sábado, 30 de julho de 2011

WRC 2011 - Rali da Finlândia (Final)

Aos 37 anos, Sebastien Löeb anda cada vez mais a bater recordes e a alcançar algo que parecia ser inalcançável por parte de outros pilotos não-nórdicos, pelo menos na Finlândia. Só que o heptacampeão do mundo continua a bater recordes, e hoje conseguiu mais um: o de ser o primeiro estrangeiro a conseguir vencer o Rali da Finlândia por duas vezes. Mesmo sendo assediado por Sebastien Ogier e por Jari-Matti Latvala, não cometeu qualquer erro e venceu a prova, a 65ª da sua carreira e a quarta do ano.

"Sabe muito bem, foi uma prova bastante difícil. Limpámos a estrada por três dias e continuámos a ser os mais rápidos no final. Tivemos de lutar bastante até ao final, pelo que pode ser considerada a maior vitória", referiu Löeb quando cruzou a meta.

A chave para a vitória neste rali acabou por ser a chuva. Com isso, os troços acabaram por ficar mais escorregadios e mais favoráveis para o que estava na frente, pois permitiu resistir aos ataques de quem vinha atrás dele. No final, a diferença entre ele e Jari-Matti Latvala foi de 8,1 segundos, com Sebastien Ogier a fechar o pódio, depois de se atrasar devido a um furo.

Mikko Hirvonen, depois do seu acidente no primeiro dia, que o fez mergulhar para o meio da tabela, acabou por fazer uma recuperação impressionante, acabando por passar Petter Solberg e ficar com o quarto lugar, a um minuto e nove segundos de Löeb. Logo a seguir ficou Solberg, o primeiro de três noruegueses a ficarem classificados. Depois de ele ficaram Mads Ostberg e Henning Solberg, o irmão mais velho de Petter, ambos da Stobert-Ford. Depois veio Matthew Wilson, no oitavo posto, na frente de Kimi Raikonnen, que conseguiu pontuar no seu rali natal. Juho Hanninen foi o melhor dos S2000 e ampliou a sua liderança no SWRC, além de ter conseguido um ponto para o campeonato.

O último dia do Rali da Finlândia foi marcado pelas desistências dos Mini oficiais, devido a problemas de sobreaquecimento. Dani Sordo de Chris Meeke andaram sempre nos pontos, mostrando o potencial deste carro, preparado pela Prodrive, que participou no seu segundo rali desde a sua apresentação, no inicio deste ano.

Quanto aos pilotos portugueses, Armindo Araujo também teve os mesmos problemas de sobreaquecimento que sofreram os Mini oficiais, mas decidiu acabar o rali, e o fez na 20ª posição, pois era esse o seu grande objetivo: aprender. E quanto a Bernardo Sousa, também chegou ao fim um pouco mais atrás, na 24ª posição, mas sexto na classificação dos SWRC, conseguindo juntar alguns pontos no campeonato.

Na classificação geral, Löeb é o lider, agora com 171 pontos, contra os 144 de Mikko Hirvonen. Sebastien Ogier tem agora 140, contra os 94 de Jari-Matti Latvala. O próximo rali do Mundial é o da Alemanha, que vai acontecer de 18 a 21 de agosto.

Formula 1 2011 - Ronda 11, Hungria (Qualificação)

Se na sexta-feira outros mostram as suas garras, no sábado, a pole-position fica com os Red Bull. Está a ser assim este ano e a Hungria não é excepção. Na luta pela pole-position, Sebastien Vettel levou a melhor sobre os McLaren de Lewis Hamilton e do "bicentenário" Jenson Button, enquanto que os Ferrari ficaram logo atrás com Felipe Massa a ser melhor do que o agora trintão Fernando Alonso.

No final dos treinos livres de ontem, Sebastian Vettel pediu aos seus mecânicos para que "caprichassem" no acerto do seu Red Bull RB7, se queriam bater os Ferrari e os McLaren. Eles fizeram esse trabalho durante a noite e o resultados estão à vista: não só conseguiu bater a todos, como também colocou distância sobre Mark Webber, que nesta qualificação ficou num pálido sexto lugar, apenas na frente dos Mercedes de Nico Rosberg e Michael Schumacher, o Force India de Adrian Sutil e o Sauber de Sergio Perez, que fecharam o "top ten" e participaram na sempre ambicionada Q3.

Atrás, os que se ficaram pela Q2, mostra-se que os Renault e os Williams estão a ter prestações cada vez mais "decadentes", pois nenhum deles esteve na posição de discutir a passagem para a Q3. Paul di Resta andou perto, mas ficou com "a fava", e a mesma coisa aconteceu a Kamui Kobayashi. E os Toro Rosso pouco ou nada fizeram, ainda mais que Sebastien Buemi tem uma penalização a cumprir devido ao incidente na Alemanha com o Renault de Nick Heidfeld.

E quanto às novatas, cada vez mais se vê que a Lotus está numa classe á parte. Os Renault, Williams e Toro Rosso podem estar um pouco distantes, mas está cada vez mais longe da Virgin e da Hispania-HRT. E Heiki Kovalainen ficou 0,3 segundos atrás de Buemi, o que mostra que aos poucos, apanham o meio do pelotão. E não usam o KERS...

Amanhã é dia de corrida. Veremos como acabará: mais do mesmo ou algo diferente?

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Sobre a impressionante e cruel morte de Roger Williamson

Poderia ser mais um a falar sobre o aniversário de Fernando Alonso, mas o piloto de Oviedo teve o azar de ter nascido precisamente oito anos dpeois de um dos acidentes mais impressionantes da história de Formula 1. E a maneira como isso foi captado em direto, para além dos esforços - bravos, mas inuteis - de outro piloto, que decidiu abdicar da corrida para socorrer um camarada preso nas ferragens, acho que merece ser referido todos os anos, como uma forma de recordar aos mais novos o muito que a Formula 1 caminhou até chegar ao padrão de segurança que temos hoje em dia.

É estranho como posso falar constantemente uma efeméride que aconteceu antes de nascer. Mas provavelmente a morte de Roger Williamson pelo impacto que tem, mesmo após tanto tempo, acho que impressiona qualquer um, quem quer que tivesse nascido por essa altura ou não. A ideia de nos ver uma pessoa a morrer diante de nós - e foram milhões, naquele dia, em Tv's a preto e branco e a cores - e mais do que isso, ver aquela pessoa, David Purley de seu nome, abandonar o seu carro e correr para empurrar o carro de Williamson da posição onde estava. E o mais impressionante, entre os vários factos que aconteceram nesse dia, era que ele estava vivo após o embate, e suficientemente consciente para pedir a Purley para que o tirasse dali, pois já estava a ficar sufocado com o monóxido de carbono que o iria matar.

Ao ver as imagens do desastre, via-se que bastavam três ou quatro pessoas para conseguir colocar o carro no chão, e retirá-lo dali e levá-lo para a enfermaria, e depois o hospital mais próximo. Provavelmente não teria tido ferimentos graves, mas a realidade foi que Roger Williamson morreu devido à negligência dos organizadores, dos comissários de pista, das autoridades de segurança do circuito de Zandvoort. E o irónico é que aquele circuito, palco de um acidente fatal três anos antes, com outro britânico, Piers Courage, tinha regressado ao calendário da Formula 1 em 1973, depois de ter ficado um ano de fora para profundas obras de melhoramento do seu circuito, com guard-rails e uma nova capa de asfalto.

Mas no final foi a negligência humana que matou Roger Williamson. O inquérito subsequente mostrou isso mesmo, e Ed Swarts, o diretor da corrida nesse ano, disse que “Foi tudo uma terrível má interpretação do que estava a acontecer.” E essa má interpretação custou a vida de um jovem de 25 anos.

David Purley, o homem que tentou salvar, foi condecorado com a George Medal, a mais alta distinção de bravura atribuido a um civil britânico. Poucos anos depois, em julho de 1977, voltou a ser noticia quando sobreviveu a um acidente nos treinos para o GP britânico, em Silverstone. Gravemente ferido, sobreviveu a um choque de 179,8 G's quando desacelerou num mero espaço de... 66 centímetros de 173 km/hora a zero. Os seus restos estão no museu de Donington Park, levado por Tom Wheatcroft, que tinha sido o manager de... Williamson. Acabou por se dedicar à acrobacia aérea e morreu num acidente em 1985.

Se quiserem ler a biografia de Williamson, podem vir aqui. E sobre os eventos daquele cada vez mais distante 29 de julho de 1973, nas dunas holandesas de Zandvoort, podem também vir aqui.

WRC 2011 - Rali da Finlândia (Dia 2)

Foi um segundo dia de Rali da Finlândia muito disputado entre os Citroen e o Ford de Jari-Matti Latvala. Sebastien Löeb e Sebastien Ogier degladiaram-se entre si pelo comando do rali, contra o Ford de Latvala, que tenta defender a honra finlandesa, já que o seu companheiro Mikko Hirvonen estava em recuperação do atraso de mais de dois minutos que o seu despiste na tarde de ontem tinha causado. No final, a diferença entre os dois Sebastiões é de apenas... 1,5 segundos. "Tentei pilotar bem... sabia qual era a margem que queria ter [no final do dia]", referiu Ogier no final da etapa aos microfones da World Rally Radio.

Latvala está mesmo atrás deles, a 2,6 segundos do lider, e quer muito vencer em casa. Com um ritmo muito forte ao longo de todo o dia, abrandou perto da meta para garantir uma posição mais favorável na estrada amanhã, porque... no meio de tudo isto, até as condições meteorológicas poderão ter uma palavra decisiva nos resultados finais.

Já um pouco mais distante, a 29,2 segundos, está o norueguês Petter Solberg, no seu Citroen DS3 WRC, e está a rodar de forma algo isolada, pois o seu compatriota Mads Ostberg é o quinto classificado, a cerca de meio minuto de Solberg e a um minuto da liderança. E a sexta posição é ocupada por um dos pilotos do dia: Mikko Hirvonen. O piloto da Ford venceu cinco das especiais que compunham o dia de hoje depois de ontem ter sido atrasado em dois minutos pelos seus problemas com o carro.

Dani Sordo e Chris Meeke rodam algo juntos no sétimo e oitavo postos, com os seus Mini John Cooper Works oficiais, a fazer uma prova consistente e cuidada, mas não perdendo a sua velocidade. Juho Hanninen, recém-vencedor da prova açoriana do IRC, é o nono classficado da geral com o seu Skoda Fabia S2000 e lidera a classe SWRC. A fechar os lugares pontuáveis está Henning Solberg, no seu Ford Fiesta WRC, a dois minutos e seis segundos do lider, e tem Matthew Wilson e Kimi Raikonnen à sua perna.

Já em relação aos portugueses, Armindo Araujo conquistou algumas posições na sua toada cautelosa, e agora está na 20ª posição da geral, enquanto que Bernardo Sousa está cinco posições mais abaixo, e é o sexto classificado na categoria SWRC. "Foi mais uma etapa em que conseguimos superar as dificuldades do rali. Estamos em sexto, e apesar de termos procurado subir o ritmo, temos sempre em mente que terminar é obrigatório para as nossas pretensões no campeonato, e como já disse, os riscos maiores vão ter de ficar reservados para as próximas provas do WRC", referiu.

O Rali da Finlândia termina amanhã.

Rumor do dia: Pau Gasol pode ser um dos priprietários da Hispania

Pode ser treta publicitária, dado que a fonte desta noticia é o jornal "As", mas bem vistas as coisas, é uma história que merece ser contada, dado o fato da Hispania ter novos proprietários e saber que anda à procura de dinheiro fresco. Assim sendo, parece que Pau Gasol, um dos desportistas mais bem pagos da NBA, tinha investido dinheiro na Hispania, no tempo dos Carabantes, e tem uma clausula que poderá exercer até ao dia 22 de agosto, caso queira investir mais na equipa. E caso não queira, ainda pode haver chineses no negócio. Eis a noticia que apareceu na edição de hoje do jornal "A Bola".

PAU GASOL PROPRIETÁRIO DA HISPANIA?

Estrela dos Lakers tem prazo até 22 de agosto para exercer direito de compra da equipa.

Pau Gasol, estrela dos Lakers, da NBA, pode vir a tornar-se no principal acionista da Hispania, agora conhecida como HRT, a primeira equiopa espanhola de Formula 1. Gasol, considerado como o melhor basquetebolista espanhol de todos os tempos, já detêm açoes na equipa na sequência da amizade com os primeiros proprietários da Hispania [José Ramon Carabante] e por isso foi um dos principais investidores no projeto logo de inicio, com pouco mais de um milhão de euros.

Como acionista, Gasol tem até ao dia 22 de agosto para exercer o direito de compra da equipa, que atualmente vale 46 milhões de euros. Porém, de acordo com o jornal AS, o dinheiro não sairia do bolso de Gasol quando há interesse do Wasserman Media Group, que gere os direitos de imagem de Gasol, em avançar com o negócio em função de uma parceria com a empresa chinesa Erdos, que, por sua vez, estaria interessada em colocar o primeiro piloto chinês na grelha do Mundial de F1, sendo o principal candidato Ho-Pin Tung, atual piloto de reserva da Renault e já participou na Superleague Formula.

Por outro lado, transformar a HRT na primeira equipa chinesa era projeto que agradaria a Bernie Ecclestone.

Formula 1 2011 - Ronda 11, Hungria (Treinos)

As duas primeiras sessões de treinos do GP hungaro estão a ser marcados pelo bom momento de Lewis Hamilton, que parece que quer prolongar o bom desempenho na Alemanha, onde no passado domingo venceu a sua segunda corrida da temporada. Ele foi o lider em ambas as sessões, conseguindo bater o Red Bull de Sebastien Vettel na primeira sessão, e o Ferrari do aniversariante Fernando Alonso (faz hoje 30 anos) na segunda sessão do dia.

As sessões foram marcadas por alguns despistes, sendo o mais relevante o de Mark Webber na primeira sessão. O piloto australiano, que até teve o carro algo danificado, conseguiu mesmo assim o quarto tempo no final da primeira sessão, enquanto que na segunda ficou um lugar abaixo, batido pelo alemão Sebastian Vettel. Nessa segunda sessão, o segundo McLaren de Jenson Button - que este fim de semana comemora o seu 200º Grande Prémio da sua carreira - ficou com o terceiro tempo. Na primeira sessão da manhã tinha conseguindo o quinto tempo.

Felipe Massa ficou com o sexto tempo em ambas as sessões, e ficou sempre na frente de Nico Rosberg, que ficou na sétima posição em ambas as sessões. E ficou na frente do veterano Michael Schumacher, oitavo... nas duas sessões. Sérgio Perez e Vitaly Petrov encerraram o "top ten" na primeira sessão, enquanto que esses lugares foram ocupados pelos Force India, com Paul di Resta na frente de Adrian Sutil.

Esta sexta-feira ficou marcado pela aparição de Bruno Senna no seu Renault, como terceiro piloto. Sete meses depois da sua ultima aparição num Formula 1 da Hispania, Bruno conseguiu o 15º tempo, a menos de oito centésimos de Vitaly Petrov, que nessa primeira sessão foi o décimo classificado. E bruno ficou imediatamente atrás de Rubens Barrichello.

Em relação às novatas, na primeira sessão de treinos, eles ocuparam os últimos seis lugares da classificação geral, com Heiki Kovalainen a ser o melhor, e na segunda foi a vez de Jarno Trulli a ser o melhor, na 19ª posição. E quanto aos Hispania, ou HRT, desta vez não houve terceiro piloto na primeira sessão, mas mesmo assim não evitaram ficar na última fila da grelha, com Vitantonio Liuzzi a ser marginalmente melhor do que Daniel Ricciardo na primeira sessão, com a ordem a ser trocada na segunda.

Amanhã é dia da qualificação. Será que a boa estrela de Hamilton continuará ou os Ferrari e os Red Bull darão um ar da sua graça em terras magiares?

Youtube Rally Crash: o despiste de Matti Rantanen



O Rali da Finlândia tem fama de ser muito rápido em pidos de terra, mas cheio de altos e baixos. Há classificativas que atingem médias superriores a 120 km/hora, e só os finlandeses são capazes de safar melhor nas armadilhas que este tipo de piso tem. Daí que só quatro estrangeiros terem ganho por ali nos mais de sessenta anos de existência deste rali.

E só para ver até que ponto é perigoso, até para os finlandeses, eis o despiste de Matti Rantanen, no seu Mini John Cooper Works WRC, que aconteceu logo na segunda classificativa deste rali. Não é preciso saber finlandês para ver que um ligeiro erro e é "a morte do artista"...

As corridas do passado: Alemanha 1951

Duas semanas depois de Silverstone e da primeira vitória da Ferrari (ou se perferirem, da primeira derrota da Alfa Romeo), o pelotão da Formula 1 rumava para Nurburgring, onde iriam correr pela primeira vez em terras alemãs depois da II Guerra Mundial. A Alemanha regressava lentamente ao convivio das nações e o automobilismo não era excepção, pois Nurburgring era um circuito que todos os pilotos queriam correr, dada a sua extensão e dificuldade.

Depois da sua derrota em Silverstone, a Alfa Romeo tinha uma versão modificada do seu modelo 159, e quatro carros foram inscritos para Juan Manuel Fangio, Nino Farina, Felice Bonetto e o alemão Paul Pietsch, um antigo piloto dos tempos das "Flechas de Prata" alemãs dos anos 30. Então com 40 anos, tinha-se tornado no ano anterior em Monza no primeiro piloto alemão de sempre a participar numa corrida de Formula 1.

A Ferrari reagia com cinco modelos: quatro 375 e um 212. Os 375 eram guiados por Albertto Ascari, Froilan Gonzalez, Luigi Villoresi e Piero Taruffi, enquanto que o modelo 212 estava inscrito pela Ecurie Espadon e era guiado pelo suiço Rudolf Fischer. E a Gordini tinha três carros oficiais, para os franceses Robert Manzon, Maurice Trintiganant e André Simon.

A Talbot-Lago tinha sete dos seus chassis inscritos, dois da Ecurie Rosier, para Louis Chiron e Louis Rosier, outros dois da Eciurie Belgique, para Johnny Claes e Jacques Swaters, e o resto eram as inscrições privadas dos franceses Yves-Gerard Cabantous, Philippe Etaincelin, Pierre Levegh e o britânico Duncan Hamilton.

Havia ainda três Maserati privados, dois da Enrico Platé, inscritos pelos suiços Toulo de Grafenried e Toni Branca, e um da Scuderia Ambrosiana para o britânico David Murray.

Nos treinos, a grande surpresa é o fato dos Ferrari levarem a melhor sobre os Alfa Romeo. Alberto Ascari faz a pole-position, seguido do vencedor do GP inglês, Froilan Gonzalez. Juan Manuel Fangio é o terceiro, sendo o melhor dos Alfa, seguido por Nino Farina. Depois vinham os Ferrari de Luigi Villoresi e Piero Taruffi, o Alfa de Paul Pietsch, o Ferrari de Rudi Fischer, e a fechar o "top ten" estavam o Gordini de Robert Manzon e o Alfa Romeo de Felice Bonetto.

Na partida, Farina levou a melhor sobfe os Ferrari, mas ao longo da longa volta pelo Nordschleife, é passado por Fangio, Ascari e Gonzalez. A partir dali é uma batalha entre os Ferrari e o solitário Alfa Romeo do piloto argentino, já que Farina começa a ter problemas de aquecimento e retira-se na sétima volta.

Fangio sabia que para superar os Ferrari, tinha de imprimir um ritmo elevado, já que ele tinha de para duas vezes enquanto que os Ferrari só parariam uma vez. Quando o argentino voltou ao comando depois da paragem de Ascari nas boxes, tentou abrir a maior diferença possivel, mas foi inutil, pois quando parou uma segunda vez, Ascari limitou-se a passar e a ficar com o comando. Mas o argentino conseguiu conservar o segundo posto.

No final, Ascari vencia pela primeira vez na Formula 1, de forma oficial, e era o primeiro vencedor do GP alemão desde 1939. Fangio era o segundo e tinha atrás de si três Ferraris: o do seu compatriota Froilan Gonzalez, que completava o pódio, e o dos italianos Luigi Villoresi e Piero Taruffi.

Fontes:

Troféu Blogueiros - Alemanha 2011

Quase em cima do fim de semana hungaro, eis as notas do GP da Alemanha emitidas pelos doze membros do Troféu Blogueiros. E para destoar dos outros... decidi não dar qualquer nota dez. Bastou-me dois noves para Lewis Hamilton e Fernando Alonso, que mereceram tal nota. E oito valores para Mark Webber, pela sua pole-position e sete valores para Sebastien Vettel, que ficou fora do pódio pela primeira vez nesta temporada.

O resto das notas podem ver na tabela que coloco aqui, como sempre.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

WRC 2011 - Rali da Finlândia (dia 1)

E depois de um mês de ausência, começou esta tarde aquele que é um dos ralis mais miticos do Mundial WRC: o rali da Finlândia. Aquele que todos os vencedores, menos quatro, foram finlandeses, demonstrando o aspeto unico deste rali que já se chamou de Mil Lagos.

E esta tarde decorreram as três primeiras classificativas deste rali, com um grupo de três pilotos a tentarem destacar-se. Dois Sebastiões, ambos franceses, estão nos dois primeiros lugares, mas os pilotos da casa não os largam, com Jari-Matti Latvala no terceiro posto porque quis, pois admitiu ter abrandado para partir amanhã ao ataque.

E mesmo que hoje só tenham acontecido três classificativas, já houve estragos entre os da frente. Mikko Hirvonen, o piloto da Ford, teve um despiste na especial de abertura quando o motor so seu carro calou e perdeu o controlo do seu carro de traseira, levando-o a bater contra uma árvore. Resultado: travões e suspensão danificadas e a perda de dois minutos na geral.

Atrás de Latvala encontra-se outro piloto local, Jari Ketomaa. Este teve um arranque canhã, sendo o primeiro lider da geral, antes de ser superado pelos Citroen oficiais. Agora a diferença para a liderança é de 12,8 segundos, com o norueguês Petter Solberg atrás de si, na quinta posição. Dani Sordo surpreende com o seu Mini John Cooper Works no sexto posto, pois esta temporada que está a fazer é a "meio gás", pois é a primeira do chassis. E está na frente do estónio Ott Tanak, que é o melhor dos S2000.

Mads Ostberg é o oitavo, na frente de do segundo Mini de Chris Meeke e de Juho Hanninen, no seu Skoda Fabia S2000, estando na frente de Henning Solberg, Matthew Wilson e Kimi Raikonnen, na 13ª posição.

Quanto aos pilotos portugueses, Armindo Araujo está a ter uma toada cautelosa, estando agora na 26ª posição, a quase um minuto e meio do lider, e tentando cumprir o seu objetivo: levar o carro até ao final sem qualquer arranhão.

"Sabíamos à partida que seria complicado lutar com pilotos que andam muito rápido nesta prova e por isso não queremos, de forma alguma, entrar em exageros. Queremos evoluir a nossa prestação de forma gradual e sinto que temos possibilidade de o fazer até final, ainda que isso nos tenha custado já muitas posições na geral. Não estamos preocupados com a classificação e o que nos importa mesmo é aprender o mais possível. Ainda há muito rali pela frente e sentimo-nos confiantes", disse o piloto de Santo Tirso à Autosport portuguesa.

Bernardo Sousa está a ter problemas de transmissão com o seu Ford Fiesta S2000, ficando apenas com a tração traseira. Com isso, já perdeu mais de dois minutos, caindo para a 39ª posição da geral. "E complicado sempre que surgem problemas, mas em parte ainda bem que foi hoje pois as classificativas seguintes eram pequenas, o tempo que perdemos para alguns dos nossos mais directos adversários ainda é recuperável e temos ainda boas possibilidades de subir muitos lugares no dia de amanhã, portanto, nem tudo é negativo. Teria sido pior se o problema surgisse por exemplo na primeira classificativa de amanhã no início da etapa. Assim temos um novo objectivo na nossa participação que é voltar amanhã a ocupar um lugar dentro dos cinco primeiros. Amanhã é outro dia. Quero terminar no melhor lugar possível para não perder de vista o objectivo dos pontos de que necessitamos.", afirmou.

Já sobre o Rali em si, o piloto é peremptório: "Só quem já fez o Rali da Finlândia poderá dar opiniões válidas sobre o mesmo. São muitos quilómetros a fundo, com zonas de muito fraca visibilidade e sequências de saltos incríveis. A concentração necessária e o trabalho de equipa são colocados a níveis de exigência extrema. A minha opinião sobre todos os que aqui vencem mudou radicalmente a partir desta minha participação. A Finlândia é sem dúvida um dos mais difíceis ralis do mundo, se não, mesmo o mais difícil."

O rali da Finlândia prossegue amanhã com mais oito classificativas.

A estranha admissão de culpa de Bernie Ecclestone

O "caso Gribowski" teve desenvolvimentos na semana que passou no Nurburgring, quando Bernie Ecclestone decidiu admitir que pagou cerca de 44 milhões de dólares ao banqueiro alemão Gerhard Gribowski no caso da falência da BayernLB, em 2009. Preso desde meados deste ano, quando foi descoberto mais de 50 milhões de dólares numa conta sua e do qual não deu explicações convincentes, a BayernLB foi o banco que ficou com os ativos da Kirch Media em 2002, quando esta entrou em falência. E esta detinha a SLEC, a firma que nessa altura lidava com os direitos televisivos da Formula 1.

No Autosport desta semana, o jornalista Luis Vasconcelos escreve o que Ecclestone disse às autoridades alemãs e porque é que decidiu assumir que fez tal pagamento. E também se fala sobre as expectativas que FIA e FOTA têm sobre este assunto, principalmente quando se aproxima a data para a discussão do novo Acordo de Concórdia, prevista para o ano que vêm.

ECCLESTONE ADMITE SUBORNO

Bernie Ecclestone está a ser investigado pelas autoridades alemãs e admitiu ter pago 44 milhões de dólares a Gerhard Gribowski, preso por suspeita de ter desviado fundos de um banco público.

Face às provas encontradas para incriminar Gribowski, que segundo o procurador de Munique, recebeu 44 milhões de dólares de Ecclestone para facilitar a revenda das ações que o Bayerische Landsbank detinha na SLEC - a empresa que detinha os direitos comerciais da F1 - era inevitável que Ecclestone enfrentasse algumas questões menos simpáticas na Alemanha. Talvez para antecipar e tentar esvaziar o impacto das noticias, Ecclestone admitiu abertamente aos jornalistas que lhe são mais próximos ter pago aquela quantia a Gribowski, mas adiantou de imediato que "nada tenho a temer, nem a esconder".

Segundo o patrão da F1, "foram os meus advogados que me aconselharam a pagar o dinheiro que ele me pedia, para evitar um longo processo judicial que eu iria ganhar, mas que iria custar muito mais dinheiro do que aquele que lhe paguei. Ele ameaçava dizer aos tribunais ingleses que eu era o proprietário do The Bambino Trust (ndr: de que a ex-mulher e as filhas seriam beneficiárias) e que estava a fugir aos impostos na Grã-Bretanha, o que não é verdade, porque não tenha nada a ver com aquele "trust". Mas os meus advogados explicaram-me que o processo iria demorar dois ou três anos e as despesas iriam superar o dinheiro que ele estava a pedir. É claro que na vida todos nós nos arrependemos de coisas que fazemos e não escondo que, sabendo o que sei hoje, teria feito as coisas doutra maneira, mas a vida é assim e há que olhar em frente."

Depois, garantiu que "o sistema judicial alemão é um pouco estranho para nós, britânicos, mas se o Gribowski está preso e eu já fui ouvido, a meu pedido, e não sou acusado de nada, é porque eles não tem provas para me incriminar. E não podem ter, porque não fiz nada de errado."

FIA E FOTA NA EXPECTATIVA

É claro que se em público ninguém quer falar sobre o assunto, até porque é a imagem da F1 que está em jogo, em privado quase toda a gente tem uma opinião sobre o que se vai passar. Segundo a generalidade dos observadores, Ecclestone já deve ter feito um acordo com as autoridades alemãs quando veio prestar declarações em abril, dando-lhes matéria suficiente para condenar Gribowski, contra a garantia de que não seria acusado de nada. E se o alemão admitir a sua culpa, quando se iniciar o julgamento do caso em tribunal, Ecclestone não será chamado a depôr, valendo o depoimento que já fez há três meses. E o mais provável é que seja isso mesmo que venha a acontecer, com Gribowski a ser condenado a uma pena mais leve do que se contestasse as acusações.

Por isso, a FIA e a FOTA estão à espera de desenvolvimentos, antes de decidirem o que fazer, pois o Acordo de Concórdia caduca no final do próximo ano e não querem comprometer-se com Ecclestone se este ainda estiver em apuros com a justiça alemã.

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MUDANÇAS NA FOTA

Preparando-se para ser mais interveniente no futuro, a FOTA está a preparar alterações na sua estrutura. Muitos assuntos foram tratados numa longuissima reunião que teve lugar na motorhome da Renault no sábado à tarde, depois de James Allison ter sido confirmado como substituto de Ross brawn à frente do Grupo de Trabalho Técnico daquela associação.

Mas com a vontade de ser um interlocutor decisivo para o futuro da F1, a FOTA quer alargar o papel de Secretário-Geral, que Simone Perillo abandona dentro de dois meses, tendo recebido a candidatura de John Howett, antigo dirigente da Toyota, que foi fundamental para a criação da associação. Apesar de não reunir consenso, Howett tem contactos suficientes com as organizações dos Grandes Prémios, com as diversas cadeias de televisão que transmitem a F1, com os construtores e com a FIA, que o podem tornar num elemento importante no confronto da FOTA com Ecclestone - o grande objetivo das equipas neste momento.

5ª Coluna: A pouco compreendida renovação de Mark Webber

Está quase confirmada a renovação de Mark Webber para a temporada de 2012 na Red Bull. Se para alguns pode ser coisa boa, manter a mesma dupla desde a temporada de 2009 (quatro temporadas consecutivas) para outros, é algo pouco compreensivel que a equipa recompense um piloto que liga pouco - muito pouco mesmo - às ordens de equipa e não seja um escudeiro obediente de Sebastian Vettel.

Aliás, bem vistas as coisas no cômputo geral da Formula 1, os lugares para o ano que vêm no pelotão da Formula 1 estão quase todos preenchidos. Somente a indecisão referente à recuperação de Robert Kubica e os lugares da Hispânia (agora HRT) é que estão vagos. Isso significa que, para quem quer um lugar ao sol, ou para quem quer mudar de ares, vão ter de esperar um ano, a não ser que alguém seja despedido ou se retire de competição. Hoje mesmo, a título de exemplo, a Sauber anunciou que iria manter a sua atual dupla, constituida por Kamui Kobayashi e Sergio Perez, para a próxima temporada.

É certo que, neste campo em particular, há muita gente que queria ver Mark Webber por trás das suas costas, por não ser o "carneiro obediente" que todos gostariam que fosse, mas há razões para tal. Uma delas é a confiança que o "big boss" da Red Bull, Dieter Mateschitz, tem sobre ele. Ao contrário de Helmut Marko, que tem em cargo a academia da Red Bull e que quer ver os seus pilotos no topo. Provavelmente os seus planos para 2012 passariam pela retirada de Webber e a ascensão de um dos pilotos da Toro Rosso, Sebastien Buemi ou Jaime Alguersuari, encaixando Daniel Ricciardo na Toro Rosso.

Mas a realidade atrapalhou esses planos: Webber está em boa forma, está nas boas graças de Mateschitz, e a adaptação de Daniel Ricciardo na Formula 1 - a Red Bull pagou quatro milhões de euros para o colocar na Hispania - não está a ser tão maravilhosa quando pintavam de inicio. Portanto, optou-se pela solução mais conservadora, e segundo alguns "insiders", elevou a tensão entre Mateschitz e Marko.

E em 2012, Webber terá mais um ano de carreira na Red Bull e na Formula 1. Eventualmente será a última temporada do australiano, mas o que é interessante nisto tudo é que estamos em julho, e é a primeira vez em muito tempo que não vejo um plantel definido tão cedo na temporada. Mas é também sabido que em 2012 que os contratos de muitos pilotos deste pelotão acabarão, incluindo muitos dos da frente: Lewis Hamilton, Jenson Button, Nico Rosberg são três deles. E claro, Mark Webber. Poderá ser um ano interessante em termos de "dança de cadeiras", não acham?

Youtube Top Gear: The Interceptors



Uma das cenas do programa "Top Gear" da semana passada foi um teste que os três fizeram ao Jensen Interceptor, um carro britânico muito interessante... em 1972. A história é que uma empresa, a Jensen International Automotive, anda a pegar nos velhos chassis do Interceptor, construido entre 1966 e 1976, e anda colocar elementos modernos, como eixos, colunas de direção e um motor Corvette.

Só que os três apresentadores - Jeremy Clarkson, Richard Hammond e James May - descobriram que nessa era, onde haviam muitas séries televisivas de detetives como "O Santo" ou "Os Vingadores", o Interceptor não era o carro de qualquer protagonista desse tipo de séries. E sendo assim, os três decidiram fazer um série só para o carro. E o genérico ficou muito engraçado, claro.

GP Memória - Alemanha 1991

Quinze dias depois de Silverstone, a Formula 1 chegava a Hockenheim para disputar o GP de uma Alemanha em mudança, dado que em pouco tempo, tinha visto o Muro de Berlim a ser derrubado e que as duas partes, a ocidental e a oriental, tinham-se reunificado, para gaudio deles mesmos, e os temores de uma certa Europa.

Em termos de pelotão, a grande mudança era que Johnny Herbert estava ausente devido aos seus compromissos com a Formula 3000 japonesa, logo, o seu lugar iria ser ocupado por um piloto pagante. O escolhido tinha sido um local, Michael Bartels, que tinha passado pela Formula 3 local, o DTM e pela Formula 3000, sem grandes resultados. E na altura, Bartels era também conhecido pela sua namorada, uma tenista que dava o nome de Stefi Graf... mas numa Lotus a bater no fundo, aliado com o seu "talento", eram poucas as hipóteses de Bartels dar nas vistas.

Ayrton Senna chegava a Hockenheim depois de um dos maiores sustos da sua vida. Poucos dias antes, durante uns testes na mesma pista, o seu carro voou mais de cinco metros e caiu nas suas quatro rodas. Felizmente, tudo não passou de um susto. Outro azarado, mas de outra forma, tinha sido o francês Eric Comas, no seu Ligier-Lamborghini, que na sessão de qualificação de sábado, tinha batido forte nos pneus de proteção na segunda chicane, a Ostkurwe. Felizmente nada sofreu e conseguira a qualificação.

A pré-qualificação recebia inquilinos novos. Depois de a Lamborghini, Dallara e Jordan receberem o direito de ficarem na qualificação, a AGS, Arrows e Brabham eram rebaixados para o "inferno" das pré-qualificações. E aí qualificaram-se os Brabham-Yamaha de Martin Brundle e de Mark Blundell, o AGS de Gabriele Tarquini e o Arrows de Michele Alboreto. O seu companheiro Alex Caffi, que estava de volta depois de três Grandes Prémios de ausência devido a um acidente, estava de fora.

Na qualificação, o melhor tinha sido Nigel Mansell, com Ayrton Senna a seu lado. Na segunda fila estavam o McLaren de Gerhard Berger, seguido pelo segundo Williams de Riccardo Patrese. A terceira fila era território da Ferrari, com Alain Prost a ser melhor do que Jean Alesi, enquanto que na quarta estavam o Jordan de Andrea de Cesaris e o Benetton de Nelson Piquet. A fechar o "top ten" estavam o segundo Benetton de Roberto Moreno e o Minardi-Ferrari de Pierluigi Martini.

Os quatro "azarados" dessa qualificação, e que em "recompensa" iriam ver a corrida da bancada tinham sido o "herói local" Michael Bartels, no seu Lotus, o AGS de Tarquini, o Arrows de Alboreto e o Lambo-Lamborghini de Eric Van de Poele.

E durante o final de semana, na Tyrrell, durante o final de semana, o velho Satoru Nakajima, então com 38 anos e que tinha colocado o Japão no mapa da Formula 1, anunciava que no final daquela temporada iria embora da categoria máxima do automobilismo, com alguma tristeza por parte dos seus muitos admiradores no seu país natal... e no resto do mundo.

Na partida, Nigel Mansell teve uma partida-canhão e distancia-se de Senna, que era superado por Berger na aceleração para a primeira curva. Atrás deles estavam os Ferrari de Prost e Alesi, bem como o segundo Williams de Patrese. O italiano passou Alesi pouco depois, enquanto que Senna e Prost começavam a batalhar pelo terceiro posto. Contudo, essa batalha passou a ser pelo segundo lugar, quando Berger parou cedo devido a problemas com os seus pneus. A luta entre Senna e Prost, com Patrese a vê-los à distância, com Mansell a afastar-se cada vez mais, sem ser incomodado no seu caminho para a vitória.

Na volta 17, Senna e Prost param para trocar de pneus, mas nada se alterou, e pouco depois os williams fizeram a mesma coisa. Quem decidiu que iria fazer a corrida sem trocar de pneus tinha sido Alesi, que o colocou na liderança por breves instantes, pois Mansell passou-o pouco depois, a camionho da vitória. Mais atrás, Senna e Prost mantinham a batalha, mas desta vez, o jogo de pneus de Patrese era melhor e passou os dois para ficar com a segunda posição, embora já fosse tarde para apanhar Mansell.

A cinco voltas do fim, o duelo acaba inesperadamente na travagem para a primeira chicane, quando Prost, por fora, tentava passar Senna, mas este defendeu-se. A corrida do francês acabara ali, e ele sentia que tinha sido colocado fora da corrida por ele. No final até ameaçou: "Se o apanhar de novo numa posição como esta, irem de certeza empurrá-lo". Senna respondeu para que "parasse de ser um queixinhas".

Com isto, parecia que iria ser uma dobradinha Williams, e foi. Mas o golpe final iria acontecer no inicio da última volta, quando... Senna ficou sem gasolina. Era a segunda vez consecutiva que tal acontecia, e ao contrário do que acontecera em Silverstone, ficava fora dos pontos. E o local onde deixou o carro era precisamente o mesmo sitio onde Alain Prost tinha perdido o controlo do seu carro. Com Mansell e Patrese no pódio, comemorando mais uma dobradinha para a Williams, Alesi era o terceiro no seu Ferrari. Nos restantes lugares pontuáveis ficavam Gerhard Berger e os Jordan de Andrea de Cesaris e Bertrand Gachot.

Fontes:

quarta-feira, 27 de julho de 2011

A Hispania sob nova gerência

O Autosport desta semana traz, entre outras coisas, uma noticia sobre o que está a ser a Hispania sob nova gerência. Segundo o jornalista Luis Vasconcelos, que assina este artigo, os velhos proprietários - José Ramon Carabante e Collin Kolles - já sairam ou estão prestes a sair de cena, pois a Thesan Capital pagou a parte que eles queriam, e novos elementos já chegaram, ou estão a chegar. E aliás, a partir de agora não se chama mais Hispania: é a HRT, nada mais. Eis o artigo na sua integra, com partes muitos interessantes para serem lidas:

A Thesan Capital, que adquiriu a HRT à familia Carabante no inicio deste mês, já iniciou o processo de modificação da estrutura da equipa. Se em Silverstone os antigos proprietários se tinham despedido da imprensa espanhola com a promessa de que continuariam a estar presentes nas corridas até ao final da temporada europeia, no Nurburgring a sua ausência foi notada, sendo-nos dito que já tinham abandonado por completo a estrutura da equipa.

Para além disso, Luis Perez-Sala foi apresentado como consultor da HRT, ficando encarregue da escolha dos pilotos, graças à sua experiência neste campo. Em dificuldades financeiras, a HRT colocou à disposição de todos os interessados um carro para os primeiros treinos livres dos Grandes Prémios que faltam disputar - contra um pagamento de 200 mil euros por sessão - mais ainda não recebeu uma proposta concreta nesse sentido. Mas as atenções estão já viradas para o próximo ano, pois tem a missão de garantir um piloto espanhol - [Dani] Clos, [Javi] Villa e [Roberto] Mehri são os nomes mais prováveis.

Ficanos ainda a saber que Alejandro Agag está envolvido na equipa, tendo sido quem representou a Thesan Capital nas conversações com Ecclestone, sempre necessárias quando uma equipa muda de mãos. Segundo fontes espanholas, Agag trás consigo Charles Pic, seu piloto na GP2, pois a sua familia vai investir na equipa, adquirindo uma parte importante do capital, o que permitirá à Thesan começar a recuperar o investimento feito no inicio de mês.

Vende-se: autódromo

O governo da Valónia, uma das metades da Bélgica, decidiu colocar o Autódromo de Spa-Francochamps à venda, isto vi eu hoje no blog do Joe Saward. Jean-Claude Marcourt, vice-presidente da região que também é ministro da Economia e de Novas Tecnologias, disse ao jornal local "La Derniére Heure" que uma oferta ao tradicional autódromo é bem vinda. "Estou aberto a qualquer iniciativa interessante, embora seja difícil falar hipoteticamente. Mas estou interessado, desde que o investidor privado assuma um risco financeiro substancial", afirmou.

E segundo a televisão belga RTBF, um dos potenciais compradores seria... a Genii. Bas Leinders, corredor local que participa no campeonato FIA GT, diz que há um grande investiro que estaria interessado na coisa, e como a Genii tem como sede o Luxemburgo, não muito longe da Spa-Francochamps, poderia ser uma hipótese. Mas Etiénne Davignon, o gestor do circuito de Spa, já negou isso numa entrevista a um jornal luxemburguês.

E francamente... acho que tem razão. com os problemas de Lopez em arranjar dinheiro para manter a funcionar a equipa que está em Enstone, e que em tempos foi a Renault, ter dinheiro para adquirir um autódromo que seja e arcar com os custos de manutenção e tentar fazer com que se mantenha a Formula 1 por lá, académicamente é improvável.

GP Memória - Alemanha 1986

Quinze dias depois do agitado GP britânico, em Brands Hatch, o pelotão da Formula 1 chegava ao circuito de Hockenheim para disputar o GP da Alemanha. Na Ligier, sem Jacques Laffite, a recuperar das fraturas em ambas as pernas, Guy Ligier resolveu contratar outro francês para a equipa, Philippe Alliot. Na Lotus, a equipa anunciava que a partir da temporada de 1987 iria ter motores Honda e que o novo companheiro de Ayrton Senna iria ser o japonês Satoru Nakajima, o primeiro do seu pais a fazer uma temporada completa na categoria máxima do automobilismo, depois dos exemplos pontuais nos anos 70.

Para além disso, a Arrows iria por fim estrear o seu modelo A9, com motor BMW, do qual o alemão Christian Danner e o belga Thierry Boutsen iriam ver se conseguiriam melhorar as suas performances nessa temporada, que estavam a ser pobres. E na McLaren, Keke Rosberg e Alain Prost iriam beneficiar da mais recente evolução do motor TAG-Porsche.

E as coisas correram-lhes bem na qualificação, com Rosberg a surpreender Alain Prost para ficar com a pole-position. O piloto francês não teve hipótese senão ficar com o segundo lugar, monopolizando a primeira fila para a McLaren. Ayrton Senna, no seu Lotus-Renault, era o terceiro, seguido do Benetton-BMW de Gerhard Berger. Nelson Piquet era o melhor dos Williams-Honda, no quinto lugar, seguido pelo seu companheiro de equipa Nigel Mansell. Riccardo Patrese era sétimo, no seu Brabham-BMW, na frente do Ligier-Renault de René Arnoux. A fechar o "top ten estavam dois italianos: o Benetton de Teo Fabi e o Ferrari de Michele Alboreto.

Rosberg, o "poleman" aproveitou a ocasição para fazer um anuncio algo surpreendente: que no final daquela temporada iria abandonar a Formula 1, após oito temporadas e um título de campeão mundial. E que nas provas que faltavam até ao fim, iria aproveitar o melhor que podia.

E foi o que fez na partida: manteve a liderança do Lotus de Ayrton Senna e do Benetton de Gerhard Berger, que foi depois ultrapassado pelo Williams de Nelson Piquet, que depois foi atrás de Senna até o passar. Mais atrás, o companheiro de Berger na Benetton, Teo Fabi, não foi mais além do que algumas centenas de metros, vitima de um embate com o Ferrari de Stefan Johansson. A tarde do italiano acaba ali, mas o sueco continua. A tarde da equipa anglo-italiana piorou quando Berger parou na quinta volta devido a problemas de motor. Prosseguiu adiante, mas iria acabar a duas voltas dos lideres.

Na frente, Piquet já era segundo e partia em perseguição de Rosberg. Na volta seis já estava no comando, mas essa rapidez explicava-se devido ao fato de estar com duas paragens, em vez da uma paragem que a concorrência tinha. Mais atrás, o seu companheiro Mansell estava a debater-se com o mau desempenho da direção dos seus Williams, e só se mantinha nos lugares pontuáveis porque o Ferrari de Michele Alboreto tivera um problema na transmissão e desistira.

Cedo Piquet foi às boxes e perdeu o primeiro posto para os McLaren, mas cedo os ultrapassou, e após a segunda paragem, os seus pneus estavam frescos o suficiente para ficar de novo com o primeiro lugar, e assim voar até à meta, no lugar mais alto do pódio, com o McLaren de Rosberg logo atrás. Mas o "golpe de teatro" estava reservado para a última volta, quando a gasolina terminou em quase todos os carros da frente. Primeiro, Piquet sacode o carro antes de chegar a meta, e o mesmo faz Senna nos metros anteriores à linha de chegada. Mas o pior aconteceu a Rosberg e Prost, com o piloto francês a ter de empurrar nos metros finais para ver se ainda cortavam a meta nos pontos...

No final, Piquet foi vitorioso e Senna foi o segundo. Mansell fechou o pódio, enquanto que René Arnoux foi quarto no seu Ligier. E a fechar os lugares pontuáveis ficaram os McLaren de Keke Rosberg e Alain Prost, que viram o pódio por um canudo, devido à gulodice dos seus motores TAG-Porsche Turbo...

Fontes:

terça-feira, 26 de julho de 2011

WRC: As expectativas dos portugueses sobre o Rali da Finlândia

Esta é a semana onde o WRC está de regresso com o Rali da Finlândia. E num dos ralis mais míticos da modalidade, estarão lá dois pilotos portugueses, cada um com o seu objetivo, cada um com expectativas sobre esta competição. Se Armindo Araújo está na fase de desenvolvimento do seu Mini Cooper WRC, em colaboração com a Prodrive, que aqui estará oficialmente com Dani Sordo e Guy Wilks, já Bernardo Sousa quer pontuar com o seu Ford Fiesta S2000 para o campeonato SWRC, do qual já venceu na Jordânia é um dos pilotos que está nos lugares cimeiros.

Para o piloto de Santo Tirso, a fase de adaptação está a ser dificil, dado que foi 12º na Sardenha e desistiu na Acrópole, logo, para a Finlândia preparou-se mais afincadamente do que o normal. E como Araújo nunca alinhou por lá nos tempos da Produção, este ano vai ser tudo novo para ele. Daí ter feito mais testes, ter contratado um novo engenheiro, Richard Thompson, e um "instrutor" local para que a sua adaptação aos rápidos troços finlandeses fosse a mais suave possível.

"Fizemos muitos quilómetros e desde o início dos testes até ao final senti uma grande melhoria no carro o que me foi criando uma confiança cada vez mais maior. O entrosamento com o Richard Thompson, o novo engenheiro, foi muito rápido e isso facilitou também o nosso trabalho", começou por dizer o piloto de Santo Tirso à Autosport portuguesa.

Quanto ao rali em si, tem consciência de que não espera uma tarefa fácil: "As especiais são extremamente rápidas, com muitos saltos e temos que escolher minuciosamente as trajetórias para não corrermos o risco de sair fora de estrada. Todos sabemos do elevado grau de exigência deste rali mas não é por isso que vamos deixar dar o nosso melhor", acrescenta.

E é por tudo isso que o piloto aponta como principais objetivos "aprender o mais possível neste tipo de prova e continuar o processo de desenvolvimento do MINI JCW WRC. Vamos fazer tudo para conseguir o melhor resultado possível e dignificar as cores que representamos. Estamos motivados como sempre estivemos e vamos esperar pelo inicio do rali para percebermos em que posição nos colocaremos em relação aos nossos adversários", concluiu.

Já para Bernardo Sousa, as coisas são diferentes. Atual terceiro classificado no SWRC nesta temporada, o piloto madeirense quer ver se consegue um lugar nos pontos para marcar presença na luta pelo título, embora as coisas sejam um pouco dificeis num traçado de terra com muitos saltos e curvas "cegas", que dificultam a tarefa dos pilotos, especialmente os estrangeiros.

"Este Rali da Finlândia é o maior desafio da época e sabemos que não poderemos aspirar a muito mais do que terminar o rali nos pontos, pois será muito difícil lutar por uma vitória no SWRC. Temos de trabalhar no sentido de minimizar a nossa desvantagem teórica por não conhecermos o rali, e aproveitar ao máximo o tempo de trabalho que ainda vamos ter até ao início do evento para estarmos o mais competitivos possível e não penalizarmos em demasia a nossa posição no SWRC, pois daqui para a frente vamos ter ralis onde estarei bem mais à vontade para andar a um ritmo que me permita lutar por mais vitórias.", começou a dizer o piloto que guia um Ford Fiesta S2000 neste campeonato.

"Para se ter uma ideia mais concreta das dificuldades na Finlândia, basta referir que nos testes realizados pelas três equipas oficiais que estão no mundial, todos tiveram saídas de estrada algo complicadas, pois aqui é muito fácil ter problemas quando se tenta andar nos limites, e neste rali em particular, temos de evitar qualquer contratempo que possa prejudicar o nosso objetivo de terminarmos a época do SWRC no pódio.", concluiu.

O Rali da Finlândia começa na tarde desta quinta-feira, dia 28, e prolonga-se até ao final do dia de sábado, contando com 22 classificativas num total de 314 quilómetros de percurso cronometrado.

Como não vivo do ar, peço a vossa generosidade

Alguns dias depois do meu aniversário, um dos meus seguidores no Twitter sugeriu-me que deveria colocar no blog um botão de "doador" que existe no PayPal. Como tenho conta no site - inativada, é certo - e depois de alguns dias a pensar no assunto, resolvi dar esse passo ontem à noite. Foi mais fácil do que pensava, mas provavelmente isto deve sofrer alguns ajustes nos próximas horas ou dias.

Agora que o botão está lá instalado, o que vos peço agora é que sejam genrosos. Não há um valor minimo, logo, podem dar o que quiserem, e até podem der frequentemente, mais do que uma vez. Se forem generosos e as coisas correrem bem, quem sabe posso ter a tão desejada almofada financeira para que este blog possa dar o "passo seguinte". Acho que seria fantástico da minha parte...

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Youtube Top Gear: Jeremy Clarkson num Formula 1



Isto consegui ver no programa de ontem á noite: Jeremy Clarkson num carro de Formula 1. Claro, não é um carro que andou nas pistas, é o "T125 Exos" que a Lotus construiu - a Lotus Cars, não o Team Lotus - para dar a sensação de conduzir um carro desses a clientes endinheirados.

E obviamente, por seiscentas mil libras, um desses clientes endinheirados pode marcar um "track day" numa pista qualquer que aparecerá um camião com treinador pessoal, cozinheiro e mecânicos. E como extra... Jean Alesi. Que curiosamente, nos seus 201 GP's que disputou, nenhum deles foi ao serviço da equipa de Norfolk!

Mas enfim, esta sequência vale a pena ser vista, porque ficamos uma ideia de como é que um Formula 1 se comporta e porque é que este carro está limitado a 10.500 rotações por minuto, por exemplo. A aceleração é... enfim, vejam o video.

Vimeo Top Gear: Mr.Bean num carro razoável

O Top Gear tem uma rubrica muito boa, que é colocar estrelas ou pessoas famosas num carro do dia-a-dia. Agora estão na fase do Kia Ce'ed, um carro que mais parece ter sido desehado em Orion do que na Coreia do Sul. E na semana que passou, tiveram uma pessoa que sinceramente, já esperava vê-lo há muito tempo por aquelas bandas: Rowan Atkinson, o Mr. Bean, Black Adder e agora, Johnny English.

A razão porque queria o ver por ali? Não só por ser um excelente comediante mas também por ser um "petrolhead". Tem imensos supercarros, incluindo um McLaren F1, um dos poucos que o mantêm após estes anos todos. E vê-lo por ali é algo absolutamente diferente do normal. E como seria de esperar, deu-se bem na pista...

P.S: descobri uma pessoa que coloca os videos dos episódios da série no Vimeo. Com um dia de atraso, sempre posso ver o que passam na BBC. Cool!

A capa do Autosport desta semana

A capa do Autosport desta semana tem a ver esencialmente com os eventos de Nurburgring e o duelo a três entre Lewis Hamilton, Mark Webber e Fernando Alonso, com a vitória a calhar ao piloto da McLaren. E é isso que se vê na capa da edição desta semana: "Vitória de Hamilton na corrida do ano".

Nos subtítulos, lê-se o relato dos acontecimentos no grande prémio alemão, desde a tal luta a três ("Luta até ao fim entre Hamilton, Alonso e Webber") o mau dia do atual lider do campeonato ("Erros de Vettel e baixa de forma da Red Bull") e a corrida em si ("GP emocionante com incidentes e ultrapassagens").

Na parte de cima da revista, fala.se sobre outros eventos do final de semana, como o Todo o terreno ("Filipe Campos vence prova da Taça do Mundo de TT") os GT's ("Parente vai estrear-se com o McLaren nas 24 Horas de Spa") e a antevisão do Rali da Finlândia no WRC ("Ford quer manter tradição de vitórias na Finlândia")

Jacques Villeneuve, Stock Car e o estado do automobilismo brasileiro

A noticia automobilística por estes dias no Brasil tem a ver com a Stock Car, que caso os portugueses queiram saber o que é, digamos que faz lembrar vagamente a NASCAR americana, com chassis tubulares de aço e uma capa de plástico a imitar um modelo de estrada. Pois bem, por lá uma uma competição que chama de "Corrida do Milhão", onde o vencedor recebe isso mesmo: um milhão de reais. Este ano, ela vai acontecer a 7 de agosto, no Autódromo de Interlagos.

Pois bem, os organizadores decidiram internacionalizar-se e convidaram Jacques Villeneuve para que participasse ao lado dos pilotos locais. E o canadiano, filho de Gilles e campeão do mundo em 1997, aceitou o convite. "Conheço bem Interlagos dos tempos da F1, e posso dizer que estou contente com esta participação. Gosto de corridas e um convite como este mexe com qualquer piloto.", referiu, em declarações captadas pela Autosport portuguesa.

O que vocês não sabem - mas eu soube - era que em caso de recusa, o plano B era convidar... Pedro Lamy, para participar na tal "Corrida do Milhão". E o que me contaram por lá era que a ideia dos organizadores de convidar um piloto estrangeiro para uma coisa destas é que a competição começa a perder interesse e patrocinadores devido as polémicas que aconteceram nos últimos meses, bem como o tratamento por vezes muito mal feito que a Rede Globo dá às transmissões, que deveriam sempre ser em direto, e não são. Para não falar dos acidentes mortais nos últimos meses, especialmente o de Gustavo Sondermann, que não tendo acontecido na categoria principal, o chassis que usava tem a mesma configuração dos Stock Car.

Com essas polémicas na ordem do dia, não é de admirar que os patrocinadores comecem a abandonar a competição. Isso, associado à queda de espectadores e de audiência, bem como as polémicas que acontecem entre pilotos, organizadores e a Confederação Brasileira de Automobilismo, chefiada por Cleyton Pinteiro, mostra que as coisas por Terras de Vera Cruz não andam muito boas. E claro, no Rio de Janeiro, chora-se a perda de Jacarépaguá, perdida a favor dos Jogos Olímpicos, que se realizarão em 2016, trocadas por promessas de um autódromo numa antiga base militar e que será desenhado, sabe-se lá quando. Falam em 2013, mas para lá chegar, só mesmo quem acredita que os homens não são corruptos.

Sendo este um pais em ascensão na cena internacional, e tendo dado três campeões do mundo e inúmeros bons pilotos para as várioas categorias espalhadas pelo mundo inteiro, bem poderiam atrair pilotos estrangeiros para fazer uma categoria que rivalizasse, por exemplo, com a Indy Car Racing. Mas para isso acontecer, a constituição de uma entidade totalmente independente, constituída por pilotos, equipas, organizadores de circuitos, separada de uma entidade federativa seria meio caminho andado para esse sucesso. É o que acontece nos Estados Unidos.

Mas pelo andar da carruagem, é preciso o automobilismo chegar ao seu "grau zero" para reagir. Andam todos à espera dessa bomba atómica, pelos vistos, porque ninguém a quer lançar. É pena, porque ainda acho que, visto de fora, o Brasil poderia dar um imenso contributo ao automobilismo internacional, para além de ser um exportador de talentos.

domingo, 24 de julho de 2011

Formula 1 2011 - Ronda 10, Alemanha (Corrida)

Nada mau, nada mau de todo. Não sei dizer se tem a ver com a chuva - que não apareceu, diga-se - se tem a ver como fato de ser em Nurburgring, ou são ambas as coisas, mas este domingo valeu a pena ter visto este GP da Alemanha. Pela primeira vez neste ano, Sebastien Vettel não foi o destaque e ficou fora do pódio. E os três primeiros lutaram pela vitória ao segundo. Até me pergunto se estarei mesmo em 2011 ou voltei sem querer para 2010...

Num dia que que as expectativas de chuva não se confirmaram, desde a partida que foi um jogo entre três: Fernando Alonso, Lewis Hamilton e Mark Webber. A corrida começou com Lewis Hamilton a conseguir superar Mark Webber para a liderança e Fernando alonso a superar Sebastien Vettel, mas um erro de Alonso fez com que Vettel ficasse com o tereiro lugar. Sem baixar os braços, o piloto da ferrari quis o terceiro posto e ficou com ele na oitava volta.

O duelo a três aconteceu realmente a partir daí. Chegaram a ter 1.6 segundos de diferença, e as mudanças de liderança aconteciam, especialmente depois das paragens nas boxes. Webber liderou - pela primeira vez esta temporada - Alonso também teve o seu dia, mas no final acabou por ser Hamilton, que esteve no seu grande dia. E depois da terceira paragem nas boxes- Hamilton na volta 50, Alonso e Webber na volta 56 - que tudo ficou decidido em termos de posições, apesar do australiano ter tentado aproximar-se dos dois, sem sucesso.

No final, Hamilton venceu pela segunda vez este ano, depois da China. Uma demonstração não só do seu poder e do seu potencial como piloto, mas também de que é capaz do pior e do melhor. hoje foi um dia muito bom, mas todos nós sabemos quais foram os seus dias maus. Basta ir a um Youtube qualquer e selecionar o nosso favorito... No caso de Alonso, já é o terceiro pódio consecutivo para o piloto das Asturias, mostrando que está a voltar - ou pelo menos luta para chegar aos lugares da frente - mas mais consistente ainda é Webber: é a quarta "medalha de bronze" consecutiva, quatro vezes no mesmo lugar.

E para além destes três pilotos, outros dois estiveram bem neste domingo em Nurburgring: Adrian Sutil e Kamui Kobayashi. Sutil pode ter "jogado em casa", mas foi com o seu Force India que conseguiu o seu melhor resultado do ano, o sexto posto. Arriscou ao fazer apenas duas paragens... e petiscou. Ficou na frente dos Mercedes de Nico Rosberg e Michael Schumacher e conseguiu capitalizar o seu sétimo lugar na qualificação. Quanto a Kamui Kobayashi, é o mito no seu melhor. Partiu de 17º, somente fez duas paragens e conseguiu acabar nos pontos, na nona posição, na frente de Vitaly Petrov.

E se houve boas performances, em claro contraste com esses bens desempenhos foi o mau desempenho de Jenson Button. Apagado, andou na beira dos pontos por muito tempo até que, na volta 42, teve um problema hidrulico e abandonou a prova. Foi um dos quatro que abandonou, como aconteceu a Rubens Barrichello, Nick Heidfeld, que foi vitima de um acidente envolvendo-o com Sebastien Buemi, e Vitantonio Liuzzi. Também poderia incluir neste saco Sebastien Vettel, mas o fato de ter conseguido passar Felipe Massa na sua luta pelo quarto posto fez com que amainasse esse seu mau fim de semana, onde pela primeira vez este ano, ficou fora do pódio e nada conquistou.

Para finalizar, os estreantes. Karun Chandhok conseguiu terminar a sua corrida, mas o interessante é que foi o último classificado, a quatro voltas do vencedor e atrás de Daniel Ricciardo, o piloto australiano da Hispania, na sua segunda corrida da carreira na categoria máxima do automobilismo. Não vou tão londe em dizer que foi pior a emenda do que o soneto, mas direi que um ano fora de de um carro de Formula 1, sem testes, não é fácil de todo.

Em suma: foi uma tarde para recordar este ano. Agora há mais no Hungaroring, dentro de sete dias. Esperemos que esta tendência continue.