Por estes dias, a Hispania - ou HRT como é chamado - é uma incógnita. É certo que a Thesan Capital adquiriu-a a meio do ano passado à familia Carabante, e que apostou imenso numa "hispanização", com a mudança da sede para Valência, na contratação de Luis Perez-Sala para diretor desportivo e a sua transferência de Munique, onde estava a trabalhar nas instalações de Colin Kolles, para Valencia, no sentido de exarcebar a sua "hispanidade" para o resto do mundo. Mas muitos dentro do "paddock" acham que essa mudança foi de cavalo para burro e poderá ter apressado o seu fim.
Soube na terça-feira, via Twitter, por alguém que não consegui fixar o nome, que a mudança de Munique para Valencia e a saida de Colin Kolles do xadrez da Hispania poderá ter feito com que a equipa tivesse perdido cerca de... 90 por cento dos funcionários, entre mecânicos, engenheiros e administrativos. E a sua mudança para Valência não foi aquilo que eles sonhavam, pois em vez de irem para a zona do porto, que fora reconstruida para a America's Cup e para o Grande Prémio, foram para um armazém alugado nos arredores da cidade.
E para piorar as coisas, segundo nos conta o Joe Saward no seu blog, há problemas em relação a certas partes do carro, que passado um certo prazo de validade, tem de ser refeitas segundo os regulamentos da temporada que aí vêm. A mudança para Valencia fez com que não só tenham problemas em termos de mão-de-obra, mas também na velocidade e capacidade de construção dessas novas peças, e parece que não terão isso a pronto da primeira corrida do ano, na Austrália. Claro, no caso da Hispania, podem subcontratar, mas encontrar firmas em Espanha que façam esse trabalho é complicado, e quando encontrarem, certamente que será mais caro do que quando faziam isso na Grã-Bretanha ou Alemanha.
Uma coisa é certa: parece que pela terceira vez consecutiva, o novo-velho chassis não estará pronto a tempo para a nova temporada. Pelo menos no dia 1 de fevereiro, data do inicio dos testes.
Mas enquanto se ouve o pior sobre a situação da equipa, ouvem-se ainda rumores sobre o segundo lugar da HRT, já que o primeiro pertence ao veteranissimo Pedro de la Rosa. Fala-se de Dani Clos, que tem o apoio de Luis Perez-Sala, mas também fala-se de Jerôme D'Ambrosio, ex-piloto da Virgin, que tem também dinheiro suficiente para comprar o segundo lugar, dez milhões de euros, creio eu. Francamnte, creio que há muitos pilotos que desesperam para correr, não interessa em que lugar for. O iman da Formula 1 é forte, muito forte, e como sabem, muitos bons pilotos - e até com carteiras fortes - ficarão de fora nesta temporada que aí vêm. Só que isso é suficiente para se sujeitarem a um "dinocarro", cuja prontidão ainda é uma incógnita?
Só o tempo responderá, e só ele é que saberá como é que irá acabar o III Ato da saga da Hispania.
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