 e foi para o topo da tabela de tempos, quando faltavam cerca de cinco minutos para o final da sessão.

Na parte final, os McLaren aproximaram-se de Max, com Lando Norris a conseguir um tempo 69 centésimos pior que o piloto da Red Bull, para depois Checo Pérez conseguir ficar com esse posto... por dois milésimos de segundo! Pouco depois, a bandeira de adrex é mostrada, e via-se quem ficava de fora do resto da qualificação: os Alpha Tauri de Yuki Tsunoda e Nyck de Vries, os Willams de Logan Sargent e Alexander Albon, e o Haas de Kevin Magnussen


Pouco tempo depois, começou a Q2, com os carros a irem logo para a pista, marcar os seus tempos. Max foi o primeiro a marca algo significativo, com 1.04,955, para logo depois... o tempo ser apagado, porque fez a curva 10 muito alargado, fora dos limites! Checo tentou o mesmo, mas também o tempo foi apagado, logo, o melhor era Lando Norris, com um tempo de 1.05,038. Na rádio, Max queixava-se dos limites da pista. Contudo, ele lá se assentou e conseguiu 1.04,951, indo para o topo da tabela de tempos. Já Checo? Estava em sarilhos. Com o seu tempo apagado, era apenas 15º e em risco de não ir para a Q3. 

O mexicano tentou de novo, mas depois do tempo marcado... foi novamente anulado. Pelos mesmos motivos: limites da pista. E como tal, fazia companhia a George Russell, Esteban Ocon, Valtteri Bottas e Oscar Piastri. Em contraste, Alexander Albon e Nico Hulkenberg avançavam para a Q3. 

E a fase final começou logo.

E os últimos minutos da qualificação começaram com Max a fazer 1.04,503, com os Ferrari logo a seguir, Leclerc a 206 centésimos e Sainz Jr. a 424. Os pilotos tentaram melhorar os seus tempos, mas alguns deles, como Albon, saiam dos limites e viam os seus tempos apagados. 

No final, Max fez mais uma volta e marcou 1.04,391, com Leclerc também a melhorar, 48 centésimos atrás do neerlandês. Sainz Jr foi o terceiro, adiante de Norris e Hamilton, o quinto. E Lance Stroll, sexto, consegue o raro feito de ficar na frente de Fernando Alonso!


Está feita a qualificação para domingo, com Max a ser o poleman pela terceira vez consecutiva, mas sábado será um interlúdio, onde o dia será totalmente dedicado à segunda corrida sprint da temporada, uma espécie de corrida à parte, só para trazer mais entretenimento à Formula 1.       

Youtube Jeeping Vídeo: Mecânico x Elétrico, qual é o melhor Hummer?

Analógico ou Digital, qual é o melhor jipe?

A Hummer regressou, depois de mais de uma década adormecida, após a crise de 2008, e desta vez, decidiram que ele seria uma marca totalmente elétrica, o que é absolutamente contrastante com a sua fama de "gas guzzler" (enorme bebedor de gasolina) que tinha. E contra um H1, o primeiro deles todos, o Jason e o Jeremiah, da Donut Media, decidiram fazer um comparativo que passou por... uma tração à corda (ou cabo de guerra) para saber qual dois é o mais potente!

quinta-feira, 29 de junho de 2023

Rumor do Dia: Aston Martin Hypercar a caminho?


Quando em 2019 foi mostrado o projeto da Walkyrie, desenhado por Adrian Newey, pensava-se que a Aston Martin pudesse apostar seriamente na Endurance, especialmente na nova classe Hypercar, eles que foram dos primeiros a dizer "presente". Contudo, com a chegada de Lawrence Stroll e a aposta na Formula 1, o projeto foi por água abaixo e a marca notou a chegada em força de dibersas marcas, relegando o Walkyrie para pouco mais de um Hypercar com poucos exemplares fabricados para venda direta.

Contudo, um projeto pribado está determinado em colocar não um, nas dois Walkyrie nas pistas, na classe principal, ao lado de Toyota, Alpine, Peugeot ou Glickenhaus. Segundo conta esta semana o site daulysportscar.com, há planos para arranjar um motor adequado para o chassis, no sentido de o estrear em 2025. A ideia é adaptar o motor de 12 cilindros, agora com mil cavalos, para os 670 requeridos para a classe Hypercar. O financiamento já está garantido, e o projeto tem credibilidade no meio.

A grande dúvida é saber até que ponto existirá algum envolvimento da marca no projeto. A FIA e a ACO, que toma conta do WEC, obrigam que as marcas tenham um envolvimento nos projetos. Se não de forma oficial, ao menos de forma oficiosa, para viabilizar esta entrada privada. A Aston Martin parou o desenvolvimento do Walkyrie, citando o redireccionamento dos esforços no projeto da Formula 1, mas recentemente, em 2022, o próprio Lawrence Stroll afirmou que se pensa do reativar do projeto da Endurance. Contudo, até agora, não se tem visto nada nesse sentido da parte da fábrica.  

Caso o projeto consiga ver a luz do dia, faria companhia a Toyota, Peugeot, Ferrari, Lamborghini, Porsche, Cadillac, Isotta-Fraschini, Glickenhaus, Alpine, Vanwall-Kolles, entre outros, que correm quer no Mundial de Endurance, o WEC, como no campeonato americano, o IMSA.  

Noticias: Formula 1 estreia sua estação de potência


O GP da Áustria, no Red Bull Ring, será palco da estreia do seu Power Station, que irá fornecer energia a todo o paddock e que primete cortar as emissões de carbono em 90 por cento. Esta subestação será alimentada por biocombustíveis e terá 600 metros quadrados de painéis solares.

Ian Stone, o diretor da logistica da Formula 1, afirma que com isto, irão reduzir de 200 toneladas para meros 10 toneladas de CO2 (dióxido de carbono), deixando assim de depender de geradores a combustível.

Vamos alimentar toda a gente a partir de uma única central elétrica sustentável. O objetivo é impedir que as equipas dependam de geradores.", começou por afirmar. "Todas elas trazem o seu próprio equipamento e abastecem os seus próprios geradores. Por isso, instalámos fisicamente este parque de geradores e vamos instalar uma rede de distribuição de energia complexa em todos os pontos-chave, para que as equipas se possam ligar – seja para os seus camiões ou para as suas motorhomes.", continuou. 

"A nossa estimativa é que, em 2022, foram produzidas cerca de 200 toneladas de CO₂ [no Grande Prémio da Áustria]. Estamos a pensar, sob reserva de recebermos esses dados, reduzir esse valor para cerca de 10 toneladas de CO₂”, concluiu.

A corrida, nona prova do campeonato do mundo, acontecerá neste final de semana.  

  

quarta-feira, 28 de junho de 2023

Youtube Automobile Vídeo: Os Mercedes que Hitler ofereceu

Por incrível que pareça, o pior ditador do século XX era um enorme admirador de automóveis. Mercedes, em particular. E Adolf Hitler, para tentar alianças antes e durante a guerra, ofereceu de presente potentes automóveis dessa marca, ao ponto de dar alguns dos modelos que usava para as suas paradas, como o 770K, blindado, do qual um dos seus exemplares acabou nas mãos do marechal Gustav Mannerheim, da Finlândia, em 1942.

Algumas dessas histórias não deram em nada, mas não foi por falta de tentativa. Um bom exemplo foi o rei Farouk, do Egipto, que tinha uma coleção enorme de automóveis e usava esse Mercedes, pintado de vermelho, como símbolo de resistência aos britânicos, que na altura ocupavam o Egipto. 

E chegou a haver presentes dele para lugares longínquos com o... Nepal! 

Detalhe: quase todos os carros oferecidos por ele sobrevivem nos dias de hoje, em diversos museus e coleções privadas espalhados pelo mundo. 

Endurance: Conhecida lista de inscritos para Monza


As Seis Horas de Monza acontecerão na semana que vêm, e será a primeira ocasião desde as 24 horas de Le Mans que os carros da Endurance voltam a defrontar-se. E há algumas novidades, numa corrida onde os Ferrari da AF Corse, vencedor da corrida de La Sarthe, correrão em casa, e se calhar com dezenas de milhares de fãs da Scuderia, esperando que triunfem "em casa".

Irá aparecer um hipercarro, o Porsche 963 da Proton, que será conduzido pelo italiano Gianmaria Bruni, o britânico Harry Tincknell e um ex-Porsche, o suíço Neel Jani. A Glickenhaus, cuja continuidade pós-Le Mans estava em dúvida, inscreveu um carro, e terá uma tripla cem por cento francesa, com Nathaniel Breton, Olivier Pla e Romain Dumas. Na Vanwall/Kolles, como já era sabido, existirá uma nova dupla de pilotos, com Tristian Vautier e o brasileiro João Paulo de Oliveira, este último a substituir Tom Dillman.

Já na classe LMP2, há trocas. Na United Autosports, o inglês Ben Hanley e o neerlandês Giedo van der Garde vão substituir Filipe Albuquerque e Tom Blomqvist, respetivamente, nos Oreca 07 Gibson LMP2, uma vez que os dois pilotos habituais vão estar a competir no IMSA nesse mesmo fim de semana. Por outro lado, Andrea Caldarelli será o substituto de Juan Manuel Correa no Oreca 07 Gibson nº 9 da Prema Racing, pois o equato-americano estará em Silverstone para a Fórmula 2. Por fim, Mirko Bortolotti cederá o seu lugar, devido a compromissos no DTM, a Mathias Beche, no seu carro irmão da equipa italiana.

As Seis Horas de Monza, quinta ronda do mundial de 2023 está agendada para começar às 12:30, hora local, menos uma hora em Lisboa. 

terça-feira, 27 de junho de 2023

WRC: Hyundai pondera um quarto carro para 2024


A Hyundai pondera um quarto carro para a próxima temporada. Caso vão para a frente, não só andariam a par da Toyota como seria a primeira vez desde o rali de Portugal de 2018 que eles alinhariam com quatro carros. Nesse rali, a marca coreana alinhou com belga Thierry Neuville, o espanhol Dani Sordo, o neozelandês Hayden Paddon e o norueguês Andreas Mikkelsen.

Quem fala disso é Cyril Abiteboul, que afirma ser isso o desejo da equipa, e a decisão poderá acontecer nos próximos meses.

Essa é uma possibilidade e anunciaremos o plano para todos [todos os nossos pilotos], incluindo Dani [Sordo] no devido tempo”, disse ao Autosport britânico. "Isso é uma possibilidade, o plano é que um deles dirija um carro[a tempo inteiro]".

Estamos observando e, embora nenhuma decisão seja tomada, uma das coisas que gostaríamos de fazer é ver se podemos correr com um quarto carro. É uma possibilidade, mas o problema está no preço desses carros e é por isso que tenho falado muito sobre o regulamento para reduzir o custo para todos." continuou.

Abiteboul falou também sobe o custo acrescido de andar com um quarto carro em termos de orçamento, e como saber até que ponto isto é compensador para, por exemplo, colocar um piloto jovem num Rally1.   

O custo envolvido em rodar um quarto carro com o atual regulamento técnico e o atual regulamento desportivo, o que significa eventos muito longos e muitas pessoas, é muito alto. Estamos falando sobre o formato de fim de semana e tornando-o mais atraente e com regulamentos simples para reduzir os custos, para que mais jovens pilotos tenham a chance de fazer parte de um programa como este. É uma discussão interna e precisamos passar por nossos orçamentos”, acrescentou.

Teremos que fazer uma série de compensações, como sempre. Se fizermos isso, teremos que fazer menos de outra coisa. Então, é melhor investir em pilotos jovens ou fazer um programa de desenvolvimento específico? Não sei, essa é uma decisão que precisaremos tomar nos próximos meses.”, concluiu.

Noticias: Michelin não está interessada na Formula 1


Numa altura em que há noticias sobe a entrada da Bridgestone no concurso para o fornecimento de pneus para as equipas de Formula 1, a francesa Michelin disse mais uma vez que não está interessada na entrada na competição, não enquanto estes mantiverem os critérios de entrada na competição, especialmente na parte da sustentabilidade.   

Matthieu Bonardel, responsável pela Michelin Motorsport, questionado pelo site ao f1-insider.com se ponderaria a entrada na categoria máxima do automobilismo, caso recebesse um convite para entrar no concurso, mostrou de forma clara o ponto de vista do fabricante francês.

Se houver um convite à apresentação de propostas para a Formula 1, é claro que o analisaremos com muita atenção”, começou por afirmar. “Mas para nós, há simplesmente certos critérios que têm de ser cumpridos. Temos de ser capazes de ser inovadores. Usamos o desporto motorizado como um laboratório de testes. Queremos contar uma história que se enquadre na filosofia da marca Michelin – que produz pneus de alta qualidade que duram mais e são sustentáveis”, continuou.

Mas no concurso da Formula 1, há apenas meia linha sobre sustentabilidade. As expectativas a este respeito são praticamente nulas e não têm qualquer importância. Podíamos queimar os pneus depois da corrida e ninguém diria nada. A realidade é que o pneu é utilizado para criar uma situação difícil para o piloto. Ele tem de os gerir e isso dá uma má imagem do pneu. Queremos que os pilotos possam lutar e ficar satisfeitos com o seu parceiro de pneus. Talvez a Pirelli não se importe, mas é uma obrigação para nós. Portanto, enquanto eles tiverem essa filosofia, nós estamos fora.”, afirmou.

Bonardel afirmou também não acreditar na proposta da Bridgestone, sequer da Formula 1 aceitar um segundo fabricante, para desencadear uma guerra de pneus.

Não sei se a Fórmula 1 está realmente interessada em ter outro fabricante de pneus”, disse ele. “O convite à apresentação de propostas não foi escrito para um recém-chegado, mas para o atual fornecedor. Em termos de filosofia, de mentalidade e de objetivos estratégicos, a Bridgestone não é muito diferente da Michelin. Estão certamente mais próximos de nós do que a Pirelli. Eu ficaria surpreendido se a Bridgestone quisesse demonstrar a degradação dos pneus apenas para estar na Fórmula 1”.

segunda-feira, 26 de junho de 2023

WRC: Neuville desclassificado


O belga Thierry Neuville foi desclassificado neste domingo, depois do final do rali Safari, devido a uma irregularidade detetada pela organização, no qual perdeu os pontos referentes ao oitavo lugar final. Aparentemente, o piloto belga tinha feito reconhecimentos ilegais antes do rali. “Uma pessoa ligada à tripulação do carro #11 viajou na, ou sobre o percurso de dois troços após os reconhecimentos, sem autorização”, afirmou o Colégio de Comissários Desportivos no comunicado oficial. 

Neuville admitiu aos comissários saber que “tinha conhecimento da pessoa identificada e que tinha pedido a essa pessoa para identificar zonas onde as pedras se tinham movido em troços em que a equipa teria de competir”. Martin Wydaeghe, o navegador de Neuville, acrescentou “preocupação quanto à segurança da navegação nos percursos difíceis e a ambiguidade dos cortes de curvas e as medidas anti-corte que os organizadores teriam introduzido após os reconhecimentos”.

Os Comissários Desportivos reconheceram a honestidade das explicações, mas advertiram que a dupla foi mal aconselhada na forma como deveriam mitigar a segurança, pois utilizaram ações que violam os regulamentos. Daí a penalização, que os tirou quer os pontos alcançados no rali, como também os da Power Stage. E na geral, Neuville cai de segundo para o quinto lugar na geral. 

No comunicado oficial da marca, esta reconhece a decisão dos comissários, mas deseja que essa prática seja melhor fiscalizada, acusando implicitamente que as outras marcas fizeram noutros ralis.  

"Apesar das circunstâncias apresentadas pela equipa em relação à incerteza dos limites das estradas neste evento específico, compreendemos e tomamos nota da posição da FIA de tomar as medidas necessárias para acabar com a prática habitual dos participantes acederem às estradas para melhorar os seus conhecimentos. Trabalharemos com a FIA para continuar a promover a segurança e a igualdade das equipas nos troços.”, lê-se.

WRC 2023 - Rali do Quénia (Final)


E foi o domínio da Toyota em terras quenianas. Sebastien Ogier acabou por ser o triunfador, com Kalle Rovanpera atrás de si e a consolidar a sua liderança no WRC, mas o mais importante é saber que os carros japoneses ficaram com... as quatro primeira posições deste rali, numa clara prova de domínio. 

Contudo, a margem entre os dois primeiros foi a mais curta da história. Entre Ogier e Rovanpera ficaram meros 6,7 segundos. Elfyn Evans ficou num distante terceiro posto, a... 2.58,5 minutos. Mas confortável no último lugar do pódio, porque Katsuta Takamoto era quarto, a 3.23,8.

Jari-Matti Latvala, o diretor da Toyota Gazoo Racing WRT, saiu do Safari com um sorriso bem aberto:

Quando asseguramos também este 1-2-3-4 no ano passado, pensei que era algo que demorava décadas a alcançar, mas aconteceu um ano depois. Por isso, o que posso dizer é que temos uma excelente equipa, um carro fiável e forte e, depois, temos os pilotos que têm a paciência de conduzir de forma inteligente nesta prova, o que é uma combinação de condução rápida, mas também de abrandamento nas zonas difíceis e de compreensão da história desta prova, e que, com a filosofia certa, conseguiram este resultado. Tenho de agradecer a toda a gente.", começou por afirmar.

Com seis especiais até ao final do rali, e com Ogier e Rovanpera perto um do outro, restava saber se a hierarquia iria ser esta até à linha da meta. Na primeira passagem por Malewa, Kalle Rovanpera acabou por ser o melhor, 8,1 segundos na frente de Ogier e a ameaçar a sua liderança! Lappi sofria novamente uma quebra na sua transmissão e ficava parado na estrada. 

Ogier reagiu na primeira passagem por Oserian e ganhaba com 8,6 segundos sobre o finlandês praticamente recuperando o tempo perdido. Tanak era terceiro, a 16,5. No final da manhã, em Hell's Gate, foi Tanak o melhor, com Rovanpera a perder 0,9 segundos e Ogier, 4,5. Takamoto tinha problemas no seu sistema híbrido e perdia tempo, e a mesma coisa sucedia a Sordo, mas por causa de uma abaria na direção assistida. 

Contudo, Rovanpera queixava-se do seu carro, depois de uma má passagem pelos sulcos provocados pelos outros carros: 

"Foi apenas uma curva em que fiquei um pouco preso nos sulcos. Não estou me sentindo bem no carro, estou lutando demais o tempo todo. Especialmente aqui não está a dar certo, estou saindo muito [da estrada]."

Na segunda passagem por Malewa, Rovanpera e Ogier ficaram separados por meros 0,6 segundos, com Takamoto a ser o melhor em Oserian, deixando Rovanpera a... 11,1 segundos e Ogier a 14,9. Com os dois primeiros a 9,2, e a faltar a Power Stage, não existia certezas sobre quem seria o vencedor. No final, o finlandês decidiu pensar nos pontos e Ogier conseguiu a sua terceira vitória do ano, apesar de, na Power Stage, quem triunfou fora Thierry Neuville.


No pódio, Latvala, o diretor da Toyota Gazoo Racing WRT, falou sobre as dificuldades dos carros no Safari e comparou com o que se passou na Sardenha, o rali anterior.

Na Sardenha, as condições eram difíceis e não era normal haver tantas zonas de água e, sim, havia coisas que precisávamos de melhorar. Mas, claro, acho que as condições eram um pouco extremas, aprendemos como devemos abordar a vinda para o Quénia e como devemos abordar as passagens de água, e acho que este foi o único problema que tivemos na Sardenha, por isso sabíamos que o carro era forte e mostrámo-lo aqui”, afirmou.

Com Rovanpera a liderar, com 140 pontos, mais 41 que Elfyn Evans, um dos seus companheiros de equipa, o finlandês limita-se agora a gerir rumo ao que se espera ser a sua renovação do título, pois nos últimos sete ralis, nunca conseguiu menos que o quarto lugar na classificação. Ogier é terceiro, com 98 pontos, e apenas com um programa parcial.

O WRC continua ente os dias 20 e 23 de julho, em terras estónias.    

domingo, 25 de junho de 2023

Youtube Automotive Vídeo: A restauração do Subaru de Richard Hammond, parte 4

Depois de restaurar o carro a uma condição o mais impecável possível, o Subaru Imprexa que Richard Hammond usou no The Grand Tour no norte da Europa, no ano passado, está a passar por uma afinação do seu motor. E aparentemente, as pessoas por trás desta restauração, querem transformar este carro numa besta com... 600 cavalos de potência? 

Bom, eis o vídeo onde eles se empenham nessa transformação. 

WRC 2023 - Rali do Quénia (Dia 2)


Sebastien Ogier e Kalle Rovanpera lutam entre si pela vitória, com ambos separados por 16,7 segundos. Os pilotos da Toyota deram já um grande avanço à concorrência no rali Safari, com Elfyn Evans em terceiro, já a mais de dois minutos (2.23,3), depois de ter apanhado Katsuta Takamoto (a 2.40,0) na luta pelo último lugar do pódio. O que têm estes pilotos? São todos da Toyota. 

Com seis especiais neste sábado, o dia começou como acabou: com Ogier a ganhar. A vitória na primeira passagem por Soysambu, com uma vantagem de 7,6 segundos sobre Kalle Rovanpera, mas sobretudo, a vantagem de 26,8 segundos sobre o terceiro classificado, Esapekka Lappi.  

Kalle acabou por triunfar na primeira passagem por Elmenteita, ganhando 0,6 sobre Ogier, e Evans foi o terceiro, a 2,2, superior a Lappi, a 2,4. A amanhã acaba com a primeira passagem por Sleeping Warrior, com Rovanpera a ganhar novamente, 3,5 segundos na frente de Lappi e 7,7 sobre Ogier e Evans a ser o quarto... 22,2 segundos. Tudo por causa da chuva forte que caiu durante a realização da especial e que apanhou muita gente desprevenida. Takamoto saiu de estrada, mas não perdeu muito tempo. 

"Nunca experimentei nada assim antes. Quando você vê as poças e a lama, travas como absolutamente tudo e depois vê se sobrevives.", disse Rovanpera, no final da especial.  

A tarde começou com Ogier a ganhar na segunda passagem por Soysambu, 6,4 segundos na frente de Rovanpera, enquanto Takamoto é o terceiro, a 12,1. A especial ficou marcada pelos problemas no carro de Lappi, suficientes para o fazer parar de forma definitiva no rali.  

Takamoto triunfou na segunda passagem por Elmenteita, ganhando 2,3 segundos sobe Ogier e 3,3 sobre Neuville, quando Oliver Solberg teve problemas com mais um furo, perdendo mais algum tempo. E no final do dia, foi Rovanpera que levou a melhor sobre a concorrência na segunda passagem por Sleeping Warrior, 13,1 segundos de vantagem sobre Evans e 15,3 sobre Ogier, apertando a diferença sobre este último. 

"Estamos aqui inteiros e esse era o único objetivo para hoje.", disse Rovanpera, enquanto Ogier retorquiu: "Não posso dizer que tive tanta sorte com esses pneus, mas é assim que as coisas são."

Depois dos quatro primeiros, Dani Sordo é o melhor dos outros, em quinto, no seu Hyundai i20 Rally1, a 3.52,3, muito na frente de Ott Tanak, sexto a 8.38,9. Pierre-Louis Loubet foi o sétimo, a 13.56,6. O polaco Kajetan Kajetanowicz é o oitavo, e o melhor dos Rally2, a 19.53,1 e a fechar o "top ten" estão o Hyundai de Thierry Neuville, no seu Hyundai (a 24.06,2) e Oliver Solberg, no seu Skoda Rally2 (a 24.06,6).

O rali do Quénia termina com a realização das últimas seis especiais, que aconteceram no domingo.

Formula E: Cassidy foi o vencedor em Portland


O neozelandês Nick Cassidy foi o melhor na corrida de Portland, que aconteceu na madrugada deste domingo. O piloto da Envison foi melhor que o Andretti de Jake Dennis e o Porsche de António Félix da Costa. Pascal Wehrlein, companheiro do português na Porsche e que era um dos candidatos ao título, acabou a corrida na nona posição. 

Numa pista totalmente nova no calendário, e grande novidade é que não é uma urbana no meio da cidade, mas sim a que é usada pela IndyCar, pois com os seus 3190 metros, está na média dos circuitos usados no calendário. E a sua largura e rapidez é suficiente para fazer com que os carros rolem, batendo recordes de velocidade. Suficiente para que Jake Dennis, piloto da Andretti, fosse o mais rápido e com os três pontos extra da pole, partia desta corrida na liderança do campeonato.

Na partida, Dennis, o poleman, segurou o ataque dos McLarens, com os pilotos a fazerem "lift and coast" para serem mais eficientes. Felix da Costa subiu para quinto, com Nico Muller a sofrer danos na sua asa e a perder o contacto com os da frente. A primeira ativação do modo de ataque aconteceu na quarta volta, especialmente os do final do pelotão, que decidiram escolher dois minutos desta primeira ocasião. Na quinta volta, Dennis caiu para terceiro, dando a liderança para Norman Nato, ao mesmo tempo em que Roberto Merhi ficava parado na pista com o seu Mahindra, resultando no seu primeiro Safety Car da corrida. Atrás de Nato, Felix da Costa era segundo.

Ainda antes da entrada do Safety Car, Sacha Fenestraz teve de ir às boxes para trocar de asa, que tinha quebrado, e no regresso da corrida, os quatro primeiros foram ao Attack Mode, com dois minutos a todos, excepto Nick Cassidy, que ficou com seis minutos, para livrar desde já de ir lá mais tarde na corrida. Felix da Costa foi novamente ao Attack Mode, com seis minutos, caindo para quinto. Mas nessa altura, Muller bateu na parede, depois de ter ficado sem travões, e o Safety Car entrava na pista pela segunda ocasião. Nessa altura, Cassidy já estava na liderança.

Na relargada, a volta 17, Nato passou Cassidy para a liderança, com Gunther em terceiro e Felix da Costa em quarto. O português subiu para segundo, atrás de Cassidy, que ficou com a liderança, mas pouco depois, perdeu o segundo posto para o Jaguar de Mitch Evans. Atrás de si, também a pular discretamente, estava o outro Jaguar de Sam Bird.

Na volta 22, Felix da Costa saltou para a frente, passando Cassidy. As coisas ficaram assim até à volta 28, altura em que foram acrescentadas mais quatro voltas, por causa dos Safety Cars. Jake Dennis era terceiro, seguido por Gunther e Mortara. Nessa volta, Cassidy passara para a frente, com o português em segundo. Dennis atacou, ficou temporariamente com o segundo posto, mas o português recuperou-o.

A parte final da corrida foi uma luta a três. No final da volta 29, Felix da Costa passou Cassidy e ficou com o comando, mas o neozelandês contra-atacou e recuperou o comando na entrada da chicane. Buemi chegou à traseira de Jake Dennis, mas este defendia-se. E na última volta, Dennis passou Félix da Costa para ser segundo, porque tinha mais energia. 

No campeonato, Dennis lidera com 154 pontos, contra os 153 de Nick Cassidy, e os 136 de Pascal Wehrlein. Felix da costa continua em sexto, agora com 93 pontos.

A Formula E regressa no fim de semana de 15 e 16 de julho, em Itália, com o ePrix de Roma.