Esta é a semana onde o WRC está de regresso com o Rali da Finlândia. E num dos ralis mais míticos da modalidade, estarão lá dois pilotos portugueses, cada um com o seu objetivo, cada um com expectativas sobre esta competição. Se Armindo Araújo está na fase de desenvolvimento do seu Mini Cooper WRC, em colaboração com a Prodrive, que aqui estará oficialmente com Dani Sordo e Guy Wilks, já Bernardo Sousa quer pontuar com o seu Ford Fiesta S2000 para o campeonato SWRC, do qual já venceu na Jordânia é um dos pilotos que está nos lugares cimeiros.
Para o piloto de Santo Tirso, a fase de adaptação está a ser dificil, dado que foi 12º na Sardenha e desistiu na Acrópole, logo, para a Finlândia preparou-se mais afincadamente do que o normal. E como Araújo nunca alinhou por lá nos tempos da Produção, este ano vai ser tudo novo para ele. Daí ter feito mais testes, ter contratado um novo engenheiro, Richard Thompson, e um "instrutor" local para que a sua adaptação aos rápidos troços finlandeses fosse a mais suave possível.
"Fizemos muitos quilómetros e desde o início dos testes até ao final senti uma grande melhoria no carro o que me foi criando uma confiança cada vez mais maior. O entrosamento com o Richard Thompson, o novo engenheiro, foi muito rápido e isso facilitou também o nosso trabalho", começou por dizer o piloto de Santo Tirso à Autosport portuguesa.
Quanto ao rali em si, tem consciência de que não espera uma tarefa fácil: "As especiais são extremamente rápidas, com muitos saltos e temos que escolher minuciosamente as trajetórias para não corrermos o risco de sair fora de estrada. Todos sabemos do elevado grau de exigência deste rali mas não é por isso que vamos deixar dar o nosso melhor", acrescenta.
E é por tudo isso que o piloto aponta como principais objetivos "aprender o mais possível neste tipo de prova e continuar o processo de desenvolvimento do MINI JCW WRC. Vamos fazer tudo para conseguir o melhor resultado possível e dignificar as cores que representamos. Estamos motivados como sempre estivemos e vamos esperar pelo inicio do rali para percebermos em que posição nos colocaremos em relação aos nossos adversários", concluiu.
Já para Bernardo Sousa, as coisas são diferentes. Atual terceiro classificado no SWRC nesta temporada, o piloto madeirense quer ver se consegue um lugar nos pontos para marcar presença na luta pelo título, embora as coisas sejam um pouco dificeis num traçado de terra com muitos saltos e curvas "cegas", que dificultam a tarefa dos pilotos, especialmente os estrangeiros.
"Este Rali da Finlândia é o maior desafio da época e sabemos que não poderemos aspirar a muito mais do que terminar o rali nos pontos, pois será muito difícil lutar por uma vitória no SWRC. Temos de trabalhar no sentido de minimizar a nossa desvantagem teórica por não conhecermos o rali, e aproveitar ao máximo o tempo de trabalho que ainda vamos ter até ao início do evento para estarmos o mais competitivos possível e não penalizarmos em demasia a nossa posição no SWRC, pois daqui para a frente vamos ter ralis onde estarei bem mais à vontade para andar a um ritmo que me permita lutar por mais vitórias.", começou a dizer o piloto que guia um Ford Fiesta S2000 neste campeonato.
"Para se ter uma ideia mais concreta das dificuldades na Finlândia, basta referir que nos testes realizados pelas três equipas oficiais que estão no mundial, todos tiveram saídas de estrada algo complicadas, pois aqui é muito fácil ter problemas quando se tenta andar nos limites, e neste rali em particular, temos de evitar qualquer contratempo que possa prejudicar o nosso objetivo de terminarmos a época do SWRC no pódio.", concluiu.
O Rali da Finlândia começa na tarde desta quinta-feira, dia 28, e prolonga-se até ao final do dia de sábado, contando com 22 classificativas num total de 314 quilómetros de percurso cronometrado.
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