O GP do Brasil de 2005, em Interlagos, era a antepenultima corrida antes do final do campeonato. Fernando Alonso, piloto da Renault, tinha um avanço de 25 pontos sobre Kimi Raikonen, da McLaren, numa temporada onde Michael Schumacher estava bem discreto, apenas tendo ganho uma corrida nessa temporada - o infame GP dos Estados Unidos, em Indianápolis. Aquele dos seis carros em pista. Apesar de tudo, era terceiro na geral, com 55 pontos. Metade que tinha o espanhol da Renault antes da corrida brasileira.
Para ser campeão, bastava um terceiro lugar para Alonso nessa corrida, mesmo que Kimi ganhasse essa corrida, porque os 25 pontos de diferença entre os dois - usava-se o sistema de pontos que existia desde 2003 - era o suficiente para decidir o título sem precisar das corridas asiáticas do campeonato, Japão e China.
Na qualificação, Alonso conseguiu a pole-position, o que era fantástico para ele, pois partia de melhor lugar que a concorrência. Kimi era apenas quinto, enquanto a seu lado na primeira fila tinha outro McLaren, o de Juan Pablo Montoya. Michael Schumacher era sétimo, a quase um segundo de Alonso, enquanto Jarno Trulli, no seu Toyota, e Takuma Sato, piloto da BAR, tinham mudado os seus motores e perdiam 10 lugares na grelha. Claro, houve beneficiados, como Tiago Monteiro, que com o seu Jordan, partia de 11º, a sua melhor posição na grelha até então na temporada.
Tinha chovido antes da corrida, mas já havia uma trajetória seca, ideal para manterem os pneus slicks. Jacques Villeneuve partia das boxes, e na partida, enquanto os da frente se portavam bem, com Alonso a ir embora do pelotão, atrás, um toque entre os Williams de Mark Webber e António Pizzonia, mais o Red Bull de David Coulthard, obrigava à amostragem das bandeiras amarelas. Kimi Raikkonen e Michael Schumacher tentavam recuperar posições antes da entrada do Safety Car, para recolher os destroços dos carros acidentados na primeira curva.
Pizzonia e Coulthard abandonaram de imediato, Webber foi às boxes para reparar os estragos. Ficou 20 voltas e regressou à pista.
Na terceira volta, a corrida recomeçou com Montoya ao ataque, para o passar. Ele conseguiu, e a partir dali, começou a abrir uma vantagem que desse para ganhar. Raikkonen era terceiro, mas não conseguia apanhar e passar Alonso, para tentar adiar a festa do título.
Alonso fez o seu primeiro reabastecimento na volta 22, antes dos McLaren, deixando Raikkonen em segundo, provavelmente com a McLaren a querer parar uma ou duas vezes, mas Montoya foi às boxes na volta 28, três antes de Raikkonen, que parou na 31. O segundo reabastecimento aconteceu na volta 55 para o colombiano, quatro antes de Kimi, que parou na 59.
Alonso, instalado na terceira posição, já tinha o que queria, e apenas levou o carro até à meta, altura em que assistiu à dobradinha da McLaren, com Montoya a triunfar, 2.5 segundos na frente de Raikkonen.
Alonso cortou a meta, a 24,8 segundos do vencedor... e logo a seguir, começaram os festejos. Afinal de contas era histórico: a Espanha era a mais recente nação a entrar no Panteão dos Campeões, e Alonso batia um recorde de precocidade que pertencia, até então, a Emerson Fittipaldi, alcançado 33 anos antes.





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