sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

Feliz Ano Novo a todos!


Hoje é dia 31, e como sabem, a Austrália e a Nova Zelândia já estão no Ano Novo. E então, neste ano que iremos nos despedir, vai ser daqueles que entrará na História, por causa do que aconteceu na Formula 1, por ser o final de uma era nos ralis, e porque vai ser o inicio de outra na Endurance. E claro, por vermos de novo o GP de Portugal. Já repararam nisso? Só faltou termos a Formula E pelas nossas bandas - mas o campeão do mundo era nosso, foi o melhor que se poderia arranjar...

Mas num ano onde tudo foi feito para passar no "Drive to Survive", e onde as pessoas começam a entender que 23 corridas é demais, e as Sprint Races podem ser uma maneira de disvirtuar a Formula 1, mas é um sucesso de público, a temporada é para recordar, para o bem e para o mal. Foi até ao fim, como em 2008. Houve maus da fita e pessoas dos quais se sentiram injustiçados, e ninguém ficou totalmente satisfeito. Ainda por cima, quando sabemos que no ano que vêm... a incerteza é regra. Nem saberemos se vai ser tudo como dantes, ou aparecerão novos protagonistas.

Mas eu sei que 2022 veremos coisas novas nos ralis. Veremos carros novos e... velhos pilotos. Gente que, mesmo não fazendo toda a temporada, ainda andarão numa "reforma ativa" que não passa de alguns ralis selecionados, e que andam em duelo contra uma nova geração. Alguns dirão que eles não sabem sair à hora certa, mas temos de pensar que a esta gente, não lhes basta só o Dakar, também se querem divertir com as máquinas novas, porque títulos, fama e prestigio já os têm, agora, querem é ser felizes.

Portanto, tenho largas expectativas sobre o Monte Carlo de 2022, com Sebastien Loeb no Ford, Sebastien Ogier no Toyota e qual dos outros é que será campeão do mundo. Será o ano do Kalle Rovanpera?

E na Endurance... a Peugeot reentra, mas é apenas a ponta de lança de uma data de marcas que lá estarão a partir do ano seguinte. Gente como Audi, Porsche, Ferrari e outros, e com a unificação dos regulamentos entre os campeonatos europeu, americano e asiático, a ideia de ganhar no mesmo ano Daytona, Sebring e Le Mans volte a ser real. E Fuji, porque não? Mas já sabemos há muito tempo que a Endurance vai entrar numa era dourada. Agora é ver quem levará a melhor, e se qualquer viagem a aquela localidade no centro de França valerá a pena, com toda aquela variedade de carros.

Ah! E ainda teremos o Dakar, a partir de amanhã, e a IndyCar, que está a trair cada vez mais gente. Acho que voltarão os "all rounders", ainda por cima com a Formula E em ação. Vai ser um bom tempo para o automobilismo, tenho a certeza.

Dito isto, só vos posso desejar um bom ano. Que tenham saúde e serenidade para enfrentar os problemas que aparecerão pela frente. Um abraço a todos e Feliz 2022! 

quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Noticias: Prost acha 23 corridas um abuso


Aos 66 anos, Alain Prost acha que a Formula 1 está a perder algum do seu charme, que o fazer ser aquilo que é. Com coisas como os Sprint Races e as chances de haver uma maior revolução na maneira como são realizadas as corridas, como a grelha invertida, ele teme que isso poderá descaracterizar a competição.

E para além disso, acha que o calendário da Formula 1 tem de ser menos de 23 provas que tem agora, e com os rumores de que poderá ser alargado para as 25 corridas, ele acha que é demais. 

No podcast The Fast Lane, o ex-piloto francês, quatro vezes campeão do mundo, acha que mexer no formato tradicional é contraproducente.

Estou completamente contra a ideia da grelha invertida, com certeza”, começou por dizer. “A Fórmula 1 não deve aceitar isso, mesmo para a corrida sprint. Não é por Lewis [Hamilton] ter feito uma corrida fantástica a partir de último [A corrida-sprint do Grande Prémio do Brasil] que devemos pensar que vai ser sempre a mesma coisa e com todos os pilotos. Isso não acontece desta forma. Por isso, sou muito mais pela tradição, e a Fórmula 1 tem de se manter como se manteve até aqui. Devo reconhecer que temos cada vez mais fãs jovens, com a série Netflix [Drive to Survive], e atraímos alguns jovens, o que é fantástico. E eles obviamente gostam deste tipo de corrida que temos visto, a corrida de sprint e a corrida de Lewis no Brasil, mas a Fórmula 1 tem de se manter mais tradicional”, continuou.

Sobe o número de provas, Prost também acha que as atuais 23 provas são demasiado, e os mecânicos começam a não ter fôlego para aguentar este ritmo:

23 corridas é muito”, disse Prost. “Muito difícil para as equipas, muito difícil para as pessoas em viagem, alguns dos mecânicos, engenheiros, chefes de equipa que estão sempre em todas as corridas, alguns nem sempre em boas condições. E a Formula 1 tem de permanecer também excecional. 23 corridas é muito. Lembro-me, talvez não este ano, mas a primeira vez que tivemos três corridas seguidas e estava a perder um pouco de interesse de certa forma, porque eram demasiado próximas. É um compromisso entre o número de corridas, o número de fãs e obviamente o dinheiro que se pode gerar. Mas se tivermos mais sucesso e trouxermos mais patrocinadores, talvez pudéssemos também ter um pouco menos de corridas. [Mas] parece que não é por aí que estamos a ir”.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

A imagem do dia


Nos tempos do Brexit, e com a esmagadora maioria das equipas com sede do Reino Unido, mais concretamente no "Motorsport Valley", até se pode dizer que eles se safaram relativamente bem das confusões que o processo de saída do Reino Unido da União Europeia causou um pouco por toda a nação, especialmente no processo das fronteiras alfandegárias com a Irlanda do Norte, pois a Republica da Irlanda faz parte da UE e não pretende abandonar tão cedo.

Contudo, a certa altura, as coisas foram bem diferentes. Como vi na terça-feira no Twitter do jornalista Rayner Nyberg, quando colocou esta fotografia a preto e branco dos treinos de quinta-feira do GP do Mónaco de 1975, com John Watson a correr propaganda politica nos flancos do seu Surtees. Mas é o Brexit, mais de quarenta anos antes? Não. Mas é uma história que vale a pena ser contada.

Em 1975, o Reino Unido estava na então Comunidade Económica Europeia desde 1973, entrando ao mesmo tempo que a Dinamarca e a Irlanda, mas havia os hostis a esta entrada. E para calar os rebeldes, o então primeiro-ministro, Harold Wilson, decide marcar um referendo para o dia 8 de junho de 1975, o primeiro de sempre da história da milenária nação. E claro, por alturas do GP monegasco, quatro semanas antes da data da consulta popular, a campanha estava ao rubro.

A Surtees já estava na sua sexta temporada, e as suas operações tinham sido reduzidas a um carro oficial, e alguns chassis a serem comprados por privados para serem usados. John Surtees aproveitava todas as ocasiões para alugar o espaço que tinha nos seus carros, e a campanha eleitoral tinha de entrar no pelotão da Formula 1. Afinal de contas, falamos de alguém que no ano seguinte, irá dar espaço para uma marca de preservativos - camisinhas - e obrigar a BBC a fazer um boicote às transmissões televisivas.

O carro apareceu com o apelo na sexta-feira, mas durou pouco tempo. A FISA não achou piada alguma com mensagens politicas e foi ter com a Surtees para que tirassem o apelo dos flancos e andassem o resto do final de semana sem nada escrito. Watson qualificou-se na 16ª posição e desistiu na volta 36, vitima de despiste, num ano desastroso para a equipa, pois conseguiram zero pontos...

E o referendo? O "sim" ganhou com folga, 67 por cento de "sins" contra 32 por cento de votos pela saída da organização, e com 64 por cento de votantes. E ali, trabalhistas e conservadores apoiaram o "sim"... 

Noticias: Williams afirma que não haverá numero um na equipa


Com Nicholas Latifi e Alexander Albon a bordo em 2022, Jost Capito, o chefe de equipa, decidiu já vir a público afirmar que ambos terão igualdade de tratamento nas atualizações da máquina para 2022, que provavelmente será batizado de FW44.

Em declarações à motorsport.com, Capito afirma que a grande razão tem a ver com a experiência equivalente em máquinas de Formula 1, mesmo que o anglo-tailandês esteja de regresso após um ano de ausência. Como ambos os pilotos têm uma experiência equivalente, em 2018, na Formula 2, Capito pensa que não haverá muitos problemas:

Claro, é bom para ambos. Penso que para o Alex, é ótimo ter esta segunda oportunidade de voltar e liderar a equipa para avançar. Ele não entra e diz: ‘Está bem, quero ganhar corridas’. É evidente que ele tem de desenvolver a equipa juntamente com Nicky e todos os engenheiros. E ele parece gostar deste papel. Ele trabalha muito bem com o Nicky. Não temos um número um e dois, ambos são tratados exatamente da mesma forma. E Nicky pode deixar a sua marca, não há dúvida.

Alex e Nicky correram juntos como colegas de equipa em 2018”, acrescentou Capito. “Portanto, eles conhecem-se, respeitam-se muito um ao outro. George e Alex são amigos pessoais. Penso que Alex é a pessoa perfeita para a equipa na situação em que a equipa se encontra agora. Para o Alex, penso que é uma grande segunda oportunidade. E tenho a certeza que ele se enquadra bem no nosso ambiente. E vamos divertir-nos muito com ele, e ele também se vai divertir connosco. E tenho a certeza de que ele vai se portar muito bem”.

Capito aproveitou para elogiar Latifi pelo seu trabalho em 2021, onde conseguiu os seus primeiros pontos e resultados onde não ficou muito longe de George Russell, sendo o melhor o da Hungria, onde até ficou na frente do piloto britânico.

Nicky também fez um bom trabalho este ano, quando olhamos para todos os resultados de qualificação, alguns não mostram que ele esteve em posição de superar o George”, começou por afirmar. “E quando se veem as diferenças, elas nunca foram realmente grandes. E, claro, é um grande desafio ser o companheiro de equipa do George. Ele saiu-se muito bem, e melhorou muito ao longo desta temporada. Por isso, tenho a certeza que ainda pode melhorar, porque foi apenas a sua segunda época. E a primeira temporada do ano passado foi uma temporada realmente estranha com a COVID. E muitos circuitos novos novamente este ano, foi novamente difícil para ele, e ele fez um trabalho brilhante com base nisso”, concluiu.

terça-feira, 28 de dezembro de 2021

A imagem do dia


Ontem passou mais um aniversário de nascimento de Adrian Newey - são 63, caso estejam curiosos - provavelmente um dos últimos grandes projetistas da história da Formula 1, e que atualmente trabalha na Red Bull, projetando os carros da equipa, especialmente o Red Bull RB16B, que deu o título mundial de pilotos a Max Verstappen, oito anos depois da última vez.

Contudo, Newey poderia não ter visto este aniversário, pelo menos por aquilo que conta a sua mulher, Amanda. Os pais de Harrison Newey, piloto dos escalões de formação, passaram por um grande susto em agosto deste ano quando Adrian sofreu um grave acidente de bicicleta quando passeava na Croácia. Sofreu várias fraturas cranianas e teve a sua vida em perigo.

“Ele não está nas redes sociais. É muito sábio! No entanto, depois de um ano que passamos, dou-lhe os parabéns públicos. Em agosto estive perto de perder o amor da minha vida em um acidente de bicicleta”, começou por dizer Mrs. Newey. Agradeceu a Bernie Ecclestone por ter agilizado no socorro médico, nomeadamente no transporte para o Reino Unido, para ser operado o mais rapidamente possível. E o facto de ter estado afastado dos trabalhos em Milton Keynes nos dois meses seguintes, e poder ter prejudicado o desenvolvimento do carro na fase final da temporada, a favor da Mercedes, foi a única coisa do qual as pessoas notaram que algo de errado se tinha passado com o projetista que tem uma carreira de 40 anos, que tinha começado como estagiário na Fittipaldi, em 1980.

"Múltiplas fraturas cranianas, sentadas na parede virtual do Grande Prémio da Holanda dez dias depois de sua craniotomia mostram a sua força. A sua recuperação foi pelo menos milagrosa", disse a esposa do engenheiro. “Este aniversário é extra especial. Feliz aniversário, Adrian”, expressou ao terminar.

Newey tem uma vasta história no automobilismo. Projetou carros para a March, especialmente na IndyCar, entre 1983 e 1986, antes de desenhar os carros de Formula 1 de 1987 a 1990, passando para a Williams, entre 1991 e 1997, McLaren de 1998 a 2004, e desde 2005, os carros da Red Bull.

Youtube Automobile Video: A coleção de sonho de José Mira

O pessoal do Jornal dos Clássicos anda a publicar videos sobre as coleções clássicas que existem em Portugal, uns mais privados que outros, quer sejam de motos ou automóveis, e por estes dias falou da coleção de José Mira, que tem mais de três dezenas de automóveis de diversas marcas, 

Na coleção, que começou aos 18 anos quando comprou um Porsche 356 em segunda mão, existem uma grande quantidade de carros, grandes e pequenos, das mais diversas marcas, especialmente Mercedes, Fords, Citroens, um Rolls Royce, alguns microcarros - incluindo um português Sado - e muitos outros, dos quais o colecionador desfia algumas das suas histórias.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

Youtube Automotive Video: Uma visita ao Gordon Murray Automotive (parte 1)

Nestes dias de Natal, não é todos os dias que se pode ver como se constrói um supercarro, ainda por cima, um dos últimos tradicionalistas, o Gordon Murray Automotive, que fabrica o T.50, que custa a médica quantia de 2,5 milhões de libras, e do qual cada modelo terá 50 exemplares.

Assim sendo, o pessoal do Top Gear fez uma visita à oficina onde esses bólidos são construídos, guiados pelo próprio Murray, onde se vê a junção dos componentes para fazer o produto completo... e é apenas a primeira parte!

domingo, 26 de dezembro de 2021

O cartão de Natal de Bernie Ecclestone


Todos ainda tem interesse de ver o cartão de Natal do velho Bernie, mesmo depois de ele ter saído de cena. E como sempre, a acidez do "anãozinho tenebroso" está em forma, especialmente quando ele goza com os esforços do pessoal de combater o racismo, enquanto a Formula 1 vai para as Arábias, sítios onde os direitos humanos não são lá muito respeitados, não é?

Eis o que foi o cartão de Natal deste ano...

sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

Feliz Natal a todos!


É Natal, e já olhamos para trás para fazer contas sobre o ano que passou. E claro, foi complicado. Muitos ainda se lembram do inverno passado, o pior da pandemia, com hospitais cheios, ambulâncias a fazerem fila para deixarem doentes e o oxigénio a faltar um pouco por todo o lado, porque as pessoas pararam de respirar. 

Mas como em tudo, passou. Controlou-se a doença, ficando todos nós fechados em casa e a trabalhar de lá, evitando o mais possível as contaminações. Mas depois, quando começamos a voltar a ter uma espécie de vida, assistimos a coisas boas nos sitios onde mais gostamos de ver, apesar dos calendários constantemente alterados, como na Formula 1, nos ralis, no MotoGP, noutros lados.

Ainda não vivemos a vida de antes. E não vai ser este ano que veremos o seu final, porque outra variante está por aí, a obrigar-nos e voltar para as nossas casas, presos e isolados uns dos outros. E se quisermos festejar o Natal, é com a família mais próxima, e mesmo a mais próxima. Por mais um ano. 

Mas nem tudo foi mau. Vimos a grande temporada da Formula 1, que acabou há quase duas semanas, terminando quase na última curva da última volta, depois de uma longa temporada - a maior de sempre, 23 corridas! - e vimos outras coisas novas, mesmo nós, que tivemos mais um Grande Prémio nas nossas bandas - sem público, infelizmente - e o rali, bem duas duas provas de MotoGP!

Agora é altura de comer o bacalhau - ou o peru, dependendo da latitude e da longitude - abrir os presentes e saudar todos os que estejam a ler esta mensagem e desejar-lhes um bom Natal. Obrigado a todos! 

quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

A imagem do dia


Na foto, Michele Alboreto no Minardi de Formula 2, a caminho de um oitavo lugar na corrida de Spa-Francochamps. Hoje, se fosse vivo, o piloto italiano faria 65 anos. E neste dia, recuo 40 anos no tempo para vos mostrar uma das temporadas mais preenchidas da sua carreira. Porque nesse ano de 1981, correu na Endurance, Formula 2 e Formula 1, na continuação da temporada anterior, onde participou em... três campeonatos de Formula 3 e o Mundial de Endurance!

Comecemos no final da década de 70. A Lancia decidiu lançar um programa nos Grupo 5 de Endurance, graças ao seu modelo Beta, que tinha andado nos ralis, muito ligeiramente, porque o Grupo Fiat tinha dado a preferência no 131 Abarth. Contudo, com o carro a rolar nas pistas um pouco por todo o mundo, e na transição para aquilo que iria ser o Grupo C, onde iria ser lançado o LC1, naquele ano, Alboreto incluía-se num grupo de jovens pilotos muito talentosos, que se incluía o americano Eddie Cheever e os seus compatriotas Riccardo Patrese, Piercarlo Ghinzani, Emmanuele Pirro, entre outros, e com o apoio da Martini, fez um programa parcial no Mundial de Endurance, e claro, nas 24 Horas de Le Mans.

Alinhando com Cheever e o seu compatriota Carlo Facetti, no Beta Monte Carlo, Alboreto alinhou debaixo de uma prova com muito calor, e onde houve um acidente fatal com um dos Rondeau, guiado por Jean-Louis Lafosse, que embateu contra um posto de controle de comissários, ferindo gravemente dois dos seus elementos.

Num motor pequeno, de 1,4 litros, mas turbo, os três conseguiram resistir aos elementos para acabar num digno oitavo posto, numa prova ganha por Jacky Ickx e Derek Bell. Mas esse nem foi o seu melhor resultado nesse ano. Isso aconteceu em Watkins Glen, quando triunfou nas Seis Horas, ao lado de Riccardo Patrese.

Mas não foi só isso que Alboreto andou a fazer. Quando andava por aí, já era piloto da Tyrrell, na Formula 1, e também corria na Formula 2, ao serviço... da Minardi. Construtora fundada dois anos antes em Faenza por Giancarlo Minardi, mas com uma longa tradição automobilística que vinha desde os anos 20, quando o seu avô montou uma vendedora Fiat na mesma cidade, e depois, quando andou com outros chassis desde o inicio da década de 70, culminando com o Ferrari que inscreveu na Race of Champions de 1976 e que foi corrido por Giancarlo Martini, tio de Pierluigi Martini, futuro piloto da marca e companheiro de Alboreto na sua última temporada na Formula 1, em 1994.

O carro, um Fly 281 - o Fly era o estúdio de Giacomo Caliri e Luigi Marmoli, de Bolonha, que tinham redesenhado o Fittipaldi F5A e o F6A de Formula 1, em 1978 e 79 - foi guiado por uma multidão de gente, desde Alboreto ao venezuelano Johnny Ceccoto, passando por Lamberto Leoni e Enzo Coloni, outro futuro construtor. Os motores variavam, mas ele usou o BMW, mais potente.

Apenas as rondas italianas é que foram proveitosas para "il Marrochino". A 26 de julho, em Enna-Pergusa, no Gran Premio del Mediterraneo, Alboreto não resistiu a um imparável Thierry Boutsen, mas conseguiu levar o seu carro ao lugar mais baixo do pódio, e conseguindo os seus primeiros pontos - mas não da equipa, que já tinha conseguido um quarto posto em Thruxton, graças a Ceccoto. Sete semanas depois, a Formula 2 estava de volta a paragens italianas, para o Gran Premio del Adriatico, no circuito de Misano. Se Boutesen era o "poleman", na realidade foi Alboreto o melhor, dando à Minardi a sua primeira vitória, com o seu próprio chassis, e pelo caminho, ainda conseguiu a volta mais rápida. 

Verdade, foi uma tarde de sonho para alguém que já tinha um pé na Formula 1, que se adaptava à competição. Mas apesar de não ter pontuado nessa sua temporada de estreia na categoria máxima do automobilismo, não tinha motivo de queixa: era uma temporada proveitosa em muitos sentidos. Em 1982, já mais aliviado, poderia mostrar todo o seu talento e ficar nos holofotes de equipas mais poderosas. E foi o que aconteceu.  

Youtube Formula 1 Video: O amigo secreto no Natal

É Natal, é Natal! E como sabem, há semana e meia a Formula 1 acabou em Abu Dhabi, e antes da corrida final, os pilotos receberam umas prendas antecipadas de gente que não fazem ideia quem lhes deu. E eis o que o pessoal recebeu.


WRC: Matton sai da FIA


O belga Yves Matton saiu da FIA e poderá estar próximo de ser o próximo diretor desportivo da Hyundai. Segundo conta esta quarta-feira o site dirtfish.com, Matton aproveitou a eleição de Mohammed Ben Sulayem como presidente do organismo máximo do automóvel e do automobilismo para expressar a sua vontade de sair. O site também fala que a sua visão dos ralis não é a mesma do dirigente árabe, e ainda por cima, há um convite da Hyundai Motorsport para substituir Andrea Adamo, que bateu com a porta no inicio do mês devido a divergências com alguns pilotos, nomeadamente Thierry Neuville, compatriota de... Matton.

Na FIA desde 2018, depois de ter sido o diretor desportivo da Citroen, Matton foi um dos obreiros do regulamento que irá entrar a partir da próxima temporada, os Rally1, onde os carros serão híbridos, com um aumento de potência e um reforço nos chassis. Contudo, o novo presidente da FIA - que curiosamente, vem dos ralis... - disse que os novos regulamentos não são proativos na busca de novos construtores para esta categoria do automobilismo.

Os regulamentos do Rally1 foram escritos com vista a tornar os novos regulamentos tão acessíveis quanto possível”, disse Matton à Autosport britânica, numa entrevista no inicio do ano. “Este é um dos pilares fundamentais do desenvolvimento: sustentabilidade, segurança, acessibilidade. Pode haver mais um fabricante antes do fim do próximo ciclo de homologação, mas não será em 2022”.

Ainda não se sabe quem ficará com o cargo, e provavelmente esse nome só será conhecido por alturas dos Rali de Monte Carlo. 

quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

Formula 1: Haas anuncia crash-test nos próximos dias


A Haas, que teve em 2021 a sua pior temporada da sua existência, acredita que o seu ano de sacrifício será compensado em 2022 com um chassis melhor. E por estes dias, Gunther Steiner anunciou que o carro da próxima temporada irá passar pelos seus primeiros "crash-tests", antes de ser completado em Itália, nas instalações da Dallara, e ser levado para Barcelona para os seus primeiros testes coletivos. 

Fizemos alguns testes de colisão preliminares, porque não se faz imediatamente ao chassis completo, faz-se em partes. Fizemos um bom desenvolvimento no nosso teste de colisão. Penso que é no final de dezembro, pouco antes do Natal, que o último teste de colisão está planeado. Estamos prontos para isso e, esperamos, passar. É esse o objetivo”, começou por afirmar.

O carro será montado antes, e este ano voltamos a montá-lo em Itália, como fizemos antes. Não o fizemos no ano passado porque era um carro existente. Foi o carro de 2020, que acabamos por reconstruir e mudar algumas peças. Mas vamos enviá-lo novamente para Itália, porque todos com funções técnicas estão lá e muitas das peças são feitas pela Dallara, por isso é melhor estarmos nas suas instalações quando montarmos o primeiro carro e depois, de lá, levamo-lo para Espanha”, concluiu.

A dupla para 2022 será a mesma, constituída pelo russo Nikita Mazepin e pelo alemão Mick Schumacher

Youtube Automotive Video: A coleção Meigo de automóveis

Há coleções e coleções, e em Portugal existem dezenas de coleções de automóveis, escondidas em garagens particulares e do qual poucos vêm a luz do dia. Contudo, nesta série sobre coleções de automóveis, e depois do episódio de André Vilas-Boas e da sua coleção de carros, agora apresento um jovem colecionador, o Tiago Gomes, que faz parte do grupo Meigo, que é o curador de uma coleção de automóveis bem interessante, e do qual tem um pouco de tudo, desde Porsches até Ferraris, passando por Alfas, De Tomasos, BMW e Lamborghinis. 

terça-feira, 21 de dezembro de 2021

A imagem do dia


Jean Alesi é um dos pilotos mais carismáticos do seu tempo. Piloto da Tyrrell, Ferrari, Benetton, Sauber, Prost e Jordan, entre 1989 e 2001, conseguiu apenas uma vitória em 201 Grandes Prémios. Hoje em dia, aos 57 anos, viu-se correr um modelo Ferrari 312 no GP do Mónaco histórico em 2021 (na foto), liderando até se despistar.

Contudo, hoje, Alesi apareceu nas noticias por motivos insólitos. A policia da localidade de Avignon anunciou que deteve Jean e o seu irmão José depois de se ter feito uma queixa de alguém cujo escritório de arquitetura ficou danificado depois da explosão de um petardo. O incidente aconteceu no domingo à noite, e depois descobriu-se que o local, situado na localidade de Villeneuve-lés-Avignon, era o local de trabalho do seu cunhado, que passa neste momento por um processo de divórcio.

Jean Alesi foi levado pela polícia por volta das 16h de segunda-feira por depredação de propriedade com outras pessoas em posse de explosivos”, disse Antoine Wolf, delegado responsável, à agência AFP. Aparentemente,  Alesi declarou que trouxe “grandes fogos de artificio” da Itália para colocarem na janela do escritório do cunhado, mas “sem imaginar que causariam tantos danos”. O jornal "L’Équipe" declarou que a explosão foi tão grande que quebrou até mesmo os vidros a prova de bala do escritório de arquitetura.

Apesar do incidente, ninguém ficou ferido. “Estou incrédulo pela falta de noção da ‘brincadeira’ feita sem a pessoa se preocupar em saber se alguém está lá”, disse o responsável pela investigação do caso.

Sim, leram bem: foi tudo uma brincadeira que foi longe demais. Jean declarou que queria fazer apenas “uma brincadeira” com o cunhado, que está se divorciando da esposa, e o cunhado de Alesi afirmou que não possui preocupações com o ex-piloto, mas fez um boletim de ocorrência sobre a destruição do local. 

Definitivamente, entrar nas noticias por uma brincadeira e mau gosto é algo do qual só pode acontecer no Natal...

Youtube Formula 1 Video: Os melhoes e piores de 2021, por Josh Revell

A temporada acabou, e como sabem, entrou na história. Assim sendo, o Natal e Ano Novo é a melhor altura para os balanços do ano, e claro, o Josh Revell entrou na tendência, fazendo aquele que provavelmente será o último vídeo antes das festas de Natal e Ano Novo. 

Assim sendo, eis as suas escolhas para os melhores... e piores de 2021. 

Noticias: Latifi "chocado" com as ameaças por causa de Abu Dhabi


Nicholas Latifi entrou na história da Formula 1 pelas piores razões no GP da Abu Dhabi, por causa do acidente que sofreu a seis voltas do final, e desde então, para além das comparações com Timo Glock, por causa do que aconteceu no GP do Brasil de 2008, tem sofrido porque muitos, fãs de Lewis Hamilton, o terem acusado de provocar o acidente.

Agora, dez dias depois da corrida, Latifi publicou no seu site oficial uma longa carta, não só pedindo desculpas pelo incidente, mas condenando as ameaças de morte que sofreu nos dias seguintes. 

"Eu fiquei longe das redes sociais [de propósito] para deixar as coisas se acalmarem depois dos eventos da última corrida." começou por dizer.

"Muito se falou sobre a situação que surgiu depois do meu abandono em Abu Dhabi. Recebi milhares de mensagens em minhas contas nas redes sociais - publicamente e via DMs [mensagens diretas]. A maioria me deu apoio, mas tem havido muito ódio e abuso também. Tenho tentado descobrir a melhor maneira de lidar com isso. Devo ignorar e continuar? Ou devo resolver e resolver o problema maior que infelizmente é uma realidade quando você usa as redes sociais?", continuou

"Esta não é uma declaração pré-programada, mas sim eu mesmo falando o que penso na esperança de que isso talvez desencadeie outra conversa sobre o "bullying" online e as consequências drásticas que pode ter nas pessoas. Usar as redes sociais como canais para atacar alguém com mensagens de ódio, abuso e ameaças de violência é chocante - e algo que estou chamando”.

Latifi aceitou o facto que, como um "desportista que compete no cenário mundial", esperava críticas depois do que tinha acontecido, mas disse que o que lhe chocou mais foi "o tom extremo do ódio, dos abusos e até das ameaças de morte que recebi". E afirmou que "essas pessoas não são verdadeiros fãs da modalidade."

Depois de ter pedido desculpas "a um grupo de pessoas a quem eu precisava me desculpar pelo meu abandono: a minha equipa", prosseguiu agradecendo todas as mensagens de apoio que recebeu e esperar que estas denuncias de "bullying" ajudem a melhor o comportamento entre os fãs no futuro. 

WRC: Loeb corre em Monte Carlo


Está confirmado: Sebastien Loeb guiará o Ford Puma Rally1 no rali de Monte Carlo, previsto para o final de janeiro. Aos 47 anos, fará a participação na jornada inaugural de mundial se 2022, faltando ainda saber se fará outras provas e quais. Para além disso, o francês Adrien Fourmaux também foi confirmado a tempo inteiro pela estrutura britânica, ao lado do britânico Gus Greensmith e o irlandês Craig Breen.

É bom trabalhar com a M-Sport, é uma equipa muito profissional e que sabe como construir bons carros”, começou por dizer o francês, nove vezes campeão do mundo. “Desde o início da minha carreira que lutava contra a Ford, mas sempre soube que [o chefe] Malcolm [Wilson] era alguém muito envolvido na equipa e apaixonado pelo rali, sempre tivemos uma boa relação. Estou realmente entusiasmado para Monte Carlo, é realmente um desafio excitante”, concluiu.

A participação de Loeb em Monte Carlo vai acontecer apenas alguns dias depois do Rally Dakar, na Arábia Saudita, mas em relação a isso, tem a bênção da Peodrive, a preparadora que construiu o protótipo no qual ele irá participar e no qual irá tentar a vitoria na geral. 

Concordámos com o Seb que ele beneficiaria de mais algumas saídas competitivas no WRC e que isto acabaria por ajudar as suas campanhas Dakar e Extreme E”, disse David Richards, presidente da Prodrive. “Seb é um talento incrível que não perdeu nenhum desse espírito competitivo e deve ser um dos favoritos para ganhar Dakar em Janeiro. Ele mostrou no Extreme E que ainda tem o ritmo puro, frequentemente estabelecendo os tempos mais rápidos e não tenho dúvidas que tem potencial para lutar por vitórias na WRC no próximo ano”.

Monte Carlo 2022 irá ter de volta o duelo com Sebastien Ogier, já que o piloto da Toyota, embora tenha dito que não participará mais a tempo inteiro, estará neste rali para discutir a vitória. 

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

Noticias: Audi disse à FIA que anunciará sua entrada na Formula 1


A Audi confirmou junto da FIA que anunciará no inicio do ano que vêm que entrará na Formula 1, provavelmente em 2026, quando os motores de 1.6 litros Turbo serão modificados para, por exemplo, abolir os MGU-H. Segundo conta o site racefans.net, o presidente do conselho da Audi, Markus Duesmann, e o membro do conselho de desenvolvimento técnico da Audi, Oliver Hoffmann, indicaram que o fabricante está satisfeito com o progresso que a FIA fez com os novos regulamentos técnicos para as unidades de potência para a temporada de 2026.

Na carta enviada na passada terça-feira para o CEO da Formula 1, Stefano Domenicalli, e para o então presidente da FIA, Jean Todt, a marca afirma acreditar que o projeto de regulamentação oferece um compromisso justo para os recém-chegados e concorrentes existentes, além de cumprir os objetivos acordados para as novas unidades de potência.

O conselho de administração e conselho fiscal da Audi vão agora decidir - provavelmente até ao final do ano - se aprovam formalmente sua entrada no campeonato.

Para quem não sabe, o Conselho Mundial da FIA aprovou recentemente que as unidades de potência de 2026 manterão os motores V6 Turbo de 1,6 litros e aumentarão a quantidade de energia elétrica que podem gerar, eliminando o caro MGU-H. Os custos da unidade de energia também serão limitados pela primeira vez. E em 2022, com a saída da Honda, a Red Bull irá investir nas unidades de potência deixadas pela Honda após a sua retirada do campeonato, no final desta temporada.

A entrada da Audi poderá não ser a única, pois poderá arrastar a Porsche para a categoria máxima do automobilismo.

Noticias: Zanardi em casa para continuar a reabilitação


Ano e meio depois do seu acidente na sua "handbike" nos arredores de Siena, Alex Zanardi está agora em casa para continuar com os tratamentos. Segundo contou a sua mulher Daniela, apesar desta novidade, "a recuperação ainda está em curso e será longo".

Um passo importante foi que Alex conseguiu deixar o hospital há algumas semanas e está de volta a casa. Tivemos que esperar muito por isso e estamos muito felizes por ter sido possível agora, mesmo que ainda haja estadias temporárias em clínicas especiais planejadas para a realização de medidas especiais de reabilitação.", começou por dizer.

Ela acrescentou: “A recuperação continua a ser um processo longo. O programa de reabilitação liderado por médicos, fisioterapeutas, neuropsicólogos e fonoaudiólogos tem permitido um progresso constante. Claro, contratempos existem e ainda podem ocorrer. Às vezes, você também precisa dar dois passos para trás para dar um passo para frente. Mas Alex prova uma e outra vez que ele é um verdadeiro lutador.”, concluiu.

Questionada sobre as expectativas que o processo de reabilitação poderá ter, afirmou:

Você ainda não pode prever como a recuperação dele se desenvolverá. Ainda é um caminho longo e desafiador que o Alex enfrenta com muito espírito de luta. É uma grande ajuda para ele e para nós que recebamos tanto apoio neste caminho, não só dos médicos e terapeutas que trabalham intensamente com ele. Nossos amigos estão sempre lá para nós. Isso inclui a família do BMW Group, com a qual sempre podemos contar e que está firmemente ao nosso lado também neste momento difícil.", declarou.

Estamos muito gratos a todos por isso e por muito mais, porque esses laços fortes nos dão energia adicional. Isso também se aplica à contínua simpatia que recebemos de pilotos, fãs e conhecidos de todo o mundo. Gostaríamos de expressar um grande Obrigado a todos os que enviam seus bons pensamentos e poder a Alex. Desejamos a todos um Feliz Natal e tudo de bom para o Ano Novo.”, concluiu.

Bicampeão da CART em 1997-98, com passagens na Formula 1 pela Jordan, Minardi, Lotus e Williams, Zanardi sofreu um grave acidente em setembro de 2001 na oval alemã de Lausitz, onde perdeu ambas as pernas. Depois de uma reabilitação, e com duas próteses, voltou a competir no WTCC, onde venceu quatro provas, ao mesmo tempo que competia em hanbikes, bicicletas adaptadas, onde se tornou atleta paralimpico, vencendo quatro medalhas de ouro e uma de prata e, duas edições dos Paralimpicos.

Em julho de 2020, enquanto fazia uma estafeta na zona de Siena, perdeu o controlo da sua handbike, colidindo contra um camião e sofreu graves lesões na cabeça, que obrigaram a uma longa recuperação. 

domingo, 19 de dezembro de 2021

Youtube Formula 1 Video: As previsões que os pilotos fizeram para 2021...

Antes da temporada, os pilotos escreveram as suas próprias previsões para a temporada que iria começar, e em Abu Dhabi, o pessoal da Formula 1 devolveu os envelopes para ver se eles acertaram ou não. 

E como sempre, Kimi Raikkonen a ser... Kimi Raikkonen.

sábado, 18 de dezembro de 2021

Enurance (II): Porsche apresenta novo carro e anuncia primeiros pilotos


A Porsche e a Penske mostraram este sabado as primeiras imagens do protótipo LMDh que irá disputar quer o Mundial de Endurance, quer a IMSA a partir de 2023. E no anuncio oficial, para além de mostrarem alguns dos ângulos do carro, anunciou os seus primeiros dois pilotos, que se encarregarão de desenvolver o carro ao longo do ano que vêm.

 O carro de corrida híbrido de 500 kW (680 cv) será construído pela firma Multimatic e está programado para completar numerosos teste em 2022.

Quanto a pilotos, os dois primeiros foram anunciados para o IMSA: o brasileiro Felipe Nasr e o americano Dane Cameron. Segundo a marca alemã, eles estarão "envolvidos intensamente no desenvolvimento do protótipo LMDh da Porsche", de acordo com um comunicado da fabricante alemã.

O desporto automóvel sempre teve um papel especial na estratégia empresarial da Porsche, e há mais de 70 anos que utilizamos as corridas como laboratório para as nossas tecnologias mais recentes. Enfrentamos hoje grandes desafios – tanto em termos desportivos como organizacionais. Estamos determinados a desempenhar um papel ativo na formação do futuro, assegurando ao mesmo tempo que mantemos o nosso ADN ligado ao desporto motorizado”, disse Oliver Blume, Presidente do Conselho Executivo da Porsche AG, na Noite dos Campeões Porsche.


Com estreia marcada para 2023, o protótipo LMDh será inscrito pela Porsche Penske Motorsport tanto no WEC como no IMSA. Ou seja, as mesmas máquinas lutarão pela vitória em Daytona, Sebring e nas 24 Horas de Le Mans, o que significa que as três grandes corridas de endurance voltam a estar ao alcance da vitória de uma marca.  A gestão destas atividades estará nas mãos do experiente suíço Urs Kuratle, vindo da Sauber.

Estamos a trabalhar com o nosso parceiro Penske no desenvolvimento do novo protótipo LMDh e colaboramos sempre de perto com o fabricante de chassis Multimatic”, explica Thomas Laudenbach, o novo diretor desportivo da marca. “Em Janeiro, iniciaremos testes intensivos para assegurar que estamos preparados de forma ótima para a nossa estreia na competição de 2023”, concluiu.

Endurance: Toyota considera terceiro carro em 2023


A Toyota correrá com dois carros em 2022 para toda a temporada de Endurance, mas considera que num futuro próximo, quando estiver a concorrer contra marcas como Audi, Porsche, Peugeot, Ferrari e outros, um terceiro carro para as 24 Horas de Le Mans será uma boa hipótese. E esse carro seria bom para Sebastien Ogier, seu piloto de ralis, que este ano cumpriu a sua última temporada a tempo inteiro.

Colocar um terceiro carro é um grande trabalho, e nos últimos anos tivemos apenas dois carros para todas as corridas no WEC e Le Mans”, explicou o japonês Kamui Kobayashi, piloto e agora team principal, durante a gala da FIA ao Motorsport.com. “Se quisermos colocar em pista um terceiro carro, temos de preparar todos os mecânicos, engenheiros, também do lado do piloto. Eu diria que vai ser muito difícil para 2022, porque o tempo é um pouco curto. Mas poderia ser uma opção para 2023." continuou. 

"E claro que Sebastien [Ogier], quando pilotou no Bahrein, foi rápido. Vir de rali para asfalto, e sportscars, é uma grande diferença, mas Sebastien esteve muito bem desde início. Penso que isso pode ser bastante interessante, se ele quiser correr em Le Mans com o nosso carro. Vamos tentar dar-lhe mais oportunidades de pilotar e vamos ver se fazemos um terceiro carro; penso que provavelmente sim, isso pode ser uma oportunidade para ele”, concluiu.

A Toyota terá algumas mudanças no alinhamento, com a retirada de Kazuki Nakajima como piloto, para ser o direto desportivo da marca, e a acumulação de Kobayashi como piloto e dirigente. No lugar de Nakajima aparece outro piloto japonês, Ryo Hirakawa, que correrá ao lado do suíço Sebastien Buemi e do argentino José Maria Lopez

Noticias: Ben Sulayem vai avaliar continuidade de Masi


Mohammed Ben Sulayem, o novo presidente da FIA, tem problemas entre mãos para resolver nos seus primeiros tempos na organização. E uma delas tem a ver com a posição de Director de Corrida Permanente do Campeonato do Mundo FIA de Fórmula 1, o australiano Michael Masi. Em conversa com os jornalistas após a sua eleição, em Paris, afirmou que não quer tomar nenhuma decisão sem uma investigação minuciosa da sua parte.

“[A partir de sábado] terei uma reunião com a equipa, irei examinar todos os assuntos que podem melhorar a FIA ou se há problemas sobre isso, mas eu definitivamente não tiro conclusões precipitadas ou tomo decisões sem consultar a minha equipa", comentou.

Fortemente contestado pela Mercedes após as suas decisões nas voltas finais do GP de Abu Dhabi, o relatório da FIA na passada quarta-feira responsabilizou-o pelas suas decisões, deixando-o numa posição delicada, vulnerável aos pedidos de demissão por parte da Mercedes e dos fãs de Lewis Hamilton, que se viram injustiçados por um título que se julgavam seu.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Noticias: Todt com discurso duro para Wolff e Mercedes


De saída da FIA, Jean Todt ainda teve tempo para comentar, na gala da federação, ontem à noite, em Paris, sobre a polémica do momento, e afirmou que a Mercedes teve muita sorte em não ser punida pelas suas atitudes em relação ao que aconteceu em Abu Dhabi e o protesto que fez após a vitória de Max Verstappen no campeonato, sobre Lewis Hamilton.

Em Paris, o francês deu o exemplo do futebol para afirmar que declarações criticando a atuação das entidades superiores como a Federação, são puníveis com suspensão.

"O presidente do clube de futebol do Lyon não tem permissão para participar em dez jogos porque falou mal de um árbitro", disse Todt. "Talvez estejamos a ser demasiado permissivos, talvez tenhamos deixar passar demais no passado. Por um lado, deveria haver um diálogo entre a FIA, pilotos, equipas e detentores de direitos, mas essa abertura não deve ser dirigida contra nós.", afirmou, criticando Toto Wolff por ter atacado as decisões que Michael Masi teve na corrida que resultou na ultrapassagem do piloto da Red Bull na última volta.

Para além disso, Todt espera que a FIA "supere os apelos" para que Lewis Hamilton e Toto Wolff sejam penalizados por terem faltado à Gala da FIA, que decorreu ontem à noite em Paris.

Esta noite [quinta-feira] devemos celebrar em vez de tentar entrar em qualquer tipo de controvérsia. De certa forma, lamento porque a Mercedes deveria ter melhor recompensa. Oito vezes campeão mundial entre os construtores e é único. Este jovem [Max Verstappen] fez um trabalho notável, é isso que devemos fazer em vez de dizer: vamos castigar porque ele não vem ou ele disse isso? Honestamente, não creio que seja essa a plataforma para falar sobre isso, deveríamos estar acima disso. Passei 12 anos como presidente da FIA e as pessoas perguntaram-me ‘qual é o seu sentimento?', e eu sou muito sincero e digo 70 por cento [que] estou feliz por sair e entre esses 70 por cento é por causa de coisas como esta”, concluiu.

Todt, de 75 anos, esteve à frente da FIA durante doze, e o seu mandato terminou hoje, com a eleição de Mohammed Ben Sulayem como seu sucessor. 

Noticias: Mohammed Ben Sulayem eleito presidente da FIA


O árabe Mohammed Ben Sulayem foi eleito presidente da FIA no lugar de Jean Todt. O dirigente e ex-piloto de ralis, catorze vezes campeão do Médio Oriente, recebeu os votos de 61,2 por cento das associações, contra os 36,6 por cento do seu opositor, o britânico Graham Stoker.

No momento da eleição, agradeceu ao seu opositor pela luta travada e também a Jean Todt pelo trabalho feito nos seus mandatos à frente do órgão máximo do automobilismo.

Estou muito honrado por hoje ter sido eleito Presidente da FIA na conclusão da Assembleia Geral Anual em Paris. Agradeço a todos os clubes membros por sua estima e confiança. Parabenizo Graham [Stoker] por sua campanha e seu envolvimento com a Federação. para expressar a minha infinita gratidão em nome da FIA e dos seus membros a Jean Todt por tudo o que foi alcançado nos últimos 12 anos. Estou empenhado em prosseguir este importante trabalho e fazer com que o desporto motorizado e a mobilidade avancem mais.”, declarou.

A equipa de Mohammed Ben Sulayem vai ser composta pelo espanhol Carmelo Sanz de Barros (Presidente do Senado), Tim Shearman (Vice-Presidente para a Mobilidade) e pelo escocês Robert Reid, que vai ser o vice-presidente para o desporto automóvel. Reid foi antigo navegador de Richard Burns ao longo de toda a sua carreira.

Entre os vice-presidentes, destacam-se a brasileira Fabiana Ecclestone, que vai ser a vice-presidente para o desporto automóvel na América do Sul, e claro, a mulher de Bernie Ecclestone, e o moçambicano Rodrigo Ferreira Rocha, que vai ser o vice-presidente para o desporto automóvel em África.

No programa de Ben Sulayem, os seus principais compromissos está de transformar a FIA na principal protagonista sobre mobilidade sustentável; reforçar a diversidade e a inclusão; desenvolver novos mercados e audiências para assegurar o crescimento a longo prazo do desporto automóvel; abraçar as tecnologias digitais e reforçar o envolvimento mundial com as autoridades reguladoras. O novo presidente do organismo federativo, reforçou várias vezes, que era necessário expandir o desporto automóvel e melhorar as condições para o surgimento de jovens pilotos.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

Noticias: Mercedes retira recurso à FIA e Max Verstappen é declarado campeão


A Mercedes decidiu esta quinta-feira retirar o recurso que apresentou depois do GP de Abu Dhabi para contestar o resultado do Grande Prémio, onde perdeu o campeonato a favor da Red Bull e de Max Verstappen. Esta decisão surge depois de ontem à noite, a FIA ter emitido um comunicado referente à corrida, onde critica as decisões do seu diretor de corrida, Michael Masi.

Na carta dirigida à FIA, a marca de Brackley afirmou:

"A razão pela qual protestámos contra o resultado da corrida no domingo foi porque o regulamento do Safety Car foi aplicado de uma nova forma que afetou o resultado da corrida, depois do Lewis ter estado na liderança e na rota para ganhar o Campeonato do Mundo.

Interpusemos recurso no interesse da justiça desportiva, e desde então temos mantido um diálogo construtivo com a FIA e a Fórmula 1 para criar clareza para o futuro, para que todos os concorrentes conheçam as regras sob as quais estão a correr, e como serão aplicadas.

Assim, saudamos a decisão da FIA de colocar de pé uma comissão para analisar minuciosamente o que aconteceu em Abu Dhabi e para melhorar a robustez das regras, a governação e a tomada de decisões na Fórmula 1. Congratulamo-nos igualmente com o facto de terem convidado as equipas e os condutores a participar."

Na missiva, a equipa também deu os parabéns à Red Bull e a Max Verstappen pelo campeonato conquistado e elogia Lewis Hamilton pelo trabalho e esforço que deu ao longo da temporada para fazer com que o campeonato se decidisse na última corrida do ano.

"Gostaríamos de expressar o nosso sincero respeito pelos vossos feitos nesta temporada. Fizeram deste combate pelo título do Campeonato de Fórmula 1 verdadeiramente épico. Max, felicitamos-te a ti e a toda a tua equipa. Estamos ansiosos por levar a luta até ti na pista, na próxima temporada.

E por último, embora este Campeonato de Pilotos não tenha terminado da forma que esperávamos, não podíamos estar mais orgulhosos da nossa equipa.

Lewis, és o maior piloto de Fórmula 1 na história da Fórmula 1, e expulsaste o teu coração por cada volta desta incrível temporada. És um desportista impecável dentro e fora da pista e ‘entregaste’ um desempenho impecável. Como puro concorrente e como modelo para milhões de pessoas em todo o mundo, saudamos-te.

Valtteri, tens sido uma parte importante desta equipa, ajudando a conquistar cinco Campeonatos de Construtores em cinco épocas. Um obrigado também para ti."


Contudo, apesar desta carta cheia de fair-play, nem Toto Wolff, nem Lewis Hamilton estarão presentes na Gala da FIA que acontecerá esta noite em Paris, e o próprio Wolff coloca dúvidas sobre se o piloto britânico esteja disposto a correr em 2022. 

"É evidente que se pode perder entusiasmo. E começa-se a questionar se todo o trabalho que se tem vindo a fazer, o suor, as lágrimas e o sangue podem realmente ser demonstrados, ao trazer os melhores desempenhos nas pistas, depois de percebermos que nos podem ser tirados aleatoriamente.", começou por dizer Wolff à motorsport.com.

"Espero sinceramente que o Lewis continue a correr, porque ele é o maior piloto de todos os tempos. Ele, quando se olha do ponto de vista das últimas quatro corridas, dominou-as a todas no domingo, não havia sequer dúvida de quem ganhou a corrida. E isso devia ter sido suficiente para ganhar o campeonato mundial.", concluiu.

Formula E: Saiu o calendário definitivo


O calendário definitivo da Formula E saiu nesta quarta-feira, e a grande novidade foi a saída da China e a duplicação dos ePrix de Roma e de Berlim, preenchendo também a vaga que ainda estava em aberto. E claro, com a nova temporada, também aparecerão o novo formato de qualificação, onde se dividirão em dois grupos e os oito melhores se defrontarão entre si até chegar a uma final. 

Para além disso, foi aprovado um novo regulamento financeiro para as equipas e construtores, visando um teto orçamental de 10 a 13 milhões de euros na temporada 9 e 10, subindo para os 15 milhões a partir da 11ª temporada, e isso inclui os custos dos pilotos e outros custos associados à segunda fase do carro Gen3, facilitando o investimento contínuo em talento e desenvolvimento. 

Para os construtores, haverá um regulamento separado, com um teto de 25 milhões de euros ao longo de duas épocas consecutivas, a partir da época 9, e isso inclui custos de investigação e desenvolvimento, atividades de fabrico e serviços contínuos obrigatórios de apoio às equipas da Fórmula E.

Este controlo orçamental surge numa altura em que se falava de equipas com orçamentos a rondar os 40 milhões de euros para desenvolver os seus "powertrains" no intuito de aumentar a potência. Estes novos regulamentos serão aplicados e fiscalizados através da FIA.

Eis o calendário completo.

28-29 Janeiro 2022 - Ad Diyriah (Arábia Saudita) 
12 de fevereiro - Cidade do México (México) 
9-10 de abril - Roma (Itália) 
30 de abril - Monte Carlo (Mónaco) 
14-15 de maio - Berlim (Alemanha) 
4 de junho - Jakarta (Indonésia) 
2 de julho - Vanccouver (Canadá) 
16-17 de julho - Nova Iorque (Estados Unidos) 
30-31 de julho - Londres (Reino Unido) 
13-14 de agosto - Seoul (Coreia do Sul)

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

A(s) image(ns) do dia




As imagens podem ser contrastantes, mas são igualmente merecedoras. Enquanto Lewis Hamilton recebia a sua condecoração de cavaleiro no Castelo de Windsor, perante o príncipe Carlos, mais acima, em Milton Keynes, Max Verstappen era recebido em festa na sede da Red Bull com fumos laranjas, a cor dos Países Baixos.

Numa temporada definida apenas na última volta, e com gente ainda inconformada com o resultado, as imagens parecem mais de satisfação não só por aquilo que fizeram ao longo do ano, como também por aquilo que fizeram na carreira, os seus serviços desportivos, de prestígio para a nação britânica - sete títulos mundiais, igualando Michael Schumacher - e o seu legado para além do desporto.

Para a Red Bull, passar a ideia de que a Mercedes não é invencível foi ótimo para a sua autoestima, mas também para a Formula 1, que está a ganhar cada vez mais adeptos por causa de programas como o "Drive to Survive". Uma temporada disputadíssima, com momentos de tensão, e numa era onde as quebras mecânicas são pouco mais do que zero, um momento de fraqueza revelou-se decisivo. Poderia ter sido em Baku, quando o pneu de Max Verstappen rebentou, ou em Silverstone, quando ambos colidiram na entrada da curva Copse, mas foi apenas quando numa situação de Safety Car, e um foi às boxes e o outro não. Com duas máquinas idênticas, foram momentos humanos os mais decisivos.

Como disse no domingo: glória aos campeões, honra aos vencidos. E em 2022, com novas máquinas, e novos tipos de pneus, veremos que tipo de campeonato isto nos providenciará. 

A experiência de Pato O'Ward


O mexicano Patricio (Pato) O'Ward, um dos valores em ascensão da IndyCar, teve a recompensa de testar um McLaren MCL35 em Abu Dhabi dpeois da boa temporada que fez este ano. E na segunda-feira, deu 78 voltas a bordo do carro e ficou impressionado com as sensações que teve a bordo do bólido, que afirmou nada ter a ver com o carro da IndyCar.

E foi o isso que disse, quando saiu do carro:

Que carro. Fiquei bastante impressionado com o que o carro é capaz de fazer nas curvas rápidas. Estava à espera de algo ridículo, mas isto vai para além de ridículo. Posso falar pelo meu pescoço (risos)… estava a lutar para manter a cabeça no lugar.", começou por dizer.

 "As minhas limitações para ir para mais depressa com os pneus macios no final, teve mais a ver com não conseguir ver por ia nas curvas rápidas. Era tanta a carga sobre a minha cabeça que não conseguia segurar e olhar na direção certa. Foi mesmo muito fixe e estou contente com aquilo que consegui fazer. Senti-me bem com o carro e consegui ser rápido nalgumas zonas, por certo há coisas que virão com o tempo, ainda me estou a acostumar, mas estou feliz, muito feliz”, afirmou. 

O'Ward, de 22 anos, conquistou duas vitórias em 2021, e ficou no terceiro lugar no campeonato, para além de um quarto posto nas 500 Milhas de Indianápolis deste ano, vencidas por Hélio Castro Neves. Tudo a bordo do Arrow McLaren Schmidt-Peterson, a equipa que a McLaren tem na IndyCar, e que lhe prometeu este teste e caso de vitória.

O mexicano gostou do teste e afirmou que com isto, se sente um pouco "em casa".

Isto significa que estou a acrescentar ao legado de algo que já é tão especial. Deixa-me orgulhoso por saber que faço parte de um grupo tão grande de pessoas, de uma equipa tão grande. Na McLaren sente-se como se estivesse em casa.

Pato O'Ward continua em 2022 na IndyCar ao lado do sueco Felix Rosenqvist

As reações da derrota da Mercedes na Formula 1


A discussão do título de Formula 1 de 2021 ainda não acabou, e alguns já afirmam que o apelo da Mercedes é mais uma forma de dizer ao mundo que não sabe perder. E não é só Helmut Marko que o diz. Gente como Norbert Haug e Bernie Ecclestone apoiam essa decisão de largar o apelo e sancionar o título de Max Verstappen.

Numa declaração à Servus TV, Marko ridicularizou a Mercedes ao afirmar que viajou "com os melhores advogados", contrastando com eles. “Nós viajamos com os melhores engenheiros. A Mercedes viaja com os melhores advogados", começou por dizer. “Compreendemos a frustração. Mas se perdes, tens que aceitar isso. O que eu não entendo é que eles também tiveram a oportunidade de fazer uma paragem nas boxes e não fizeram isso. Portanto, foi o erro deles.”, continuou.

Levamos apenas os engenheiros mais bem pagos para tirar o máximo proveito do carro. Portanto, não podemos realmente entender como eles se comportaram após a corrida”, concluiu.

Curiosamente, quem se junta nos apelos para que a Mercedes abandone o apelo é Norbert Haug, antigo diretor desportivo da Mercedes nos tempos da McLaren, entre 1997 e 2004. O alemão afirma que esta reação é em parte, emocional.

"Viram a sua equipa parceira [o Williams de Nicolas Latifi] bater na parede e todos sabiam que, se o safety car saísse, seria difícil para eles. Não importa o que eles fizessem, era problemático. É claro que a raiva vem à tona. Não fizeram nada de errado e ainda assim perderam. Mas ninguém vai esquecer que foi uma temporada incrível.”, começou por dizer.

Via da regra, esses recursos não são frequentemente acatados. Não quero ver os acontecimentos da perspetiva da Mercedes, mas o automobilismo treina-te a aceitar estas derrotas”, concluiu o alemão.

Já Bernie Ecclestone, o antigo todo-poderoso da Formula 1, de 91 anos, não gostou do final da corrida e de uma certa maneira, lamenta este final do campeonato. “O desporto está a sofrer porque não se trata mais apenas de competição, mas apenas do interesse de alguns indivíduos”, disse Ecclestone ao jornal Munchner Merkur. “Todos estes chefes de equipa no rádio, a tentar influenciar as decisões do diretor da prova durante a prova, significa apenas que a grande competição entre Max e Lewis está completamente perdida.”, continuou.

Amanhã é a gala de prémios da FIA e a Mercedes ainda continua com a intenção de recorrer ao Tribunal de Apelo da FIA, em Paris, e as coisas poderão se atrasar na confirmação dos campeonatos, correndo o risco de só se decidir em 2022.

terça-feira, 14 de dezembro de 2021

A imagem do dia


Na foto, o Lotus numero cem mil, um Evora vermelho, construído em 2018. E a seu lado, sentado nos jardins da sua casa, Hazel Chapman, a viúva de Colin Chapman, antes de dar a sua assinatura, simbolo da sua concordância para poder andar na estrada. 

Colin Chapman foi um génio. Obsessivo com a velocidade, a potência e a leveza, pegou em certas características que faziam eles objetos de admiração e inveja, e transformou em carros vencedores. Pegava nos regulamentos, observava os seus vazios e preenchia-os com as suas criações, e com isso venceu sete campeonatos do mundo de construtores, e seis de pilotos, com gente como Jim Clark, Graham Hill, Jochen Rindt, Enerson Fittipaldi, Ronnie Peterson, Mário Andretti e Nigel Mansell a correrem debaixo das suas cores enquanto foi vivo. Depois da sua morte, e até fechar as portas, treze anos depois, outros pilotos como Ayrton Senna, Nelson Piquet, Darek Warwick e Alex Zanardi - para não esquecermos de Pedro Lamy - correram também pelas suas cores.

Chapman puxava os limites e ultrapassava-os, e muitas das vezes, os seus pilotos pagavam o preço mais alto. Certo dia, no final de 1968, Jack Brabham disse a Jochen Rindt: "Se queres ser campeão do mundo, aceita o convite da Lotus. Se queres permanecer vivo, fica na Brabham". O austríaco aceitou o convite de Chapman e tornou-se campeão do mundo. Infelizmente, não viveu para receber o troféu. Depois de Enzo Ferrari, a Lotus foi a segunda equipa que mais matou pilotos. Chris Bristow, Jim Clark, Jochen Rindt, Ronnie Peterson, foram aqueles que pagaram o preço mais alto ao volante dos carros de Hethel.

No meio disto tudo, no seu canto, e de forma discreta, estava Hazel. A mulher que - aparentemente, era esse o apelido carinhoso que Colin dava a ela - deu o nome à marca e assistiu à ascensão e culminar da marca quer nas pistas, quer nas estradas. Mais do que ser alguém que ficou ao lado do marido, era uma astuta mulher de negócios por si mesma. Ele a colocava em todos os conselhos de administração das empresas, foi ela que convenceu os pais a financiarem o primeiro carro dele, o Mark 1.

E passou as tempestades com ele, especialmente aquela que acabou por o derrubar, na madrugada de 16 de dezembro de 1982, quando assinou um acordo para ajudar a DeLorean na sua fábrica na Irlanda do Norte, e a redesenhar o DMC-12, a partir do Lotus Esprit. 

Quando morreu, Hazel e o seu filho Clive continuaram com a empresa. Continuou interessada no grupo, nos carros de estrada e os de corrida, quis conhecer - e fez amizade - com alguns dos pilotos que o seu marido os contratou. E mais tarde, decidiram, de um certo modo, largar as duas partes do Grupo Lotus e apostar na preservação do seu legado. A divisão de automóveis de estrada, em perigo por causa do colapso das vendas nos Estados Unidos, e das complicações com a DeLorean quando Chapman morreu, acabou em várias mãos, entre os quais a GM e a Proton, até estar neste momento na chinesa Geely, dona de 51 por cento e a construir o primeiro supercarro elétrico da marca. E a Team Lotus, que persistiu até 1994, vendida no final da década de 80 a Peter Collins e Peter Wright, com a família a cuidar dos carros de museu, a Classic Team Lotus, nas mãos de Clive Chapman.

Hazel Chapman, a viúva de Colin, morreu hoje aos 94 anos, quase 39 após a morte do marido. Até ao fim, sempre quis saber como andavam as coisas na marca que deu o seu nome e ajudou a criar.

Youtube Formula 1 Video: As comunicações de Abu Dhabi

Abu Dhabi decidiu tudo, e nesse final de semana, o pessoal da Formula 1 fez uma seleção de comunicações dos pilotos ao longo do final de semana. Houve alegria, risos, insultos, espanto e derrotas, mas uma coisa não podemos queixar: nada disto é aborrecido.

Noticias: Piloto lança petição para substituir Michael Masi por Eduardo Freitas


A decisão da Formula 1 em 2021 colocou debaixo de fogo Michael Masi, o australiano que substituiu Charlie Whitting em 2019, após a mote deste, a poucos dias do GP da Austrália. As comunicações via rádio para Toto Wolff e Christian Horner, a sua interpretação dos regulamentos, do qual ninguém saiu bem na fotografia, especialmente quando juntou Max Verstappen e Lewis Hamilton antes da volta final da corrida. 

Agora, um piloto de GT, o britânico Bradley Philpot, decidiu lançar uma petição para a substituição de Masi por alguém mais experiente. E quem ele sugere para o lugar? O português Eduardo Freitas, diretor de corrida para as provas de Endurance, desde o Mundial até as 24 Horas de Le Mans. E apresenta a sua experiência, calma e autoridade como fatores a ter em conta. 

Na petição, o autor refere que "Freitas tem mais de 20 anos de experiência de Diretor de Corrida de alto nível e é considerado em todo o mundo como uma voz de consistência e autoridade". Para além disso, Philpot afirma que esta escolha tem de ser "vital que a confiança dos espectadores e dos fãs seja restaurada na fiscalização das corridas de Formula 1, que foi desgastada ao longo da temporada de 2021."

Apesar do prestigio que ele têm entre os pilotos da Endurance e as equipas, Freitas, que tem mais de vinte anos de experiência, nunca teve ambições de ser o diretor de corrida da Formula 1, e normalmente, a FIA - que vai escolher o seu presidente na sexta-feira - normalmente acede a petições. Ainda por cima, pouco ou nada decide já na Formula 1, que está nas mãos da Liberty Media, apenas limita-se a sancionar as decisões que eles tomam.

Contudo, quem quiser espreitar a petição, pode seguir este link

segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

A(s) image(ns) do dia







Ontem à tarde, o desempate de Abu Dhabi acabou na última volta, num argumento do qual parece que foi Hollywood que a fez - não fiquem admirados... - mas não é sobre o que aconteceu por lá que quero falar hoje. Como sabem, pela segunda vez na história da Formula 1 houve um empate na tabela entre os dois primeiros, o primeiro dos quais em 1974, quando Clay Regazzoni e Emerson Fittipaldi empataram com 52 pontos cada, com o brasileiro a desempatar a seu favor no quesito vitórias - três contra uma do suíço da Ferrari.

Hoje conto o que foi essa corrida de desempate. E não só foi uma prova de sobrevivência, envolveu mortes também. E acabou com uma das raras dobradinhas da história da Brabham. 

Sim, já contei a história desta corrida, mas foi em 2007. Mas quem imaginaria na altura uma coisa que vivemos 14 anos depois?

Como contei ontem, ainda havia um terceiro piloto a espreitar o título em 1974: o sul-africano Jody Scheckter. Mas ele tinha desistido no Canadá por causa de um problema nos travões e tinha quatro pontos para recuperar. Tinha de ficar na frente deles - ou seja, vencer - e eles ou teriam de desistir ou, no máximo, serem quintos para ele ter uma chance. Logo, as hipóteses eram diminutas, por várias razões: os carros quebravam, não como agora, e outros poderiam atrapalhar as coisas.

Como foi com os Brabham. Carlos Reutemann fez a pole-position e esteve imbatível em todo o fim de semana, o primeiro grande momento de "Lole" na Formula 1, que acabou por vencer o seu terceiro Grande Prémio do ano, depois da África do Sul e da Áustria, com o seu BT44.

Na grelha, Scheckter era o melhor, sexto, contra o oitavo tempo de Emerson e o nono de Regazzoni.

O suíço nunca teve a chance de lutar pelo campeonato. Sem que se soubesse, tinha um braço da suspensão defeituoso, e nunca teve o ritmo de corrida adequado para apanhar Emerson e ter a chance de ganhar, ou superar o brasileiro. E para piorar as coisas, Niki Lauda, que era para secundar Regazzoni na luta pelo título, também desistiu na volta 38, com problemas na suspensão.

Mas antes, na volta dez, houve drama. Partindo de 23º na grelha, o Surtees do austríaco Hemut Koinigg se despistou num das curvas da pista. Parecia não ter tido tempo para travar, e ele entrou dentro dos guard-rails, que acabaram por o decapitar. Precisamente um ano depois da morte violenta de Francois Cevért, aquele acidente marcaria o Grande Prémio e mostrava a periculosidade da Formula 1, geração e meia antes.

Sempre na frente de Regazzoni, Emerson Fittipaldi só se teve de preocupar com Scheckter. Atrás dele, mas sempre a controlar, ficou aliviado quando na volta 44, o sistema de combustível do seu Tyrrell se rompeu e ficou de lado, a ver os outros passar. Tudo terminado. O brasileiro só precisava de pontuar e era campeão do mundo.

E no pódio, foi o que foi: Reutemann imparável, José Carlos Pace a comemorar o seu primeiro pódio da carreira no dia em que fazia 30 anos, e James Hunt, o único repetente de 1973 por aquelas bandas. Mas era tradição dos organizadores trazerem o campeão do mundo ao pódio, para poder ser brindado pela multidão. E foi. Numa corrida que milhões seguiram no Brasil em direto - contam-me que a gravação dessa corrida, a cores, foi destruído num incêndio em 1979, creio eu - os festejos deverão ter sido de arromba.

E para finalizar, aquela foi a última corrida de Dennis Hulme, e a prova de regresso de Mário Andretti a categoria máxima de automobilismo. Um já tinha sido campeão do mundo, outro iria ser.