quinta-feira, 28 de julho de 2011

GP Memória - Alemanha 1991

Quinze dias depois de Silverstone, a Formula 1 chegava a Hockenheim para disputar o GP de uma Alemanha em mudança, dado que em pouco tempo, tinha visto o Muro de Berlim a ser derrubado e que as duas partes, a ocidental e a oriental, tinham-se reunificado, para gaudio deles mesmos, e os temores de uma certa Europa.

Em termos de pelotão, a grande mudança era que Johnny Herbert estava ausente devido aos seus compromissos com a Formula 3000 japonesa, logo, o seu lugar iria ser ocupado por um piloto pagante. O escolhido tinha sido um local, Michael Bartels, que tinha passado pela Formula 3 local, o DTM e pela Formula 3000, sem grandes resultados. E na altura, Bartels era também conhecido pela sua namorada, uma tenista que dava o nome de Stefi Graf... mas numa Lotus a bater no fundo, aliado com o seu "talento", eram poucas as hipóteses de Bartels dar nas vistas.

Ayrton Senna chegava a Hockenheim depois de um dos maiores sustos da sua vida. Poucos dias antes, durante uns testes na mesma pista, o seu carro voou mais de cinco metros e caiu nas suas quatro rodas. Felizmente, tudo não passou de um susto. Outro azarado, mas de outra forma, tinha sido o francês Eric Comas, no seu Ligier-Lamborghini, que na sessão de qualificação de sábado, tinha batido forte nos pneus de proteção na segunda chicane, a Ostkurwe. Felizmente nada sofreu e conseguira a qualificação.

A pré-qualificação recebia inquilinos novos. Depois de a Lamborghini, Dallara e Jordan receberem o direito de ficarem na qualificação, a AGS, Arrows e Brabham eram rebaixados para o "inferno" das pré-qualificações. E aí qualificaram-se os Brabham-Yamaha de Martin Brundle e de Mark Blundell, o AGS de Gabriele Tarquini e o Arrows de Michele Alboreto. O seu companheiro Alex Caffi, que estava de volta depois de três Grandes Prémios de ausência devido a um acidente, estava de fora.

Na qualificação, o melhor tinha sido Nigel Mansell, com Ayrton Senna a seu lado. Na segunda fila estavam o McLaren de Gerhard Berger, seguido pelo segundo Williams de Riccardo Patrese. A terceira fila era território da Ferrari, com Alain Prost a ser melhor do que Jean Alesi, enquanto que na quarta estavam o Jordan de Andrea de Cesaris e o Benetton de Nelson Piquet. A fechar o "top ten" estavam o segundo Benetton de Roberto Moreno e o Minardi-Ferrari de Pierluigi Martini.

Os quatro "azarados" dessa qualificação, e que em "recompensa" iriam ver a corrida da bancada tinham sido o "herói local" Michael Bartels, no seu Lotus, o AGS de Tarquini, o Arrows de Alboreto e o Lambo-Lamborghini de Eric Van de Poele.

E durante o final de semana, na Tyrrell, durante o final de semana, o velho Satoru Nakajima, então com 38 anos e que tinha colocado o Japão no mapa da Formula 1, anunciava que no final daquela temporada iria embora da categoria máxima do automobilismo, com alguma tristeza por parte dos seus muitos admiradores no seu país natal... e no resto do mundo.

Na partida, Nigel Mansell teve uma partida-canhão e distancia-se de Senna, que era superado por Berger na aceleração para a primeira curva. Atrás deles estavam os Ferrari de Prost e Alesi, bem como o segundo Williams de Patrese. O italiano passou Alesi pouco depois, enquanto que Senna e Prost começavam a batalhar pelo terceiro posto. Contudo, essa batalha passou a ser pelo segundo lugar, quando Berger parou cedo devido a problemas com os seus pneus. A luta entre Senna e Prost, com Patrese a vê-los à distância, com Mansell a afastar-se cada vez mais, sem ser incomodado no seu caminho para a vitória.

Na volta 17, Senna e Prost param para trocar de pneus, mas nada se alterou, e pouco depois os williams fizeram a mesma coisa. Quem decidiu que iria fazer a corrida sem trocar de pneus tinha sido Alesi, que o colocou na liderança por breves instantes, pois Mansell passou-o pouco depois, a camionho da vitória. Mais atrás, Senna e Prost mantinham a batalha, mas desta vez, o jogo de pneus de Patrese era melhor e passou os dois para ficar com a segunda posição, embora já fosse tarde para apanhar Mansell.

A cinco voltas do fim, o duelo acaba inesperadamente na travagem para a primeira chicane, quando Prost, por fora, tentava passar Senna, mas este defendeu-se. A corrida do francês acabara ali, e ele sentia que tinha sido colocado fora da corrida por ele. No final até ameaçou: "Se o apanhar de novo numa posição como esta, irem de certeza empurrá-lo". Senna respondeu para que "parasse de ser um queixinhas".

Com isto, parecia que iria ser uma dobradinha Williams, e foi. Mas o golpe final iria acontecer no inicio da última volta, quando... Senna ficou sem gasolina. Era a segunda vez consecutiva que tal acontecia, e ao contrário do que acontecera em Silverstone, ficava fora dos pontos. E o local onde deixou o carro era precisamente o mesmo sitio onde Alain Prost tinha perdido o controlo do seu carro. Com Mansell e Patrese no pódio, comemorando mais uma dobradinha para a Williams, Alesi era o terceiro no seu Ferrari. Nos restantes lugares pontuáveis ficavam Gerhard Berger e os Jordan de Andrea de Cesaris e Bertrand Gachot.

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