Outro dos grandes pilotos que a França teve nos anos 70 e 80, ganhou o seu lugar na história graças não só à sua rapidez e vontade de vencer, mas também pelo facto de ser um homem franco, muito terra-a-terra, muito admirado por todos.
"Nené" Arnoux nasceu a
4 de Julho de 1948 em
Grenoble, França. Cedo entusiasmou-se pelo automobilismo, e em
1976 disputava a Formula 2, onde foi vice-campeão, com um ponto a menos que o vencedor e futuro companheiro de equipa,
Jean-Pierre Jabouille. Em
1977 volta à carga e ganha o
Europeu de Formula 2 com autoridade.
Em
1978, começa a sua carreira na Formula 1. Contudo, a pequena equipa
Martini não tinha condições para mais altos voos, e antes que a época acabe, esta retira-se. Depois vai substituir o acidentado
Vittorio Brambilla na
Surtees, mas esta equipa está nas suas horas finais, e pouco havia a fazer. Zero pontos.
No ano seguinte, a
Renault escolhe-o para que ele seja o seu segundo piloto, e a primeira oportunidade que ele têm para brilhar é… no GP de França, em
Dijon-Prenois, onde a batalha final pelo segundo lugar, com o Ferrari de
Gilles Villeneuve é hoje em dia considerada como uma das mais brilhantes batalhas da história do automobilismo. O terceiro lugar final dá-lhe o seu primeiro pódio de sempre, facto que repete em Silverstone, onde acaba em segundo, atrás do Williams de
Clay Regazzoni. Na Áustria, consegue a sua primeira pole-position, facto que repete na Holanda. Em Watkins Glen, a última prova do campeonato, acaba em segundo. No final da época, Arnoux termina no oitavo lugar do campeonato, com
17 pontos, conseguindo
duas poles,
três pódios e
duas voltas mais rápidas.
Em
1980, tem um inicio de temporada fabuloso: ganha em
Interlagos e em
Kyalami, colocando-se na frente do campeonato do Mundo. Mas esta euforia é de pouca dura, e depois disto, o melhor que consegue é um segundo lugar na Holanda. No fim da época, Arnoux termina em sexto lugar, com
29 pontos,
duas vitórias,
três pódios,
duas poles e
quatro voltas mais rápidas.
Para
1981, Arnoux conta com um novo companheiro de equipa:
Alain Prost. O jovem Prost mostra de que é feito, e rapidamente consegue ser melhor do que ele. O melhor que Arnoux consegue é ser segundo na Áustria. No final da época obtêm o nono lugar do campeonato, com
11 pontos. Para além disso, obteve
quatro pole-positions e
uma volta mais rápida.
Em
1982, Arnoux vê a ascensão de
Alain Prost a primeiro piloto, depois de este ter ganho as duas primeiras provas do campeonato: Africa do Sul e Brasil. Para piorar as coisas, nessa altura, não consegue mais do que um terceiro lugar.
Essa tensão chega ao auge no
GP de França desse ano: a equipa tinha combinado que Arnoux deveria deixar passar Prost, em melhor situação no campeonato. Ora, Arnoux, que tinha feito a pole-position, achou que tal ideia era ultrajante e disse não. Resultado: Arnoux ganhou, à frente de Prost, o caldo ficou entornado e começou a procurar equipa para 1983.
Arnoux ainda venceu em
Monza e foi segundo classificado em
Hockenheim, terminando no sexto lugar da classificação geral, com
28 pontos. Para além disso, fez
cinco pole-positions,
quatro pódios e
uma volta mais rápida.
A sua nova equipa para
1983 chamava-se…
Ferrari! A sua rapidez não tinha passado despercebido ao
“Comendatore” Enzo Ferrari e foi correr numa dupla totalmente francesa, ao lado de
Patrick Tambay. Domina rapidamente Tambay, especialmente a meio da época, ganhando os Grandes Prémios do Canadá, Alemanha e Holanda. Pelo meio, sai perdedor de uma batalha contra Prost na Áustria e contra Piquet em Monza. Depois do GP de Itália, Arnoux tinha boas hipóteses de ser campeão, mas um mau final de época fez com que ficasse com o
terceiro lugar final, com
49 pontos, resultantes de
três vitórias,
sete pódios,
quatro pole-positions e
duas voltas mais rápidas.
Apesar de ter acabado em terceiro, ajudou a Ferrari a conquistar o título de construtores, algo que só conquistaria 17 anos mais tarde…
A partir de
1984, o Ferrari perde alguma competitividade em favor da
McLaren e da
Lotus. Arnoux não ganha, não faz poles, e o melhor que consegue são dois segundos lugares, em San Marino e Detroit. O seu novo companheiro de equipa, Michele Alboreto, ainda ganha uma corrida… e a sua classificação final situa-se no
sexto lugar, com
27 pontos,
quatro pódios e
duas voltas mais rápidas.
Para
1985, Arnoux começava o campeonato em boa posição, com um quarto lugar no Brasil. Mas mal ele sabia que isso seria a sua última prova com a Ferrari… antes do
GP de Portugal, misteriosamente,
a Ferrari dispensa os seus serviços, substituindo-o pelo sueco
Stefan Johansson. Fica o resto do ano sem competir.
Em
1986, regressa à competição pelas mãos da
Ligier. Tem 38 anos e a sua rapidez continua intacta. Coloca o seu carro regularmente nos pontos, mas não alcança nenhum pódio. Termina o ano com
17 pontos, dando-lhe um
décimo lugar. Continua em
1987, mas os Ligier estão agora em declínio. O melhor que consegue nesse ano é um sexto lugar na Bélgica, acabando o campeonato na
17ª posição, com
um ponto. Pior fica em
1988, onde não pontua. Na sua última época, em
1989, consegue uma boa prestação no
GP do Canadá, onde debaixo de chuva, consegue um honrável quinto lugar. Mas nesse ano, ficava sempre na última fila, onde chegou a ter a companhia de pilotos como
Nelson Piquet… No final daquele ano, termina a sua carreira na Formula 1, com a
22ª posição final, com
2 pontos.
O balanço final desta aventura de 12 épocas foi a seguinte:
165 Grandes Prémios, sete vitórias, dezoito pole-positions, doze voltas mais rápidas e 22 pódios. Obteve
181 pontos no total.
Finda a sua carreira na Formula 1, Arnoux montou um negócio bem sucedido de pistas de karting indoor um pouco por toda a França. Neste momento têm quatro pistas a funcionar, duas na região parisiense, uma em Lyon e outra em Marselha. No final de
2006, decidiu voltar a colocar o capacete ao participar no
Grand Prix Masters, a Formula 1 com mais de 45 anos.