O GP da Bélgica deste ano, que voltava depois de um mês de férias para toda a gente na Formula 1, iria mostrar até que ponto Lewis Hamilton iria recuperar alguma coisa perante Sebastian Vettel, já que esta pista era favorável aos Flechas de Prata. Claro, queria-se saber até que ponto o inglês iria recupera muito ou apenas o mínimo perante o alemão da Ferrari, pois aquilo que se viu no dia anterior, na qualificação, onde partilharam a primeira fila da grelha, iria mostrar que as coisas iriam ser bem mais equilibradas do que parecia.
Num dia sem chance de chuva, a primeira atração foi ver Mick Schumacher a andar no Benetton B194 do seu pai, na semana em que passam 25 anos da sua primeira vitória dele na Formula 1, precisamente ali em Spa-Francochamps.
A corrida começou normal, com os seis primeiros a ficarem nas mesmas posições, enquanto que Fernando Alonso subiu algumas posições, acabando no sétimo posto no final da primeira volta. Quase em Eau Rouge, Ocon e Perez tocaram-se - mais uma vez - mas não houve mais nada de especial. O espanhol aguentou os ataques de Hulkenberg até que foi passado na terceira volta. Na volta seguinte, Ocon passou o espanhol, e depois Perez faz o mesmo.
Por essa altura, já tinha acontecido a primeira desistência da corrida, com Pascal Wehrlein a encostar às boxes de vez.
Na frente, Hamilton estava a controlar Vettel, mas não conseguia fugir dele. Já nem era tanto as potências dos carros mas sim a estratégia para ver se um conseguiria apanhar o outro. Na oitava volta, a primeira grande desistência da corrida com Max Verstappen a parar o seu carro na reta Kemmel. É a sexta desistência do ano para o piloto holandês, o que nos faz pensar se ele não tem um motor Honda e ninguém lhe disse...
Hamilton vai às boxes na volta 12, mudando para os moles. A seguir foi Bottas, mas os Ferrari ainda não tinham parado, o que lhes daria uma liderança temporária. Vettel parou na volta 15, trocou para os amarelos, e ficou no terceiro posto, atrás de Raikkonen e Hamilton. Mas o inglês passou o finlandês no Radillon e ficou com a liderança. O piloto do carro numero 7 acabou por parar nas boxes na volta seguinte.
Contudo, houve alguns problemas. Por essa altura, soube-se que Raikkonen não abrandou o suficiente quando apareceram as bandeiras amarelas durante a desistência de Verstappen e foi penalizado em dez segundos, perdendo provavelmente a sua chance de pódio a favor do seu compatriota Valtteri Bottas. E a mesma coisa tinha passado a Sergio Perez por causa de uma dupla ultrapassagem e que acabou por sair de pista na travagem para Les Combes.
Na frente, por alturas da volta 20, Hamilton estava na frente, com pouco mais de um segundo de avanço sobre Vettel - ambos com pneus moles calçados - o que fazia com que esta corrida não estivesse decidida. Atrás, Bottas não tinha mais Raikkonen, que tinha caido para o sexto posto, atrás de Ricciardo e Hulkenberg. O finlandês só apanhou o alemão na volta 25, no Radillon.
Duas voltas depois, Fernando Alonso abandona a corrida, mais uma vez por causa da falta de potência do seu motor Honda.
Depois disto, as coisas acalmaram. Mas na volta 30, os Force India voltaram a tocar-se na Eau Rouge, com Ocon a ficar sem nariz, e o mexicano sem o pneu traseiro direito. Ambos os carros se auto-eliminaram, e os destroços foram mais do que suficientes para chamar o Safety Car para a pista, para retirar os destroços de ambos os carros. Ocasião para que alguns pilotos trocaram os pneus, como Raikkonen e Bottas, bem como o Renault de Hulkenberg. Depois, foi Vettel a parar nas boxes para novo jogo de pneus.
Na relargada, na volta 34, Hamilton aguentava os ataques de Vettel, enquanto que atrás, Bottas falhava a travagem para Les Combes e ficava atrás de Raikkonen, mas era Ricciardo que ficava com o terceiro posto, com o finlandês "vermelho" atrás. Nas voltas seguintes, Hamilton afastava-se do alemão para ver se conseguia a distância suficiente para vencer a corrida. Atrás, depois do sexto posto, Romain Grosjean e Felipe Massa tinham as suas recompensas depois de um fim de semana complicado, especialmente para o piloto brasileiro.
Mas no final, Hamilton conseguiu levar a melhor sobre Vettel neste GP da Bélgica. O inglês poderia estar a comemorar, mas a diferença entre eles não tinha sido tão grande como estava no papel. Ricciardo completou o pódio, na frente dos dois finlandeses, e Nico Hulkenberg ficou com o sexto posto. Nos restantes lugares pontuáveis ficaram Grosjean, Massa, Ocon e Sainz Jr.
Apesar do inglês estar feliz pela vitória e de ter tirado alguns pontos a Vettel no campeonato, sabe que as coisas estarão muito equilibradas até ao final do ano, e caso queira tentar o seu quarto titulo mundial, vai ter de ser melhor do que os Ferrari nas corridas onde os carros vermelhos são teoricamente mais velozes. E pelos vistos, ele tem dificuldades nisso... veremos como será em Monza.