Desde que entrou num kart que ele demonstrou ser muito rápido, mas muito selvagem. E há 45 anos, no Canadá, preparava-se para entrar num Formula 1 pela primeira vez, graças a uma abertura a Alfa Romeo. Hoje falo de Andrea de Cesaris.
Nascido a 31 de maio de 1959, em Roma, o seu pai era executivo da Marlboro Itália, mas desde cedo que se aventurou no automobilismo, graças ao kart, onde foi um dos pilotos mais rápidos da sua geração. Quando passou para os monolugares, em 1978, levou essa rapidez, primeiro para a Formula 3, depois para a Formula 2, especialmente na Grã-Bretanha. Andando na Team Tiga, em 1979 ganhou seis corridas e acabou na segunda posição da geral. Ainda em 79, estreou-se na Formula 2, a bordo da Project Four, equipa criada por Ron Dennis e com forte apoio da Marlboro International.
Em 1980, continua na Project Four, com um March 802 BMW, mas nessa temporada, pouco podia fazer para contrariar os Toleman de Derek Warwick e Brian Henton, que dominavam as pistas. Apesar de tudo, a sua rapidez deu-lhe quatro pódios, incluindo uma vitória na ronda de Misano, a penúltima do campeonato, e o quinto lugar final, batido pelos Tolemans e pelos italianos Siegfried Stohr e Teo Fabi.
Enquanto corria na Formula 2, as chances da Formula 1 se abriam. Com a morte de Patrick Depailler, em agosto, a Alfa Romeo pedira a Vitorio Brambilla para que regressasse por algumas corridas, o que acedeu. Mas aos 42 anos, o "Gorila de Monza" sabia que o seu tempo tinha passado e depois da ronda italiana - curiosamente, em Imola - decidiu que o seu tempo tinha passado. E viraram-se para um jovem de Roma, que tinha ligações ao patrocinador. E ficaram curiosos para saber se ele iria adaptar-se bem ao carro.
O teste saiu melhor que o esperado, ao ponto de darem logo o lugar para as corridas finais. Ainda por cima, os intentos testes que a equipa estava a ter ao longo do ano para melhorar o carro começavam a compensar em termos de colocação na grelha. Por exemplo, Bruno Giacomelli tinha partido de quarto em Imola, na corrida anterior.
De Cesaris, no alto dos seus 21 anos, não desiludiu em termos de velocidade. Adaptou-se de tal modo que, comparado com Brambilla, foi muito melhor, alcançando facilmente a qualificação. Mas ainda melhorou o seu tempo, ficando com o oitavo melhor registo, a 1,6 segundos da pole-position, mas apenas quatro décimos mais lento que Giacomelli, seu companheiro de equipa.
E os pilotos que deixou para trás? Gente como Jacques Laffite, no seu Ligier, Jean-Pierre Jabouille, no seu Renault, Mário Andretti, da Lotus, e os Ferrari de Gilles Villeneuve e Jody Scheckter, que viviam horas de amargura. E até um garoto de 19 anos, Mike Thackwell, que corria ali no terceiro Tyrrell, inscrito pela equipa.
Começava ali uma carreira longa e inesquecível. Em muitos aspectos.


























