sábado, 9 de março de 2019

WRC 2019 - Rali do México (Dia 1)

Sebastien Ogier é o primeiro líder de um Rali do México que está a ser extenso e polémico. No final das primeira nove especiais de classificação, o francês da Citroen têm um avanço de 14,8 segundos sobre Elfyn Evans e 21,1 sobre Kris Meeke, no seu Toyota.

Contudo, as coisas não começaram lá muito bem. Na quinta-feira à noite, madrugada de sexta-feira, houve a Super-Especial de Leon, houve polémica por causa de um salto mal dado por Esapekka Lappi, que danificou uma das rampas e obrigou ao cancelamento do resto da especial, deixando de fora pilotos como Sebastien Ogier ou Thierry Neuville.

Lappi foi critico na apreciação. "Eu realmente não esperava este tipo de salto e nem sequer ia muito depressa”. Outro piloto, não identificado pelo Motorsport.com, também mostrou o seu desagrado: “Isto é uma loucura. Quando é que isto para? Porque precisamos destes saltos estúpidos e perigosos? Este é um grande troço, um dos melhores em termos de ambiente para os adeptos, é fantástico. Por que precisamos torná-lo ainda mais emocionante? Não precisamos! Agora é tudo sobre saltos? Quando é que a FIA para com isto? É estúpido e é perigoso.” disse. 

E foi com isso que os pilotos foram para a estrada, para as longas classificativas mexicanas. Na primeira passagem por El Chocolate, Anderas Mikkelsen foi o melhor, conseguindo quase três segundos de vantagem sobre Sebastien Ogier, com Dani Sordo em terceiro, a quatro segundos. Teemu Suninen foi a primeira baixa do dia, ao bater com o seu Ford, enquanto Tiherry Neuville perdeu 44,6 segundos depois de quase ter saído de estrada.

 "Aconteceu a cerca de 5 quilómetros. Nós quase saímos de estrada. Tentei evitar as pedras que Tanak estava a colocar na estrada. Nós batemos numa pedra e isso deve ter feito isso. Eu não pude evitá-la", disse o belga da Hyundai.

Na terceira especial, Ogier foi o mais veloz, 0,5 segundos na frente de Dani Sordo, e agora os tres primeiros tinham uma diferença de 2,5 segundos, demonstrando que apesar das enormes classificativas, o equilíbrio estava presente. No final da manhã, com mais uma passagem por Leon, Mikkelsen foi melhor que Sordo em 0,4 segundos, e na liderança, o norueguês tinha um avanço de 1,6 segundos sobre Ogier.

Na parte da tarde, que começava pelas segundas passagens pelas especiais da manhã, Ogier aproveitou a segunda passagem por El Chocolate para vencer, 0,8 segundos na frente de Dani Sordo, e 2,3 segundos sobre Elfyn Evans. Ogier continuou a andar na frente na segunda passagem por Ortega, 2,9 segundos na frente de Sordo e 4,4 na frente do Toyota de Kris Meeke. 

Em Las Minas, Tanak foi o melhor numa especial marcada pelos problemas sofridos por Dani Sordo. O espanhol ficou parado na ligação com um problema elétrico, numa especial onde Ogier perdeu 6,6 segundos devido a um furo, permitindo a aproximação de Elfyn Evans, que agora estava a 10,9 segundos. Kris Meeke era terceiro, a 18,7.

A parte final do dia foi uma dupla passagem pela classificativa especial de Leon. Na primeira passagem, Ogier foi o melhor, na segunda, quem brilhou foi Tanak, empatado com Neuville.

Depois dos três primeiros, Ott Tanak segue em quarto, no seu Toyota, a 37,7 segundos, assediado pelo Citroen de Esapekka Lappi. Thierry Neuville era o sxto, a um minuto e sete décimos, na frente do boliviano Marcio Bulacia Wilkinson, no seu Skoda Fabia R5 e o melhor dos WRC2, na frente do local Benito Guerra Jr. O chileno Alberto Heller era o novo, a seis minutos e 31,5 segundos, na frente de Ricardo Triviño.

O rali do México prossegue neste sábado, com mais nove especiais.

sexta-feira, 8 de março de 2019

Voltamos a roçar o risco

Quando comecei a ver ralis, nos já distantes anos 80 dos século XX, apanhei em cheio os carros do Grupo B. Audi Quattro, Peugeot 2015 Ti16, Ford RS200, Lancia 037, Lancia Delta S4... todos esses carros e mais alguns, eram monstros cuja relação peso-potência era baixo. Os espectadores apinhavam as estradas para vê-los a passar, por vezes a mais de 200 km/hora, em estreitos corredores dos quais, muitas das vezes, os pilotos fingiam que não eram pessoas, e os navegadores não os viam. Evidentemente, um dia, foi demais. Joaquim Santos bateu contra espectadores na classificativa da Lagoa Azul, e dois meses depois, Henri Toivonen, cansado, não fez a curva e caiu ribanceira abaixo, para a sua morte, e a do seu navegador, Sergio Cresto.

Os Grupo B acabaram e passamos para os Grupo A, para domar os carros e disciplinar os espectadores. Mas trinta anos se passaram e descobrimos que os carros começam a ser cada vez mais potentes, tão ou mais potentes que esses carros que ficaram na memória de toda uma geração de petrolheads". Se para alguns, até pode ser boa noticia, eu também vejo a parte má.

Isso voltou à mente quando soube esta noite que houve confusão na especial de abertura do Rali do México, em Leon. O rali mexicano esteve recentemente nas bocas do mundo por ser uma prova... escassa - apenas 23 pilotos inscritos, o quarto mais baixo da história - e na noite de quinta-feira, madrugada desta sexta-feira, durante essa especial, o finlandês Esapekka Lappi, a bordo do seu Citroen oficial, exagerou num salto que foi mal instalado e mal soldado, e teve dificuldades em controlar o carro, evitando por muito pouco mergulhar nos espectadores, como aconteceu há quase 33 anos com Santos, na Lagoa Azul.

"Eu realmente não esperava este tipo de salto e nem sequer ia muito depressa”. Foi o que disse Esapekka Lappi no final da sua passagem pela super especial de abertura do Rali do México. Por aqui se percebe que as equipas menosprezaram o salto que a rampa proporcionava. Resultado final? Cancelamento imediato da especial, o que levou a que Ott Tanak, Thierry Neuville e Sébastien Ogier não realizassem o troço.

Em declarações ao Motorsport.com, no final dessa especial, um dos pilotos mostrou o seu desagrado: “Isto é uma loucura. Quando é que isto para? Porque precisamos destes saltos estúpidos e perigosos? Este é um grande troço, um dos melhores em termos de ambiente para os adeptos, é fantástico. Por que precisamos torná-lo ainda mais emocionante? Não precisamos! Agora é tudo sobre saltos? Quando é que a FIA para com isto? É estúpido e é perigoso.” disse esse piloto, que pediu para não ser identificado pelo site.

E não ficou por aqui. Na terceira especial do rali, esta cena apareceu nos ecrãs de quem assistia. Claro, a prova ainda está nem a meio, mas foi por causa destes incidentes que em 2016, o Rali da Polónia saiu do calendário...

A ideia de parecer voltar a 1986 não me agrada, porque vivi esse tempo. E lembro-me sempre do pânico que foi com todos aqueles acidentes e a enorme campanha de sensibilização para os perigos de espera perto dos carros de ralis. Só que agora, temos outros tipos de perigo: os que vão para a beira da curva, com o seu GoPro e querem filmar tão em cima dos carros que... se não deitam no meio da especial, andam lá perto. Vi uma pessoa há umas semanas em Fafe, e lembrei-me do incidente que em 2017 matou um espectador em Monte Carlo, depois do acidente sofrido pelo neozelandês Hayden Paddon.

De facto, o automobilismo é uma coisa fabulosa, e entendo que desejem ver os carros cada vez mais velozes, mas não se pode perder o pé. Tem de se saber que há uma fina linha entre a velocidade e a inconsistência. E é melhor que a FIA corrija alguns tiros, pois caso contrário, ainda iremos lamentar algo muito grave.

A imagem do dia

Michele Mouton e Fabrizia Pons, sua navegadora, comemorando no pódio a sua vitória no Rali da Acrópole de 1982. São poucas as mulheres no automobilismo, e há categorias que respeitam mais as mulheres que outras, quando vêm que têm talento. E quando têm uma chance para brilhar... brilham. É interessante saber que a Formula E já acolheu mulheres como Katherine Legge e Simona de Silvestro, quando a Formula 1 acolheu pela última vez uma mulher-piloto em 1992.

Mas hoje quero lembrar de Michele Mouton, se calhar uma das mais bem sucedidas mulheres no automobilismo. Vencedora de quatro provas do WRC, vice-campeã do mundo de 1982, vencendo nesse ano três ralis: Portugal, Grécia e Brasil. Nenhuma delas considerada das mais fáceis do mundo. Hoje em dia, aos 67 anos, Mouton é respeitadissima, especialmente por ter andado em carros do Grupo B, desde o Audi Quattro ao Peugeot 2015 Ti16, o carro onde andava quando fez o seu último rali, o da Córsega, em 1986.

Mas no seu tempo de corredora, não havia esse respeito. Nascida em Nice a 23 de junho de 1951, filha de um jardineiro, chamavam-na de "vulcão negro" devido ao seu temperamento. Começou a guiar aos 14 anos no Citroen 2 CV do seu pai, e cedo meteu-se no automobilismo, o meio mais masculino possível, onde as mulheres pouco passavam de... objetos. Andou primeiro num Alpine, onde deu uns pulos nas pistas. Em 1975, ao lado de mais duas mulheres - Christine Dacremont e Marianne Hoepfner - venceu na categoria de dois litros nas 24 Horas de Le Mans... e não foram as mulheres mais bem classificadas!

Dedicou-se aos ralis, primeiro num Alpine, depois num Fiat, com o 131 Abarth, até ir para a Audi, que tinha o seu modelo Quattro, com quatro rodas motrizes, bem mais eficazes e menos espectaculares que as duas rodas motrizes. O seu primeiro resultado de relevo foi no Rali de Portugal de 1981, onde foi quarta classificada, mas em Sanremo, mais tarde no ano, chocou toda a gente ao ser a vencedora. A primeira mulher a vencer na história do Mundial WRC.

Mas ninguém queria acreditar. Ari Vatanen, antes desse rali, tinha até dito: "Estou confiante, nunca perdi, nem perderei, contra uma mulher".

Em 2008, Mouton, numa entrevista para a Rallysport Magazine, lembrou-se dessa vitória, absolutamente inesperada e chocante para o "establishment" de então.

"Eu me lembro não apenas porque foi uma vitória, mas também porque foi uma grande luta até ao último dia. Fabrizia [a italiana Fabrizia Pons, sua nevagadora] me lembrou na outra noite que tínhamos um problema com as pastilhas de travão, então perdemos muito tempo. Terminamos a um dia para o final, 32 segundos na frente de Ari Vatanen. Nós dirigimos para a última especial, [que seria] de noite. Voltamos para o hotel e eu não consegui dormir, quatro horas pela frente e sem dormir. Então chego ao inicio da etapa, tem cerca de 42 km de comprimento, olho para Fabrizia e disse: 'Tudo bem, esquecemos tudo e fingimos que estamos de novo na primeira especial do rali, porque um de nós vai perder'. E assim, Ari bateu numa pedra e nós vencemos o rali."

Mas a sua grande temporada foi a de 1982. O Audi Quattro era o carro a bater, contra os cada vez mais obsoletos Ford Escort RS2000 e os Opel Ascona 400 ou os Talbot Lotus. Bateu forte em Monte Carlo, mas depois voltou a vencer em Portugal, na Grécia e no Brasil. Depois de um quarto lugar em Sanremo, o WRC partia para a Costa do Marfim, onde lutava com Walter Rohrl pelo título. Foi um rali difícil: cinco mil quilómetros de extensão, ao longo de cinco dias, as temperaturas andavam constantemente nos 30ºC e cem por cento de humidade, as estradas eram difíceis, e ainda antes da prova, teve a noticia de que o seu pai - e seu primeiro fã - tinha sucumbido a um cancro.

O rali foi uma luta entre Rohrl, Mouton e o finlandês Hannu Mikkola. As temperaturas dentro do carro chegavam "a uns meros" 70º Celsius, do qual só os mais fortes sobreviviam. No final do dia, ela era terceira, e era mais que suficiente para ser campeã, mesmo se o alemão vencesse. A meio do rali, tinha uma vantagem de 25 minutos sobre o alemão, mas problemas na sua transmissão fizeram que essa diferença diminuísse para dezoito minutos. A 700 quilómetros da meta, Mouton cometeu um erro e capotou. Totalmente danificado, a francesa tentou andar adiante, mas tiudo acabou cinco quilómetros depois.

Rohrl venceu o rali e acabou por ser o campeão. E sentia-se aliviado, pois perder o título ter-lhe-ia sido cruel. "Teria aceite a derrota perante Mikkola, mas não perante Mouton. Não porque duvide das suas capacidades como piloto, mas porque é mulher". No final do ano, foi vice-campeã e eleita como a Piloto do Ano pela Autosport britânica.

Mouton retirou-se em 1986, depois de acabar com o Grupo B, fundou a Corrida dos Campeões e agora é comissária da FIA, procurando por novos talentos femininos no automobilismo. Mas neste Dia Internacional da Mulher, bom saber que este desporto, um dos mais masculinos - e mais machistas - teve já mulheres que andaram ao lado de homens e os ganharam. 

Youtube Formula 1 Videoclip: The Chemical Brothers, "We'Ve Got To Try"


Gosto dos The Chemical Brothers. Tenho no meio da minha negligenciada pilha de discos o "Come With Us", de 2002, que voltei a ouvir no ano passado, usando-o como inspiração para escrever um livro do qual espero publicar no futuro. Já não ouvia nada deles há algum tempo, embora saiba que andaram a fazer coisas ultimamente.

Contudo, esta semana, quem anda atento ao Youtube, viu uma coisa engraçada com quatro segundos, em que passa um carro de Formula 1, faz barulho e tem um cão com capacete. Achei tudo muito intrigante, mas esta sexta-feira, descobri o que era. 

Eis o resultado. Mesmo que não sejam muito fãs, ao menos oiçam uma vez, não é? Acho o videoclip interessante.

quinta-feira, 7 de março de 2019

CPR: Paulo Meireles vai fazer quatro provas

Irmão de Pedro Meireles, que vai fazer o campeonato com um Volkswagen Polo R5, Paulo Meireles irá disputar quatro provas do CPR a bordo do seu Hyundai i20 R5. Depois de ter disputado o Serras de Fafe, onde terminou na 11ª posição da geral, ele ja disse quais serão as provas que fará para o resto da temporada.

"O próximo rali será Mortágua, mas tenho previsto fazer o Rali de Baião e o Rali Vidreiro", afirmou. Para o piloto de Guimarães, o Hyundai i20 R5 preparado pela Racing4You, e navegado por Marcos Gonçalves, tal como já tinha acontecido em 2018, revelou que o bólido "não é um carro fácil, sobretudo na terra, No ano passado em asfalto não me pareceu tão difícil como na terra. Neste tipo de piso o carro requer muito trabalho, e para isso é necessário dinheiro e tempo.", concluiu.

O Rali de Mortágua está previsto para acontecer no principio de abril, duas semanas depois da realização do Rali dos Açores, a segunda prova do calendário e também a prova de abertura do Europeu de ralis. Os outros dois ralis, que fazem parte da temporada de asfalto, acontecerão respectivamente em setembro e outubro. 

Formula E: Felix da Costa quer continuar com os bons resultados em Hong Kong

Em fim de semana da quinta etapa da Formula E, e a primeira em terras asiáticas, em Hong Kong, para aquela que vai ser a 50ª corrida da história da competição elétrica, António Félix da Costa está apostado em continuar a onda de bons resultados, ao volante do monolugar da BMW I Andretti Motorsport. O piloto de Cascais, atual segundo classificado da competição, pretende continuar a marcar bons pontos, pois a regularidade é sem dúvida a chave deste campeonato bem competitivo.

"Apesar do excelente resultado na corrida do México, a equipa identificou algumas áreas a trabalhar e nesse sentido acredito que vamos estar mais coesos ainda aqui em Hong Kong. Temos como sempre a lição bem estudada, agora é garantir que não cometemos erros e estou certo que temos as armas para ser bem sucedidos este fim-de-semana aqui em Hong Kong. Quero sobretudo marcar bons pontos, já se percebeu que a regularidade é a chave deste campeonato, portanto como fiz no México, sem correr riscos e maximizar ao máximo o resultado para trazer bons pontos para casa e continuarmos nos lugares da frente do campeonato.", comentou.

Um circuito pequeno, com 1860 metros e dez curvas, conta como pano de fundo local sítios como o International Finance Centre, o Hong Kong Observation Wheel e o Hong Kong City Hall, edificios importantes na paisagem da cidade-estado asiática, às portas da China Continental.

Ao contrário do normal, a corrida será disputada Domingo pelas oito da manhã, com os habituais 45 minutos mais uma volta de duração.

Youtube Formula 1 Presentation: A Formula 1 nas ruas de Lisboa

A Eleven Sports tornou-se este ano no detentor dos direitos televisivos da Formula 1 em terras portuguesas, e então decidiu aproveitar a terça-feira de Carnaval para fazer uma ação nas ruas de Lisboa.

Este foi o resultado. 

A partida de Paddy Lowe

Um mal nunca vem só? Provavelmente. Mas se o FW42 teve todos estes problemas do qual tenho andado a falar nas últimas semanas e do qual tentou corrigir com Robert Kubica e George Russell ao volante, ontem à noite surgiu a noticia de que Paddy Lowe, projetista dos últimos carros da marca de Grove, decidiu afastar-se da gerência da Williams. Não é um despedimento - Lowe é acionista de cinco por cento da equipa, diga-se de propósito. Apesar de afirmar que o caro é fiável, e é melhor que o modelo anterior, a sua partida poderá representar um reconhecimento de derrota.

Todos reconhecem que as coisas na Williams andam... mal. Quando um dos pilotos diz que "conhece apenas 20 por cento do que deveria saber antes de chegar a Melbourne" (Robert Kubica), e isso só por si não é bom sinal. Apesar de tudo, Paddy Lowe ainda disse, no final dos testes coletivos que o principal objetivo era “projetar e implementar um processo dentro da nossa engenharia que tornasse os carros com melhores propriedades e depois entregasse essas melhores propriedades, o que é um bom passo para nós e uma base muito melhor para avançar um passo acima". Contudo, mesmo que o tenha feito, esta partida não é propriamente um sinal de vitória...

É que a partida de Lowe - que muitos afirmam ter sido uma aposta falhada - acontece a pouco mais de duas semanas do inicio do campeonato, deixando a Williams sem um projetista, porque já tem de se preparar para o carro de 2020. Mas as coisas vão um pouco mais profundas. A contestação vai mais além, fala-se de Claire Williams, a filha do patrão. É verdade que ela não tem tido grandes resultados desde que está no dia-a-dia da equipa, após o afastamento do fundador, que tem 76 anos e está muito debilitado. E para além disso, a perda de alguns patrocinadores, e os seus substitutos não terem o mesmo peso que os anteriores, não ajuda muito.

Claro, Lowe pode regressar - é um afastamento, não um despedimento, volta-se a referir - mas há quem veja tudo isto com o sinal de desaparecimento, como tiveram Lotus ou Tyrrell. Não seria um bom sinal o desaparecimento de uma equipa com sete títulos de Construtores, especialmente por parte de alguém que lutou durante anos a fio para alcançar o sucesso - a persistência de Williams em permanecer na Formula 1 ao longo dos anos 70 é lendária - mas também seria o sinal de que a categoria máxima do automobilismo tem uma tendência autofáfgica. O que não é um bom sinal.

Veremos o que acontecerá a partir de Melbourne. As expectativas estão baixas, e a ideia de um novo "ano zero" é real. E se calhar a Williams sobreviverá a mais este ano. É uma equipa de persistentes.

quarta-feira, 6 de março de 2019

Formula E: Porsche fez o seu primeiro teste

A Porsche aproveitou a terça-feira de Carnaval para rodar pela primeira vez com o seu carro de Formula E para a temporada 2019-20. Com Neel Jani ao volante, o carro deu as suas primeiras voltas em Weissach, a pista de testes da marca, preparando-se para a entrada da marca alemã na competição de carros elétricos, no ano em que vai divulgar o seu primeiro carro de estrada, o Taycan.

No final do teste, o piloto suíço disse de sua justiça: "Estou muito orgulhoso por estar no volante da primeira vez que o nosso carro de Fórmula E foi conduzido. Ter permissão para o conduzir no lançamento não é apenas uma grande honra, também é muito emocionante. Estamos abrindo novos caminhos. Foi uma sensação fantástica para mim. Todos sentem isso: o projeto está realmente ganhando impulso agora", continuou.

"Não conseguimos chegar ao limite durante este teste, mas a transmissão do carro causou uma ótima primeira impressão geral. Eu não posso esperar para voltar a testar”, concluiu.

O vice-presidente da Porsche Motorsport, Fritz Enzinger, agradeceu a todos os que ajudaram no desenvolvimento do carro: “Muito obrigado a todos que colocaram seu coração e alma na construção da unidade de potência do carro nos últimos meses e tornaram possível esse lançamento bem-sucedido."

Ainda temos muito trabalho a fazer no caminho para a nossa entrada na Fórmula E, mas um importante passo inicial foi dado. Agora estaremos totalmente focados enquanto continuamos a nos familiarizar com os desafios específicos da Fórmula E.", concluiu.

Enquanto a Porsche se prepara para competir mais adiante no ano, a Formula E volta à ação em Hong Kong, para a quinta corrida do campeonato.

Youtube Formula E Ad: Um duelo... em carros de controle remoto


A Formula E vai em Hong Kong fazer a sua 50ª corrida da sua história. E que melhor do que colocar este anuncio onde dois carros de controle remoto andam pelas ruas de uma cidade europeia competindo umas contra as outras. 

Mais sarilhos para a Williams

Que a Williams anda em maus lençóis este ano, toda a gente já tem uma ideia disso. O ultimo lugar parece ser o destino, depois de um atraso na estreia do novo carro, o FW42, e de provavelmente existirem problemas no "downforce" desse carro. Acresce a isso problemas internos com Paddy Lowe e Claire Williams, e parece que Robert Kubica e George Russel arriscam a passar um mau bocado em 2019.

Contudo, como se costuma dizer que "um mal nunca vem só", poderá haver mais. Segundo conta esta terça-feira o site Motorsport Itália, a Comissão Técnica da FIA considerou ilegais os espelhos retrovisores e o sistema de suspensão dianteira do FW42, e exige que a equipa faça as modificações adequadas até o GP da Austrália, dentro de duas semanas e meia.

As equipas rivais reclamaram dos espelhos - bem radicais, quando os apresentaram na primeira semana  - e disseram logo à FIA que esses espelhos estariam sendo usados para a obtenção de ganhos aerodinâmicos. A peça era dividida em três, mas só o do meio funcionava na prática. A equipa resolveu trocá-los na segunda semana para um conjunto mais condizente aos regulamentos, mas houve mais, quando se descobriu que o sistema de suspensão dianteira estaria a ser servindo como um elemento aerodinâmico, direcionando o ar diretamente para as aletas nas laterais do carro vulgo "bargerboards".

Resultado final: essa parte terá de ser modificada para que fique de acordo com os regulamentos, e antes de correrem em Melbourne. 

Contudo, Paddy Lowe está esperançado com o carro, especialmente depois daquilo que Robert Kubica disse acerca dele, pois o polaco afirmou ser "um passo adiante".

"Robert, em particular, tem muita experiência com o carro do ano passado, em comparação com George, que só teve uma breve corrida e Robert dirigiu muito o carro antigo [Barcelona] no ano passado", começou por dizer Lowe.

Ele teve alguns comentários muito encorajadores sobre as qualidades do carro. Sente que demos um grande passo à frente em termos de plataforma, com um carro que é muito mais guiável e um carro com o qual você pode trabalhar do ponto de vista da direção."

Você pode controlar sua gestão de pneus e controlar o equilíbrio e o ritmo que definitivamente não era algo que poderíamos dar ao carro do ano passado. Isso é muito encorajador. Ele não fala sobre velocidade, mas fala sobre uma plataforma e, como foi um dos nossos principais objetivos durante o inverno projetar e implementar um processo dentro de nossa engenharia que tornaria os carros com melhores propriedades e depois entregaria melhor propriedades", continuou.

"Esse é um bom passo para nós e uma base melhor para avançar para a próxima etapa", concluiu.

Mas todas estas declarações parecem contrariar o que se fala nos bastidores sobre o FW42. Segundo conta o blog "The Judge13", Kubica anda nos bastidores a falar muito mal do carro, culpando os atrasos na construção do carro e afirmando que seria impossivel recuperar tempo em algum lado. E Claire Williams respondeu, de forma irónica, que Kubica poderia ser o seu diretor técnico. 

Resta saber se haverá tempo para fazer as modificações pedidas pela FIA e elas não prejudiquem a performance do carro para a tmeporada que aí vêm, que poderá ser dificil para a equipa de Grove.

terça-feira, 5 de março de 2019

A imagem do dia

Recordar Tom Pryce, morto há 42 anos num acidente horrível no GP da África do Sul. O único galês na Formula 1, com dois pódios e toda uma carreira - excepto uma corrida - ao serviço da Shadow, entre 1974 e 77, onde conseguiu uma pole-position e dois pódios.

Para este dia, deixo esta foto de 1975, do seu momento de maior sucesso, quando venceu a Race of Champions, em Brands Hatch, a bordo do seu Shadow DN5.

Formula E: Equipas negociam o Gen3

As equipas começaram a negociar o que poderá ser o carro da Gen3, que tem entrada prevista para a temporada de 2022-23. Na discussão que o grupo teve no final da semana passada, falou-se na chance de haver uma espécie de carregador rápido, à semelhança de um reabastecimento, mas a ideia poderá ter sido deixada de lado devido a dúvidas existentes sobre a tecnologia.

"Na nona temporada, temos uma situação em que nós, fabricantes, temos de ter uma história para ser contada ao espectador, ao público", disse o diretor da Audi Sport, Dieter Gass, há algumas semanas, sobre o mesmo assunto.

Há todo tipo de discussões e uma delas é [o carregamento rápido] porque, com certeza, será um tópico importante na estrada. Sim, é interessante, mas é uma questão de como está sendo feito e introduzi-lo em uma situação de corrida de uma maneira razoável. Você terá a discussão sobre se será um carregamento rápido comum ou se todos farão do seu jeito.", continuou.

Para o chefe de desempenho da DS, Xavier Mestelan-Pinon, concordou amplamente com a visão geral de Gass sobre a direção da Fórmula E na Gen3 e seu caminho até lá.

"Temos que ser claros sobre o que queremos com o carregamento rápido em todas as áreas", disse Mestelan-Pinon ao e-racing365 no mês passado. "É importante mostrar que podemos carregar o carro muito rápido? Mas agora é completamente impossível carregar um carro em dez segundos ou qualquer outra coisa", continuou.

Então, qual é a história que queremos mostrar para a TV e outros media? Isso devemos definir primeiro e depois trabalhar nos detalhes depois disso. Temos que parar e pensar em energia ou falamos de ritmo de corrida a todo vapor ou tenha em mente que a energia para carros elétricos é importante e como podemos salvá-la e reutilizá-la. Essas são as principais coisas que discutimos e logo precisamos tomar decisões”, concluiu.

As discussões continuarão ao longo dos próximos meses, já que o carro da Gen2 continuará até 2022, depois de ter conseguido um prolongamento de um ano, já que o carro atual era para durar até 2021.

Formula E: Londres regressa em 2020

A Formula E anunciou hoje que chegou a um acordo para o regresso de Londres ao calendário a partir de 2020, num acordo de cinco anos. A prova acontecerá na zona das Docklands, no pavilhão Excel London, e será parcialmente "indoor".

"Será por cinco anos, está assente", disse Alejandro Agag, esata manhã, em Genebra, onde assiste ao Salão Automóvel local. 

A ida da Formula E para as Docklands acontece uma altura em que essa zona passa por uma renovação que custará cerca de 314 milhões de libras, e que passa por atrair cerca de 35 mil novos empregos e investimentos de 4 mil milhões de libras para os próximos vinte anos.

Para além disso, a organização pretende que a energia seja captada por fontes renováveis. "Vai ser [por] energia sustentável, energia renovável. Em alguns países, você não pode [comprar], mas no Reino Unido você tem fornecedores que fornecem energia vinda de fontes renováveis, então vamos conseguir isso.”, concluiu Agag.

Um porta-voz da autarquia londrina falou que eventos como este prestigiam a zona e colocam a cidade como um dos melhores destinos do mundo para acolher este tipo de eventos.

"As Royal Docks está definido para se tornar um dos mais novos destinos de Londres. A cidade é o lar de alguns dos maiores e melhores eventos do mundo.

Não temos dúvidas de que continuaremos a ver mais eventos fantásticos chegando às Royal Docks, trazendo benefícios para os moradores locais e para a cidade”, afirmou.

A Formula E correu em Londres entre 2015 e 2016, no parque de Battersea, em rondas duplas, e ambas foram decisivas para os mundiais disputados nessa altura. Nico Prost venceu mais vezes, com duas vitórias, enquanto Sebastien Buemi e Sam Bird têm uma vitória cada um.

segunda-feira, 4 de março de 2019

A imagem do dia

Hoje passa mais um aniversário do nascimento de Jim Clark. E numa altura em que o The Grand Tour voltou a lembrar os feitos de um dos maiores pilotos de sempre, nós, os amantes de automobilismo, só poderemos agradecer pelos seus feitos. Por causa dele, amamos um pouco mais esta modalidade desportiva, e só lamentamos ele não ter ficado mais tempo, porque tínhamos a certeza que teria realizado mais.

E que melhor recordá-lo a bordo de um dos melhores carros da história da Formula 1, numa foto tirada por um dos melhores fotógrafos de automobilismo, e num dos circuitos clássicos que é Spa-Fracochamps? E num dia onde, em 1963, cilindrou a concorrência debaixo de chuva, num circuito que ele confessava ter temor? Mas foi assim Clark.

Youtube Rally: O resumo alargado do Rali Serras de Fafe 2019

Depois de um resumo mais pequeno, agora é a vez de um resumo completo do que foi o Rali Serras de Fafe, a peimria prova no Campeonato Português de Ralis, vencido na geral por Dani Sordo, e com Ricardo Teodósio a ser o melhor português. 

Formula E: Apresentado o Silver Arrow 01 da Mercedes

A Mercedes mostrou ao mundo o seu carro para a temporada de 2019-20 da Formula E, a primeira em que vai competir a nível oficial, depois de uma temporada de experiência com a HWA, a equipa que costumou preparar os bólidos da marca alemã no DTM entre 1988 e 2018.

A poucos dias do salão de Genebra, onde o chassis será mostrado, Toto Wolff elogiou os feitos da HWA e espera que este novo capitulo ajude a abrilhantar a marca, especialmente numa nova área que é a eletrificação. 

"30 anos na DTM - uma jornada com muitas memórias inacreditáveis e nos orgulhamos de ser o fabricante de maior sucesso na história desta competição", começou por dizer Wolff.

"Nós coroamos nossa última temporada com todos os três títulos. Ao fazer isso, adicionamos uma nova página aos livros de recordes e não há melhor maneira de terminar este grande capítulo da nossa história do automobilismo. Olhamos para trás com um profundo sentimento de gratidão. A decisão de abandonarmos o DTM não foi fácil, mas considero que é uma decisão para o futuro, e uma escolha correta. A eletrificação da nossa mobilidade é um elemento essencial no futuro da Mercedes-Benz." continuou.

"Apropriadamente, a Fórmula E é uma nova série de corridas em que queremos nos medir na pista com as tecnologias atuais e futuras. As corridas nas cidades deste mundo são espetaculares - um desafio para os pilotos e os torcedores são super próximos da ação", concluiu Wolff.

Já Gorden Wagener, diretor de design da Daimler AG, afirmou que a escolha das cores para o Silver Arrow 01 tem a ver com a aposta na electrificação feita pela empresa.

"O teaser do Mercedes-Benz EQ Silver Arrow 01 [nome do chassis] dá uma ideia do que vai ser o primeiro Flecha de Prata totalmente elétrico da Mercedes-Benz", começou por dizer.

"O sotaque azul e o contraste sutil entre o mate e o brilho em conjunto com o padrão de estrelas na traseira do veículo encenam o luxo progressivo no automobilismo elétrico", concluiu.

A HWA está este ano a participar na Formula E com o belga Stoffel Vandoorne e o britânico Gary Paffett como pilotos. Até agora, não pontuaram em qualquer uma das corridas desta temporada.

domingo, 3 de março de 2019

Youtube Formula One Classic: O GP da África do Sul de 1979

Há precisamente 40 anos, em Kyalami, Gilles Villeneuve vencia com categoria o GP da África do Sul, numa prova dominada pelos Ferraris, que ali estreavam a versão T4 do seu modelo 312, adaptado ao efeito-solo. 

Foi uma prova animada, com uma interrupção causada pela chuva, depois da primeira pole-position de sempre com um motor Turbo, graças a Jean-Pierre Jabouille, no seu Renault. Depois de Villeneuve e Scheckter, Jean-Pierre Jabouille ficou com o lugar mais baixo do pódio, com o seu Tyrrell.

Eis um video sobre esta prova. 

Youtube Drag Race: Porsche vs Tesla, Mónaco

Nico Rosberg lá continua a ser "vlogger" no Mónaco, e desta vez, decidiu fazer um "drag racing" com um Tesla Model 3. Ele, da sua parte, guiava um 911 GT2 RS para ver se ele conseguia ser mais veloz que o carro elétrico no cais do porto monegasco. Eis os resultados neste video.