Randy Lanier, que correu com ele em 1984 na IMSA, falou sobre ele e as circunstâncias do seu acidente mortal. “Passei três dias com o Bill na Flórida na semana passada, depois ele foi para as Bahamas e regressou para o Arizona”, disse à RACER. "Ele levou um amigo para passear num [avião] Merlin lá. Levou um amigo com um cancro terminal que perdeu sua licença de piloto, então ele o pegou para voar", continuou.
Nascido a 11 de setembro de 1949 em Lubbock, no Texas, ele e os seus irmãos começaram a andar no automobilismo em finais dos anos 70, pouco depois de terem comprado a pista de Road Atlanta. Ele e Don foram comprar um Porsche 935 à Kremer, contratando pelo caminho o alemão Klaus Ludwig. Foi ele que fez boa parte da condução, com os irmãos a fazerem o mínimo regulamentar possível. No final, acabarm por vencer, de forma inesperada, sobre outro Porsche 935 de outro americano, guiado por Dick Barbour, o alemão Rolf Stommelen... e Paul Newman.
A partir daí, Whittington começou a correr quer na CART, quer na IMSA, conseguindo um sexto lugar na grelha nas 500 Milhas de Indianapolis de 1982, antes de desistir com problemas de motor. Em 1984, com a sua equipa Blue Thunder, e com Randy Lanier como seu piloto, arrasou na temporada e acabou por vencer o campeonato.
Contudo, esses carros sem patrocinadores geraram desconfianças sobre a origem do dinheiro. E com razão: eles estavam metidos no tráfico de marijuana. O FBI e o IRS estavam no seu encalço e no ano seguinte, Bill Whittington foi detido e acusado de evasão fiscal e tráfico da Colômbia para os Estados Unidos, devido aos barcos que tinham, quer eles, quer Randy Lanier, outro dos envolvidos no esquema. Por causa disso que a IMSA ganhou a alcunha de International Marijuana Smugglers Association...
Bill foi condenado a prisão por evasão fiscal e tráfico de droga, e cumpriu cinco anos antes de sair da prisão. Don, seu irmão, acabou por ficar menos tempo, 18 meses, mas quem pagou pior foi Lanier, que escapou à justiça por ano e meio, até ser apanhado e extraditado para os Estados Unidos, onde foi condenado à prisão perpétua, mas foi libertado em 2014.
Nos últimos anos, Whittington estava no negócio imobiliário, com investimentos no Colorado, graças às suas filhas. Contudo, em 2018, Bill tinha de novo arranjado problemas com a lei, depois de não ter declarado investimentos de 10 milhões de dólares por parte da sua familia. O dinheiro tinha vindo de contas off-shore. Acabou por ser condenado a 18 meses de prisão, com pena suspensa, e pagou cerca de 1,8 milhões de dólares ao Estado em impostos atrasados.
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