sábado, 12 de dezembro de 2020

Formula 1 2020 - Ronda 17, Abu Dhabi (Qualificação)


O lugar da última prova do ano é, normalmente, anticlimático. Dito de outra forma, não é excitante, e poucos são os que gostam dela. E corridas que ficara na memória foram bem poucas. Se calhar deve ser por isso que é bem pago para ser a última corrida do ano... mesmo numa temporada toda compactada como esta, onde em cinco meses, correu-se em 14 lugares, muitas delas em estreia.

Mas nesta última qualificaçao do ano, alguns dias depois dos eventos e Shakir, onde - quem diria! - a pista consegue ser o palco de corridas muito boas, não havia muitas expectativas sobre o que iria acontecer. Ainda por cima, Lewis Hamilton superava a doença e decidia regressar para mostrar ao mundo que não havia nada de novo e ele era o favorito à pole-position. Pelo menos no papel.

Mas também nesta última qualificação da segunda década do século XXI, havia penalizações a cumprir. Quem diria, apesar do pouco tempo, das poucas corridas, não haveria motores suficientes para poder fazer qualificações sem pegar o preço, partindo do fundo da grelha. Como aconteceu a Sergio Perez, o vencedor em Shakir, que antes de fazer a sua última corrida pela Racing Point, tinha mudado de motor e iria largar do fundo da grelha. Não era uma boa maneira de se despedir...

A qualificação começou com os do fundo do pelotão, que de uma certa forma, "limparam" a pista antes dos pilotos mais consagrados, primeiro Charles Leclerc, e depois os Red Bull, primeiro Alex Albon, com 1.36,106, seguido por Max Verstappen. Mas não demorou muito até que os Mercedes entrarem em ação. Valtteri Bottas fez 1.35,699, seguido por Hamilton, com 1.35,797, mas o britânico viu o seu tempo apagado porque excedeu os limites na curva 20. Pouco depois, Max Verstappen conseguiu colocar o seu carro entre os Mercedes, 294 centésimos atrás de Bottas.

No final da Q1, Hamilton lá passou, fazendo 1.35,528, enquanto os que ficariam para trás foram os Haas de Pietro Fittipaldi e Kevin Magnussen, os Williams de Nicholas Latifi e George Russell e o Alfa Romeo de Kimi Raikkonen. Claro, com Sergio Perez no fundo da grelha, por causa da penalização acima referida, toda esta gente iria subir duas posições. 

Com o Q2, os pilotos começaram a usar os médios para fazer as suas voltas na pista, mas o primeiro piloto de relevo foi Hamilton, que marcou um tempo pouco mais rápido que Bottas na primeira passagem no Q2. O britânico marcou 1.35,466, 61 centésimos melhor que seu companheiro de equipa. Os Red Bull não conseguiam marcar tempo, logo no inicio desta parte da qualificação, ainda por cima quando Alex Albon viu o seu tempo apagado porque... excedeu os limites na famosa curva 20.

Na fase final, Hamilton ficou com o melhor tempo, indo calmamente para a Q3, enquanto no outro lado da moeda ficaram pilotos como os Renaults de Daniel Ricciardo e Esteban Ocon, que conseguira o pódio na corrida anterior, Sebastian Vettel, que tinha uma despedida melancólica da Ferrari, e o Alfa Romeo de Antonio Giovinazzi.

E agora, a última fase da derradeira quaificação de 2020, onde se esperava mais do mesmo. Mas não foi assim.

Primeiro, os dez contemplados começaram a marcar tempos na pista. Primeiro, o Alpha Tauri de Daniil Kvyat, depois os McLaren e o Racing Point de Lance Stroll. Até que Lewis Hamilton fez 1.35,550 e ficou no topo da tabela de tempos. Mas Valtteri Bottas reagiu, fazendo 1.35,415, e cada vez mais se mostra ser o piloto dos sábados. 


Para a fase final, a Mercedes deu tudo para cosolidar a primeira linha, mas... surpresa! Primeiro, Bottas, que reagiu na sua tentativa final e superou Hamilton com 1.35,271. Mas depois Max Verstappen, com uma volta magistral, registou 1.35,246 e conquistou a pole-position nos segundos finais em Abu Dhabi, deixando os Mercedes para trás. Bottas a 25 centésimos e Hamilton por 86 centésimos.

E assim acabou as qualificações de 2020. Amanhã é dia de corrida, de fecho de uma temporada atípica, é verdade. E torcer para que seja uma corrida interessante.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Youtube Motorsport Video: O que se passa com Valtteri Bottas?

Valtteri Bottas é um piloto perfeito... se quer ser o número dois de alguém. Contudo, mesmo quando na corrida de Shakir, viu Lewis Hamilton de fora porque apanhou o CoVid-19, pensava que ele conseguiria aguentar George Russell. Afinal de contas, foi "devorado" pelo piloto da Williams... por duas vezes, mostrando que ele parece estar a mais numa equipa de campeões, se quiserem.

Então, o Josh Revell fez hoje este video sobre Bottas, para falar sobre ele, sobre a razão porque ele não dá mais luta a Hamilton, e porque é que ele está ali...

CPR: FPAK cancela Rali do Algarve e dá temporada por concluída


O Rali do Algarve foi definitivamente cancelado, e o campeonato de 2020 está assim concluido. A FPAK, Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting, tomou esta decisão depois das autoridades regionais de saúde não terem dado a luz verde para a ralização da prova, que iria acontecer no próximo fim de semana. Assim sendo, Armindo Araújo é o novo campeão nacional.

"Infelizmente, devido ao parecer não favorável por parte das Autoridades de Saúde, alegando o Estado de Emergência causado pela pandemia do novo Corona Vírus, o Clube Automóvel do Algarve vê-se forçado a cancelar a última prova do Campeonato de Portugal de Ralis, o Rallye Casinos do Algarve previsto para os dias 17, 18 e 19 de dezembro.", começa por dizer a FPAK no seu comunicado oficial.

"Esta decisão alheia ao Clube e Federação obriga a que se dê por concluído o Campeonato Portugal de Ralis contando para as classificações finais, e de acordo com o Art. 8 do Regulamento Desportivo do CPR, os cinco melhores resultados das seis competições escolhidas.", concluiu.

Nikita Mazepin, o piloto que todos adorarão odiar


O russo Nikita Mazepin mal se tornou piloto da Haas F1 e já se envolveu numa polémica grave. Esta semana surgiu um video no Instagram onde se vê ele a assediar uma rapariga enquanto estava a guiar o seu automóvel. As reações foram severas e houve quem pedisse que a Haas pura e simplesmente cancelasse a sua admissão na equipa como piloto em 2021. 

Contudo, FIA e a F1 lançaram nesta quinta-feira uma declaração conjunta de apoio à Haas, e de advertência a Mazepin, tudo depois do piloto russo se ter desculpado pelo seu comportamento: “Apoiamos fortemente a equipa Haas F1 na sua resposta às recentes ações inadequadas do seu piloto, Nikita Mazepin. Os princípios éticos e a cultura diversa e inclusiva do nosso desporto são da maior importância para a FIA e para a Fórmula 1”, leu-se no comunicado oficial.

A polémica de Mazepin não é a primeira, e provavelmente nem sequer será a última a envolvê-lo. Em 2016, esando ele na Formula 3, agrediu Calum Ilott, e este ano, durante a ronda dupla de Shakir da Formula 2, fez manobras perigosas na pista que causaram uma forte penalização, que o fizeram sair da luta pelo título na competição. E um pouco antes, "comemorou" o aniversário da chegada do coronavirus, uma doença que, por exemplo, matou o pai de outro piloto russo, Robert Shwartzman., numa manifestação que alguns qualificaram como "insensível"...

E nem sequer é o primeiro escândalo a envolver um piloto russo. Desde o escândalo a envolver o pai de Vitaly Petrov, que acabou assassinado neste verão, depois do rebentar de um escândalo imobiliário na cidade de Vyborg, até algumas as atitudes que Daniil Kvyat teve ao longo deste ano, especialmente por causa do movimento "Black Lives Matter", entre outros, os russos não tem grande reputação no meio automobilistico, em termos de... emparia e sensibilidade cultural, se quiserem. Podem falar que tem a ver com as suas origens de classe muito alta - Mazepin e Serguei Sirotkin são filhos de oligarcas russos - mas também tem a ver com os homens daquela parte do mundo, que gostam muito de se mostrar que são os mais machos da terra. Curiosamente, a Rússia é o país do mundo onde os homens vivem menos tempo que as mulheres, uma média de vinte anos. O alcoolismo e uma alta taxa de suícidios é uma boa razão que está por trás dessa diminuição da esperança de vida por parte dos homens na Rússia.

Mas também esta atitude e a reação da Formula 1 é um teste à própria instituição para saber até que ponto o dinheiro vale tudo. Ano que vêm, a competição vai à Arábia Saudita, um país que tem um péssimo curriculo na área dos Direitos Humanos, mas nos últimos três anos, tem investido imenso no automobilismo. Primeiro, na realização do Rally Dakar, depois no ePrix de Ad Diryah, uma ronda dupla da Formula E, a competição elétrica, e finalmente, a Formula 1, num circuito citadino nos arredores de Jeddah, a acontecer no final de 2021, antes da prova final, em Abu Dhabi. 

Para além disso, um dos maiores patrocinadores da Formula 1 é agora a Aramco, a petrolifera nacional saudita, que no inicio da temporada anunciou um acordo de patrocínio enorme, no qual cobriu os circuitos um pouco por todo o mundo. O acordo ficou escondido com os eventos da pandemia, que obrigaram o adiamento do inicio da temporada para julho, mas foi durante esse tempo que a Formula 1 poderá ter pedido um adiantamento de valores ao governo saudita, para pagar contas e transferir valores ás equipas, já que esta temporada, haverá um perjuízo enorme, superior a cem milhões de euros. Com essas transferências, a Formula 1 colocou-se numa posição vulnerável em relação a um regime que não é o melhor em termos de direitos humanos. E pior: mais ou menos escondido do mundo, a Arábia Saudita - e em menor escala os Emirados Arabes Unidos, do qual Abu Dhabi faz parte - estão a guerrear-se no Yemen contra os guerrilheiros houtis, de origem xiita e apoiados pelo Irão, pelo poder, causando dezenas de milhares de mortos de forma direta desde 2015 e centenas de milhares de forma indireta, desde cortar o acesso a alimentos às populações, matando dezenas de milhares de crianças à fome e outras doenças causadas pela má nutrição.

Ir contra pessoas que pesam as suas opiniões com camiões de dinheiro, numa competição que necessita dele como de pão para a boca, especialmente nestes tempos pandémicos, é um testa para ver até que ponto a Formula 1 leva a sério o seu "We Race As One" e as suas campanhas contra o racismo, entre outros. É verdade que Lewis Hamilton leva a causa a sério - já foi visto em manifestações anti-racistas em Londres - mas foi um russo, Daniil Kvyat, que contestou sériamente estas manifestações, recusando-se a ajoelhar perante a luta anti-racista, afirmando que só faria isso pelo seu país e sua familia, mostando não só propositos mais individualistas, como não acredita na causa que se defende nas pistas e cuja mensagem se tenta passar antes de qualquer Grande Prémio. 

E de uma certa forma, as atitudes, expressões e poses dos machos russos são típicos de um país enorme, tão enome que se julga serem os únicos no mundo. Ainda por cima, a elite de um país enorme, que se julga estar acima de tudo e todos. 

Mas independentemente disto, de onde venha, estas atitudes mostram que a ética da organização da Formula 1 é altamente questionável. Mas tal não é nada novo. Quem conhece a sua história, sabe perfeitamente a quantidade de vezes que fechou os olhos a regimes ditatoriais cujo registo de abusos de direitos humanos foi sempre alto, até a casos extramos como foi quando ia à Áfria do Sul, por alturas do regime da minoria branca, com leis de segregação racial atias e sendo um pária na comunicade internacional, excluido desportivamente de tudo que era modalidade... excepto a Formula 1. Mas isso era no tempo de Bernie Ecclestone. 

Não esperava que as coisas fossem muito diferentes, mas com manifestações como estas, poderia haver uma atitude diferente. Afinal, não. Pior: estão mais vulneráveis do que estavam antes. E vão engolir sapos ainda maiores no futuro, tenho quase a certeza, independentemente de serem sauditas, russos, chineses ou outros quaisquer, que pesam a sua influência com camiões cheios de dinheiro e vêm manifestações a favor dos direitos humanos como algo parecido com... circo. 

E já agora, para lerem mais sobre esse assunto, recomendo também que leiam o artigo da Alessandra Alves sobre Mazepin, que dá o interessante apelido de "chernomacho" (Cherno de Cherbobyl, palco do maior acidente nuclear da história. Que curiosamente, aconteceu na Ucrânia...)

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Noticias: Hamilton recebe luz verde e vai correr em Abu Dhabi


Lewis Hamilton voltará ao seu carro na última prova do ano, em Abu Dhabi, depois de ter sido confirmado esta manhã um teste negativo ao coronavirus. Cumpridos os dez dias de isolamento profilático, e feito o teste que permite ter luz verde para regressar ao cockpit, depois de se ter ausentado na corrida de Shakir, o piloto britânico campeão do mundo regressa ao volante, para ver se consegue mais uma vitória no seu palmarés e o aproxime da marca dos cem triunfos na sua carreira.

George Russell, que esteve no seu lugar na prova anterior, regressará à Williams. 

A FIA, a F1 e a Mercedes confirmam que hoje Lewis Hamilton teve testes negativos para Covid-19”, apontou o comunicado oficial da marca. “Ele completou dez dias de quarentena no Bahrein e ficou livre para deixar o país, seguindo as leis das autoridades sanitárias locais. Lewis já chegou a Abu Dhabi após a confirmação das autoridades de que ele poderia ir e, após quarentena, teve mais um teste negativo. Os protocolos da FIA para covid-19 seguem os mesmos. O teste negativo é necessário para dar acesso ao paddock da Formula 1 e um outro não mais de 24 horas depois da chegada é necessário. Lewis, agora tendo testado negativo no Bahrein e em Abu Dhabi, tem acesso garantido ao paddock”, seguiu.

De uma certa forma, era um resultado esperado, depois de ontem ele ter dito que já se sentia bem, passado o periodo de isolamento profilático que foi sujeito depois de ter sido diagnosticado com o CoVid-19.

Olá a todos, espero que estejam bem. Sei que estive ausente nesta última semana, foi uma das mais difíceis que já tive na vida, apenas focando em me recuperar e ficar em forma para voltar ao carro na corrida final em Abu Dhabi”, afirmou.

Hoje acordei a sentir bem, consegui me exercitar, mas quero mandar uma mensagem para vocês de que estou bem e agradecer cada um que me mandou incríveis mensagens e vídeos, eu fiquei muito feliz. Espero que, onde estejam, vocês estejam positivos e enfrentando o que estiverem passando. Espero que possa voltar ao carro em breve e estou enviando amor para vocês”, completou 

quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Noticias: Condição de Hamilton "melhora", mas é "cedo" para saber se corre em Abu Dhabi


A três dias da última corrida da temporada, em Abu Dhabi, ainda não se sabe muito sobre a condição de Lewis Hamilton, e sobre se está capaz de poder entrar dentro de um carro para a proa deste domingo. Hoje, Toto Wolff afirmou que, apesar de já ter melhorado em temros de saúde, precisa de um teste negativo para poder ter "luz verde" e guiar. 

"A sua condição está a melhorar, mas só saberemos mais perto da hora se ele irá pilotar ou não", disse o chefe da equipe, Toto Wolff, em declarações à BBC. "Faremos tudo que estiver ao nosso alcance para colocá-lo no carro e sabemos que ele está determinado a voltar o mais rápido possível. Mas sua saúde é nossa principal prioridade, então veremos como está a situação e então ligaremos.", continuou.

Hamilton apareceu ontem nas redes sociais, afirmando estar "em forma", afirmando já ter recomeçado a fazer exercícos fisicos desde que lhe foi diagnosticado o coronavirus. "Foi uma das semanas mais difíceis que tive durante algum tempo", começou por afirmar, acrescentando: "Espero poder voltar para o carro em breve."

A equipa disse que será "possível" decidir se Hamilton correria até a última sessão de treinos livres, sábado de manhã, pelas 10:00 GMT, três horas antes da qualificação. Caso Hamilton não possa estar presente nessa prova, George Russell voltará ao lugar, como aconteceu na corrida de Shakir, no passado domingo.

IndyCar: Juan Pablo Montoya vai correr nas 500 Milhas


O colombiano Juan Pablo Montoya vai de novo correr nas 500 Milhas de Indianápolis em 2021. Aos 45 anos de idade, o piloto, que venceu no "Brickyard" em 2000 e 2015, andará ao serviço da Arrow McLaren SP, mais concretamente no terceiro carro, ao lado do sueco Felix Rosenqvist e do mexicano Pato O'Ward.

"Estou muito animado por me juntar à Arrow McLaren SP para as 500 milhas de Indianápolis", começou por dizer Montoya. "Tenho uma ótima história com a McLaren desde meus dias de F1 e estou ansioso para fazer mais nas 500 milhas de Indianápolis do próximo ano."

"A Arrow McLaren SP está emocionado por ter um piloto do calibre de Juan se juntando à equipe no Indianápolis 500 do ano que vem", disse Sam Schmidt. "A experiência dele vai elevar toda a equipe, incluindo nossa jovem e talentosa formação de Pato e Felix. Quando você pensa que ele só estreou na Indy 500 cinco vezes, mas venceu duas, isso é impressionante."

Zak Brown, CEO da McLaren Racing, acrescentou: "Estou muito contente por Juan voltar para a família McLaren e retornar às 500 milhas de Indianápolis com Arrow McLaren SP. Ele é um piloto altamente competitivo e versátil, com profunda experiência no alto nível do automobilismo e um grande número de seguidores. Tê-lo conosco no próximo ano 500 será ótimo para a equipe e os fãs da IndyCar em todos os lugares."

Montoya foi piloto da McLaren na Formula 1 entre as temporadas de 2005 e meados de 2006, onde conseguiu três vitórias e sete pódios, para além de duas pole-positions e uma volta mais rápida.

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Youtube Motoring Video: Auto Pobre Edição Extra

O nosso amigo Stevan Gaipo, conhecido pelo já mitico Auto Pobre, está a gravar a nova temporada. Mas enquanto não veremos os novos... bólidos, veremos outro tipo de carros. Mais novinhos. E mais... caros. Enfim, vejam por vocês mesmos. Hoje coloco aqui um Jaguar, mas já vi Audi por aqui. 

The End: Raffaele Pinto (1945-2020)


O italiano Raffaele Pinto, campeão europeu de ralis em 1972, morreu esta terça-feira aos 75 anos. A sua carreira ficou marcada pela sua participação na Lancia e Fiat, especialmente na primeira, onde triunfou no seu úico rali do Mundial, a edição de 1974 do Rali de Portugal.

Nascido a 13 de abril de 1945 em Casnate, na Lombardia, coneçou a competir em 1968, graças aos sucessos do seu irmão Enruco, que triunfara a bordo do Abarth 595. Começou nas rampas, triunfando em 1970 no Iglesias-Sant'Angelo a nordo de um Lancia FM Special, derivado do Lancia Fulvia. Dois anos dpeois, sendo piloto oficial da Fiat, a bordo de um 124 Spider, vence o europeu e o Mitropa Cup, vencendo seis provas -  Costa Brava, Hessen, Semperit, Polonia, Jugoslavia e Mille Minuti.

Depois de começar o Mundial de ralis, premanece na equipa oficial da Fiat, onde triunfa no Rali de Portugal de 1974, que por causa da crise petrolifera, torna-se na prova inaugural do Mundial de Ralis, dado o cancelamento dos ralis de Monte Carlo e Suécia. Pinto triunfou numa tripla da Fiat, pois logo a seguir vieram Pagnelli e o jovem finlandês, Markku Alen.


Depois do 124, vira-se para a Lancia, onde anda com o Stratos e em 1976, consegue dois pódios - um terceiro em Portugal e Sanremo, e no ano seguinte, consegue o segundo lugar no Tour de Corse. A sua última prova acontece em 1978, no Rali de Sanremo, a bordo de um Ferrari 308 GTB, acabando por abandonar.

Pendurado o capacete, Raffaele Pinto decide ser piloto de testes da Fiat e Lancia por muitos anos, acabando por participar em provas históricas. 

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Youtube Formula One Video: As comunicações de Shakir

No rescaldo de uma corrida veloz e imprevisivel como foi o GP de Shakir, a segunda corrida em solo barenita, eis o video onde se fez a seleção das melhores comunicações da prova. 

domingo, 6 de dezembro de 2020

A(s) image(ns) do dia



O ano de 2020 vai ser agitado, sem dúvida. Mas enquanto a Formula 1 nem sequer arrancou quando a pandemia abateu sobre nós, no Mundial de Ralis, estavam a correr o Rali do México quando este foi encurtado por causa dos alertas que estavam a ser feitos da Europa, ou seja, já havia três ralis no campeonato quando a temporada foi interrompida. 

Por causa disto, tudo ficou baralhado, e dos treze ralis que havia inicialmente, acabaram com sete, e qualquer vitória - e qualquer despiste, avaria ou atraso - significava um atropelo às suas aspirações ao título que qualquer um tenha. Desde Ott Tanak até Sebastien Ogier, passando até as chances de Elfyn Evans. Mas no final, acabou por ser Ogier, que conseguiu algo que apenas Juha Kankkunen alcançou: ser campeão por tres marcas diferentes. Se no caso do piloto finlandês, conseguiu títulos pela Peugeot, Toyota e Lancia, Ogier conseguiu pela Volkswagen, Ford e agora, Toyota.  

A decisão, no Rali de Monza, foi inesperada, porque primeiro não estava no calendário, e segundo, porque apesar de ser uma prova tradicional em Itália, com especiais à volta do autódromo dos arredores de Milão, era uma estreia no Mundial de Ralis. E quando lá chegaram, a condição dos pisos fazia lembrar um Monte Carlo antecipado...

No final, Sebastien Ogier triunfou, mas teve de "guiar como uma avó". Porque ao longo do rali, gente como Gus Greensmith, Elfyn Evans ou Ole Christian Veiby caiu as armadilhas da neve e acabaram na valeta. E no caso do piloto galês, o seu despiste significou o final das suas aspirações para o título mundial. Em suma, foi uma combinação de inteligência e sorte que permitiu alcançar o seu sétimo título mundial e consolidar a sua posição como o segundo piloto mais vitorioso da história do WRC, e claro, o regresso de um "Sebastien" à galeria dos campeões mundiais. 

Foemula 1 2020 - Ronda 16, Shakir (Corrida)


Na semana passada, vimos o horror a acontecer diante dos nossos olhos, com o acidente de Romain Grosjean e a sua salvação milagraosa graças à tecnologia usada no carro. Depois, vimos a noticia da doença de Lewis Hamilton, que o obrigou a largar o carro neste final de semana e dar uma chance a George Russell para andar num carro de campeão, temos de ser honestos. 

Contudo, se achavam que as coisas acabariam por aqui e iriamos ter uma prova aborrecida, com 87 voltas ao redor do anel externo do circuito de Shakir... bom, enganaram-se.  Foi uma prova muito mexida, e teve como vencedor, algo completamente diferente. Mas mesmo diferente, especialmente depois de ele levar um toque na primeira volta e acabar no fundo do pelotão. 


Então foi assim... depois de oito dias no mesmo lugar, e com Hamilton doente, e a ver a corrida isolado do mundo, e provavelmente com Roscoe, o seu animal de estimação, esperava-se que os Mercedes voltassem a dominar como habitualmente. Mas se a ideia era ver Valtteri Bottas na frente, por causa da sua pole position na véspera, o que aconteceu foi ver um George Russell lançado para fazer a primeira curva na primeira posição, enquanto atrás, Charles Leclerc queria se destacar, mas na curva 4, tocou na traseria do Racing Point de Sergio Perez e acabou na barreira de pneus, levando consigo o Red Bull de Max Verstappen. Resultado final? Safety Car, o que deu para Perez ir às boxes para ver se não tinha nada danificado e tentar a sua sorte para o resto da corrida.

Apenas na sétima volta, tudo voltou ao normal. Os Mercedes seguiam calmamente na liderança, Com Russell no comando e a mostrar que tem talento para andar entre os melhores, se tiver um carro digno desse nome, Perez tentava recuperar o tempo perdido, passando pilotos uns atrás dos outros. Sem grandes emoções externas, as voltas passavam rapidamente, e iria parecer que não teria grande história... a não ser a chance de vermos George Russell a chegar a uma vitória histórica, depois de dois anos a lutar contra uma Williams que não só há muito passou os seus tempos aureos, como sofre com um chassis sem downforce.

Em suma, parecia que iria ser uma história perfeita para os Flechas Negras, digna de um episódio do "Drive to Survive". 

Mas então... aparece Jack Aitken. 

Quem? 

O substituto do Russell na Williams. 


Ele sofreu um pião na volta 63 e por causa disso, o seu nariz ficu partido e a direção da corrida optou por um Safety Car Virtual, para tirar os destroços da pista. O pessoal aproveitou para ir às boxes... e é aqui que começa a segunda parte do desastre. Tudo começa quando a Mercedes chama ambos os pilotos para fazer uma paragem adicional nas boxes. Mas primeiro, veio Valtteri Bottas, que quando fez a troca, houve problemas na fixação da roda dianteira esquerda, o que arruinou por completo qualquer chance de vitória para Valtteri.

A seguir, Russell, que tinha feito a sua troca, teve de voltar às boxes para fazer... nova troca (!) porque a equipa misturou tudo ao colocar os pneus que estavam designados para o carro de Bottas no bólido de Russell, o que não é permitido pelo regulamento. Com isto, a liderança caiu no colo de Sergio Pérez, com Esteban Ocon, no seu Renault, em segundo e Lance Stroll em terceiro. Bottas caiu para quarto, e Russell, que parecia estar a caminho da vitória, era quinto.

Mas as voltas que faltavam pareciam ser suficientes para que Russell tentar o pódio, por exemplo. E quando tudo voltou ao normal, na volta 69, o britanico partiu ao ataque, passando Bottas sem qualquer problema, e atacando os três primeiros, tentando chegar de novo ao lugar mais algo do pódio. E em poucas voltas, na 75ª passagem pela meta, Russell era segundo, e tentava diminuir os 3,3 segundos de vantagem.

Mas a sete voltas do fim... golpe de teatro. Um furo lento no Mercedes numero 63 o colocou de novo nas boxes, trocar e tentar recuperar o mais possivel. Era muito mau para ser verdadeiro, parecia ser Jean-Pierre Jarier no GP do Canadá de 1978. Parecia ser o rei do azar. Voltou à pista, com moles e a volta mais rápida, para chegar o mais acima possivel. 

Mas enquanto lá chegava, viamos mais uma vez história a acontecer. Sergio Perez, numa altura em que poderá não correr em 2021, e depois de ter tido aquele toque que o relegou para o último lugar, fez tudo bem e deu à Racing Point a sua primeira vitória na atual encarnação. E melhor, conseguiu melhor resultado que Lance Stroll. 


Depois de 191 Grandes Prémios, e de nove pódios, e depois de lhe tirarem um pódio feito na semana passada, Perez teve por fim aquilo que já merecia há uma década. Dos seus tempos da Sauber, McLaren, Force India e suas incarnações, por fim, sucedeu a Pedro Rodriguez, meio século depois da sua úlima vitória, em Spa-Francochamps. Perez está a ter um final de sonho, a merecer cada vez mais o seu quarto lugar na classificação geral. E como em setembro, com Pierre Gasly, esta foi uma vitória popular. Parabéns a ele!