sábado, 14 de janeiro de 2012

Dakar 2012 - o penúltimo dia

Esta é a penultima etapa do Dakar de 2012, entre Nazca e Pisco, em terras peruanas. Marcadas pelas dunas, foi a etapa onde Stephane Peterhansel confirmou a sua superioridade, ao vencer a etapa, deixando o segundo melhor, o sul-africano Giniel de Villiers, a oito minutos e 29 segundos, conseguindo também com isso garantir quase de forma decisiva o primeiro lugar da classificação geral. Isto se se tiver em conta que Nani Roma, principal adversário de Peterhansel, foi um dos que perdeu tempo na transposição das dunas e está agora a 42 minutos e 57 segundos do comandante.
Leonid Novitskiy, a doze minutos e 55 segundos, foi o terceiro da geral, enquanto que Carlos Sousa esteve hoje em muito boa forma ao ficar a treze minutos e 39 segundos do melhor tempo e à frente do Toyota de Ezequiel Alvarez e do Mini de Ricardo Leal dos Santos. O piloto português voltou a fazer uma boa prestação num dia que se previa difícil e no qual teve de prestar auxilio a Nani Roma quando este 'atascou' nas dunas. Ele gastou mais quinze minutos e quatro segundos do que Peterhansel e conseguiu ficar à frente de Roma, que perdeu hoje 22 minutos e 57 segundos.

"Foi uma etapa que nos correu muito bem. Conseguimos evitar os grandes 'atascanços' e as nossas paragens foram sempre rápidas. Onde perdemos mais tempo foi na ajuda ao Nani Roma, que estava com o seu MINI numa situação delicada. Tenho pena de não termos conseguido terminar na segunda posição, que seria o nosso melhor resultado de sempre mas, nesta ocasião, a ajuda ao Nani, que estava a lutar pelo segundo lugar à geral, era mais importante", referiu na chegada a Pisco.

Igualmente com um dia para esquecer depois do brilharete de ontem, Robby Gordon perdeu 36 minutos depois de mais uma etapa problemática com alguns 'atascanços', uma 'cambalhota' e um furo à mistura.

Nas motos, este foi o grande dia de Hélder Rodrigues, que a bordo do seu Yamaha, venceu a penúltima etapa do Dakar. O motard português voltou a mostrar a sua boa forma no dia de hoje, vencendo a tirada com 47 segundos de vantagem sobre o francês Cyril Despres, que hoje pode ter dado uma machadada nas aspirações de Marc Coma, pois o motard espanhol teve dificuldades devido a problemas na sua caixa de velocidades e um erro de navegação, fazendo perder o comando para Després, agora com onze minutos e três segundos de vantagem para o seu rival.

"Estou muito contente com esta vitória e com o lugar de pódio na classificação geral. Tenho andado rápido, mas todos os dias acontecem pequenas coisas que me têm impedido de lutar pela vitória nas etapas. Hoje tudo correu bem, andei muito depressa, naveguei bem e sem problemas. No reabastecimento percebi que podia ganhar e lutei para que isso acontecesse", referiu o motard da Yamaha ao chegar a Pisco.

Outro catalão, Jordi Viladoms, foi terceiro hoje, a três minutos do português, enquanto Joan Barreda Port foi o quarto melhor. Paulo Gonçalves ficou com o quinto melhor tempo do dia, perdendo apenas cinco minutos e 46 segundos para o seu compatriota e mostrando uma vez mais a sua competitividade, encontrando-se agora no 24º posto da geral. Já Ruben Faria, companheiro de equipa de Despres, foi nono melhor do dia e encontra-se na 12ª posição da Geral. 

Amanhã é a última etapa do Dakar, a da consagração, entre Pisco e Lima, no total de 29 quilómetros.

João Silva e o seu sonho dos ralis

Descobri isto na quarta-feira à noite, mas conhecia o projeto há algumas semanas. João Silva em 23 anos vem da ilha da Madeira, a exemplo de Bernardo Sousa, e venceu em 2011 o campeonato nacional de rali, na categoria de duas rodas motrizes. Contudo, ele também tem como grande objetivo trilhar os mesmos caminhos dele e de Armindo Araujo, que estão no Mundial WRC. Para isso, inscreveu-se no WRC Academy, uma espécie de escola para os pilotos mais jovens, que tem o seu próprio campeonato. Para terem uma ideia, o vencedor foi o irlandês Craig Breen, que bateu o estónio Egon Kaur na última prova do ano, vencendo um chorudo prémio de meio milhão de euros.

No final da semana, a sua candidatura foi aceite pela FIA, e ele agora tem de entregar até ao dia 1 de fevereiro metade do valor total de inscrição, que é cerca de 140 mil euros. E para isso, e não só, fez uma página no Facebook dedicada a isso, com o objetivo de dar a conhecer o seu projeto e angariar fundos provenientes dos seus fãs para fazer as seis provas do campeonato, que começará em Março, em Portugal. O que ele pede é simples: se cada fã der 20 euros por cada rali que ele fizer x 6, num espaço 10 por 5 centímnetros, dá 180 euros por pessoa. Agora imaginem cem pessoas a fazer isso, não é?

Já agora, o carro que vai disputar essa WRC Academy é o mesmo de todos: um Fiesta R2 preparado pela M-Sport e com pneus Pirelli.

Pessoalmente, desejo-lhe boa sorte na sua internacionalização. Ver um português num sitio como o WRC Academy já é um excelente inicio de carreira, e se as coisas lhe correrem bem, então melhor ainda. 

Boa sorte, João!

Caro Thierry Sabine:

Caro Thierry Sabine:

Calha este dia ser o penúltimo do rali que você imaginou há mais de trinta anos. Se você ainda andasse por cá, teria visto o quanto é que mudou e se reinventou para poder manter a aura que você construiu enquanto andou por aqui: já saiu de Paris, já saiu de África. O Dakar é mais uma palavra que toda a gente identifica como "desafio", "perigo", "esforço" e "recompensa". Mas já não se corre em África, está na América do Sul, mais pacifico de se correr do que bandos de tuaregues ou muçulmanos extremistas, que para darem nas vistas não se importam de matar uns quantos ocidentais. Aliás, foi por causa disso que mataram quatro franceses na Mauritânia e cancelaram a edição de 2008, que iria partir de... Lisboa.

Eis uma pergunta que gostaria de fazer a si, caso estivesse vivo: você seria inflexível em relação ao local de partida e de chegada, ou queria pura e simplesmente correr no deserto do Sahara? Eu sei que teve uma experiência de "quase morte" no deserto, quando se perdeu, em 1977. E que foi por causa disso que viu o seu poder e decidiu criar este rali. E que naquele dia de Natal de 1978, quando viu mais de 80 carros, 90 motos e uma dúzia de camiões, você disse que o risco de morte era real.

Depois de você ter desaparecido naquele acidente de helicóptero no Niger, muito mudou. Primeiro o local de partida foi mudado: Córdoba, Madrid, Lisboa... um dia, em 2008, mataram quatro franceses na Mauritânia e o governo francês decidiu pressionar a ASO para cancelar o Dakar, na véspera da sua partida. Se você andasse por lá, era capaz de evitar que isso acontecesse? Aliás, você era a pessoa que conseguia tudo: desbloquear burocracias, falar com governantes, patrocinadores, imprensa... parecia que conseguia tudo, nada lhe era impossível de resolver. Um dia, nesse ano de 2008, a politica levou a melhor e foi cancelado. E é por isso que andam a rolar em sítios tão estranhos como o Deserto do Atacama. 

Sim, hoje, as coisas estão "caramelizadas", no sentido de não há perigo de se perder no deserto, como havia nesses tempos. É certo que o risco de morte está lá, especialmente entre os motards, mas ver perder alguém no deserto do Atacama é uma inverosimilhança tão grande como ver dragões de Komodo nas Ilhas Galápagos. Claro, há iguanas, mas não é a mesma coisa. É isso onde quero chegar: o Dakar conseguiu viver depois de você, mas perdeu um pouco da aura. Não para em Dakar, para este ano em Lima, a capital do Peru, e pelo que me contam, vai acabar em Santiago do Chile no ano que vêm. Qualquer dia, caro Thierry, ainda vou ver o Dakar a acabar em Las Vegas. Era isso que tinha em mente quando o criou? Duvido, e não sei se seria capaz de o ver noutro continente. Fazer um rali diferente, sim, mas não o Dakar.

Pessoalmente, fico com a sensação de que usar o nome "Dakar" mais parece ser um engodo para atrair trouxas, provavelmente os mesmos que ainda acreditam que o Dakar voltará alguma vez a África. Acho que deverá voltar, mas não deverá ser nos meus tempos. Enquanto existir confusão naquela parte do Norte de África, não deverão voltar para lá. E depois, fico com a sensação que os organizadores fartaram-se daquilo. Não sei se concorda com a minha ideia, mas é assim que vejo.

Caro Thierry, se for daqueles que acha que o essencial era ter um "rally-raid" que fosse fiel à frase que disse certo dia, de que "era um desafio aos que partem, um sonho para os ficam", pois digo de uma certa forma que o objetivo está a ser cumprido, pois apesar das equipas de fábrica, ainda continuam a vir os amadores e os loucos para fazer este rali. E se calhar, de onde você estiver, até deve estar feliz por saber que nesse aspecto, a essência está lá, independentemente do continente. Pois enquanto existirem os aventureiros e os loucos a quererem fazer parte deste "rally-raid" absolutamente esgotante, você já ganhou a eternidade. 

Não o incomodo mais no sitio onde está. Certamente deve estar a ver o que se passa por estas bandas. E provavelmente contente por ver que a prova continua, dê por onde der, noutro continente. Abraços e até um destes dias, algures nesse grande universo desconhecido, tão misterioso como o deserto que aprendeu a a gostar e a respeitar, e que quis que um dia repousassem as suas cinzas. Conseguiu isso tudo. 

Youtube Dakar Classic: O desabafo de Robby Gordon

Robby Gordon é definitivamente um homem para o qual vale a pena ver o Dakar. O seu Hummer é enorme, e é capaz do melhor e do pior, tal como o piloto de 43 anos, que tem uma extensa carreira no automobilismo, e que já guiou todo o tipo de carros, desde a CART até á NASCAR, passando, claro, pelo "rally-raid". E desde há anos que quer ganhar o Dakar, para demonstrar a resistência do "tanque" perante as máquinas europeias e japonesas.

Só que este ano tem uma polémica atrás das suas costas. Na quarta-feira, a organização decidiu desclassificá-lo devido a alegadas irregularidades no seu motor, depois de queixas provenientes da Mini X-Raid, que vieram ao Dakar dispostas a "mamar tudo", ou seja, monopolizar o pódio e dar a vitória ao seu líder, o francês Stephane Peterhansel. Só que Gordon apelou da decisão e enquanto nada se decide, deixaram-no correr. E no final da etapa de hoje, que ganhou com folga, Gordon saiu feliz do carro e disse das boas de Peterhansel e Nani Roma, "american style": "You can kiss my ass!

Dakar 2012 - Dia 11

A dois dias do final do Dakar, na etapa de hoje entre Arequipa e Nazca, o homem do dia foi Robby Gordon, que fez um "tempo-canhão" com o seu Hummer, ficando a mais de 15 minutos na frente do russo Evgueny Novitsky, o segundo classificado.

Giniel de Villiers (Toyota) ficou em terceiro, mas já a mais de 22 minutos, com o holandês Bernhar Ten Brinke, no seu Mitsubishi, que foi o quarto mais rápido do dia, ficando logo à frente do Mini de Nani Roma, que não capitalizou grandemente com as dificuldades também sentidas pelo líder da geral, Stéphane Peterhansel, que foi sétimo com o seu MINI, perdendo cerca de três minutos para Roma.

Mas Gordon, que passa por contestação devido a irregularidades no motos e que levaram a uma desclassificação inicial, que recorreu e está a ser apreciado, quando chegou ao final da etapa, em Nazca, soltou o verbo: "Hoje provei que os Mini são para meninas, e deixei-os a mais de vinte minutos.", começou por dizer explicitamente para quisesse ouvir.

Depois justificou: "O meu carro é o mesmo do ano passado e o sistema que eu tive no ano transato é o mesmo que foi aprovado pelos Comissários Técnicos. Não há qualquer entrada de ar adicional e pelos vistos mudaram de ideias! Estou completamente lixado com o Stéphane e com o Nani que questionaram a minha honestidade, dizendo que eu sou um trapaceiro. Mas hoje dei-lhes um pontapé no c*.", referiu Robby Gordon. 

Quanto aos pilotos nacionais, o piloto do Mini X-Raid, Ricardo Leal dos Santos ficou na 9ªposição. "Os carros que abriam a pista e onde nós estamos incluídos, foram desta vez traídos pelo facto de as motos terem optado por um traçado entre dunas que não era nada favorável aos automóveis. Numa zona de dunas pouco espaçadas entre si, foi difícil progredir sem atascar ou cair em buracos. Se juntarmos a isso uma tempestade de areia que nos limitou a visibilidade, é obvio que o dia foi muito complicado", referiu Ricardo Leal dos Santos à chegada a Nazca.

Carlos Sousa ficou imediatamente a seguir, na 10ªposição, com o piloto da Great Wall a ter de abrandar o seu ritmo devido a problemas físicos sofridos pelo seu navegador, Jean-Pierre Garcin. "Começámos muito bem a etapa, mas depois tive que mesmo que levantar o pé porque o Jean-Pierre começou a sentir-se muito mal, queixando-se de fortes dores no pescoço e na cabeça, ainda devido às mazelas do choque de ontem na duna. Por momentos, cheguei a pensar que teríamos que desistir, mas lá conseguimos continuar, embora a um ritmo bem mais lento que na primeira parte da especial", começou por contar Carlos Sousa à chegada ao acampamento de Nazca.

"Sem notas, acabei por errar um cruzamento e fazer mais 7 km para a frente e para trás, o suficiente para chegar às dunas já depois dos primeiros camiões e quando a areia já estava muito destruída. Enfim, mais um dia para esquecer e que só acabará agora no hospital, onde o Jean-Pierre vai ser examinado pelos médicos para saber se poderá continuar em prova", concluiu o piloto da Great Wall.

Nas motos, continua o deuelo "Després versus Coma", imune ao mau tempo. O espanhol venceu hoje e voltou ao comando da prova, agora a um minuto e 35 segundos a Cyril Després, numa classificativa onde ele foi sempre um dos mais rápidos, conseguindo um ritmo elevando. No final da etapa, que ganhou, deixou o francês a três minutos e 57 segundos e recuperou a liderança. Outro espanhol, Joan Barreda Port, aos comandos da sua Husqvarna, ficou no segundo lugar, a dois minutos e 43 segundos de Marc Coma, enquanto Jordi Villadoms, na sua KTM, foi o terceiro melhor, a três minutos e dez segundos. 

Cyril Despres foi o quarto melhor de hoje, ficando à frente de Paulo Gonçalves, que perdeu cinco minutos e 25 segundos aos comandos da sua Husqvarna, mas continua a tentar recuperar posições após a sua penalização de seis horas que arruinou a sua corrida. Ruben Faria, no seu KTM, foi o sexto no dia de hoje, perdendo sete minutos e 25 segundos, mas também recupera em relação ao dia de ontem. Hélder Rodrigues, na sua Yamaha, foi o sétimo melhor hoje, perdendo sete minutos e 31 segundos para o vencedor. Ainda assim, o seu lugar no pódio permanece seguro, já que Villadoms está a mais de 25 minutos de Rodrigues, ao passo que o português está já a uma hora, 13 minutos e 49 segundos do líder da prova.

Amanhã, motos, carros e camiões farãso a etapa entre Nazca e Pisco, no total de 375 quilómetros, 275 dos quais em especial cronometrada. E o Dakar está a chegar ao fim, com nada ainda decidido.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

O novo incidente de Robert Kubica, contado pelo jornal i

Uma coisa que gosto do jornal i é que tem um boa seção dedicada ao automobilismo. E de vez em quando nos brinda com um bom artigo sobre Formula 1 ou ralis, não ficando de lado sobre o que se passa no mundinho fechado que é a categoria máxima do automobilismo. E claro, não passou em claro, nesta sexta-feira 13, a primeira das três que vão acontecer em 2012, o acidente que Kubica teve nesta quarta-feira, em que escorregou no gelo e fraturou a parna em mais um sitio, obrigando-o a atrasar a sua recuperação.

Eis o artigo na sua íntegra, assinado pela jornalista Cátia Bruno, e onde se fala das hipóteses que Kubica tem para a temporada de 2013 na Ferrari, por exemplo, e dos vários acidentes que teve ao longo da sua carreira.

“PARTE UMA PERNA!" O DESEJO DE BOA SORTE QUE KUBICA NÃO QUER OUVIR

 Por Cátia Bruno, publicado em 13 Jan 2012 - 03:10 | Actualizado há 12 horas 40 minutos 

Robert Kubica estava em recuperação acelerada depois do acidente que lhe causou fracturas em várias zonas do corpo. Agora uma nova fractura numa perna pode afastá-lo de vez 

Robert Kubica é provavelmente o piloto mais azarado da Fórmula 1. A 6 de Fevereiro do ano passado, Kubica, o primeiro polaco a competir na F1, teve um grave acidente. Foi logo no início do rali de Ronde di Andora que o piloto chocou contra uma parede da igreja de San Sebastiano e depois se enfaixou contra um rail. Uma hora para conseguir ser retirado do carro, uma grande perda de sangue, múltiplas fracturas na perna, no braço e na mão direitos. A mão era, aliás, o grande motivo de preocupação de todos, por poder impedir o piloto de voltar a conduzir. 

Dois meses e muitas operações depois, Kubica saía do hospital. Seguiram-se vários meses de recuperação, mas em Novembro já se falava no regresso às pistas. O contrato com a sua equipa, a Lotus Renault, terminava em Dezembro. Os rumores de que tanto a Ferrari como a Red Bull estavam de olho no piloto, bem como o facto de ainda precisar de mais meio ano para recuperar de vez, ajudaram-no a optar por terminar o seu vínculo com a Renault. “Foi uma decisão muito difícil de tomar, mas é a mais razoável”, declarou Kubica. “Mesmo tendo trabalhado muito, muito a fundo nas últimas semanas, cheguei à conclusão que não sei se estarei preparado para a temporada de 2012.” E assim acabou a relação de dois anos com a equipa. 

Mas os ventos pareciam estar mesmo a mudar. As recentes declarações do piloto da Ferrari Fernando Alonso, afirmando que Kubica é o melhor piloto de toda a F1, e a má temporada de Felipe Massa (o outro piloto da Ferrari) faziam crer que Robert Kubica podia estar mesmo na mira da equipa italiana. Um bocadinho de sorte para compensar o azar fazia acreditar que o universo começava a equilibrar as coisas para Kubica e havia rumores a circular de que o polaco já tinha assinado contrato para 2013. 

Mas havia outros prenúncios, e nem todos eram bons. E as declarações de Stefano Domenicali, director desportivo da Ferrari, a semana passada, pareciam precisamente um prenúncio de que talvez o destino do polaco não fosse a Ferrari. “O Robert é um grande piloto, mas teve lesões muito graves e ainda está a trabalhar para voltar à vida normal. Precisamos de esperar para ver”, declarou o dirigente. “Este tipo de lesões exige muito tempo de recuperação.

E eis que, uma semana depois destas afirmações, Kubica parte de novo a perna direita, deixando ainda mais afastada a possibilidade de voltar às pistas em 2012. Coincidência? Azar? Chamem-lhe o que quiserem. Certo é que o piloto ia a caminhar numa rua perto da sua casa em Pietrasanta, Itália, quando escorregou no gelo que se formava no pavimento. Levado para um hospital em Versilia, as radiografias revelaram pouco depois que Robert tinha fracturado de novo a tíbia da perna direita, exactamente no mesmo sítio que no acidente de Fevereiro. Um azar dos grandes. O piloto pediu de seguida para ser transferido para o centro hospitalar de Pietra Legure, onde esteve internado depois do acidente. A BBC já adiantou que Kubica terá de ser novamente operado, para introduzir um parafuso um pouco acima da anca e depois ficar com a perna engessada durante um mês. 

Com ou sem superstição, parece difícil não considerar Robert Kubica um dos pilotos mais azarados que a Fórmula 1 já viu.

Argentina 1957: o começo do quinto campeonato de Fangio

(...) Dada a distância entre a Europa e a América do Sul, e a dificuldade em chegar até lá, somente as equipas italianas, Maserati e Ferrari, fizeram a viagem, deixando BRM e Vanwall no frio europeu, preparando-se para a temporada que aí vinha. E durante este tempo de ausência, a grande novidade tinha sido a passagem de Juan Manuel Fangio da Ferrari para a Maserati, que apresentava nessa temporada uma nova evolução do seu modelo 250F. Stirling Moss tinha assinado pela Vanwall, mas como esta não tinha vindo à Argentina, decidiu correr num Maserati oficial. (...)

(...) A corrida começa com Behra a surpreender Fangio e Moss, ficando na frente nas primeiras duas voltas, até ser passado por Castelloti. Behra pressionou-o até voltar à liderança, na volta nove. Após isso, começou a ser pressionado por Peter Collins, que o passou na 12ª volta e manteve-se na liderança.

Contudo, os Ferrari sofriam com as suas embraiagens. Na volta 26, a de Collins cedeu e o comando tinha caído nas mãos de Juan Manuel Fangio, que tinha acabado de passar Behra. Atrás, Castellotti tinha perdido o terceiro lugar devido a um despiste. Hawthorn acaba por o herdar e começou a ir atrás dos Maserati, mas acabou por para na volta 35 devido a sua embraiagem defeituosa. O mesmo passaria depois com Luigi Musso, mas não com Peter Collins, que andava com o carro de Perdisa.

Na frente, Fangio e Behra andavam juntos, com Castelotti a tentar aproximar-se deles, mas na volta 75, uma das suas rodas solta-se e acaba por desistir. Mal se sabia que este iria ser a última corrida de Castelotti, pois iria morrer dois meses depois, em testes no circuito de Modena. (...)

Enquanto que a Europa passava frio, no calor austral da Argentina, máquinas e pilotos preparavam-se para começar o ano automobilistico. Apesar de Fangio ter sido campeão do mundo pela Ferrari, não gostava das atitudes do "Commendatore" e rumou para o ambiente mais amistoso da Maserati, que tinha modificado o seu modelo 250F para que fosse mais competitivo, perante a ameaça da Ferrari e dos britânicos BRM e Vanwall.

A corrida não foi fácil, devido ao calor, mas Juan Manuel Fangio levou a melhor sobre Jean Behra e conseguiu vencer em casa. Os Ferrari sofreram um descalabro nesta corrida, fazendo com que os Maserati ficassem com os quatro primeiros lugares. E mal Eugenio Castelotti e Alfonso de Portago sabiam eles que esta viria a ser a sua última corrida na Formula 1... o resto da história podem ler hoje no Portalf1.com.   

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Dakar 2012 - Dia 10

A 11ª etapa do Rali Dakar, que colocou máquinas e pilotos no Peru, na etapa que ligou Arica, a localidade mais a norte do Chile, a Arequipa, já em terras peruanas. 

E esta foi uma etapa onde Stéphane Peterhansel demonstrou que está cada vez mais perto de vencer o Dakar 2012, já que hoje venceu a 11ª etapa, três minutos e 44 segundos na frente de seu companheiro de equipa, Nani Roma, segundo na tirada e na geral, agora a 22 minutos e 49 segundos do piloto francês Aliás, esta foi um 1-2-3 da Mini, já que Ricardo Leal dos Santos foi o terceiro classificado, a oito minutos e 56 segundos de Peterhansel. 

No final da etapa, o piloto francês explicou como foi o seu dia: "Não andámos nos nossos limites mas também não tivemos quaisquer problemas técnicos ou de navegação. Foi uma boa especial mas não muito divertida por causa do'fesh-fesh'. Não tínhamos muita visibilidade devido ao vento que trazia muito lixo. Neste momento tenho cerca de 20 minutos de vantagem para o Nani, mas temos duas etapas longas e difíceis pela frente. Vamos ver o que acontece. De todas as vezes que venci o Dakar nos carros sempre tive um companheiro de equipa a pressionar-me", referiu. 

Nani Roma deu o seu melhor numa etapa que considerou bastante dura: "Foi uma especial muito exigente mas que acabou por correr bem com um ou outro pequeno percalço. Estou na segunda posição e vou dar o meu melhor nas etapas que restam. Tudo pode acontecer numa prova deste género", declarou. 

Ricardo Leal dos Santos, como já foi dito, foi terceiro na frente do Toyota de Giniel de Villiers, que poderá ascender ao lugar mais baixo do pódio provisório. Este resultado tinha-o deixado bastante feliz, pois assim colocava-o do "top ten" :"Foi das etapas mais difíceis que fiz em Dakars mas também das mais espectaculares. Passámos por um sem número de peripécias mas no final correu tudo bem. Estou muito contente pelo resultado mas sobretudo por já estar no "top ten". Vamos ver se conseguimos subir ainda mais posições nas etapas que faltam", concluiu o piloto português. 

Quem também não teve um dia bom é Carlos Sousa, que perdeu mais de hora e meia devido a uma aterragem mais violenta à saída de uma duna, que danificou a frente do seu Great Wall Haval. Por causa disso, teve de esperar pelo seu companheiro de equipa para que ele prestasse a devida assistência. No final da etapa, tinha baixado para o sétimo posto da geral, embora esteja a meros onze minutos do sexto lugar. 

"Tínhamos percorrido já cerca de uma centena de quilómetros na primeira parte especial quando fomos surpreendidos por uma daquelas dunas cortadas tão típicas do deserto do Sahara. Como vínhamos depressa, já não conseguimos parar a tempo e aterrámos de forma algo violenta com a frente do carro. Encravados entre duas dunas e sem podermos recorrer aos macacos hidráulicos que terão ficados danificados com a força do embate, restou-nos esperar pelo carro do Zhou (Yong) que nos ajudou a retirar o carro daquele local... Perdemos muito tempo, mas pelo menos conseguimos continuar em prova e limitar prejuízos maiores em termos de classificação geral", explicou à chegada a Arequipa. 

Nas motos, depois de ontem a diferença entre os dois primeiros ter caído para meros 21 segundos, Cyril Despres esteve hoje ligeiramente superior e venceu a tirada com um minuto e 39 segundos de vantagem sobre Gérard Farres Guell, também em KTM, ao passo que Marc Coma foi o terceiro, a dois minutos e um segundo. 

Na geral, Despres conseguiu assim voltar a esticar a sua vantagem, dispondo de dois minutos e 22 segundos de avanço sobre Marc Coma. Johnny Aubert foi o quarto mais veloz do dia, logo na frente de Joan Barreda

Quanto aos motards lusos, Hélder Rodrigues teve hoje um dia menos positivo ao fazer o nono tempo, a sete minutos e 44 sergundos de Despres, embora tenha mantido o terceiro lugar na geral tanto mais que Jordi Villadoms, que é quarto na geral, apenas lhe ganhou cerca de dois minutos. Na geral, e se dúvidas existissem em relação à luta pelo triunfo, o português está agora a uma hora, oito minutos e 40 segundos. No final da especial o piloto português salientou que "perdi algum tempo na passagem pelo primeiro dos dois rios que havia para atravessar nesta etapa. Depois fiz uma gestão cautelosa do meu andamento, porque esta noite não vamos ter assistência e era importante poupar a moto e os pneus para o dia de manhã". 

Quanto a Paulo Gonçalves, depois da sua penalização de seis horas - por ter recebido assistência exterior -, efetuou o 14º tempo, tendo necessitado de mais dezoito minutos e 35 segundos para cumprir a etapa de hoje. 

A 12ª etapa ligará amanhã Arequipa a Nasca, em terras peruanas, e terá uma extensão de 686 quilómetros, 246 contra o cronómetro.

Noticias: Eurosport assegura transmissão do Rali de Monte Carlo

Ainda deve faltar o anuncio da FIA e da Eurosport, mas o Automobilie Club de Monaco não perdeu tempo e decidiu confiar à Eurosport a cobertura televisiva e da Internet do Rali de Monte Carlo, prova de abertura do campeonato do mundo e que arrancará para a estrada no próximo dia 17. 

No seu comunicado oficial, a entidade organizadora do rali começou por explicar que "alguns dias antes do seu início, o 80º Rali de Monte Carlo foi confrontado com a não concretização dos serviços que deveriam ser providenciados pela North One Sport, anterior promotora do WRC. Incapaz, nesta fase, de esperar o resultado de negociações improváveis, o ACM não tem outra opção que não arranjar pelos seus próprios meios a cronometragem e 'tracking' do evento, que eram da responsabilidade da NOS até aqui por intermédio da Stage One Technologies".

"Esta situação também se aplica à produção televisiva, transmitindo a competição e a Internet. Uma vez mais, o ACM tomou iniciativa ao contratar a Eurosport S.A. para assegurar a melhor cobertura do evento. Estas decisões permitem ao 80º Rali de Monte Carlo que se realize a 17 de janeiro de 2012 e que o restante programa do WRC se mantenha escrupulosamente. O 80º Rali de Monte Carlo permanecerá no calendário deste ano independentemente da designação do promotor", conclui o comunicado. 

Agora falta que Eurosport e FIA anunciem o seu acordo, que em principio, terá uma duração de três temporadas, mas aparentemente isso vai ser feito a qualquer momento.

5ª Coluna: o que vai fazer a Hispania em 2012?

Por estes dias, a Hispania - ou HRT como é chamado - é uma incógnita. É certo que a Thesan Capital adquiriu-a a meio do ano passado à familia Carabante, e que apostou imenso numa "hispanização", com a mudança da sede para Valência, na contratação de Luis Perez-Sala para diretor desportivo e a sua transferência de Munique, onde estava a trabalhar nas instalações de Colin Kolles, para Valencia, no sentido de exarcebar a sua "hispanidade" para o resto do mundo. Mas muitos dentro do "paddock" acham que essa mudança foi de cavalo para burro e poderá ter apressado o seu fim.

Soube na terça-feira, via Twitter, por alguém que não consegui fixar o nome, que a mudança de Munique para Valencia e a saida de Colin Kolles do xadrez da Hispania poderá ter feito com que a equipa tivesse perdido cerca de... 90 por cento dos funcionários, entre mecânicos, engenheiros e administrativos. E a sua mudança para Valência não foi aquilo que eles sonhavam, pois em vez de irem para a zona do porto, que fora reconstruida para a America's Cup e para o Grande Prémio, foram para um armazém alugado nos arredores da cidade.

E para piorar as coisas, segundo nos conta o Joe Saward no seu blog, há problemas em relação a certas partes do carro, que passado um certo prazo de validade, tem de ser refeitas segundo os regulamentos da temporada que aí vêm. A mudança para Valencia fez com que não só tenham problemas em termos de mão-de-obra, mas também na velocidade e capacidade de construção dessas novas peças, e parece que não terão isso a pronto da primeira corrida do ano, na Austrália. Claro, no caso da Hispania, podem subcontratar, mas encontrar firmas em Espanha que façam esse trabalho é complicado, e quando encontrarem, certamente que será mais caro do que quando faziam isso na Grã-Bretanha ou Alemanha.

Uma coisa é certa: parece que pela terceira vez consecutiva, o novo-velho chassis não estará pronto a tempo para a nova temporada. Pelo menos no dia 1 de fevereiro, data do inicio dos testes.

Mas enquanto se ouve o pior sobre a situação da equipa, ouvem-se ainda rumores sobre o segundo lugar da HRT, já que o primeiro pertence ao veteranissimo Pedro de la Rosa. Fala-se de Dani Clos, que tem o apoio de Luis Perez-Sala, mas também fala-se de Jerôme D'Ambrosio, ex-piloto da Virgin, que tem também dinheiro suficiente para comprar o segundo lugar, dez milhões de euros, creio eu. Francamnte, creio que há muitos pilotos que desesperam para correr, não interessa em que lugar for. O iman da Formula 1 é forte, muito forte, e como sabem, muitos bons pilotos - e até com carteiras fortes - ficarão de fora nesta temporada que aí vêm. Só que isso é suficiente para se sujeitarem a um "dinocarro", cuja prontidão ainda é uma incógnita? 

Só o tempo responderá, e só ele é que saberá como é que irá acabar o III Ato da saga da Hispania. 

O desabafo de Nasser Al-Attiyah

O Campeão do Dakar em 2011 já terminou a sua participação na edição de 2012, e não tem muitos elogios a fazer a Robby Gordon e à sua equipa da Hummer. Uma participação atribulada, em que alternou os bons desempenhos com os maus e que terminou esta terça-feira com a correia de distribuição quebrada. E no final,  Nasser Al-Attiyah teve um desabafo: "Nunca mais voltarei a competir pela Hummer nem na equipa de Gordon!", segundo diz o qatari numa frase divulgada pela revista argentina Corsa. 

Robby Gordon, mentor do projeto, já se defendeu e considerou que a culpa não é do Hummer H3 mas sim do piloto, "por pisar em demasia o acelerador". E por ocasião do seu triunfo na nona especial, admitiu que "com esta vitória, demonstrei que o carro pode estar nos lugares de topo. Se ele queria abandonar, não sei o que fazia aqui nestes dias. Fim da história."

A história do seu abandono é contada por um dos concorrentes que o tentou ajudar, o chileno Fernando Leon, que no jornal local La Tercera explicaram porque é que o qatari optou por recusar a ajuda deles e abandonar a competição, ao invés de chegar ao final com o último tempo. "Estávamos na segunda parte [da etapa] e vimo-lo sobre uma duna. Fez-nos sinais e fomos lá ter. Ele é bastante simpático. Assumimos que nos chamou ao levantar a mão, ainda que teríamos lá ido de qualquer forma para saber se podíamos ajudar. Ele disse 'Hello my friend' (olá meu amigo) ao meu pai e o seu navegador, o espanhol Lucas Cruz, também me conhece", começou por dizer. 

"Ele mostrou-nos que estava com a correia de distribuição partida e estavam a repará-la com tiras de plástico. Nós oferecemos a nossa correia de substituição que tínhamos, a não era exatamente igual, mas era muito semelhante com algo como dois centímetros de diferença. Oferecemo-nos para mudá-la, já que os tensores cedem e poderia servir, mas não quis. Disse que vinha o camião mais atrás, mas creio que estava há muito tempo ali parado, pelo que reparar, seguir e chegar em último lugar não era o seu objetivo", acrescentou.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Dakar 2012 - Dia 9

O Dakar de hoje pode ter chegado a um momento decisivo em termos de vitória, pois no último dia em que motos, carros e camiões competem em solo chileno, não só Nani Roma venceu a etapa, como o seu companheiro da Mini, Stephane Peterhansel consolidou a sua liderança. Para melhorar as coisas, os organizadores decidiram desclassificar o Hummer de Robby Gordon devido a irregularidades técnicas detetadas no seu motor. Contudo, o piloto americano apresentou recurso e até que saia o resultado, Gordon continua em prova, mas hoje teve uma paragem e desceu à terceira posição da geral.

Numa dura etapa típica de Dakar, o português Carlos Sousa subiu hoje à sexta posição da geral, embora tenha hoje perdido 43 minutos para Nani Roma, 15 dos quais devido a um erro de navegação. Mas esta foi uma etapa marcada pela paragem do polaco Krysztof Holowzcic, que a meio da etapa já tinha caído para a sétima posição não surgindo sequer na classificação até este momento. "É um resultado fantástico e que tudo faremos para segurar até final. Mas faltam ainda cinco dias e nesta altura da prova as mecânicas já se começam a ressentir e qualquer pequeno problema pode resultar num grande atraso", avisou.

Ricardo Leal dos Santos, o outro português nos lugares da frente, foi hoje o melhor português em prova, ao obter o sexto tempo na etapa subindo ao 11º lugar (provisório) da geral. "Correu tudo bem até á zona das dunas. Aí, para evitar um motard, o nosso Mini ficou preso na areia. Quando utilizávamos o macaco hidráulico para sair dessa situação, ele rebentou e com isso os circuitos de óleo ficaram danificados. Conseguimos subir o macaco, mas tivemos de fazer 130 km sem direcção assistida, o que foi complicado nalgumas zonas", referiu Ricardo Leal dos Santos à chegada a Arica.

Nas motos, a luta entre Cyril Després e Marc Coma está verdadeiramente ao rubro neste Dakar, com o piloto espanhol a ganhar hoje mais dois minutos e 17 segundos ao seu rival e a reduzir a vantagem do francês para escassos... 21 segundos! Após dez etapas num rally-raid tão duro como o Dakar, é obra! 

O dia de hoje fica marcado pela primeira vitória do jovem espanhol Joan Barreda Bort, que confirmou o seu potencial aos comandos da Husqvarna oficial, tendo deixado Coma a um minuto e 32 segudos, e Despres a três minutos e 39 segundos. Quanto a Hélder Rodrigues, esteve novamente em bom plano, terminando com o quarto registo do dia, a quatro minutos e 41 segundos de Barreda. No final da especial o piloto português salientou que "fiz a etapa quase sempre sozinho. De início o Paulo apanhou-me e veio atrás de mim mas depois atrasou-se. Ontem mudámos o motor mas tudo correu bem e estamos firmes no terceiro lugar. Amanhã vai ser um dia complicado já que será a primeira parte duma etapa maratona, o que nos vai impedir de ter assistência. Serei por isso eu a fazer a revisão à moto no final da etapa". 

Contudo, é provável que Hélder Rodrigues também opte por mudar o motor da sua Yamaha, o que poderá acrescentar 15 minutos ao seu tempo no final do dia (e foi por causa dessas penalizações que venceu a etapa de ontem). Isto não trará grandes alterações à prova do piloto português, que manterá o terceiro lugar da geral com uma vantagem confortável sobre o quarto, o espanhol Jordi Viladoms

Quem se atrasou bastante foi Paulo Gonçalves, que hoje perdeu mais de 19 minutos para o vencedor, sendo provável que mantenha o sétimo lugar da geral para o qual se viu relegado após ter ontem trocado o motor. 

Amanhã, a 11ª etapa do Dakar sai do Chile e entra no Peru, levando os concorrentes de Arica até Arequipa, num percurso total de 598 quilómetros, que inclui uma especial cronometrada de 478 quilómetros em pistas inéditas neste rali.

Última Hora: Robert Kubica sofre novo acidente

Robert Kubica sofreu novo acidente esta tarde e poderá ter fraturado de novo a sua perna direita. Segundo noticias vindas de Itália, mais concretamente da Autosprint, o piloto polaco, que se encontra em recuperação desde há quase um ano após um acidente no rali Ronda di Andora, na província italiana da Liguria, sofreu novo acidente esta tarde quando passeava ao pé de sua casa.

Aparentemente, Kubica escorregou uma superfície que se encontrava congelada e foi levado para o hospital mais próximo, onde os médicos afirmam que tem uma fratura de média intensidade na perna direita, também afetada pelo acidente de fevereiro passado. Caso a fratura se confirme, mais nuvens negras se colocarão sobre se o piloto polaco terá a capacidade de voltar a correr num Formula 1, embora se fale que decidiu adiar o regresso para 2013, no sentido de, aparentemente, ir correr... para a Ferrari.

Rumor do dia: FIA e Eurosport em vias de chegar a acordo

A pouco mais de uma semana do começo do Mundial de Ralis, e com todas as confusões que estão a acontecer com os direitos televisivos e a Mini/Prodrive, a revista francesa Auto Hebdo anuncia no seu site que as negociações com a Eurosport já estão quase concluídas e que um anuncio oficial acontecerá no final da semana, senão amanhã.

Como se sabe, a FIA mexeu rapidamente após o anuncio da prisão de Vladimir Antonov e do pedido da falência da Comission Sports Iniciative (CSI), que por sua vez sustentava a North One, cadeia de televisão que tinha os direitos desportivos do WRC, o Mundial de Ralis. A FIA esperava que um financiador do Qatar pudesse ficar com a CSI ou a North One, e assim garantir mais financiamento para a firma, mas quando no final da semana passada, as negociações entre essas duas partes colapsaram, a FIA não perdeu tempo e decidiu rescindir o contrato, sabendo que a Eurosport - que tem vindo a fazer um bom trabalho com a Intercontinental Rally Challenge (IRC) - estaria interessada em fazer as transmissões em direto.

E parece que as coisas se resolveram rápido entre as duas partes. Quando tal for anunciado, a duração do contrato, segundo o site, será de três temporadas.

Os sonhos de fuga de Verstappen e Letho

No mais recente desenho dos Grand Prix Toons, depois das noticias sobre J.J. Letho e Jos Verstappen, não será dificil imaginar esses dois numa prisão criada especialmente para eles. E claro, os seus sonhos de fuga...

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Dakar 2012 - Dia 8

A nona etapa do Dakar, que se realizou esta tarde entre as localidades de Antofagasta e Iquique, no norte do Chile, no total de 565 quilómetros, 556 dos quais em pisos cronometrados, teve os Hummer como destaque... no pior e no melhor. Robby gordon ganhou, Nasser al-Attiyah desistiu. A vitória de Robby Gordon conseguiu retirar um minuto e 38 segundos de vantagem a Stéphane Peterhansel, fazendo-o aproximar do comando da classificação. O piloto norte-americano tem conseguido recuperar tempo ao veterano francês e a diferença entre ambos cifra-se agora em quase seis minutos - ou seja, quase nada numa corrida de Endurance - e agora, tudo está em aberto na luta pela vitória.

Já o terceiro classificado, o polaco Krzysztof Holowczyc, poderá ter ficado fora da discussão na tirada entre Antofagasta e Iquique, pois perdeu mais de dez minutos para Robby Gordon e está agora a dezasseis minutos e 49 segundos de Peterhansel. O Mini de Nani Roma foi o terceiro mais rápido na etapa, a oito minutos e 37 segundos do Hummer vencedor, num dia em que perdeu Nasser Al-Attiyah, que devido a problemas no alternador deu por concluida a sua participação no Dakar 2012.


Ricardo Leal dos Santos foi o melhor português nesta nona etapa, ficando a 15 minutos e 23 segundos de Gordon, e subiu três lugares na geral, passando de 15ª para 12º. No final da etapa, afirmou: "A etapa de hoje é uma clássica desta versão sul-americana do Dakar com a sua descida final espectacular para a chegada em Iquique. Correu-nos muito bem, apesar de um furo, um pouco depois de termos passado pelo Carlos Sousa, que voltámos a ultrapassar já depois da neutralização. O Top 10 está cada vez mais próximo mas o importante continua a ser rodar junto dos meus companheiros da frente, para os apoiar em caso de necessidade", referiu Ricardo Leal dos Santos à chegada a Iquique. 

Carlos Sousa ficou um pouco mais atrás, a 22 minutos e 36 segundos do vencedor, mas deverá subir ao sétimo lugar da geral com a desistência de Al-Attiyah e ainda terminou à frente do Mini do russo Leonid Novistki. Na chegada a Iquique, afirmou: "Foi um dia longo e desgastante, é certo, mas que conseguimos ultrapassar sem grandes problemas, apesar de algumas passagens perigosas fora de pista e algum trabalho de navegação. O único verdadeiro desconsolo é mesmo não conseguir acompanhar o andamento dos Mini... Chega a ser frustrante vê-los passar por mim e não poder reagir. Enfim, é uma luta desigual mas que teremos de levar até ao fim, continuando a apostar na nossa regularidade e na grande fiabilidade que o Great Wall tem vindo a demonstrar até aqui", afirmou.

Nas motos, Cyril Despres retomou a liderança que havia perdido ontem, sendo claramente o mais rápido nesta nona etapa, colocando-se na frente logo após os primeiros quilómetros e terminando com três minutos e 54 segundos de avanço sobre o seu rival, Marc Coma. Desta forma, Despres lidera agora com dois minutos e 28 segundos de vantagem sobre o seu rival catalão, fazendo os dois homens da KTM uma corrida cada vez mais à parte neste Dakar, pois o terceiro classificado, o português Helder Rodrigues, está a quase uma hora dos dois pilotos.

O piloto da Yamaha foi o quarto mais rápido na tirada de hoje, atrás do espanhol da Husqvarna, Joan Barreda Bort, que se tem mostrado cada vez mais forte. O outro piloto da marca sueca, Paulo Gonçalves, foi quinto na especial de hoje e deverá recuperar o quarto posto a David Casteau, o que faz dos dois portugueses os melhores dos 'outros' neste Dakar, face à supremacia de Despres e Coma.

Amanhã, motos, carros e camiões farão a etapa entre Iquique e Arica, no total de 694 quilómetros, 377 dos quais em troço cronometrado.

Acham que vamos ter Formula 1 no Bahrein?

Desde que se conhece o calendário de Formula 1 da temporada de 2012, no final do ano passado, que se sabe do espinho chamado GP do Bahrein, que está marcado para o dia 22 de abril no circuuito de Shakir. Toda a gente sabe que passear por esse emirado do Golfo numa altura tão complexa que está a ser as revoluções árabes, no qual o caso barenita é um exemplo de "como não se deve atender às necessidades de um povo", do qual só os sírios fazem pior.

A parte politica é conhecida de todos: os xiitas, que são a maioria da população, contra sunitas, de que faz parte a familia real, numa luta por direitos iguais em termos de não só a representação politica como também de outras coisas como acesso a empregos e a habitação condigna. As demonstrações fizeram mossa no inicio de 2011, de tal forma que o GP barenita, que deveria ser a primeira prova do ano foi cancelada. Só que após um período de repressão e acalmia, com inquéritos e julgamentos, tanto para o melhor (alguns policias foram condenados por abuso de poder) como para o melhor (médicos julgados e condenados por prestarem assistência a revoltosos), as coisas voltaram a ter um novo pico com a prisão e espancamento de um ativista da oposição, que fez com que o Centro de Direitos Humanos do Bahrein apelasse neste domngo a que equipas e pilotos boicotassem o GP barenita, vocalizando explicitamente aquilo que já se murmura desde há algum tempo.

Nabeel Rajab, o seu vice-presidente, expressou esse desejo. Numa entrevista a uma revista árabe, reproduzida pela BBC, afirmou: "Iremos fazer campanha para que... equipas e pilotos boicotem [a corrida]. O Governo deseja a Formula 1 [no seu país] para passar uma imagem ao mundo exterior de que tudo voltou ao normal. Se a Formula 1 vier, está a ajudar nessa mensagem, e perferíamos que ela não colaborasse. Tenho a certeza que os pilotos e as equipas respeitam os Direitos Humanos."

Claro, os organizadores já menorizaram esse apelo, e todos nós sabemos que o que respeita Bernie Ecclestone são as verdinhas. E ele é um sujeito que não é nada politicamente correto. Basta ir à história e ver que levava a Formula 1 na Africa do Sul nos tempos do "apartheid" até 1985, numa altura em que este país tinha sido expulsa de todas as entidades desportivas. Só nesse ano é que as pressões da comunidade internacional foram bem mais fortes do que o habitualmente suportável. E Bernie Ecclestone quer a corrida barenita porque... é uma grande fonte de receita. E ainda por cima, o principe herdeiro é um grande fã de automobilismo e a pessoa que está por trás da construção e realização dessa corrida. Um homem raro para Ecclestone, porque nos tempos que correm, quem é que estará disposto a dar 60 milhões de dólares num abrir e fechar de olhos para ser a corrida de arranque do campeonato?

Contudo, toda a gente sabe desde o inicio que o Bahrein é, no minimo, um incómodo. Todos sabem que não querem correr por lá, mas existem contratos para serem cumpridos e as penalizações serão bastante altas. Mas os patrocinadores são influenciáveis pelos seus consumidores e poderá haver ações coordenadoras de grupos para convencerem esses patrocinadores para que não vão até lá. E a própria população barenita pode se mobilizar para um "dia de raiva" nas semanas anteriores ao final de semana do Grande Prémio, a 22 de abril. Caso isso aconteça, - confrontos ou o estado de emergência no país - muito provavelmente as seguradoras poderão ameaçar o cancelamento dos seus seguros caso insistam na passagem por essa ilha do Golfo Pérsico...

Uma coisa e mais do que certa. Abril vai ser um mês muito quente naquelas bandas.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

A capa da Autosport desta semana

A capa do Autosport desta semana tem um aviso do que vai acontecer dentro de duas semanas: a sua reformulação. Com uma foto de Ayrton Senna no seu McLaren a ilustrá-lo, afirma que a edição da semana que vêm será "uma de colecionador" pois a seguir virão três novos Autosport: uma revista mensal, o site reformulado e uma publicação online paga.

Na revista propriamente dita, fala-se sobre o Dakar, que se aproxima da sua fase decisiva. "O Dakar da Mini e dos portugueses", com um antetítulo a falar da situação do momento. "Mini lidera com Hummer à espreita". E claro, puxa a brasa à sardinha portuguesa, como se pode ler pelos subtítulos: "Carlos Sousa acredita que o pior pode estar para vir"; "Helder Rodrigues à espera de deslizes de Coma e Després" e "Paulo Gonçalves é surpresa nas motos".

A revista oferece um guia para o WRC, que começará no final desta semana, enquanto que dá destaque a uma entrevista com Jenson Button, que "aposta num bom arranque da McLaren em 2012". 

Dakar 2012 - Dia 7

A oitava etapa do Rali Dakar, que se realizou hoje entre as localidades chilenas de Copiapó e Antofagasta,
Nani Roma, no seu Mini, venceu a oitava etapa do Dakar, num dia em que se acentuou o equilíbrio na prova, já que os três pilotos classificados na geral atrás do líder, Stéphane Peterhansel, noutro Mini, lhe ganharam tempo. Assim, com o segundo lugar na etapa, Robby Gordon, em Hummer, recuperou cinco minutos e meio ao piloto francês da X-Raid, aproximando-se, e está agora apenas a sete minutos e 36 segundos na classificação geral.

O polaco Krzysztof Holowczyc, também no seu Mini, foi terceiro na etapa e dista agora meros sete minutos e 48 segundos de Peterhansel, o mesmo sucedendo com o vencedor da etapa, Nani Roma, também em Mini, que recuperou cinco minutos e 38 segundos a Peterhansel, o grande "derrotado" do dia, ainda que mantenha uma boa margem na liderança duma prova em que já se percebeu que as grandes diferenças entre os homens da frente é "coisa" do passado. A seis dias da caravana chegar à meta em Lima, a capital do Peru, neste momento existem quatro pilotos a lutar pela vitória, e todos "cabem" em apenas... doze minutos e meio. Nem parece uma prova de Endurance...

O qatari Nasser Al-Attiyah foi quinto nesta etapa, um bom desempenho se tivermos em conta os seus problemas que teve no início da tirada, onde teve de parar para prender um pneu sobressalente que se soltou. Na geral, o piloto do Qatar é sexto classificado, menos de oito minutos atrás do quinto, o sul-africano Giniel de Villiers, que por sua vez está a 37 minutos e 45 segundos do líder Peterhansel.

Entre as cores portuguesas, foi mais um dia positivo para Carlos Sousa, que foi sétimo na etapa, ganhando tempo ao Mini do russo Leonid Novitskiy, enquanto que Ricardo Leal dos Santos foi nono na etapa, apesar de ter furado por duas vezes. "A etapa era pouco interessante, com zonas de mais de vinte quilómetros sempre a fundo. Fomos infelizes já que furámos por duas vezes. Na parte final da etapa havia uma zona com muita pedra e baixámos um pouco o andamento, para não correr o risco de voltar a furar. As ultrapassagens às motos também não foram fáceis", referiu Ricardo Leal dos Santos. Contudo, apesar dos furos, ganhou um lugar na geral, sendo agora o 15º classificado.

Quanto a Carlos Sousa, no final do dia, começou por afirmar o seguinte: "Iniciámos o troço com algumas cautelas, procurando perceber se estava tudo bem com o carro após a revisão geral que a equipa realizou ontem, durante o dia de descanso. Embora continue a sentir algumas dificuldades, já que a traseira continua muito instável, fui aumentando sempre o ritmo, forçando um pouco o andamento nas partes mais rápidas e defendo-me um pouco nas zonas de pior piso, onde era muito fácil furar", explicou o melhor português da geral à chegada a Antofagasta.

A seis dias da meta, o piloto da Great Wall revela que "é difícil prever o que ainda nos poderá reservar este Dakar em termos de classificação final, até porque há alguma apreensão em relação às duas primeiras etapas no Peru. Em condições normais, será difícil subir mais na geral, mas o resultado de hoje foi particularmente motivador, dando-nos alguma esperança em poder ainda colocar o Novitskiy sob alguma pressão", concluiu.

Nas motos, o dia não correu nada bem a Cyril Després, já que o francês perdeu mais de 14 minutos ao quilómetro onze ao ficar preso num lamaçal, cedendo depois mais alguns minutos durante a tirada, ganha pelo seu maior rival, Marc ComaHelder Rodrigues foi terceiro na etapa e manteve a mesma posição na classificação geral, ainda que se mantenha a mais de cinquenta minutos do líder, que agora pertence a Coma. Rúben Faria foi um dos heróis do dia, ao ser segundo na etapa, o que lhe permitiu ascender da 15ª à 13ª posição da geral, enquanto que no polo oposto esteve Paulo Gonçalves, que foi apenas 16º, pois csaiu no mesmo atasco que Després e o norueguês Ullevalseter, caindo dessa forma para o quinto posto da classificação geral.

O Dakar prossegue amanha entre Antofagasta e Iquique, ainda no Chile, com 556 dos 565 quil]ometros da etapa a ser corrida em especial.

A "vitória-choque" do Wolf de Jody Scheckter

(...) Após as duas sessões de qualificação, o melhor foi James Hunt, no seu McLaren, com John Watson mesmo a seu lado, no Brabham-Alfa Romeo. Patrick Depailler, no Tyrrell de seis rodas, e Niki Lauda, no seu Ferrari, partilhavam a segunda fila da grelha de partida. O segundo McLaren de Jochen Mass era o quinto, seguido do Brabham-Alfa Romeo de José Carlos Pace. O herói local, Carlos Reutemann, era o sétimo na grelha, seguido pelo Lotus de Mário Andretti. A fechar o "top ten" estavam o Shadow de Tom Pryce e o segundo Lotus de Gunnar Nilsson. 


 Debaixo de calor típico do Verão austral, máquinas e pilotos prepararam-se para o inicio da temporada de 1977. Na largada, Watson partiu melhor e ficou com a liderança, com Hunt logo a seguir, enquanto que mais atrás, Gunnar Nilsson não saía da boxe devido a uma caixa de velocidades defeituosa. Nas dez voltas seguintes, Hunt perseguiu Watson até que conseguiu por fim ultrapassá-lo e tomar o comando da corrida. (...)


(...)Parecia que as coisas iriam correr bem para os Brabham, mas o asfalto ondulado de Buenos Aires estava a ser destruídos para as suspensões, e na volta 41, Watson sofria com uma falha da suspensão e assim, Pace herdou a liderança, com Scheckter agora em segundo e Andretti na terceira posição. Por esta altura, o brasileiro lidava com as altas temperaturas dentro do seu cockpit e tinha dificuldades físicas. Isso permitiu a aproximação de Jody Scheckter, que com o seu novo Wolf, estava cada vez mais a causar sensação. Na volta 48, o sul-africano passa para a liderança e afastou-se cada vez mais do pelotão. Andretti fez a mesma coisa na volta 51, mas pouco depois, um dos rolamentos gripou e não teve outro remédio senão encostar às boxes. Mas incrivelmente, conseguiu pontuar na quinta posição. (...)

Há precisamente 35 anos, o mundo da Formula 1 ficava em choque. O GP da Argentina tinha sido em si penalizador para carros e pilotos, e sabia-se do potencial do carro de Walter Wolf, desenhado por Harvey Postlethwaithe e pilotado pelo ex-piloto da Tyrrell, Jody Scheckter. Mas ninguém esperava que acabasse a corrida no lugar mais alto do pódio, batendo o Brabham Alfa-Romeo de José Carlos Pace, quie estava a dar o melhor resultado do motor italiano desde 1951.

A vitória de Scheckter em Buenos Aires fazia com que todos começassem a falar na Wolf, e fazia tambéwm com que a equipa entrasse nos anais da Formula 1, pois tinha alcançado algo que somente a Mercedes tinha feito em 1954, no GP de França. E depois da Mercedes e da Wolf, apenas a Brawn GP iria repetir a gracinha em 2009, com Jenson Button, 32 anos depois de Scheckter e a Wolf. A história completa deste Grande Prémio podem ler hoje no Portal F1.com.

Carlos Sousa fala sobre o projeto da Great Wall

O dia de descanso do Dakar, que aconteceu ontem na cidade chilena de Copiapó, serviu para não só reparar as máquinas danificadas de tanto uso, como também serviu para retemperar corpos cansados de tantas horas atrás de um volante, a passar dunas, caminhos pedregosos, passando por muitos e enormes obstáculos encontrados pela organização, do qual só os mais fortes e os mais ágeis conseguem passar. No caso de Carlos Sousa, que regressa ao Dakar depois de um ano de ausência, no projeto da chinesa Great Wall, o dia de descanso serviu para fazer um ponto da situação do projeto e de como está a correr até agora.

Numa entrevista à Autosport portuguesa, fala sobre isso: "Do ponto de vista da Great Wall, este resultado está já acima de todas as expectativas, pelo que o grande objetivo é segurar este lugar até final, até porque é realisticamente impossível aspirar a muito mais face à enorme fiabilidade que tem vindo a ser demonstrada pelos MINI e particularmente pelos Hummer. Nesse contexto, só posso sentir-me muito satisfeito, porque não é fácil chegar a um Dakar com apenas três dias de testes e integrado numa equipa que tem meios limitados, apesar de muita vontade em aparecer ainda com mais força no futuro", revelou o piloto português durante o almoço de ontem em Copiapó.

"É muito interessante perceber o impacto que esta participação está a ter internacionalmente, não só aqui na América do Sul como na própria China e até na Europa. Aliás, quase posso garantir que nunca fui tão solicitado pela imprensa internacional como nesta prova. Há uma grande curiosidade em relação à marca e à nossa participação no Dakar. O resultado surpreende e todos querem saber mais sobre o carro e sobre o futuro desta jovem mas ambiciosa equipa", continuou.

Carlos Sousa revelou que o contrato inicial com a Great Wall termina após este Dakar, mas porém, face às conversas já mantidas com o vice-presidente da marca, que tem acompanhado a prova desde o seu primeiro dia, "parecem existir boas perspetivas de prolongarmos esta ligação e começarmos a preparar um projeto ainda mais ambicioso para o próximo Dakar, talvez até com um novo carro e uma equipa de pilotos ainda mais alargada", admitiu.

E revelou que a equipa foi convidada pelo próprio Nasser Al-Attiyah a participar na Baja do Qatar, no próximo mês de abril: "Era importante que a equipa apostasse em mais provas e num programa de testes mais extenso, até porque existem problemas de base no carro que precisam ser corrigidos, a começar pela refrigeração do motor e a terminar na afinação do próprio chassis", pormenorizou.

 O Rali Dakar prossegue hoje, com a etapa entre Copiapó e Antofagasta, no total de 722 quilómetros, 477 dos quais em especial cronometrada.  

domingo, 8 de janeiro de 2012

Rumor do dia: Dakar 2013 começa no Peru e acaba no Chile

No dia de descanso do Rali Dakar, na cidade chilena de Copiapó, um "lapsus linguae" de um membro do governo chileno revelou um segredo bem guardado da organização: o itenerário do próximo Dakar. 

Segundo o diretor do Instituto de Desportos do Chile, Gabriel Ruiz Tagle, o Dakar 2013 irá começar no mesmo local onde acabará este ano: Lima, no Peru, e terminará na capital do seu país, Santiago do Chile, com passagem pela Argentina. Mais um ano, percurso novamente diferente, porque, pelos vistos, o evento começa onde este ano termina, Lima, 'descendo' até Córdoba, local onde se realizará o dia de descanso, voltando depois para o Chile, onde terá o seu epílogo. 

A cerimónia de consagração dos vencedores - a acreditar na plavras do senhor Tagle - poderá ser no pátio do Palácio de la Moneda, onde vivem e trabalham os presidentes da República do Chile. 

Cabe agora saber se a ASO confirmará as palavras do membro do governo chileno. A acontecer, deverá ser algures no próximo mês, como tem acontecido nos anos anteriores.