quinta-feira, 25 de setembro de 2025

A imagem do dia (II)









Na mesma tarde em que Fernando Alonso conquistava em Interlagos o seu primeiro título mundial, em Brands Hatch, começava um campeonato de monolugares diferente. Uma competição entre nações, no asfalto, em moldes semelhantes aos de um campeonato do mundo de futebol, impulsionado por um "sheik" árabe: a A1GP Series.

Ideia do "sheik" Maktoum Hasher Maktoum Al Maktoum, do Dubai, em 2003, na sua estrutura diretiva estavam gente como os sul-africanos Brian Menell e Tony Teixeira (este de descendência portuguesa), e conseguiram, depois de um ano, o apoio da FIA. Com chassis Lola, baseados na Formula 3000, desenhados como se fossem um tubarão - exigência do "sheik" Maktoum, que queria ser o primeiro a guiar! - e motor Zytek, com 650 cavalos de potência, foram construídos 50 exemplares, pois eles desejavam alugar por "franshisings" para os interessados, e esses interessados representariam nações um pouco por todo o mundo. Dos 30 que existiam, 23 desses "franshisings" eram para nações em especifico, como a Grã-Bretanha, França, Alemanha, Itália e Estados Unidos, por exemplo, e os outros sete seriam de nações que estariam dispostas a entrar, mesmo sem reserva.

O calendário para a primeira temporada teria 12 rondas duplas, e começararia em Brands Hatch. Funcionaria durante o inverno europeu, para correr fora do continente, e correria em pistas onde também passaria a Formula 1, como Xangai e Sepang, na Malásia. 

Pelo meio, passariam por Lausitz, na Alemanha, Estoril, em Portugal, Dubai, Durban, na África do Sul, Laguna Seca, nos Estados Unidos, Cidade do México, Curitiba, no Brasil, e Sentul, na Indonésia. 

Quando tudo ficou pronto para a primeira corrida, estavam 25 lugares preenchidos, dos quatro cantos do mundo. E alguns pilotos que não só eram veteranos da Formula 1 e outras categorias, como jovens esperanças do automobilismo. O Brasil alinhava com Nelson Piquet Jr, os Países Baixos com Jos Verstappen (o pai do Max, para quem não sabe), a Malásia, com Alex Yoong, a Chéquia, com Tomas Enge, a Austrália, com Will Power - Christian Jones, filho de Alan Jones, também alinharia nas corridas seguintes - Adrian Sutil, na Alemanha, Scott Speed e Bryan Herta, os Estados Unidos, Matthias Lauda, filho de Niki Lauda, alinhava pela Áustria, Karun Chandhok, pela India, Ryo Fukuda e Hideki Noda, pelo Japão, e Álvaro Parente, por Portugal. 

Mais de 40 mil pessoas foram a Brands Hatch, no Kent inglês, para assistir à primeira corrida da competição. O fim de semana fora agitado, mas no final, o Brasil ficou com a pole-position, seguido pela Nova Zelândia, que alinhava com Matt Halliday, e pela França, que alinhava com Alexandre Premat, que na altura era piloto da GP2.

Na partida para a primeira corrida, Piquet dominou do inicio ao final, com Verstappen a bater contra o carro do sul-africano Stephen Simpson e ser a primeira desistência da competição. No final de 18 voltas, o brasileiro ficou na frente de Premat e Halliday. Com os pilotos a pontuarem até ao décimo lugar, com o vencedor a conseguir 10 pontos, e a perderem um até ao décimo, as diferenças eram mínimas. 

E eram nessas posições que arrancavam para a feature race. Ali, 38 voltas, mais uma troca de pneus, confirmaram Piquet Jr, conseguindo um fim de semana perfeito, na frente de Will Power, da Austrália, e Salvador Duran, do México. Verstappen e Simpson, que largaram do fundo da grelha, acabaram em quinto e sexto, respetivamente, levando o carro ao seu limite. Em contraste, Álvaro Parente, o representante português e na altura, campeão britânico de Formula 3, depois de um oitavo posto na primeira corrida, uma bateria defeituosa na volta dois obrigava a abandonar. 

No final, todos pareciam se ter divertido nesta competição, e tudo parecia ter pernas para andar. Contudo, a ideia não durou muito tempo, apenas quatro temporadas, acabando com chassis e motores Ferrari, uma crise mundial e dividas por pagar em toda a parte. 

Contudo, hoje, há vinte anos, principiava a aventura.

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