sábado, 20 de fevereiro de 2016

Dailymotion Motoring Show (I): Os Carros do Povo, de James May


James May's Cars Of The People Episode 4 por keulimos
Em 2014, entre duas temporadas de Top Gear, James May fez uma mini-série de três episódios sobre os denominados "Carros do Povo", ou se preferirem, uma maneira de contar-nos sobre a história do automóvel, ao longo do século XX até à atualidade. E vimos coisas que iam desde os campeões, como o Ford T ou o Carocha (Fusca), passando por um improvável campeão, na forma do Lada Riva (a variante russa do Fiat 124).

Pois bem, este inverno vimos May a fazer uma segunda série, uma espécie de despedida da sua casa, a BBC, antes de ir ter com os outros "Cavaleiros do Apocalipse", para a Amazon TV e fazer o programa de televisão que faziam antes de Jeremy Clarkson se ter excedido. A segunda série dos "Carros do Povo" são mais três episódios que estiveram no ar entre o meio de janeiro e o meio de fevereiro de 2016. 

E este primeiro episódio parte de uma data em particular: 1945. O ano em que acabou a II Guerra Mundial, e em que Grã-Bretanha e Estados Unidos eram os vencedores, enquanto que a Alemanha e Japão eram os vencidos. Mas em menos de 30 anos, os papéis tinham-se invertido, não só na industria automobilística, mas em muitas mais coisas. E este episódio mostra-nos o porquê.

Sentem-se, vão buscar as pipocas e percam uma hora da vossa vida para verem isto. E ainda por cima, hoje é sábado.

E já agora, eu vi isto em primeiro lugar no sitio do Júlio Cesar Kronbauer.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

A foto do dia

Algures em 1979, Gerard Ducarouge e Jacques Laffite, falando um com o outro, provavelmente sobre aspectos técnicos do carro. Esta foto, tirada por Bernard Cahier, mostra o JS11 de motor Cosworth, o carro que colocou a equipa francesa no mapa, como um dos favoritos aos mundiais de Construtores e de pilotos, com pilotos como Laffite, Didier Pironi, Patrick Depailler, mas também foi o último carro que Jacky Ickx guiou na Formula 1.

Passa hoje precisamente um ano sobre a morte de um dos projetistas mais marcantes dos anos 70 e 80. Com passagens pela Matra, Ligier, Alfa Romeo e Lotus, Ducarouge projetou carros miticos como os Ligier JS5 (a chaleira azul), o JS11/15, o Alfa Romeo 183T, e o Lotus 94, projetado em quatro semanas, depois de Peter Warr o ter contratado na primavera de 1983, semanas depois de ter sido despedido da Alfa Romeo, simplesmente porque incomodava Carlo Chiti, o homem que desenhava os motores, mas que deu pouca reputação à marca italiana.

Ducarouge desenhou carros para Laffite, Depailler, Pironi ou Andrea de Cesaris, mas foi Ayrton Senna quem mais o marcou. Era um enorme admirador das suas qualidades, e foi com ele que a mitica marca de Hethel voltou às vitórias, naquela chuvosa tarde de abril, no Estoril, mas com ele conseguiu apenas seis vitórias, muito pouco para o potencial que tinha. Tanto que, quando Senna foi para a McLaren, Ducarouge pediu-lhe desculpa por não o ter desenhado um carro capaz de lhe dar um campeonato do mundo, que seria de acordo com os pergaminhos da marca fundada por Colin Chapman.

Depois de sair da Lotus, desenhou para a Larrousse e de novo na Ligier, antes de se reformar, no projeto do Renault Espace V10, uma carrinha com um dos motores vencedores da Formula 1 nos anos 90. Certamente deixou a sua marca num tempo fascinante, sem dúvida.

Contado... ninguém acredita

Mas foi real. E é para verem que um acidente pode acontecer com coisas absolutamente inesperadas, como brinquedos... e um cão. E foi o que aconteceu esta semana com João Barbosa. O piloto do Porto fraturou o pulso esquerdo quando brincava com um "hoverboard". Mas o momento que causou esse incidente foi quando o seu... cão se meteu na frente dele mais o aparelho, obrigando-o a cair.

Felizmente, o cão - de seu nome "Speed" - está bem. 

"É uma pena que eu não vou ser capaz de testar o nosso Daytona Prototype, em Sebring, na próxima semana", começou por dizer Barbosa. "Felizmente para mim eu tenho a melhor equipe de corrida com a Action Express Racing e excelentes co-pilotos como o Christian (Fittipaldi) e o Filipe (Albuquerque)", continuou.

"Eu vou estar lá para observar em cada sessão e rever os dados com a equipa. Vai ser uma ótima oportunidade para me preparar mentalmente para o desafio das 12 horas.

"Minha esposa é uma pessoa tremendamente talentosa e artisticamente dotada, ela já ajudou a marcar o meu gesso com o nosso logotipo, e depois da minha demonstração de nossos filhos agora compreendo perfeitamente que os hoverboards são melhor usados lá fora, e não em torno do 'Speed'"

Enfim, desejamos-lhe as melhoras. E que esteja a tempo de correr em Sebring.

Apresentações 2016 (II): O Ferrari SF 16-H

A Ferrari apresentou esta tarde, numa transmissão online a partir do seu sitio oficial, em Maranello, o novo chassis para a temporada 2016. A grande novidade do SF 16-H é - para além de uma nova frente e uma traseira bem mais delgada do que na encarnação anterior - o regresso do branco ao seu chassis, algo que já fez anteriormente, entre 1975 e 1978, numa altura em que conseguiu dois títulos mundiais através de Niki Lauda, e em 1992 e 1993, sem grandes resultados... e sem vitórias. Resta saber se nesta terceira encarnação, qual vai ser a tendência deste carro, que vai ser pilotado de novo por Sebastian Vettel e Kimi Raikkonen.

Mas pinturas à parte, o grande objetivo da Scuderia este ano é o de bater os Mercedes e ser um sério candidato a títulos mundiais, algo que está arredado há quase uma década. Em 2015, a diferença entre Mercedes e Ferrari era em média, 0,7 segundos e por três vezes, Sebastian Vettel conseguiu bater os carros de Brackley.

Nós gostaríamos de lutar até o fim do campeonato. Sabemos que não vai ser fácil porque os nossos oponentes não estão a dormir, mas estamos todos comprometidos em fazer o nosso melhor”, começou por afirmar Maurizio Arrivabene, o diretor desportivo da marca.

Já Sebastian Vettel comentou de forma entusiasta sobre a equipa e novo chassis: "Primeiro de tudo, está lindo. Teve muito trabalho e são tempos muito, muito animadores. Precisamos esperar até chegar à pista, mas deve ser uma melhora decente", começou por dizer o tetracampeão mundial.

"Melhoramos em muitas áreas. Quando eu cheguei aqui no ano passado, tinha muita gente a mudar de cargo e a adaptar-se nas suas novas posições. Foi um tempo complicado para termos expectativas. Seremos uma equipa forte, como vimos ano passado, mas ainda seremos mais fortes", continuou.

Já Kimi Raikkonen abordou o novo carro numa postura mais cautelosa: “É um ano novo e um carro novo. Obviamente parece ligeiramente diferente. É emocionante ver o novo carro nascer e obviamente temos muitas expectativas sobre ele. Parece genial, mas temos de esperar até que cheguemos ao circuito e completemos algumas voltas. Com sorte, vai nos trazer muito sucesso”, disse.

James Allison, o responsável técnico pelo novo chassis, mostrou confiança no seu trabalho e no potencial da novo bólido vindo de Maranello. “Sabemos que as Mercedes estavam muito fortes no ano passado. Mas nós colocamos quase mil homens para trabalhar nesse carro e fizemos nosso melhor para que este fosse um passo adiante sólido, assegurar que é propriamente um carro vencedor", começou por afirmar.

"Mas eu digo, com confiança absoluta, que o amor, o carinho e as habilidades colocadas nesse carro são inquestionáveis”, concluiu.

O carro vai para a pista neste domingo, em Barcelona, quando a Ferrari realizar o seu dia de filmagens, na véspera do inicio dos testes oficiais, que vão decorrer a partir de segunda-feira no circuito da Catalunha.

Apresentações 2016: o Williams FW38

Não esperem grandes e dramáticas modificações para 2016 nos chassis de Formula 1. Numa véspera de transição em termos de regulamentos - em 2017, os carros serão mais agressivos em termos de desenho - creio que apenas a Haas F1 e provavelmente a Manor Racing é que verão modificações mais significativas sobre os seus chassis, porque de contrário, nas soluções que funcionam, não se mexe. E é isso que quando vemos o FW38, apresentado esta manhã em Grove, parece que estamos a olhar para o carro de 2015...

"A Williams começou a pavimentar o nosso regresso às equipas de ponta depois de terminar no terceiro lugar nas duas últimas temporadas do campeonato de construtores. Esta tem sido uma grande conquista, levando em conta os recursos que nós temos. Ficar onde estamos agora vai ser um desafio em si, mas estamos determinados a seguir melhorando, porque só ganhar nunca será o suficiente”, começou por afirmar o lendário fundador, Frank Williams.

Temos uma equipa muito estável em 2016, com Felipe e Valtteri juntos para a terceira temporada seguida. Eles trabalham bem em conjunto e ambos têm a combinação ideal entre velocidade e consistência. Nossa equipa técnica também se manteve muito consistente, isso vi nos dar vantagens, para além de termos algumas das melhores cabeças da engenharia à nossa disposição”, continuou.

Vamos ter algumas semanas bem movimentadas de testes pela frente, no sentido de entender um pouco mais do nosso pacote e deixar o carro preparado para a primeira corrida. Nós temos de esperar até Melbourne para saber exatamente onde nós estamos, mas estou confiante de que nosso árduo trabalho durante o inverno nos vai recompensar e nos manter numa boa posição", concluiu.

Já quanto aos pilotos, Felipe Massa e Valtteri Bottas, ambos estão confiantes de que esta evolução poderá fazê-los melhorar em relação à concorrência, dado que tem corrido juntos desde 2013, com bons resultados entre eles. 

Garantir o terceiro lugar no Mundial de Construtores por dois temporadas seguidas é uma grande conquista e isso nos traz uma grande expectativa, uma dinâmica do qual estou animado para seguir rumo a uma nova temporada. A equipa na fábrica tem trabalhado no duro neste novo carro e dedicamos muito tempo para entender onde precisamos melhorar”, começou por dizer o piloto brasileiro de 34 anos.

Tenho muita confiança na equipa e estou ansioso para guiar o FW38, para ver como se comporta. Estou igualmente satisfeito por ser o companheiro de equipa do Valtteri por mais uma temporada. Ele é muito talentoso e traz muitas coisas para a equipa”, concluiu Massa.

Este é sempre um momento muito interessante e emocionante do ano porque temos um carro novo e mal podemos esperar para leva-lo à pista e ver como ele se comporta e o quão rápido ele é. Tem sido um bom inverno e, pelo que vi, parece que estamos no rumo certo com este carro. Testar na semana que vem vai ser a nossa hipótese de ver quanto do nosso desempenho melhorou desde a última corrida. O desenvolvimento do FW38 tem sido positivo, pelo menos em teoria. Agora precisamos vê-lo em pista”, comentou Bottas.

A Williams estará presente nos testes coletivos, que começam na semana que vêm, em Barcelona.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Bólides Memoráveis: Brabham BT45 (1976-78)

Em 1976, os motores Cosworth eram reis no pelotão da Formula 1, estando em quase todas as equipas. Apenas Ligier, BRM e Ferrari não tinham motores V8 britânicos, mas nesse ano, a Brabham decidiu ir contra a corrente das outras equipas, conseguindo arranjar um motor flat-12 da Alfa Romeo, tentando ser tão competitivo quanto a Ferrari, que tinha vencido no ano anterior. Essa transferência não teve sucesso, mas a Brabham conseguiu dar nas vistas durante esse tempo. Quarenta anos após a sua estreia, hoje falo do Brabham BT 45, mais uma criação da equipa de Bernie Ecclestone, proveniente da mente de Gordon Murray.

No final de 1975, a Brabham tinha feito uma excelente temporada com Carlos Reutemann e José Carlos Pace, a bordo dos BT44, com o patrocínio da firma de bebidas espirituosas Martini. Tinha havido duas vitórias, enquanto que no ano anterior, mais três tinham acontecido, e parecia que a Brabham, era uma das melhores equipas do pelotão. O britânico Bernie Ecclestone, que tinha adquirido a equipa em 1971, tinha acertado no projetista, um jovem sul-africano de 27 anos chamado Gordon Murray, e tinha dois bons pilotos dentro da marca.

Contudo, sabia que faltava alguma coisa, e era potência. Os Ford Cosworth V8 eram velozes e fiáveis, mas esse era o motor que toda a gente tinha, exceto Ferrari, BRM ou os Matra. Esses motores, especialmente os Ferrari, com o seu flat-12, tinham dominado a temporada de 1975 graças a Niki Lauda, e Ecclestone tinha de arranjar algo que fizesse com que alcançasse o passo necessário para ser campeão do mundo. E no verão de 1975, tratou de procurar por alternativas. Estas surgiram na forma da Alfa Romeo.

A marca de Arese tinha o seu departamento de competição, a AutoDelta, chefiada por Carlo Chiti, e desde 1966 que tinha um programa em Le Mans, através do seu modelo 33, que evoluiu ao longo dos anos seguintes, correndo pelas vitórias ao lado de Porsche, Ferrari e Matra. Os seus motores flat-12 poderiam dar cerca de 550 cavalos, mais cem do que os V8 da Cosworth, o que fariam com que andassem na frente, ao nível dos seus rivais de Maranello. Atraído por essa potência, Bernie Ecclestone conversou com a marca e logo tratou de arranjar um contrato com eles para as próximas quatro temporadas.

O carro, o BT45, era basicamente uma evolução do modelo anterior, mas tinha de ser modificado para acolher o flat-12 italiano de 3 litros que iria ser construído de propósito para a competição. E para o fazer, Gordon Murray teve de modificar a posição dos radiadores, para poder fazê-lo respirar melhor. Para além disso, os depósitos de combustível tinham de ser um pouco maiores, pois um flat-12 consome bem mais do que um V8 normal. Caber isso tudo num carro daquele tamanho era desafiante, mas Murray fez o seu melhor.

O carro ficou pronto a tempo da primeira corrida do ano, em Interlagos, onde Pace e Reutemann alinharam. Nenhum deles terminou a corrida, e foi apenas em Jarama é que pontuaram pela primeira vez, com o argetino a conseguir um quarto posto, enquanto que Pace terminou na sexta posição. O carro evoluiu ao longo de 1976, com o brasileiro a conseguir dois quartos lugares em Paul Ricard e no Nurburgring, na mesma corrida em que Niki Lauda teve o seu grave acidente.

Contudo, se Pace lutava com a arma que tinha, já Reutemann estava cansado e desmotivado por andar com o carro. Após o acidente na Alemanha, o argentino decidiu candidatar-se ao lugar e conseguiu-o. Ecclestone teve de pedir os serviços do alemão Rolf Stommelen, que no Nurburgring, lhe deu um dos carros de reserva para chegar ao fim no sexto lugar, para correr em Itália, onde nao chegou ao fim.

A partir da corrida canadiana, Stommelen regressou à Endurance e o lugar foi ocupado pelo jovem australiano Larry Perkins. Ele andou nas três corridas que faltavam, sem resultados de relevo. no final dessa temporada, a Brabham tinha apenas nove pontos e ficara no nono posto no campeonato de Construtores, muito pouco para o que prometiam.

Em 1977, Murray fez modificações no carro, no sentido de ele poder respirar melhor, mexendo nos radiadores. O resultado foi o BT45B e Pace tinha um novo companheiro de equipa, o britânico John Watson. A temporada começou muito bem para a equipa quando Pace andou perto da vitória na Argentina, perdendo apenas para o Wolf do sul-africano Jody Scheckter. O brasileiro andou bem nas corridas seguintes, antes de morrer tragicamente num acidente aéreo em São Paulo.

O seu substituto foi rapidamente encontrado na forma do alemão Hans-Joachim Stuck, que andara na March na temporada anterior. Watson era veloz, mas o carro muitas vezes o deixava “a pé”, apesar de ter conseguido uma volta mais rápida em Kyalami. Ele faz a pole-position no GP do Mónaco e até anda bem em boa parte da corrida, mas teve um problema na caixa de velocidades e acabou por abandonar. Mas penoso ainda iria acontecer em Dijon, quando andou na frente durante a corrida inteira, para ser superado na última volta pelo Lotus de Mário Andretti. Mesmo assim, Watson dava o segundo pódio do ano para a marca.

Depois, Hans-Joachim Stuck iria conseguir mais dois terceiros lugares, nos velozes circuitos de Hockenheim e Zeltweg os únicos pódios que o piloto alemão iria ter na sua carreira na Formula 1. Watson não conseguiu mais pontuar após a corrida francesa, mas conseguiu mais uma volta mais rápida na Áustria. No final da temporada, a equipa iria ter 27 pontos e o quinto lugar na classificação dos Construtores, melhor do que na temporada anterior. A Brabham mostrava ter um bom chassis, mas o motor nem sempre colaborava.

Contudo, Bernie Ecclestone estava confiante de que tinha um conjunto vencedor e contratou Niki Lauda à Ferrari, aparentemente à custa de um milhão de dólares por temporada. Murray já desenhava o sucessor do BT45, mas ele só estaria pronto em Kyalami, e até lá, teria de modificar o carro no sentido de se adaptar ao efeito-solo. Tentou espalhar radiadores ao longo do carro, mas isso foi um fracasso total e decidiu colocar um novo tipo de radiadores no carro. Com isso, Lauda conseguiu dois pódios, um segundo lugar na Argentina e um terceiro posto no Brasil, antes do carro novo se estrear na África do Sul.


Ficha Técnica:

Chassis: Brabham BT45
Projetista: Gordon Murray
Motor: Alfa Romeo flat-12
Pneus: Goodyear
Pilotos: Carlos Reutemann, José Carlos Pace, Rolf Stommelen, Larry Perkins, Hans-Joachim Stuck, John Watson, Giorgio Francia, Niki Lauda
Corridas: 36
Vitórias: 0
Pole-Positions: 1 (Watson 1)
Voltas Mais Rápidas: 2 (Watson 2)
Pontos: 48 (Pace, 13; Stuck 12; Lauda, 10; Watson 9; Reutemann 3; Stommelen 1

Noticias: Rio Haryanto confirmado na Manor

Confirmou-se hoje os rumores dos últimos dias: o indonésio Rio Haryanto tornou-se no segundo piloto da Manor, e assim fechando as vagas existentes na temporada de 2016. O anuncio foi feito esta manhã pelo piloto em Jakarta, e assim, a Manor Racing terá uma dupla totalmente estreante na Formula 1, pois Pascal Wehrlein também não tem experiência na categoria máxima do automobilismo, apesar de ser o atual campeão do DTM. Haryanto levou a melhor sobre o britânico Will Stevens e o americano Alexander Rossi.

A Manor Racing é uma equipa com uma visão entusiasmante e planos ambiciosos. Eles produziram um ótimo conjunto e mal posso esperar por poder estar no monolugar. Melbourne será um enorme momento para mim. Ao meu país, aos meus patrocinadores e adeptos, quero agradecer a todos os que estiveram comigo desde o meu início nos monolugares. 2016 é a minha oportunidade de recompensar essa confiança e representar a Asia na Fórmula 1”, disse.

Sabe-se que Haryanto, de 23 anos (nascido a 22 de janeiro de 1993 em Surakarta), terá a ajuda do governo local, através da petrolífera Petramina, e claro, será o primeiro piloto de sempre na Formula 1. A carreira de Haryanto teve passagens pela GP3 (pela... Manor Racing!), onde foi quinto em 2010 e sétimo em 2011. Passou também pela AutoGP em 2011, onde venceu uma corrida e foi sétimo no campeonato, e a partir de 2012, andou pela GP2, onde conseguiu três vitórias e cinco pódios em 2015, acabando a temporada na quarta posição.
  

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

O que se pode esperar do novo McLaren?

O McLaren MP4-31 será mostrado dentro em breve (21 de fevereiro) e irá dar as suas primeiras voltas no teste geral, em Barcelona, na semana que vêm. Contudo, há pessoal que tenta antecipar ao que vêm, especialmente quando se ouve os rumores de que boa parte da concorrência está observando atentamente o que a Honda está a fazer nas suas oficinas em relação ao seu novo motor, depois de um ano desastroso como foi a temporada de 2015.

Segundo contava ontem o jornal espanhol Marca, aparentemente, o motor teve um grande aumento de potência, o que poderá dar mais esperança aos pilotos da marca, Fernando Alonso e Jenson Button, mas esse aumento de potência poderá ter acontecido à custa da resistência de outras áreas criticas do motor, que parece sobreaquecer mais facilmente do que o anterior. 

"Sem uma mudança na estrutura do motor de Honda, relativamente ao local onde está o turbo e compressor, que está montado no interior do cilindro em V, é muito difícil conseguir a fiabilidade desejada, bem como a sua competição. O calor do motor de combustão, bem como os seus cilindros, os problemas de vibração adicionais serão difíceis de tratar", comentou uma fonte proveniente da marca. Fala-se que é provável que os embaraços do ano anterior podem continuar, mas os desempenhos serão bem mais decentes.

Entretanto, o diretor da Honda, Yasuhisa Arai, reconheceu que ainda existem problemas pendentes: "Ainda não podemos dizer que temos encontrado soluções para os nossos problemas", comentou.

E isso dá azo a especulações, como por exemplo, de que os carros estariam em Barcelona com os motores de 2015. A marca japonesa já veio a público para desmentir essa informação, através de um porta-voz: "Nós não sabemos exatamente onde estamos [em relação à concorrência] até que terminem os oito dias de testes em Barcelona, e até lá não vamos ter qualquer informação fiável. Nós estamos ansiosos por rolar na pista", comentou.

É certo que Fernando Alonso está a acompanhar a evolução do motor com atenção, recebendo regularmente os registos captados pelo dinamómetro da marca. Resta saber se isso incomodará o suficiente para que se tema outra temporada embaraçosa para a dupla Honda-McLaren. E que isso signifique o ponto de rutura em algum dos lados.

A pintura nova da Red Bull

A Red Bull prometeu e cumpriu, mostrando esta tarde em Milton Keynes a primeira parte do seu carro de 2016, ou seja, a sua pintura. E digo "a pintura", porque o chassis RB12 só será mostrado na próxima segunda-feira. Na nova pintura, a marca se pode ver espalhada em todo o seu chassis, terminando o patrocínio da Infiniti, e tendo ao lado o seu novo patrocinador, a TAG Heuer, que poderá estar a financiar o novo motor que a marca poderá ter nos próximos anos.

"A nova decoração parece ser boa, o carro ficou incrível", começou por dizer Daniel Ricciardo durante o evento de lançamento.

"Obviamente para nós, como pilotos, estamos mais preocupados com como o carro se comporta na pista, mas desde que tenha bom aspecto, creio que isso também é importante. O desenho é cool - tem toda uma boa aparência debandada - e esperemos que isso nos dê alguns bons resultados para 2016", concluiu o piloto australiano.

"Com uma folha de papel em branco nesta temporada, fomos capazes de ir com algo um pouco mais inovador e agressivo, com uma sensação de frescura - algo que vai se destacar na multidão - e espero que se destacam nos espelhos dos outros pilotos, tambem ", acrescentou o diretor da equipa, Christian Horner.

Esta é a segunda apresentação de 2016, mas nenhum deles é ainda o chassis totalmente novo. Isso só irá acontecr na sexta-feira, dia 19, quando a Ferrari apresentar o seu novo chassis para esta temporada.

WRC: México com... 30 inscritos

Se na Europa, as listas de inscritos são sempre grandes, quando o Mundial de ralis vai ao outro lado do Atlântico, as coisas são um pouco mais pequenas. Para ao Rali do México, que vai acontecer entre os dias 3 e 6 de março, aparentemente haverá pouco mais de 30 pilotos inscritos, sendo que 22 deles estão inscritos no Mundial: 12 WRC e dez WRC2.

Haverá poucos pilotos locais e sul-americanos neste rali. Para além de cinco locais - entre eles Benito Guerra - aparecerão também o peruano Nicolas Fuchs e o colombiano Juan Jamarillo. Outro que vai fazer a sua estreia no WRC nesta temporada será Nasser Al-Attiyah, que andará num Skoda Fabia R5, apesar de ter um calendário bem menor, pois este é ano olimpico e ele vai tentar a sua sorte na sua modalidade favorita, o tiro com armas de caça, do qual alcançou uma medalha de bronze em Londres.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

A constatação do inevitável


Estas são as palavras de Sabine Kehm esta segunda-feira, quando visitava uma exposição de homenagem a Michael Schumacher na cidade alemã de Marburg. A assessora de imprensa do antigo piloto alemão disse nas entrelinhas aquilo que muitos temiam: as suas lesões foram de tal forma extensas que qualquer chance de uma dramática melhoria praticamente não existe. 

Era algo expectável. Aliás, eu apontei logo isso no inicio de 2014 e na altura, muitos atacaram-me que nem cães, sem dó nem piedade. Na realidade, tinha fontes bem informadas que disseram logo isso. E claro, o tempo encarregou-se de confirmar esses receios. Para além disso, há cerca de dez dias, Luca de Montezemolo, o antigo presidente da Ferrari, afirmou o mesma coisa, que tinha recebido noticias sobre ele, e que não eram boas. Na altura, confesso que receei uma morte iminente (lembro-me que o pai do Jules Bianchi disse algo semelhante três dias antes de ele morrer), mas creio que, depois deste tempo todo, tinha sido uma espécie de conformismo sobre o seu estado de saúde.

Então... e agora? Agora que sabemos que ele vai passar o resto dos seus dias como um vegetal, caminhando para o seu fim inevitável? Poderá demorar semanas, meses ou anos, mas terá um fim, sem que ele se recobra totalmente? O que iremos fazer?

Bom, creio que refletir sobre o seu legado seria um bom ponto de partida, e de uma certa maneira, entender que toda esta privacidade até pode ser boa para a nossa memória que temos sobre ele. Recordar as coisas boas e não pensar nas más. Não haver uma foto dele na cama, em coma, até pode ajudar na nossa psique, digamos assim. Focaremos nos seus momentos de triunfo, e nada mais.

Creio que não há mais nada a dizer. Quando tal acontecer, voltaremos a falar, para fazer o devido balanço.

Youtube Motorsport Video: A nova mania dos motores


Nesta última semana, temos assistido no Youtube à nova mania dos motores. Os ruídos dos motores a serem ligados nas suas fábricas, como uma forma de atiçar os fãs para o que vêm aí, em curtos vídeos de pouco mais de 30 segundos para ouvir o ronco dos motores que estão lá dentro, sejam eles Mercedes, Ferrari ou Honda (falta a Renault).

Não sei se é uma boa ou má publicidade, mas que nos faz pensar e falar sobre eles, fazem. No final da semana, começaremos a ver os chassis, apesar de amanhã já irmos ver a decoração do Red Bull RB12, e na sexta, o carro da Ferrari (com o forte rumor da faixa branca) e talvez o Williams. 

Ate lá, eis os videos dos barulhos dos motores.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Formula E: Mostrado o novo traçado do circuito de Berlim

Depois de saber que a pista do ex-aeroporto de Tempelhof não estar mais disponível, a Formula E não perdeu tempo em procurar alternativas para correr em Berlim. E encontrou-as, mostrando hoje ao mundo o novo traçado da pista alemã da competição elétrica, que vai ser feita à volta da Strasburger Platz e da Alexander Platz, na parte leste da cidade, não muito longe da torre de comunicações. O traçado terá 2030 metros de comprimento e ainda passará pela aprovação da FIA antes de ser homologado.

"É uma notícia fantástica", começou por dizer Alejandro Agag, o presidente da Formula E. "Fomos sido capazes de encontrar um novo local para correr em Berlim e eu quero agradecer a todos os envolvidos em fazer isso acontecer num curto espaço de tempo. A Alemanha é um mercado extremamente importante para a Fórmula E, e como é a casa dos nossos parceiros DHL e BMW i. Estou certo de que esta corrida irá capturar a imaginação dos fãs alemães e ser um grande sucesso", concluiu.

Já Daniel Abt, piloto oficial da equipa com o mesmo nome, congratulou-se com a escolha.

"Quero dar os parabéns! A Fórmula E aparece com uma excelente localização alternativa em Berlim, criando um circuito cheio de personalidade. A configuração parece interessante e, com as suas longas rectas e curvas fechadas, promete ser uma corrida emocionante. Quando estive em Berlim pela última vez, visitei um restaurante e um bar perto da Alexanderplatz - e agora nós vamos correr nessa parte da cidade. Agora que o circuito foi anunciado, estou ainda mais animado sobre a minha corrida caseira", concluiu.

A corrida alemã vai acontecer a 21 de maio, e será a oitava prova do campeonato, antes de Moscovo e da rodada dupla de Londres.

Aluga-se: cockpit

Em 1975, Frank Williams estava no inicio da sua carreira como construtor, e as coisas tinham as suas dificuldades. Até ali, tinha adquirido chassis de outras marcas (Brabham), geriu com chassis feitos por encomenda por outras equipas, (De Tomaso, Iso-Marlboro) e em 1974 lá construiu o seu primeiro chassis próprio, batizado de FW04. Nesse ano, tinha arranjado um bom piloto, o francês Jacques Laffite, e conseguido o seu primeiro resultado de relevo, um segundo lugar no GP da Alemanha.

Contudo, se Laffite corria na equipa dele, ao mesmo tempo que tentava vencer o Europeu de Formula 2 (objetivo que conseguiu alcançar), o segundo carro era alugado pela melhor oferta. Pilotos como Tony Brise corriam quando Laffite não podia, mas outros aproveitavam a oferta de correr pelo segundo chassis para pagar as contas das deslocações da equipa. Arturo Merzário pagou por seis corridas, mas outros andaram por lá apenas uma vez, desde o suiço Jo Volanthen até à italiana Lella Lombardi, (na foto, em Watkins Glen) passando pelo sul-africano Ian Scheckter, o italiano Renzo Zorzi e o francês Francois Migault, entre outros.

Tanta gente à volta do mesmo carro fez com que a FIA decidisse a partir dali limitar o numero de pilotos na equipa na mesma temporada. Hoje em dia, esse limite é de quatro pilotos por equipa, do qual nem todos usam, claro. Contudo, hoje surgiu uma ideia relacionada com a única equipa que ainda tem um lugar vago: a Manor Racing, agora gerida por Stephen Fitzpatrick, que no ano passado ajudou a salvar a equipa da falência e que este ano tem motores Mercedes e um piloto garantido, o alemão Pascal Wehrlein.

Com tudo feito e a entrada de alguns nomes de peso na área técnica - Pat Fry, por exemplo - há grandes expectativas sobre quem irá guiar os carros na temporada de 2016. O grande favorito à vaga é o indonésio Rio Haryanto, que pode ter conseguido juntar boa parte do dinheiro que a equipa exige, cerca de 15 milhões de euros, mas poderá haver mais dois candidatos, na figura do britânico Will Stevens e no americano Alexander Rossi

Ora, hoje surgiu a chance de repartir o lugar... por três. Segundo me conta o meu amigo João Pedro Quesado no seu sitio no Facebook (a fonte é o jornal finlandês Ilta Sanomat), o Comissário, afirma que todos eles pagariam cinco milhões de euros cada um, e a coisas ficariam espalhados nos seguintes termos: sete corridas para cada um, com o indonésio a correr nas corridas asiáticas, Rossi nas corridas das Américas (Estados Unidos, Canadá, México, Brasil e mais três) e Stevens com as corridas europeias. Tenho de procurar a fonte do qual ele afirma ter visto essa chance, mas não é irrealista.

Uma coisa é certa: daria experiência a todos e seria uma forma de compensar os candidatos ao lugar. Mas ter uma confusão destas numa equipa como a Manor só demonstra que as coisas por ali não são lá muito bem geridas. Isto faz me lembrar como eram as coisas na Hispania, em 2010, no seu primeiro ano na Formula 1, onde tiveram quatro pilotos ao longo da temporada: Bruno Senna, Karun Chandhok, Sakon Yamamoto e Christian Klien. E passa uma má ideia na Formula 1, algo do qual Bernie Ecclestone nunca gostou muito e provavelmente poderá estar por trás da razão pelo qual John Booth e Gaeme Lowdon sairam dos seus lugares e decidiram montar a sua equipa na Endurance, comprando um LMP2 e continuando o nome no automobilismo.

Resta esperar pelo dia 22, data em que, alegadamente, será apresentado o novo chassis da Manor. Veremos quem estará (ou estarão) ao lado de Wehrlein.

domingo, 14 de fevereiro de 2016

WRC 2016: Ogier repete vitória na Suécia

Como seria de esperar, o Power Stage desta manhã confirmou o domínio de Sebastien Ogier e do seu Volkswagen Polo WRC. O piloto francês foi o melhor neste encurtado rali, onde andou quase sempre no máximo, arriscando a si e o seu carro contra um Hayden Paddon que esteve ao seu melhor nivel com a nova versão do seu modelo i20.

Corri riscos como nunca tinha corrido na minha carreira. Fomos muitos rápidos”, confessou o piloto francês no final do rali.

Com Paddon a repetir o seu melhor lugar na sua carreira de ralis (tinha conseguido o mesmo no Rali da Sardenha do ano passado), o lugar mais baixo do pódio passou a ser ocurado por Mads Ostberg, no melhor dos Ford, ficando na frente do Ford de Anders Mikkelsen. Apesar do seu quarto lugar, conseguiu manter o segundo lugar no campeonato e cada vez mais se mostra que está a amadurecer ao volante de um dos Volkswagens Polo, superando o finlandês Jari-Matti Latvala, que mais uma vez está em maré de azar neste inicio de temporada e acabou fora dos pontos.

O estónio Ott Tanak foi o quinto, num registo bem consistente, ficando na frente do segundo Hyundai, de Dani Sordo. Henning Solberg fez o seu regresso pontual aos ralis, terminando na sétima posição e vencendo o seu duelo pessoal ao longo deste rali com o irlandes Craig Breen, no seu Citroen. E a fechar o "top ten" ficaram os WRC2 do galês Elfyn Evans e do finlandês Teemu Suninen, que a bordo de um Skoda Fabia R5, conseguiu o seu primeiro ponto de sempre no WRC.

Acabado este (curto) rali em terras suecas, máquinas e pilotos vão atravessar o Atlântico para disputar o rali do México, entre os dias 4 e 6 de março. 

Youtube Automobile Evolution: Cinquenta Anos de Porsche

Descobri este video muito bom no Jalopnik de ontem. Para um admirador de Porsches, é fascinante ver como é que ele evoluiu neste meio século.