sábado, 1 de maio de 2021

A imagem do dia


A meio da qualificação da prova portuguesa, apareceu esta imagem que, de uma certa forma, explica a relação que temos com o automobilismo. Um campo de futebol decorado com a imagem de Ayrton Senna e Lewis Hamilton, com a data dos seus triunfos em Portugal. Estes dois pilotos alcançaram imenso na sua carreira, mas para um, a sua carreira vitoriosa começou em no Estoril, e para outro, Portimão foi palco do momento em que ultrapassou Michael Schumacher no número de vitórias.

Mas nesta sábado, Hamilton poderia ter alcançado as 100 pole-positions, o que seria inédito. Por sete milésimos, Valtteri Bottas não o deixou. Contudo, hoje passa mais um aniversário da morte de Ayrton Senna, e é bom recordar ambos e o que este país e os seus circuitos contribuíram para a história da Formula 1. Que não foi pouco. 

CPR 2021 - Rali Terras D'Aboboreira (Final)


O norueguês Ole Christian Veiby foi o grande triunfador do Rali Terras D'Aboboreira, a primeira do Campeonato de Portugal de Ralis (CPR). A bordo do Hyundai i20R5, aguentou as investidas finais de Pepe Lopez, no qual ficaram a meros 2,8 segundos entre eles. Chris Ingram, no seu Skoda Fabia Rally2 Evo, ficou com o lugar mais baixo do pódio, sendo mais rápido que Ricardo Teodósio, o melhor português, a 11,9 segundos e distante de Armindo Araújo, quinto na geral a 20,2 segundos do vencedor e segundo melhor português.

Nas cinco classificativas que restavam até ao final, com duplas passagens por Marão e Aboboreira, bem como uma passagem única por Baião, o dia começa com a vitória de Miguel Correia na primeira passagem por Marão, quase um segundo mais veloz que Bruno Magalhães e Ricardo Teodósio. Veiby perdeu 5,8 segundos e a liderança para Georg Linnamae, o estónio que corria com o Volkswagen Polo R5.


Armindo Araújo venceu na especial seguinte, a de Baião, mas isso foi inútil, porque ela foi neutralizada devido ao acidente de Linnamae, que se despistou. Com isso, Veiby regressou a liderança, mas a concorrência apertava-se. Tanto que na especial seguinte, a fechar a manhã, Chris Ingram triunfou na segunda passagem por Marão, com Ricardo Teodósio, apesar de ter sido quarto na especial, 3,4 segundos atrás do primeiro, era agora o segundo da geral, 2,3 segundos atrás de Veiby.

Mas atrás deles, tudo apertado: até ao sétimo posto, ocupado por Bruno Magalhães, a diferença era de meros... 11,3 segundos. Um verdadeiro rali europeu.

A parte da tarde tinha a ver com as passagens duplas pela Aboboreira, e aí, Veiby atacou: foi o melhor, com um avanço de 2,3 segundos sobre Pepe Lopez e 4,1 sobre Miguel Correia. Chris Ingram foi o quarto, a seis segundos, na frente de Armindo Araújo, quinto, a 7,5. Teodosio foi apenas sexto, perdendo 8,5 segundos e caindo para quatro, a 10,5 segundos da liderança. Mas se Teodósio caía, era Lopez que aproveitava, e a 5,4 de Veiby, passou ao ataque na última especial.

Mas apesar do triunfo, Veiby só perdeu 2,6 segundos e subiu ao lugar mais alto do pódio. Terceiro na espacial, a 3,9 segundos, Ricardo Teodósio conseguiu ser o melhor português, quarto, a 11,9 e a meros 0,8 segundos de um pódio. 

Depois dos cinco primeiros, Miguel Correia foi o sexto, a 21,4, depois de ter perdido o quinto lugar in extremis para Armindo. ambos estaam longe de Bruno Magalhães, a 39,7 no seu Hyundai i20 R5, e o Skoda Fabia Evo2 de Bernardo Sousa, a 50,2 do primeiro. O chileno Alberto Heller foi nono, a 1.01,3, no seu Citroen C3 Rally2, na frente de José Pedro Fontes, a 1.06,4.

Agora o Nacional de Ralis prossegue daqui a três semanas, com o Rali de Portugal. 

Formula 1 2021 - Ronda 3, Portugal (Qualificação)


Já de volta? Tão rapidamente? E eles nos adoram?

Vamos ser honestos: quando comecei esta aventura e escrever neste canto, há 14 anos, pensava que o regresso da Formula 1 a Portugal poderia acontecer um dia, numa espécie de "whishful thinking", e pensava que, mesmo com a construção do Autódromo de Portimão, não voltariam pelos nossos lindos olhos, a nossa excelente cozinha e os nossos vinhos. Não. Como sabem, eles vieram cá por causa de uma pandemia.

Aliás, se me dissessem em janeiro de 2020 que iriamos ter Lewis Hamilton, Valtteri Bottas, Sebastian Vettel, Max Verstappen e o resto do pelotão, eu teria dado uma enorme gargalhada. Um ano e cinco meses depois, estamos aqui a receber os pilotos de Formula 1... pela segunda vez consecutiva. Isto porque este ano, ela vaio no lugar do GP do Vietname, que deveria ter acontecido, mas se descobriu que a construção do circuito nos arredores de Hanói foi devido à ambição desmedida de um administrador local, que usou indevidamente os fundos do Estado. E pagou o preço por isso...

Agora, ver a Formula 1 ali tem o seu sabor agridoce. É evidente que damos as boas vindas à elite do automobilismo num dos melhores circuitos do mundo - ironicamente, não foi construído por Hermann Tilke - mas como acontece sem espectadores, devido às restrições causadas pela pandemia. E hoje - nova ironia, bem sei - acontece no dia em que acabou o estado de emergência no país. devido aos baixo números de novos casos. E esta semana, houve dois dias onde não houve mortes devido ao CoVid-19.

É pena vermos esta corrida no conforto dos nossos lares, mas é fantástico voltar a recebê-los e chamar ao nosso circuito de "montanha-russa". E ainda por cima, pode ser que aqui que Lewis Hamilton consiga algo historicamente inédito: o primeiro piloto de sempre a conseguir cem pole-positions. Sim, leram bem: cem poles!

Com os céus com nuvens, mas mais a pintar a paisagem, a qualificação começava com tempo morno e os pilotos preocupados com as rajadas de vento e não passar dos limites nas curvas 4 e 5, sob pena de verem apagados os seus tempos, se fossem bons. E foi assim que começou a qualificação, com os comissários atentos para os exageros dos pilotos. Gente como Charles Leclerc, Lewis Hamilton e Nikita Mazepin eram os "contemplados".


Mais adiante, Sergio Perez chegou a sair de pista, antes de regressar, não ficando muito prejudicado com o que aconteceu. Para os segundos finais, depois de terem andado entre os moles e os médios, Bottas lá andava no topo da tabela de tempos, mas quando o cronómetro chegou ao zero, havia duas surpresas: o McLaren de Daniel Ricciardo e o Aston Martin de Lance Stroll estavam de fora, acompanhados pelo Williams de Nicholas Lattifi e os Haas. 

Recolhidos às boxes, e as equipas a tentarem ver como é que conseguirão fazer as voltas no meio das rajadas de vento que se faziam por ali naquele momento, começava a Q2. Com os pilotos andando entre os médios e os moles, os que tinham os pneus mais duros estavam com dificuldades para aquecer a borracha mais rapidamente quanto queriam. De imediato, Lewis Hamilton ficava com o melhor tempo, na frente de Bottas, enquanto Verstappen apenas conseguia o quinto melhor tempo, por agora.


Para ver quem ia para a Q3, colocaram os moles no sentido de fazerem tempos melhores, e claro, a luta para conseguirem um bom tempo foi duro, mas conseguiu-se. Se os Mercedes, Red Bull, Ferrari, o Aston Martin de Sebastian Vettel, o Alpine de Esteban Ocon, o McLaren de Lando Norris, e o Alpha Tauri de Pierre Gasly foram para a Q3, George Russell ficou com a "fava", ao conseguir o 11º tempo com o seu Williams, na frente de gente como Yuki Tsunoda e Fernando Alonso. Ah, se o George tivesse sido piloto da Williams em 1993...

Agora com os dez primeiros em ação, e com aquela hipótese da pole inédita do piloto da Mercedes, lá foram os pilotos com médios, e claro, os comissários atentos aos excessos. Max Verstappen fez isso e viu o seu tempo apagado, enquanto em compensação, Valtteri Bottas era o mais veloz, com 1.18,348, deixando Hamilton para trás. E Sebastian Vettel era um digno quarto classificado. 

Para a parte final, os Mercedes foram com os médios para a pista, a mesma tática que no ano anterior lhes deu a pole, mas com o vento a levantar-se, não se sabe se resultará. Verstappen só fazia 1.18,746, e não poderia ser pole, enquanto os Flechas Negras faziam o seu melhor, mas não conseguiam alterar os seus tempos. Assim... não haverá pole número cem para Hamilton: Bottas era o melhor, por sete milésimos. Max era terceiro, na frente de Perez, as duas primeiras filas tinham monopólios. Carlos Sainz Jr era quinto, na frente de Esteban Ocon, a melhor posição na grelha para um Alpine. 


Claro, Bottas estava feliz à maneira finlandesa: tinha superado o britânico, ele tinha de esperar mais uma semana para chegar aos cem, mas o problema é que... uma coisa é a qualificação, outra é a corrida, não é?  

sexta-feira, 30 de abril de 2021

CPR 2021 - Rali Terras D'Aboboreira (Dia 1)


O norueguês Ole Christian Veiby lidera o Rali Terras D'Aboboreira, priova inaugural do Campeonato de Portugal de Ralis, na frente do britânico Chris Ingram e o espanhol Pepe Lopez. Ricardo Teodósio é o melhor português, sendo quinto classificado a 6,3 segundos da liderança, na frente de Armindo Aráujo, sexto, a 7,6, no seu Skoda.

O primeiro dia do Rali Terras D'Aboboreira começou com a realização das suas primeiras classificativas, ambas em terra, com os melhores portugueses a andarem junto de alguns dos estrangeiros que vieram aqui para fazer reconhecimentos antes do Rali de Portugal, daqui a quatro semanas. E o rali começou logo com o triunfo do estónio Georg Linnamae, que triunfou na primeira passagem por Amarante Natureza Criativa, conseguindo uma vantagem de 3,1 segundos sobre Veiby, e 4,3 sobre Armindo Araújo, que ficou meio segundo na frente de Ricardo Teodósio, também no seu Skoda Fabia Evo2.


Na segunda especial, Veiby foi o melhor, e os 3,6 segundos que conseguiu de vantagem sobre Chris Ingram e os 6,1 sobre Georg Linnamae foram mais que suficientes para acabar a passar para a frente do rali, três segundos na frente do piloto estónio e seis sobre o espanhol Pepe Lopez. E como melhor português, ficou Teodósio, a 6,3, na quinta posição, não muito longe do terceiro. Bernardo Sousa, que está de volta ao CPR, era o quarto melhor, a 8,4, na frente de Miguel Correia, noutro Skoda Fabia R5, a 10,4.

Em contraste, Bruno Magalhães e José Pedro Fontes estavam atrás. O primeiro tinha perdido 11,9 e era 11º, na frente do segundo, que tinha perdido 12,9 segundos.

Na geral, depois dos seis primeiros, está Miguel Correia, sétimo a 13,7 segundos da liderança, na frente de Bruno Magalhães, a 16,7 segundos no seu Hyundai. O irlandês Josh McErelan era nono, no seu Hyundai i20 R5, a 22,8, na frente de Bernardo Sousa, a 23 segundos.

O Rali Terras D'Aboboreira termina amanhã, com a realização das restantes oito especiais.

WRC: Rali de Portugal com 81 inscritos


A organização do Rali de Portugal divulgou hoje que 81 carros foram inscritos para a sua prova, que se realizará na terceira semana de maio. Para além dos dez WRC do costume - já se sabia que Dani Sordo ficará com o terceiro carro a Hyundai - o francês Adrien Formaux ficará com o outro Ford Fiesta WRC, deixando Teemu Suninen com o mesmo carro, mas no WRC2. 

Na lista também aparecem mais alguns pilotos interessantes. o checo Martin Prokop regressa ao Rali de Portugal num Ford Fiesta Rally2, enquanto Oliver Solberg faz o mesmo num Hyundai NG i20 R5. O mais surpreendente é que André Vilas-Boas (sim, o treinador de futebol!), participará no seu primeiro Rali de Portugal a bordo de um Citroen C3 Rally2. 

O rali terá 21 especiais, e partirá do seu centro, em Matosinhos, entre os dias 20 e 23 de maio.

Youtube Motorsport Video: Recordando a Superleague Formula

Numa altura em que se falou da Super League, a tentativa de alguns grandes clubes europeus de criarem uma liga paralela, e que fracassou em dois dias, o Josh Revell decidiu recuar uma década até 2009, quando aconteceu uma competição onde se misturou futebol e automobilismo. Durou apenas três temporadas e serviu como pretexto para um país... lavar o seu dinheiro, digamos assim.

Assim sendo, eis o video. 

Formula E: Vancouver perto de receber corridas em 2022


A Formula E poderá voltar ao Canadá, três anos depois de ter estado em Montreal, para uma ronda dupla. O Conselho Municipal de Vancouver aprovou 9-1 para a proposta da One Stop Strategy Group para acolher um ePrix nas ruas da cidade a partir de 2022.  

"O apoio é afirmado para um evento do Campeonato Mundial de Fórmula E inclui uma conferência com foco em mudanças climáticas e sustentabilidade, um evento musical e cultural e a rodada canadense de uma corrida de veículos elétricos.", começou por dizer a assembleia municipal da cidade, no seu comunicado oficial. 

O OSS Group, um promotor privado canadiano do Campeonato Mundial de Fórmula E, aproximou-se da cidade de Vancouver para sediar uma conferência de negócios de dois dias, focada no clima e sustentabilidade, dois concertos musicais e uma corrida em False Creek em julho 2022, o que geraria um benefício econômico significativo para a cidade e apoiaria a recuperação do setor de turismo prejudicado”, concluiu.

Os promotores irão agora propor à Formula E um contrato de três temporadas, e os promotores acham que o seu conceito é muito diferente daqueles que são habituais na competição, como diz o seu diretor executivo, Matthew Carter

A Fórmula E procurou-nos em busca de uma cidade para sediar uma corrida no Canadá. Decidimos que Vancouver era a melhor opção. O que oferecemos é muito mais do que uma corrida de Fórmula E. Todos os três componentes - a conferência de negócios, os shows e a corrida - são únicos. É um conceito novo para a Fórmula E, é um modelo que esperamos mostrar em Vancouver e que funciona. Então, talvez, espero que se torne a joia da coroa da Fórmula E, e que [eles] levem esse modelo de negócio para outras cidades no mundo.”, afirmou.

Resta esperar se a proposta é ou não aprovada e entre no calendário a partir do ano que vêm. Para já, a próxima corrida do campeonato será nas ruas do Mónaco, a 8 de maio.  

quinta-feira, 29 de abril de 2021

Youtube Motorsport Video: A história da Cosworth

Esta semana, os meninos do Donut Media fizeram um vídeo sobre uma das minhas companhias favoritas: a Cosworth. Eles falam das origens, dos seus criadores, do mítico DFV V8 de 1967, e de como as suas criações mais recentes deram origem a motores ainda mais eficientes!

Vale a pena ver. 

Youtube Formula One Video: Uma volta em Portimão com Romain Grosjean

Ele pode estar agora na IndyCar, mas Romain Grosjean não esqueceu a Formula 1. Como ele andou no ano passado na pista de Portimão, a bordo da sua Haas, ele não deixou de falar sobre ela no seu videocast pessoal, e de como ela é, essa tal "montanha russa" do qual os pilotos muito falam e todos adoram.  

Noticias: Meteorologia não vai complicar o fim de semana algarvio


Havia alertas de que o GP de Portugal poderia trazer chuva no fim de semana da sua realização, mas agora que a data está mais próxima, o boletim meteorológico é mais preciso, e indica que, apesar do tempo nublado, a chuva não fará a sua aparição. Com temperaturas a rondar os 20ºC, típicas da primavera, o Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão, deverá apresentar condições muito boas para as máquinas da Formula 1, ao contrário do que aconteceu no ano passado, onde chegou a chover na manhã da corrida.

Contudo, a preocupação maior será o vento, que não sendo muito forte (26 a 30 km/hora), não é o tempo calmo que muitos esperavam ter neste final de semana, provavelmente prejudicando os pilotos na montanha russa que é o circuito algarvio. 

quarta-feira, 28 de abril de 2021

A imagem do dia


Há trinta anos, Imola vivia um dia e chuva, tal como aconteceu há semana e meia. Como nesse já distante ano de 1991, um carro com motor Honda triunfou por ali, com Ayrton Senna na frente de Gerhard Berger, e um "underdog", o finlandês Jyrki Jarvi Letho (que todos conhecem como J.J.), que a bordo de um Dallara, conseguiu o seu único pódio da sua carreira. 

Mas quem se lembra dessa corrida de há três décadas, sabe que foi uma prova onde poucos chegaram ao fim, com os dois Lotus a pontuaram na única vez naquele ano. Mas uma volta antes disso, não era o que se esperava, porque na quinta posição estava um solitário belga que fazia a sua primeira corrida do ano, na terceira prova da história da carreira de uma obscura equipa, que não deveria ter existido, mas foi obrigado a ser feito para cumprir os seus compromissos.

Falo da Modena. Ou Lambo. 

Eric van der Poele era o elo final da cadeia, que começara muito antes, quando um mexicano, Ernesto Gonzalez Luna, afirmava ter 20 milhões de dólares para fazer a sua própria equipa de Formula 1. Com isso, comprou motores Lamborghini e encomendou um chassis a Itália. Dentro da equipa, estava Mauro Forgheri, o mítico engenheiro que trabalhara para a Ferrari por mais de 25 anos, e que tinha saído no final de 1985 para ir trabalhar para o rival, que na altura era controlado pela Chrysler, então presidido por Lee Iaccoca.

O motor V12 foi feito em 1989, para a Larrousse, e depois para a Lotus, e em 1991, estava nos chassis da Ligier, e a nova equipa seria ótima para construir mais motores. Mas um dia, algures em 1990, Luna desapareceu de cena, e com "o bebé" nos braços, o projeto avançou, mas sem o nome da Lamborghini envolvido, pelo menos em termos oficiais, porque quem estava ao leme era Carlo Patrucco.

O Lambo 291 não foi grande coisa, apesar de Nicola Larini o ter qualificado em Phoenix e o levar até ao fim na sétima posição, a quatro voltas do vencedor. Imola era a terceira corrida do ano, e com a pré-qualificação, e os Jordan de outra galáxia, dois lugares estavam em jogo para o resto do pelotão, e dois deles eram os Dallara. Isso significava que Van de Poele e Larini não tinham grandes chances. Mas em Imola, o piloto belga conseguiu um primeiro feito, o de colocar fora da corrida o Dallara de Emmanuele Pirro

Contudo, colocar o carro entre os 26 que corriam no domingo era outra tarefa monumental. Os motores Lamborghini eram pesados e gulosos, e tinham tendência para quebrar. Contudo, quando funcionavam, tinham velocidade, e na sexta-feira, Van de Poele conseguiu o 21º tempo, bem dentro da qualificação. E no dia seguinte, a chuva fez a sua aparição, tinha conseguido o segundo milagre: qualificar-se.

A corrida foi o que foi: nada aborrecida. A começar pelo despiste de Alain Prost na Rivazza na volta de aquecimento (!) até a colisão de Nigel Mansell com o Brabham de Martin Brundle, na primeira volta, acabou com os dois McLaren, incólumes, com os únicos a acompanhar serem os Tyrrell de Stefano Modena e Satoru Nakajima. Pouco depois, eles abandonaram. 

Com o passar das voltas, os abandonos entre os da frente aconteciam, e Van de Poele passava mais alguns carros, graças à potência do seu Lamborghini V12. E perto do fim, ele estava nos pontos. Era quinto, e se conseguisse essa pontuação, teria garantida a passagem para o grupo principal, saindo de vez da pré-qualificação. Aliás, com Letho a caminho de um pódio garantido, feitas as contas, na segunda metade da temporada, eram eles e a Dallara que sairiam, mantendo por lá a Jordan, porque aina não tinham pontuado. 

Era um milagre da sobrevivência, e na última volta, era uma certeza. Mas... a ter algum problema, tinha de ser ali. A bomba de combustível cedeu, e o sonho virou pesadelo. Os maiores beneficiados? Os Lotus: Mika Hakkinen conseguia ali os seus primeiros pontos da sua carreira, e Julian Bailey, o único na Formula 1, e ele que correu também pela Tyrrell...

Faltou um pouco para a história do "underdog" ter dado sucesso. Van de Poele não sabia, mas iria ser a única vez que correu naquela temporada. O nono posto final, com quatro voltas de atraso, não refletiu o que foi aquela corrida. 

No final do ano, a Lambo fechou as portas, acabando por ali a experiencia.

Formula 1: Canadá sai do calendário, entra Turquia no seu lugar


A Formula 1 acaba de confirmar que o GP da Turquia está de volta ao calendário, em substituição do GP do Canadá, canceladas devido à pandemia no país e a falta de garantias sobre a segurança do pelotão da Formula 1 no circuito de Montreal. Em compensação, a corrida canadiana terá uma extensão de dois anos, até 2031, para compensar este novo cancelamento.

Estamos gratos pelos esforços do promotor e das autoridades no Canadá, Québec e Montreal nas últimas semanas para tentar realizar a corrida e temos o prazer de anunciar uma extensão de dois anos da nossa parceria com o Grande Prémio do Canadá”, lê-se no comunicado oficial da Fórmula 1.

Assim sendo, o GP turco, que acontecerá no circuito Kurtkoy, em Istambul, será realizado no fim de semana de 11 e 13 de junho, a mesma data do GP canadiano. Stefano Domenicalli, o CEO da Formula 1, afirmou estar desiludido com o cancelamento da corrida canadiana, e espera regressar em breve.

Embora seja decepcionante não podermos estar no Canadá nesta temporada, estamos empolgados em confirmar que a Turquia sediará um Grande Prêmio em 2021, depois de uma corrida incrível na temporada passada”, começou por dizer.

Sei que todos os nossos fãs estão entusiasmados com o início dramático da temporada e a Turquia é um grande circuito que oferece excelentes batalhas na pista."

Quero agradecer ao promotor e às autoridades canadianas por todos os esforços realizados nas últimas semanas, mas as restrições nas viagens impossibilitaram os nossos planos. Também quero agradecer ao promotor e às autoridades da Turquia por sua contínua disposição em sediar uma corrida de Fórmula 1 que mostra o grande interesse na nossa competição e a esperança de muitos locais em ter um Grande Prêmio."

Tivemos conversas muito boas com todos os outros promotores desde o início do ano e continuamos a trabalhar de perto com eles durante este período.”, concluiu.

Noticias: Alonso acha Portimão divertido


De volta à Formula 1 em 2021, Fernando Alonso vai experimentar pela primeira vez o traçado de Portimão, mas ao contrário dos outros, já andou nesta pista noutro tipo de carros, especialmente com os Toyota de LMP1 nos testes que a equipa fez ao longo das temporadas de Endurance em que participou, ensaiando para as 24 Horas de Le Mans dos quais venceu por duas vezes.

Será um desafio totalmente diferente este fim de semana em Portimão, comparado ao Bahrein e a Ímola. O circuito é muito divertido para pilotar e creio que com estes carros será muito emocionante, sobretudo com as mudanças de elevação na pista. Eu só pilotei lá no molhado, então haverá uma curva de aprendizagem para começar, mas adoro os novos desafios. Queremos marcar mais pontos neste fim de semana”, começou por afirmar.

Sobre o seu Alpine, ele afirma que os pontos alcançados em Imola foram o resultado do trabalho feito na fábrica para melhorar o modelo A521, e espera melhorar esse desempenho no circuito algarvio. 

Se olharmos para o último fim de semana, ficamos felizes por somarmos nossos primeiros pontos da temporada e as atualizações que levamos foram positivas e funcionaram bem. No geral, senti-me mais contente com o carro e creio que temos mais potencial para melhorar. A fábrica trabalhou duro e foi bom ver a recompensa. Vamos levar esse impulso positivo para Portugal e espero que possamos mostrar um progresso maior”, concluiu.

Noticias: Zanardi está consciente "há algum tempo"


Dez meses depois do acidente, Alex Zanardi está consciente há algum tempo e a dar passos importantes na sua recuperação. Pelo menos é o que diz o seu filho Niccolò numa entrevista ao portal Mediaset, publicada esta terça-feira. 

O meu pai está consciente há algum tempo, há alguns meses. Aos poucos as suas condições vão melhorando. Os seus pequenos passos, mas sabemos que é um longo caminho e que vai demorar muito”, declarou. “Ninguém pode nos dizer o que ele pode fazer de novo. Sim, ele está melhorando, mas sabemos que é um caminho muito longo. Nos últimos meses, nunca paramos de mostrar nosso apoio e nosso carinho”, acrescentou.

O acidente aconteceu no passado dia 19 de junho do ano passado, quando estava nos arredores de Siena, participando no "Obiettivo Tricolore", quando perdeu o controlo da sua bicicleta espacial e embateu contra um camião que ia no sentido contrário. Gravemente ferido, foi operado por diversas vezes, tendo saído do hospital cerca de quatro meses depois para fazer uma longa reabilitação. Em janeiro, fez uma craniotomia acordada, numa altura em que já comunicava com os seus familiares por voz. 

Não é a primeira vez que Zanardi passa por uma situação-limite. Quase vinte anos antes, em setembro de 2001, sofreu um grave acidente na oval de Lausitz, durante uma prova da CART, onde numa colisão com o carro de Alex Tagliani, perdeu ambas as pernas. Continuou a competir no WTCC, mas entretanto fez uma carreira como paraciclista, onde venceu seis medalhas em duas edições dos Jogos Paralimpicos, quatro de ouro e duas de prata.  

terça-feira, 27 de abril de 2021

A imagem do dia


As redes sociais fala hoje que passam hoje vinte anos sobre a estreia do filme "Driven", o... filme sobre a então CART realizado por Renny Harlin, produzido por Silverster Stallone, com o próprio como ator. Foi bom ver que Hollywood estava interessado em fazer um filme sobre automobilismo, mas no final, a quantidade de cenas inverosímeis que vi naquele filme, fez com que não quisesse ver mais. E pior: muitos concordam comigo. Sempre que falam nesse filme, não é nos melhores termos.

Eu sei que a ideia teve uns anos, e durante esse tempo, Stallone fartou-se de andar no "paddock" da Formula 1 para se acostumar e preparar-se para escrever uma história de interesse. Bernie Ecclestone também queria isso, porque achava que Hollywood poderia ajudar em colocar a Formula 1 no mapa. Com tempo, ele viu que as coisas com ele não iriam a lado algum e desistiu da ideia.

Assim, foi para a CART, que no final do milénio, era a categoria que estava na berra, mas passava por uma guerra com a IRL. Ter Hollywood a ajudar na sua causa até poderia ajudar, logo, Stallone teve carta branca para andar por aí e fazer um argumento que agarrasse o espectador e ir ao cinema. 

Jovem piloto que não anda bem nas corridas? "Check.
Velhote de regresso da reforma para ajudar o jovem rapaz? Check.
Dono de equipa velho, aleijado e rabugento? Check.
Rival do herói um alemão obcecado em vitórias? Check.
Acção e emoção a rodos? Check, check e check.

Só que o filme não foi a verão do ano 2000 de Grand Prix. Houve cenas completamente estrambólicas e irreais - aquela da perseguição dos carros nas ruas de Nova Iorque seria cómico, se não fosse trágico - e algumas das cenas dos acidentes são... completamente inverosímeis. E a cada cena, via-se ir, voando a 350 km/hora, a reputação e o dinheiro que foi gasto para fazer o filme. E a cada cena, claro, via-se o arrependimento dos produtores em fazer um produto destes.

E claro, os frios números do "box office" deram razão aos temores: 94 milhões de dólares gastos, com um "box office" de 54,7 milhões. Financeiramente, foi um fracasso, e segundo o Rotten Tomatos, um indice que mede o grau de apreciação das pessoas, tem uma média de... 14 por cento. Para terem uma ideia, "Rush", que apareceu doze anos depois, tem uma média de 88 por cento, e "Ford vs Ferrari", de 2019, tem 92 por cento no mesmo índice.

Verdade, não teve qualquer intenção de ser um filme refletivo e intelectual, em termos de cenas de ação, não é grande coisa. Jay Leno disse que foi o pior filme de automobilismo que jamais viu, e anos depois, Stallone disse que se arrepende de ter feito o filme. Enfim, fica como lição. 

Youtube Formula One Video: Videocast do Clube da Velocidade

Bom, ontem à tarde fui convidado para participar num videocast do pessoal Clube da Velocidade, onde eles discutiram sobre a corrida que aí vêm, em Portimão, e tentaram fazer algumas previsões sobre o que irá acontecer nesta temporada. Do género "quem vai ganhar, quantos vão ganhar", etc. 

Foi uma conversa bem longa e agradável, bem divertida. A parte chata é que quando eles gravam pelas oito da noite em São Paulo, é meia notie por estas bandas. Enfim, fusos horários...

Bom, eis a minha participação. Espero que se divirtam. 

Noticias: Webber culpa Ferrari pelo estado de espírito de Vettel


Mark Webber não esqueceu o seu antigo companheiro de equipa Sebastian Vettel e afirmou que a Ferrari foi a grande culpada do seu atual "estado de alma", ao retirar boa parte da sua confiança. Agora com 44 anos e retirado do automobilismo depois de ter passado pela Porsche, na Endurance, afirmou que o ambiente de Maranello o prejudicou imenso em muitos aspectos.

Penso que a sua confiança é incrivelmente baixa neste momento. A sua estadia na Ferrari não resultou para ele. O desporto põe por vezes homens e mulheres à prova, mas no seu caso foi um período de tempo muito longo”, começou por dizer Webber numa entrevista ao site espanhol SoyMotor.com. 

Penso que as regras destes carros não se adequam muito bem a Sebastian, não são o seu tipo de carro. Ele gosta de carros com muita aderência, com muito downforce, e é um piloto muito delicado, com muita sensibilidade no carro. Lembrem-se de Monza na chuva com o Toro Rosso. Foi incrível, ele deixou toda a gente para trás naquele dia. Mas quando há menos aderência, com os Pirelli, os carros agora dão-lhe menos confiança e as regras não lhe assentam bem”, continuou.

Penso que as estrelas se alinharam contra ele. E podem vê-lo a ficar cansado, ele esforçou-se muito na Ferrari. E eu não gosto disso. As pessoas pensam que eu gosto de o ver sofrer e não, não estou contente. Quero vê-lo fazer bem, porque é muito estranho vê-lo tão diferente do que ele era. Mas isto é Formula 1, não podemos nos queixar disso e não podemos lamentar os pilotos que não estão bem”, concluiu.

Vettel está agora na Aston Martin e não pontuou nas duas primeiras corridas do campeonato. 

segunda-feira, 26 de abril de 2021

Noticias: Aprovadas corridas-sprint


As "corridas-sprint" para 2021 foram esta tarde aprovadas pela Formula 1, numa votação unânime da pate das equipas. Essa corrida classificatória no sábado acontecerá em três locais, e os três primeiros receberão pontos pela sua performance. Quanto aos locais, Silverstone e Monza estão confirmados, e uma terceira corrida fora da Europa será escolhida, com o favorito a ser o GP do Brasil, em Interlagos.

De acordo com as regras agora aprovadas, a qualificação para a corrida "sprint" fica para sexta feira, onde as equipas terão seis sets de macios, e sábado dois sets de escolha livre. A prova não terá mais de cem quilómetros de extensão, com esses sets de pneus de escolha livre, enquanto no domingo, para a prova em geral, ficarão com os restantes sets de pneus que a Pirelli disponibiliza durante o final de semana.

A grelha de partida para a prova de domingo será definida pela classificação final dessa corrida "sprint".

Stefano Domenicali, o CEO da Formula 1, afirmou: "Estamos entusiasmados com esta nova oportunidade que trará aos nossos fãs um fim de semana de corrida ainda mais envolvente em 2021. Ver os pilotos lutando durante três dias será uma experiência incrível.", começou por dizer.

"Tenho certeza de que os pilotos vão adorar a luta. Estou muito feliz que todas as equipes apoiaram este plano e é uma prova de nossos esforços unidos para continuar a envolver nossos fãs de novas maneiras, garantindo que permaneçamos comprometidos com a herança e a meritocracia do nosso desporto."


Youtube Formula One Video: Os dez melhores da década de 1970

Por fim, o Josh Revell pegou num velho tópico e retomou-o: os melhores pilotos por década. Claro, esse é um assunto controversos desde a noite dos tempos e vai continuar a ser mesmo para além do fim do mundo, mas para a década de 70, aquela onde nasci, creio que a lista é justa, independentemente da posição. Por mim, não mudaria nada, exceto numa menção honrosa. 

Enfim, vejam o video.

domingo, 25 de abril de 2021

The End: Bill Whittington (1949-2021)


Bill Whittington, piloto e proprietário de equipas nos anos 70 e 80, com uma carreira colorida e polémica, morreu na passada sexta-feira aos 71 anos, vitima de um acidente aéreo perto de Winslow, no Arizona. Ao lado do seu irmão Don e do alemão Klaus Ludwing, venceram as 24 Horas de Le Mans em 1979.

Randy Lanier, que correu com ele em 1984 na IMSA, falou sobre ele e as circunstâncias do seu acidente mortal. “Passei três dias com o Bill na Flórida na semana passada, depois ele foi para as Bahamas e regressou para o Arizona”, disse à RACER. "Ele levou um amigo para passear num [avião] Merlin lá. Levou um amigo com um cancro terminal que perdeu sua licença de piloto, então ele o pegou para voar", continuou.

Nascido a 11 de setembro de 1949 em Lubbock, no Texas, ele e os seus irmãos começaram a andar no automobilismo em finais dos anos 70, pouco depois de terem comprado a pista de Road Atlanta. Ele e Don foram comprar um Porsche 935 à Kremer, contratando pelo caminho o alemão Klaus Ludwig. Foi ele que fez boa parte da condução, com os irmãos a fazerem o mínimo regulamentar possível. No final, acabarm por vencer, de forma inesperada, sobre outro Porsche 935 de outro americano, guiado por Dick Barbour, o alemão Rolf Stommelen... e Paul Newman.

A partir daí, Whittington começou a correr quer na CART, quer na IMSA, conseguindo um sexto lugar na grelha nas 500 Milhas de Indianapolis de 1982, antes de desistir com problemas de motor. Em 1984, com a sua equipa Blue Thunder, e com Randy Lanier como seu piloto, arrasou na temporada e acabou por vencer o campeonato. 

Contudo, esses carros sem patrocinadores geraram desconfianças sobre a origem do dinheiro. E com razão: eles estavam metidos no tráfico de marijuana. O FBI e o IRS estavam no seu encalço e no ano seguinte, Bill Whittington foi detido e acusado de evasão fiscal e tráfico da Colômbia para os Estados Unidos, devido aos barcos que tinham, quer eles, quer Randy Lanier, outro dos envolvidos no esquema. Por causa disso que a IMSA ganhou a alcunha de International Marijuana Smugglers Association...

Bill foi condenado a prisão por evasão fiscal e tráfico de droga, e cumpriu cinco anos antes de sair da prisão. Don, seu irmão, acabou por ficar menos tempo, 18 meses, mas quem pagou pior foi Lanier, que escapou à justiça por ano e meio, até ser apanhado e extraditado para os Estados Unidos, onde foi condenado à prisão perpétua, mas foi libertado em 2014. 

Nos últimos anos, Whittington estava no negócio imobiliário, com investimentos no Colorado, graças às suas filhas. Contudo, em 2018, Bill tinha de novo arranjado problemas com a lei, depois de não ter declarado investimentos de 10 milhões de dólares por parte da sua familia. O dinheiro tinha vindo de contas off-shore. Acabou por ser condenado a 18 meses de prisão, com pena suspensa, e pagou cerca de 1,8 milhões de dólares ao Estado em impostos atrasados.

A imagem do dia


O triste final de Michele Alboreto, há precisamente vinte anos, na oval de Lausitz, quando testava o seu Audi para as 24 horas de Le Mans. 

De Alboreto, todos falavam que era uma pessoa simpática, não partia um prato, dizendo assim. Até era demasiado simpático. Certo dia, Stefan Johansson, seu amigo e companheiro de equipa na Ferrari e mais tarde na Arrows, para além de terem corrido juntos no carro vencedor das 24 Horas de Le Mans de 1997, disse que, em 1986, depois de terem testado o carro daquele ano, tinha falado muito mal dele - de facto, foi um chassis horrível, não conseguiram qualquer vitória - mas Alboreto, delicado e simpático, não foi capaz de levantar a voz e dizer mal do trabalho dos engenheiros. Não era furioso, antipático ou indelicado, e todos o recordam dessa forma.

Mas ser calmo e simpático não significava ser lento na pista. Era veloz, correndo pela Tyrrell, Ferrari, Larrousse, Footwork/Arrows, Lola e Minardi, indo quer na frente, quer na parte de trás do pelotão, em 14 temporadas. Venceu cinco corridas, deu à Tyrrell as suas últimas duas vitórias, ambas em pistas citadinas nos Estados Unidos, e muitos acharam que a sua parte final da carreira, correndo no final do pelotão - sofreu com o monstruoso motor Porsche em 1991 - era também o final melancólico de um piloto simpático.

Mas não foi.

Apesar de passagens discretas pelo ITC e a IRL, a Endurance acabou por ser a sua redenção. Já tinha lá estado no inicio da sua carreira, sendo um dos pilotos da Lancia em 1980-81, ao lado de Alessandro Nannini, Riccardo Patrese, Piercarlo Ghinzani e Eddie Cheever, entre outros, ganhara três corridas em 1982 no Mundial de Endurance, entre eles os 1000 km de Nurburgring, voltou em 1996 para ela, através da Joest Racing. No ano seguinte, com o seu velho amigo Johansson e um jovem dinamarquês, de seu nome Tom Kristensen, correram juntos para a vitória em Le Mans, num chassis TWR, com motor Porsche, uma vitória bem popular entre os fãs. Dois anos depois, foi para a Audi e se tornou num dos pilotos que ajudou a levantar a equipa para os pincaros, onde dominou a Endurance na década que começava.

A sua última grande vitória tinha sido em março de 2001, nas 12 Horas de Sebring, ao lado de Rinaldo Capello e Laurent Aiello, numa prova que tinha ficado marcado pela morte de Bob Wollek, uma lenda da Endurance, que sofrera um atropelamento mortal quando passeava de bicicleta numa estrada lateral ao circuito e fora atingido por um jipe. Todos se lembraram de Wollek naquela semana, ignorando que um os vencedores iria não durar por muito mais tempo. E ainda por cima, um dos mais simpáticos. 

O final foi brutal, mas hoje em dia, mais do que lembrar dos seus feitos, e de ter vencido a sua última corrida, lembra-se sobretudo o tipo de pessoa que ele era. É por isso que todos se lembram com carinho a figura deste italiano. 

Formula E: Jake Dennis vence em Valencia


A segunda corrida da Formula E em Valencia acabou com o quinto vencedor diferente em seis corridas. O piloto da BMW Andretti triunfou na frente do Porsche de Andre Lotterer e do NIO de Nick Cassidy, numa prova onde os pilotos que costumam estar na frente não pontuaram: os Mercedes e o DS Techeetah de António Félix da Costa, penalizado por causa de problemas na ativação do Attack Mode, enquanto Jean-Eric Vergne foi sétimo.

Ao contrário de ontem, com a chuva, as várias entradas do Safety Car e a última volta que entra nos anais da infâmia na história do automobilismo, hoje o tempo esteve bom e o asfalto seco. A corrida começou com Dennis, o poleman, na frente, enquanto mais atrás, Alex Lynn e Oliver Turvey proporcionavam grande luta entre eles, com Norman Nato e Tom Blomqvist a fecharem o top 5. António Félix da Costa ganhou duas posições logo no arranque e já era décimo, subindo para nono pouco depois.

Lynn andava atrás de Dennis, mais a vigiar o piloto do que a ataca-lo, enquanto Vergne começava a subir posições, chegando a quinto nas primeiras voltas da prova. O pelotão estava compacto, preservando energia o mais possível, enquanto pouco depois, Oliver Turvey começou por ser o primeiro a ir para o Attack Mode, seguido pouco depois por boa parte do pelotão. Félix da Costa era oitavo, e lutava pela posição com René Rast, numa briga onde ele colocou o alemão da Audi a pisar a gravilha, perdendo tempo. Pouco depois, Stoffel Vandoorne levou a pior num duelo por posição com Sebastien Buemi, batendo no muro de pneus e arrancando o seu lado direito do Mercedes. O belga não teve outra chance senão abandonar a prova.

Pouco depois, Félix da Costa teve problemas na ativação do Attack Mode e era engolido pelo pelotão. A organização anotou isso e acabou por ser penalizado com um drive therough, uma passagem pelas boxes, terminando definitivamente um fim de semana infernal. 


Na frente, Dennis mantinha o primeiro posto, com Nato a aguentar os ataques de Lotterer e René Rast, enquanto Alex Lynn recuperava posições depois do toque com Nato, algum tempo antes. Por causa disso, o francês foi penalizado em cinco segundos, dando ao veterano alemão da Porsche mais espaço para respirar, porque, para ver se tinha energia para o final, começou a ir devagar e a perder lugares. No final, Dennis conseguiu a sua primeira vitória na Formula E, com Lotterer em segundo e Lynn em terceiro. 

Os Mercedes, sem pontos nesta corrida, continuam a liderar o campeonato, com 57 pontos para De Vries e 48 para Vandoorne. A Formula E regressa no dia 8 de maio para correr nas ruas do Mónaco.  

Formula E: Jake Dennis foi pole na segunda corrida de Valencia


Desta vez foi a BMW Andretti levar a melhor sobre a concorrência na segunda corrida em Valencia. O piloto britânico aproveitou o tempo para meter o seu carro na SuperPole, apesar de estar no Grupo 4. Ali, conseguiu bater o Mahindra de Alex Lynn e os NIO de Tom Blomqvist e Oliver Turvey. Os Mercedes ficaram em posições modestas, na 18ª e 19ª posição, enquanto António Félix da Costa ficou um pouco mais acima, na 12ª posição da grelha.

No começo da qualificação, apesar de não estar a chover, a pista estava ainda húmida, e isso poderia prejudicar os tempos feitos pelos pilotos do Grupo 1, que tinha Pascal Wehrlein, Mitch Evans, Robin Frijns, Stoffel Vandoorne, Nyck de Vries e Sam Bird. Ali, Wehrlein, o piloto da Porsche, dava-se melhor que a concorrêcia, conseguindo um tempo 0,3 segundos melhor que Mitch Evans, com Robin Frijns em terceiro. 

No Grupo 2, que tinha Jean-Éric Vergne, René Rast, António Félix da Costa, Edoardo Mortara, Alexander Sims e Nico Müller, a secura do asfalto os beneficiava em relação aos pilotos do grupo anterior. Vergne ficou bem à frente, conseguindo 1.33,1, seguido por Alexander Sims e António Félix da Costa. Em contraste, Nico Muller cometeu um erro e fez o pior tempo.

Mas com o asfalto a secar ainda mais, os Grupos seguintes tinham tudo para passar. E foi o que aconteceu no Grupo 3, que tinha Lucas Di Grassi, Oliver Rowland, Sébastien Buemi, Maximilian Günther, Sérgio Sette Câmara e Nick Cassidy. Aqui, Rowland conseguiu tempo para ser o segundo classificado da geral, seguido pelo companheiro Sebastien Buemi e por Sergio Sette Câmara. Max Gunther tinha também conseguido tempo para poder ir à SuperPole, mas saiu dos limites da pista e fora penalizado, caindo para o fundo da grelha. 

E o Grupo 4, com a pista seca, ake Dennis, André Lotterer, Alex Lynn, Tom Blomqvist, Oliver Turvey e Norman Nato tinham tudo para serem os melhores. E não desiludiram: Dennis conseguiu ser o mais veloz, 1,3 melhor que Jean-Eric Vergne. Lotterer foi o segundo, seguido por Lynn, na frente das duas NIO de Blomqvist e Turvey, e Norman Nato a fechar o top-6.

Assim sendo, quem iam para a SuperPole foram Dennis, Lotterer, Lynn, Blomqvist, Turvey e Nato.

Ali, Nato foi o primeiro na pista, e o tempo foi bom, mas à medida que os outros saiam para a pista, melhoravam os seus tempos, acabando com Dennis na pole, na frente de Lynn e Blomqvist.

A corrida vai acontecer a partir das 13 horas de Lisboa.

WRC 2021 - Rali da Croácia (Final)


Foi muito duro, mas no final, Sebastien Ogier conseguiu a segunda vitória no WRC em 2021. Ao triunfar no Rally Croatia, conseguiu-o com uma vantagem minima de 0,6 segundos sobre Elfyn Evans e 8,1 sobre Thierry Neuville, num duelo a três que aconteceu ao longo do rali, e que deixou Ott Tanak a quase um minuto e meio do vencedor.

Com quatro especiais para o final do rali, e este duelo a três que prometia ser até ao último metro - e até houve pelo meio um acidente de trânsito envolvendo o carro de Ogier entre especiais - o dia começou com Evans ao ataque, vencendo na primeira passagem por Bliznec-Pila, conseguindo uma vantagem de 1,4 sobre Neuville e 2,7 sobre Ogier, sem mudar na geral. 

"É muito difícil saber se é necessário puxar mais [pelo carro] ou tentar ser organizado na descida porque a aderência é muito baixa", afirmava Evans, no final da especial.

Já Ogier também falava das dificuldades da especial: "A descida foi escorregadia e é verdade que não estava a conduzir bem." A mesma coisa dizia Neuville, sobre a especial. "Nas secções de descida estive bastante subvirado. A estrada está bastante suja e tentei ajustar a minha condução às condições. Fiz o melhor que pude."

Evans continuou ao ataque na especial seguinte, a primeira passagem por Zagorska Sela-Kumrovec, mas a diferença para Neuville, a 3,5 segundos, e Ogier, a sete, o fizeram catapultar para o primeiro posto. Neuville tentou também a sua sorte, vencendo na segunda passagem por Bliznec-Pila, ganhando Evans a 0,4 e Ogier a 1,5. Mas apesar do belga estar a oito segundos de Evans, parecia ter menos chances de vitória que os Toyotas. 

O Power Stage iria decidir tudo, e foi o que aconteceu. Ogier foi forte e triunfou, conseguindo a vantagem que queria para a vitória. Neuville foi terceiro na especial, a quatro segundos do francês, e Evans o quinto, a 4,5, suficiente para ser o vencedor, por menos de um segundo, uma das mais pequenas de sempre na história do WRC. 

Mas o piloto francês não estava tão convencido depois da sua parte na classificativa. "Acho que não será suficiente para a vitória. Foi um fim de semana agitado para mim depois desta manhã. Estamos aqui e temos que olhar para frente.", dizia o piloto francês, talvez ignorando que tinha acabado de triunfar...

Neuville, que tinha menos chances, não estava feliz com o resultado, afirmando ter cometido um erro decisivo. "Puxei muito [pelo carro], mas ultrapassei um cruzamento e perdi três segundos. Tentamos nosso melhor. Eu estava absolutamente no limite do carro o tempo todo e tentando aproveitar, o que fizemos. Martijn [Wydaeghe, o navegador de Neuville] também fez um bom trabalho - isso não foi fácil para o navegador. Estou feliz por estar aqui. "

Mas o mais desiludido foi Evans, que perdeu por muito pouco. "Aquela última curva! Eu fiquei solto e perdi completamente a próxima curva. Não estava tudo perdido lá, mas eu diria que um segundo se passou. É uma pena, mas foi uma grande luta todo o fim de semana fora para Seb para a última etapa.", afirmou, algo conformado com o resultado.

Depois dos quatro primeiros, Adriem Formaux acabou no quinto lugar, o seu melhor resultado de sempre no WRC, no primeiro rali com um Ford Fiesta WRC, a quase três minutos e dez segundos do vencedor, na frente de Katsuta Takamoto, no terceiro Toyota, a 3.31,8. Gus Greensmith foi sétimo, a 3.58,8, no segundo Ford, e Craig Breen, no Hyundai, oitavo a 4.28,2 do vencedor. Mads Ostberg e Teemu Suninen fecharam o "top ten" nos seus carros de Rally2, a mais de dez minutos de Ogier. 

Agora o WRC volta no final de maio para percorrer as estradas portuguesas. 

Youtube Rally Weirdness: O insólito acidente de trânsito de Ogier

Sebastien Ogier parecia ir a caminho da vitória do Rali da Croácia, mas na manhã deste domingo, foi vítima de um acidente de trânsito na estrada, quando ia para o Power Stage. E quando viu que a policia queria fazer o inquérito habitual dos acidentes de trânsito, sabendo que poderia se atrasar, decidiu ir embora do local do acidente, nem querendo saber do inquérito...