sábado, 17 de maio de 2014

ERC 2014 - Rali dos Açores (Final)

Foi duro e disputado, mas acabou. O último dia do SATA Rali dos Açores foi uma batalha a dois entre Kevin Abbring e Bernardo Sousa, mas no final, tudo se decidiu no último troço, com o piloto da Madeira a levar a melhor, por 6,2 segundos, e a ser o sucessor de Bruno Magalhães em termos de português vitorioso neste rali, em 2010.

O último dia do Rali dos Açores começava com o piloto do Ford Fiesta RRC com uma vantagem de 16,3 segundos sobre Kevin Abbring, no seu Peugeot 208 Ti16 oficial. E este prometia atacar, assim que os seus problemas de direção assistida fossem resolvidos. E assim foi: Abbring reduziu a diferença no primeiro troço do dia, apesar de Sousa se queixar de problemas na potência do motor, que o fizeram perder 5,6 segundos. E no final, manifestava a sua apreensão: “Senti falta de potência no motor, por isso o carro não está a 100%. É difícil penso que com o tempo que o Abring fez, talvez tenhamos que controlar a segunda posição e pensar a chegar ao fim! Vamos ver!

Este mesmo troço foi fatidico para outro português, Bruno Magalhães, que parou devido a problemas de motor no seu Peugeot 207 S2000. O abandono era inevitável, para desgosto dele: "O carro começou a aquecer demasiado e a água saltou toda para fora. Foi muito frustrante, a constatação que não iriamos poder continuar. Estávamos muito confiantes, até àquele momento tudo corria de forma excepcional", começou por dizer.

"Fomos mais rápidos do que seria de esperar com o nosso carro. Rodámos no limite. Demos um bom espectáculo para o público. Foi até ao abandono, um grande rali para nós. Infelizmente, não conseguimos premiar os nossos patrocinadores com um resultado de topo, mas fica a satisfação pela excelente exibição.", concluiu.

Nos troços seguintes, o holandês puxava pelo seu carro, indo aos limites... e quase ultrapassando-os. Mas mesmo assim, tinha ganho 9,8 segundos ao piloto português, que se queixava do comportamento do carro: “O carro está demasiado macio e não sei se tivemos um furo ou um problema num amortecedor”, afirmava. E na especial de Graminhais 2, Abbring voltava a ser o melhor, ganhando 4,2 segundos, apesar do holandês quase ter saído de estrada numa berma. 

À entrada do troço final, a diferença entre os dois era apenas de 5,1 segundos, com vantagem para Bernardo Sousa, que teria que gerir nesse último troço face aos ataques de Abbring. Contudo, no final, o piloto da Madeira deu o seu melhor e ainda conseguiu ganhar mais 1,1 segundos sobre o holandês, conseguindo aquele que deverá ser a vitória mais importante da sua carreira até agora. Uma vitória que até o levou às lágrimas, um dia depois de ter comemorado o seu 27º aniversário.

É um sonho tornado realidade. O ano passado falhei a vitória devido a um erro e este ano conseguimos vencer. Não tinha ordem de partida ideal e troço a troço fomos subindo de forma até conseguirmos estar em posição de vencer!”, comentou, eufórico.

DTM: Molina é pole em Oschersleben, Félix da Costa em quarto

A qualificação para a segunda ronda do DTM, no segundo alemão de Oschersleben, foi bem disputado entre os Audi e os BMW, e o melhor foi um carro das quatro argolas. O jovem espanhol Miguel Molina foi o melhor, mas partilha a primeira fila com Maro Wittmann, enquanto que o segundo melhor Audi, o de Adrian Tambay, vai ter outro BMW a seu lado, o do português António Félix da Costa. O tempo de Molina foi um autêntico "tempo-canhão", com 1.20,007 segundos, mais meio segundo do que Wittmann.

Quanto a Félix da Costa, depois de se resguardar na Q1 - onde conseguiu apenas o 14º tempo - a segunda parte foi mais do que suficiente para conseguir um tempo suficiente para passar à última parte da qualificação, apenas reservado aos oito melhores tempos. Os Mercedes bem tentaram lá chegar, mas o melhor de todos, Pascal Wehrlein, foi apenas o décimo.

No final da qualificação, Félix da Costa escrevia na sua página do Facebook o seu contentamento: "Quarto na qualificação, foi um bom dia! Mostrámos rapidez e é óptimo estar novamante nas posições da frente. Estou contente com o resultado e para amanha vou agora analisar com a equipa qual a melhor estratégia de pneus na corrida. O meu objectivo é conseguir trazer o maior número de pontos possivel para mim e para a BMW! Obrigado a todos pelo apoio, mesmo!"

A corrida será amanhã pelas 12:30.

Youtube Formula 1 Onboard: Damon Hill no Renault RS01


Numa altura em que os V6 Turbo voltaram à Formula 1 - apesar de todas as criticas - é interessante ver um "onborad" do carro que trouxe essa tecnologia, o Renault RS01, de 1977, guiado pelo campeão do mundo de 1996, Damon Hill. E ele o fez no Mónaco, local onde o seu pai, Graham Hill, venceu por cinco vezes.

A filmagem foi divulgada esta sexta-feira pela Sky Sports, numa altura em que há as corridas históricas no Principado, como aperitivo para o GP de Formula 1. 

ERC 2014 - Rali Sata Açores (Dias 1-2)

Os dois primeiros dias do Rali SATA Açores, que faz parte do calendário europeu de ralis, estão a ser bem agitados, com uma quantidade de líderes e a acabar o dia com... um aniversariante. O português Bernardo Sousa, no seu Ford Fiesta RRC, terminou o dia no comando, depois de ver os principais favoritos, o irlandês Craig Breen e o holandês Kevin Abbring, ficarem pelo caminho, bem como o herói local, Ricardo Moura.

O dia de ontem começou com as três primeiras classificativas, e com todos colados um no outro. Craig Breen, no Peugeot 208 T16 tinha uma vantagem de 0,9 segundos sobre o polaco Kajetan Kajetanowicz, no Ford Fiesta R5, que venceu a derradeira especial desta quinta-feira, a de Marques. Kevin Abbring era o terceiro, a 3,5 segundos do líder e seu companheiro de equipa, da mesma forma que não tinha margem de descanso para o seu mais direto perseguidor, o português Ricardo Moura, que estava a 1,5 segundos dele. 

Bernardo Sousa e Bruno Magalhães, outros dois portugueses em prova, acabavam esse dia no quinto e sexto postos, respectivamente. O primeiro, que tinha começado mal o rali devido a problemas elétricos no "shakedown" foi obrigado a abrir a estrada, logo sofrendo um 2handicap" que voltaria a ter na sexta-feira, enquanto para Magalhães, a falta de juventude e a mais reduzida capacidade de tração do seu Peugeot 207 S2000 nos pisos mais escorregadios face a carros mais evoluídos (o seu 208 T16 ainda não está pronto) criava problemas de competitividade, e ficava-se pelo sexto posto no final do primeiro dia.

O segundo dia de rali, nesta sexta-feira, tinha oito especiais onde se veria como é que andariam os pilotos perante as classificativas de terra da ilha de São Miguel, e começou mal... para o herói local. Ricardo Moura (que estreava aqui o seu novo Ford Fiesta R5) bateu contra uma pedra e danificou uma roda, sendo forçado a parar. Mas não esteve sozinho, pois o polaco Kajetan Kajetanowicz também acabou por abandonar. Na frente, Breen segurava a concorrência e no final da manhã, ao sétimo troço do rali, apesar de um toque que lhe causou um furo, tinha uma vantagem de 7,8 segundos sobre Kevin Abbring, que estava a ter os seus problemas com os travões.

Com os problemas dos outros, o grande beneficiado era Bernardo Sousa, que resolvidos os seus problemas elétricos, era agora terceiro e ganhava especiais à geral, como a de primeira passagem por Sete Cidades. Atrás, Bruno Magalhães enfrentou problemas com um furo, que se agudizaram na derradeira especial da manhã, a qual o piloto do Peugeot 207 S2000 teve que iniciar furado, perdendo quase minuto e meio. Com isto, quem saía beneficado era Vasily Gryazin, que era agora quarto, com um Ford Fiesta R5.

A tarde começou com Abbring a vencer e a ganhar tempo a Breen, com Bernardo Sousa a ter terceiro, já com uma desvantagem de 40 segundos sobre o piloto irlandês. Mas mais adiante, haveria problemas: Breen ganharia a oitava especial, mas o seu motor "calou-se" e foi definitivo. Golpe de teatro e o lider era Abbring, com Bernardo Sousa a aproximar-se rapidamente, mas não de forma a incomodar o holandês.

Mas na penultima classificativa do dia, Abbring tinha problemas com a sua direção assistida. A liderança, que era de 21 segundos, reduziu-se drasticamente à medida que ele lutava com os seus problemas, e Sousa o apanhou na classificativa de Lagoa, ficando agora com uma vantagem de 6,2 segundos, o que dará uma luta bem interessante para o último dia do rali.

Na terceira posição estava Valeri Gryazin, cujo Ford Fiesta S2000 foi trepando na classificação à custa de o azar de outros pilotos. Na última especial, bateu Bruno Magalhães porque o seu Peugeot 207 S2000 sofreu um furo a meio da etapa. Isso tudo, acumulado às francas dificuldades com o motor do Peugeot a sobreaquecer devido à perda de água, e com o piloto a pensar se conseguiria atingir o Parque de Assistência final.

Mas mesmo assim, era um piloto feliz no final do dia: "Estou muito satisfeito. Nunca pensei conseguir fazer com este carro tempos tão bons e tão próximos dos carros da nova categoria. É uma satisfação enorme que superou todas as nossas expectativas", começou por dizer. "Depois do que vimos hoje, amanhã tudo pode acontecer. Vamos continuar ao ataque. Só temos a ganhar", concluiu.

Pedro Meireles é o quinto, mas hoje conseguiu vencer a classificação nacional, beneficiando da desistência de Ricardo Moura. Adruzilo Lopes foi o unico adversário de monta, mas um toque com a traseira do seu Subaru Impreza R4 o fez perder tempo, beneficiando o piloto de Guimarães. Com isto, ganhou um avanço de 64,5 pontos sobre Moura e muito provavelmente, terá o Nacional na mão, apesar de faltar meia temporada.

O Rali dos Açores terminará amanhã, com cerca de 100 quilómetros contra o cronometro num total de seis especiais de classificação.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

A homenagem de Simon Pagenaud em Indianápolis

Ayrton Senna nunca correu nas 500 Milhas de Indianápolis, mas este ano, vinte passados sobre a sua morte, vai haver um capacete a homenageá-lo. O francês Simon Pagenaud apresentou-o esta sexta-feira, antes de mais uma sessão de treinos de qualificação para a corrida, que vai acontecer no final do mês. 

Pode ser que lhe dê sorte. É que ele venceu a corrida no circuito convencional de Indianápolis, na semana passada.

Após a corrida, o capacete sera leiloado e a sua venda reverterá para o Instituto que leva o nome do tricampeão do mundo.

Youtube Rally Onbard: As imagens do SATA Rally de helicóptero

Está na estrada desde ontem à noite o SATA Rally Açores, a quinta prova do Europeu de Ralis (ERC). E enquanto que pilotos como Craig Breen e Kajetan Kajetanovicz andam a disputar a liderança com Ricardo Moura, Bernardo Sousa e Bruno Magalhães, poderemos observar as vistas de helicóptero de um belo lugar como é a ilha de São Miguel, nos Açores...

Rumor do dia: Alfa Romeo pode regressar às pistas

Não é um rumor novo, mas com a história da reestruturação do Grupo Fiat, após a compra da Chrysler, fala-se em dar mais autonomia à marca de Varese, colocando carros do segmento "premium" e construir modelos semelhantes ao 4C, o mais recente modelo da marca. Mas também se fala do regresso dessa marca à competição, que está fora desde 2008, quando colocou o modelo 156 no WTCC.

Segundo o site espanhol Auto Blog, a Alfa Romeo prepara o seu regresso às corridas, embora não se saiba onde e quando. A grande indecisão está entre o DTM, onde teve sucesso entre 1993 e 1996, e o WTCC, onde poderia voltar a alinhar, eles que colocaram um modelo 4C como Safety Car nessa competição. O problema é que o modelo ainda não está feito. Em principio, será a sucessora da Giulietta, um dos sete modelos que a marca prevê lançar nos próximos anos.

Contudo, outra hipótese, mais a curto prazo, está em cima da mesa, que é pegar no 4C e construi-lo para correr nos GT4 e GT3. Isso poderia fazer com que se pensasse na Endurance - têm pergaminhos graças ao modelo 33, entre 1966 e 1977 - mas poderia colidir com os planos da Ferrari, que de quando em quando pensa na ideia de regressar a Le Mans e resgatar a sua tradição vitoriosa dos anos 50 e 60.

Uma coisa é certa: os planos para o futuro do Grupo Fiat é o de resgatar uma marca mítica, da mesma maneira que "ressuscitaram" a Abarth nos ralis. E caso dê certo, a longo prazo, pode-se pensar a mesma coisa em relação a outras marcas, como a Lancia.

Youtube Motorsport Demonstration: A montagem dos Formula E

Faltam quatro meses para o inicio do campeonato e já começam a ser montados, nas instalações da Spark Racing Technology, nos arredores de Paris, os carros que vão participar na Formula E. Acompanhados por Alejandro Agag e de Lucas di Grassi, começaram a ver os 24 carros que estarão prontos em setembro, para o arranque do campeonato, em Pequim.

Digam o que disserem, este campeonato vai começar. E de uma certa maneira, estamos a ver o futuro do automobilismo. Quer queiramos, quer não.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

O piloto do dia - Léon Théry

Todos nós conhecemos estes nomes: Felice Nazzarro, Achille Varzi, Juan Manuel Fangio, Jackie Stewart, Niki Lauda, Alain Prost. São todos pilotos conhecidos por serem regulares, mantendo um ritmo regular, mas suficientemente alto para que os adversários não os conseguissem apanhar. Pois bem, o primeiro deles foi um francês que teve uma carreira curta, mas que passou para a história como um dos mais regulares, chamando-o de “O Cronómetro”. Isto, enquanto não o lembavam de outro nome: “O Assanino de Vacas”, devido a um acidente que teve na Course des Ardennes, em 1902. Hoje, o pioneiro do dia é Leon Théry.

Nascido a 16 de abril de 1879, em Paris, Thery começou-se a envolver com os automóveis como mecânico de André Michelin, um dos irmãos da companhia de pneus com o mesmo nome. Conta-se a lenda de que em 1898, na corrida Paris-Amesterdão-Paris, ele batizou o boneco de “Bibendum” quando gritou a Michelin, à chegada, que “era tempo de beber”, que é o que significava tal palavra em latim.

No ano seguinte, inscreve-se na sua primeira corrida, a Paris-Bordéus, a bordo de um voiturette Decauville, onde não chegou ao fim. Mais tarde, no Tour de France, conseguiu um segundo lugar na sua classe, ao volante da mesma Decauville. Em 1900, voltou a competir na corrida Paris-Rouen-Paris, onde venceu na Coupe des Voiturettes.

Em 1901, entra no Paris-Brordéus numa Decauville de 16 cavalos, na classe de Carros Leves, e termina a corrida na quinta posição da geral. No ano seguinte, participa nas duas corridas daquele ano, na Paris-Viena e na Coupe des Ardennes. Na primeira, teve vários problemas mecânicos, que o fazem com que chega na 72ª posição, enquanto que depois na prova belga, colide com uma vaca na segunda volta da corrida, dando o famoso apelido de “Assassino de Vacas”

Em 1903, Théry entra na corrida Paris- Madrid, a bordo de um Decauville de 30 cavalos, na categoria de Carros Leves. Ele chegou na 26ª posição quando a corrida foi interrompida em Bordéus, mas havia uma razão: Théry ajudou no acidente que vitimou Marcel Renault. Ele foi o primeiro carro a chegar ao local do trágico acidente, onde parou o seu carro quando viu testemunhas do acidente a removerem Renault e seu mecânico Vauthier dos destroços. Nenhum médico estava no local, mas Théry encontrou um bem perto e o levou até ao local do acidente a bordo de uma bicicleta.

Em 1904, Théry foi para a Brasier, uma marca que tinha sido formada por Richard Brasier, onde foi notado pela sua regularidade. Na corrida que decidiu a equipa francesa para a Gordon Bennett Race, Théry foi o vencedor, e na corrida em si, a sua regularidade compensou, batendo Camile Jenatzy, o belga que guiava ao serviço da Mercedes, e venceu o troféu, trazendo-a de volta para França.

Em 1905, a Gordon Bennett Cup iria ser disputada num circuito de 137 quilómetros na zona de Auvergne, numa competição que era a mais disputada de todas até então. Seis nações (França, Alemanha, Grã-Bretanha, Itália, Austria e Estados Unidos) iriam competir com três automóveis cada um, perfazendo um total de dezoito carros. Théry venceu a corrida de seleção, a bordo do seu Brasier, agora com 96 cavalos, e na corrida propriamente dita, Théry conseguiu vencer as dificuldades do exigente circuito francês e venceu com um avanço de 15 minutos sobre o segundo classificado, o Fiat de Felice Nazzarro. Depois da corrida, ele foi para Paris, onde teve uma recepção de herói e foi recebido pelo presidente Émile Loubet.


Thery retirou-se em 1906, no intuito de estabelecer um negócio de Taxi em Paris, mas dois anos depois, Brasier o convence em voltar a correr no Grand Prix daquele ano, onde ele iria dirigir o modelo de 120 cavalos. Durante a corrida, Théry estava a exibir a sua regularidade habitual, conseguindo levar o seu carro para o terceiro lugar, até que abandonou à nona volta, depois de uma falha no motor, quando seguia em quarto lugar. Infelizmente, esta seria a sua última corrida, pois poucos meses depois, a 8 de março de 1909, acabaria por morrer em Paris, vítima de tuberculose. Tinha apenas 29 anos e foi enterrado no cemitério de Pierre Lachaise.

Os Pioneiros: Capitulo 18, uma corrida na floresta

(continuação do episódio anterior)


1904: A COMPETIÇÃO GANHA PRESTIGIO


Em 1904, não há corridas de automóveis em França, e a grande corrida do ano torna-se inesperadamente uma competição que os franceses desprezavam: a Gordon Bennett Cup. depois do sucesso que foi a edição de 1903, nas estradas irlandesas, a Alemanha quer fazer uma competição que supere as anteriores. Patrocinada pelo próprio Kaiser Guilherme II, a prova acontece em Taunus, um circuito fechado numa floresta nos arredores de Hamburgo. Marcado para o dia 17 de junho, a corrida consistia em quatro voltas a esse circuito, num total de 550 quilómetros, e as autoridades decidem proclamar esse dia como feriado, para ter o máximo de pessoas nesse circuito a apoiar os pilotos locais.

Nesta edição entram seis paises: Alemanha, a anfitriã, a França, a Grã-Bretanha, a Itália, a Belgica e a Austria. No lado alemão, a seleção resultou no vencedor do ano anterior, os belgas Camile Jenatzy e Pierre de Caters, e o alemão Fritz von Opel. A Itália era a estreante na competição, com uma seleção que consistia de três Fiats: os de Vicenzo Lancia, o de Alessandro Cagno e de Luigi Storero. No lado belga eram três Pipes conduzidos, respectivamente por Pierre de Crawhez, Lucien Hauvast e Maurice Augiéres. A Austria inscrevia dois carros, ambos Mercedes, para John Warden e Edgar Braun.

Na Grã-Bretanha, com o sucesso do ano anterior, queriam fazer uma nova corrida eliminatória em terras irlandesas, mas cedo descobriram que as facilidades concedidas no ano anterior tinha sido algo único, quase irrepetível. Assim sendo, começaram por procurar alternativas, e encontraram na ilha de Man, a meio caminho entre a Irlanda e a Grã-Bretanha. Apresentaram o projeto ao parlamento local, a House of Keys, e rapidamente foi aprovada. Na corrida de eliminação, contudo, a seleção ficou rápidamente establecida: Selwyn Edge foi o melhor, no seu Napier, seguido por Charles Jarrot e Sidney Girling, ambos em Wolseley. 

No lado francês, as coisas foram mais complicadas. O Automóvel Clube de França teve de pedir diretamente ao primeiro-ministro de então, Charles Combés, para que autorizasse a realização de uma corrida nos moldes belgas. Após algum "lobby" da cada vez mais crescente e rica industria automobilistica, o governo cedeu e decidiu realizar uma corrida na região de Argonne, escassamente povoada e num circuito fechado, segundo os moldes belgas.

O circuito foi rapidamente montado e foram feitas modificações importantes, como o asfaltamento das estradas e barreiras de proteção para evitar transitos desnecessários, como barreiras de troncos. A Panhard era a natural favorita, mas eles tiveram graves problemas de sobreaquecimento e os melhores acabaram por ser Léon Thery (na foto), num Richard-Brasier, Joseph Salleron, num Mors, e Henri Rougier, num Turcat-Méry.

Inicialmente inscritos estavam a Suiça e os Estados Unidos. A primeira acabou por desistir, enquanto que a segunda tinha problemas em sua casa devido à existência de duas entidades que regiam o automobilismo no outro lado do Atlântico. A ACA (Automobile Club of America) tinha dificuldades de organização e isso fazia com que outros pensassem em fazer outra entidade que representasse melhor os seus interesses. Essa alternativa já existia em 1902, com o American Automobile Association (AAA), fundada em Chicago. 

Um desses apoiantes era William K. Vanderbilt, um descendente da famosa familia novaiorquina Vanderbilt, que tal como Gordon Bennett, vivia em França há muito tempo e era um entusiasta do motores, tendo participado em algumas corridas como o Circuit des Ardennes, o Paris-Viena e o Paris-Madrid. Vendo o sucesso que estas corridas tinham na Europa, decidiu que era altura de haver algo semelhante nos Estados Unidos, no sentido de desenvolver a industria automóvel. Mas nesse ano, os americanos estavam de fora da Gordon Bennett Cup.

A corrida em si foi um duelo a três países: França, Alemanha e Grã-Bretanha. Nas duas primeiras voltas, Léon Thery era o líder, seguido muito de perto por Camile Jenatzy (a diferença nunca foi superior a um segundo!) e dos carros britânicos. Mas estes acabaram por abandonar devido a problemas mecânicos, daixando Théry e Jenatzy num duelo fratricida. O belga tudo tentou para o passar, mas Théry, então um jovem piloto de 25 anos, conseguiu resistir o que pôde, e acabou por vencer a corrida, restaurando o orgulho francês, algo ferido, e fazer com que os franceses voltassem a organizar a Gordon Bennett Cup. Para Théry e para a Brasier, esta era a sua primeira grande vitória internacional. 


UM AMERICANO NAS ARDENAS  


A 25 de julho, pouco mais de um mês depois da corrida alemã, 33 máquinas estavam presentes para a terceira edição do Circuito das Ardenas, onde apesar de haver muito mais público do que o esperado, dada a interdição de corridas em França, esperavam-se mais pilotos. Só havia seis Carros Leves e o resto eram pesados, com Albert Clement-Bayard, René Hanriot e Jacques Guers, todos em Clément-Bayards, Georges Teste, Henri Farman e George Heath a representarem a Panhard, Mark Mayhew num Napier, Jacques Salleron num Mors Z, Hubert le Blon, Maurice Fournier e Achille Fournier, ambos num Hotchkiss, Sidney Girling num Wolesley, Arthur Duray, num Darracq, Vicenzo Lancia num Fiat, entre outros.

A corrida começou com Duray na frente, seguido de perto pelos Panhard. Henri Farman assediava-o até que no inicio da segunda volta, conseguiu ultrapassá-lo e ficar com a liderança. No terceiro posto seguia o americano George Heath, esperando por um deslize dos dois primeiros classificados. Heath conseguiu passar esses dois e assumiu o comando na terceira volta, mas por sua vez, era ele o perseguido, neste caso, por Georges Teste. Este passou-o e assumiu o comando.

Parecia que seria ele que iria vencer a corrida, mas no meio da última volta, ele teve um furo nas rodas traseiras, que o fez correr sobre os aros das rodas. Heath aproveitou e passou para a frente, ganhando um avanço de 55 segundos sobre Teste para ser o primeiro piloto americano a vencer uma grande prova europeia.

(continua no próximo capítulo)

Vimeo Movie Trailer: 33 Dias, um filme de sobrevivência


33 DAYS Trailer from Aikon Media & Technology GmbH on Vimeo.

Agora aparecem quase todos os dias: depois de "Rush" e de "1", surge um novo documentário, de origem alemã, seu nome "33 Dias", onde se fala sobre o acidente de Niki Lauda em Nurburgring e aquilo que passou que o fez sobreviver e voltar a correr, quase um mês e meio depois do acidente, em Monza. 

Têm várias entrevistas, quer nos dias de hoje, quer em 1976, e parece ser bem interessante.

Vi isto no WTF1.co.uk

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Formula 1 em Cartoons (VI): A conspiração do barulho (Groo)

Nesta "estória" toda da barulheira, o Ron Groo foi diferente: decidiu colocar os dois baixinhos mais famosos do automobilismo a "conspirar" em relação ao barulho dos motores, numa rara "concordância" entre eles...

Formula 1 em Cartoons (IV): O teste da corneta (F1 RTP)

Esta vi na página do Facebook da F1 RTP. Vamos ser francos, as coisas estão a chegar ao ponto do ridículo...

Formula 1 em Cartoons (III) - Espanha (Thomson Studio)

A Ferrari por estes dias têm pouco para comemorar...

Formula 1 em Cartoons (II): O teste da corneta (Pilotoons)

Aparentemente, a grande novidade do dia é este escape, para dar maior relevância ao barulho dos V6 Turbo. Isto está cada vez pior... e o Bruno Mantovani decidiu fazer um cartoon sobre isso. 

Quando a emenda é pior do que o soneto, já sabem... 

Formula 1 em Cartoons - Espanha (Grand Prix Toons)

Como sabem, a Mercedes alcançou o pleno até agora em termos da temporada de 2014 da Formula 1, com Lewis Hamilton e Nico Rosberg

Mas há também outra personagem que alcançou o pleno neste campeonato até agora, como explica o Hector Garcia no Grand Prix Toons...

terça-feira, 13 de maio de 2014

Os Pioneiros: Capitulo 17, Gordon Bennett em terras irlandesas

(continuação do episódio anterior)


A TAÇA GORDON BENNETT EM TERRAS BRITÂNICAS


Os sucessos de Selwyn Edge e de Charles Jarrot no ano anterior, em provas europeias, fizeram com que os britânicos tivessem o direito de organizar a Taça Gordon Bennett desse ano. Contudo, eles tinham muitos obstáculos pela frente nesse campo, porque havia leis na Grã-Bretanha a impedir a realização de provas automobilísticas nas suas estradas. Assim sendo, a RAC, o Royal Automobile Club, andou à procura do sitio ideal para a competição, e a encontrou nas pouco povoadas estradas irlandesas, mais concretamente em Athy, no County Kildaire.

Com a ajuda dos deputados irlandeses da Câmara dos Comuns, uma petição foi apresentada a 14 de março e foi aprovada, com a prova a ser marcada para o dia 2 de julho, num circuito fechado, seguindo o modelo belga. O RAC, em reconhecimento dos feitos dos irlandeses em acolher a sua prova, decidiu pintar os seus carros de "sharmrock green", a cor que veio depois a ser o famoso "british racing green".

A pista tinha 83 quilómetros na sua extensão maior, e decidiu-se que os concorrentes fariam sete voltas a ela, mas havia um atalho do qual os concorrentes faziam nas voltas pares, enquanto faziam a maior distância nas voltas pares, com a volta final a ser feito no percurso mais longo.

Quatro nações acolheram o desafio. A Grã-Bretanha colocou o vencedor do ano anterior, Selwyn Edge e Charles Jarrot, o campeão da Corrida das Ardenas, ambos em Napier, enquanto que o terceiro piloto encontrou-se numa corrida de qualificação. O vencedor acabou por ser J.W. Stocks, que também correu num Napier.

No lado francês, a equipa era composta por René de Knyff, e Henri Farman, ambos em Panhard, e Fernand Gabriel, num Mors. Do lado americano, os pilotos eram Alexander Winton e Percy Owens, ambos num Winton, e Louis Mooers, num Peerless.

Já o lado alemão foi mais profissional, mas houve polémica à mistura. Inicialmente, a Mercedes apresentou-se com três carros, dois deles guiados por profissionais: Otto Hyeronimus e Christian Werner. Contudo, os regulamentos determinavam que os pilotos tinham de ser membros do automóvel clube do seu país, e ambos eram meros empregados da marca. Num pais aristocrático como o alemão, ambos foram recusados, mas Emil Jellinek, o financiador da marca, entrou num duelo com as autoridades alemãs para inscrever os seus pilotos. Por fim, cederam, mas apenas em metade: Hieronymus foi aceite, mas Werner não.

Para piorar as coisas, os carros de 90 cavalos, especialmente preparados para a corrida, perderam-se todos num incêndio na fábrica e como recurso, foram buscar carros menos potentes, de 60 cavalos. E em termos de pilotos, a escolha foi mais pragmática: dois belgas, o Barão Pierre de Caters e Camile Jenatzy, e o americano James Foxhall Keane, um desportista nato, há muito radicado na Europa.

O primeiro a partir foi Edge, mas pouco depois, recebeu assistência fora da estrada e acabou por ser desclassificado. O último a partir foi o Mercedes de Keane, mas demonstrou que mesmo com opções de recurso, eram os mais rápidos, com ele a fazer a volta mais rápida. No final da segunda volta, se dúvidas existia, Jenatzy dissolveu-as, ao tomar o comando da corrida.

Na terceira volta, Jarrot sofre um despiste devido à quebra da coluna da direção e fratura a clavicula. O primeiro a parar para o ver foi o Barão Pierre de Caters, que quando viu que ele não corria perigo de vida, continuou, para logo a seguir parar numa bancada montada para o efeito e anunciar aos presentes sobre o estado de Jarrot. A multidão aplaudiu o gesto de desportivismo, mas isso não adiantou muito na classificação geral, pois desistiu quando o seu eixo traseiro cedeu. Pouco depois, o mesmo aconteceu a Keane.

Restava Jenatzy, que mantinha-se na frente, seguido fortemente pelos carros franceses. O piloto belga mantinha o ritmo, apesar das pressões de René de Knyff, e no final acabou por ser o vencedor, conseguindo dar à Mercedes a sua primeira grande vitória internacional, com um avanço de onze minutos e 40 segundos sobre De Knyff. Henri Farman completou o pódio, e todos souberam assim que a Taça Gordon Bennett de 1904 iria ser disputado em paragens alemãs.

(continua no próximo episódio)

Ecclestone, Todt e as últimas da Formula 1 como conhecemos

No primeiro dia de testes em Barcelona, é engraçado ler o que se passa no mundo da Formula 1 por estes dias. E uma das minhas leituras habituais é o britânico Joe Saward. Apesar de ser uma personagem irritante, sabe dizer como ninguém o que se passa por lá. E ao ler o que as pessoas falam ou dizem, poderemos afirmar que as coisas no meio não andam bem, e que mais cedo ou mais tarde, as coisas se preparam para uma guerra. Guerra de custos, guerra de poder.

Em Munique, Bernie Ecclestone foi confrontado na passada sexta-feira com as declarações de Gerhard Gribowsky, o banqueiro alemão que ele subornou para ter os direitos televisivos da Formula 1. Em tribunal, Gribowsky - que como sabem, cumpre uma pena de oito anos de cadeia por suborno - disse que foi confrontado com duas ofertas (antes da que aceitou) para que desistisse da ideia de ficar com os direitos televisivos. A primeira, de dez milhões de dólares, foi oferecida em 2004, e sobre isso, ele avisou quer o banco, quer as autoridades policiais, do qual, ele diz, nada fizeram. Uma segunda oferta, de 80 milhões de dólares, foi feita em Singapura, mas também foi recusada.

Tudo isto acontecia numa altura em que os bancos estavam em guerra com Ecclestone e a Bambino Trust, em 2004, no sentido do controlo do negócio da Formula 1. Os tribunais decidiram a favor dos bancos, mas chegou-se a um acordo no inicio de 2005, em que ele saiu a ganhar. E pouco depois, houve o tal acordo com Gribowsky para que o controlo da dita fosse para a CVC Capital Partners, do qual Ecclestone teria liberdade para comandar, como todos sabem.

Não sei se isto será suficiente para condenar Ecclestone, mas de uma certa maneira, poderemos ver que está a ser confirmado tudo aquilo que já vimos e ele está cada vez mais em maus lençois. Agora, das duas uma: ou chega a um acordo e sai com uma pena suspensa, ou luta até ao fim e arrisca-se a ouvir um veredicto de "culpado", uma sentença e uma pesada multa. De qualquer das maneiras, parece que poderemos estar a ver o fim de Ecclestone à frente do negócio da Formula 1.

E se isso acontecer, pode ser que outra pessoa entre em ação para controlar o negócio: Jean Todt. O presidente da FIA pode andar bem caladinho, mas sabe que têm o tempo a seu favor, bem como a clássica desunião das equipas. Apesar de haver um "Grupo de Estratégia", do qual estão presentes as seis equipas mais poderosas e influentes (Ferrari, Williams, McLaren, Red Bull, Mercedes e Lotus), com poder de veyto, elas têm cada um a sua própria agenda, e a questão do momento é o controlo de custos. E depois de estes apresentarem no fim de semana de Barcelona as suas propostas de redução de custos, nomeadamente menos uma sessão de treinos livres na sexta-feira, Todt respondeu e forma dura:

"O que eles propuseram foi uma piada", começou por afirmar. "As propostas que fizeram e do qual parecem estar satisfeitos com ela só reduzem os orçamentos em dois milhões de dólares. É ridículo. Sabemos que os orçamentos dessas equipa andam entre os cem e os 400 milhões de dólares. Quando falamos sobre os custos devemos falar acerca de uma redução em 30 a 40 por cento. O que custa dinheiro são os custos com o pessoal. Eles são grandes. Eu dei algumas sugestões, e eu quero ver o que as equipes têm para dizer. Nós vamos nos encontrar com todas as pessoas e espero que eles vêm desta vez com sugestões mais sensatas.", concluiu.

Toda a gente sabe que a Formula 1 é conhecida pelo apelido de "Clube Piranha" pelo facto de os ouros fazerem tudo para dar cabo da concorrência. E aumentar os custos têm sido a arma de eleição. E sempre que alguém tenta controlar as coisas, ha briga. Podemos recordar a FOTA, que em 2009 entrou em briga com Max Mosley quando teve a mesma ideia e chegou ao ponto a dizer que iria fazer a sua própria competição. Foi nessa altura que Ecclestone entrou em ação e afastou Mosley para colocar Jean Todt no seu lugar.

Meter um "cost cap" é uma maneira de prevenir a sangria e evitar que se transforme num deserto ou numa coutada super-elitista, só com Ferraris e Mercedes, como aconteceu nos anos 30, com os Grand Prix dominados pelos carros da Alemanha nazi, e os outros a serem meros figurantes. E com Luca de Montezemolo a sugerir que as equipas possam inscrever três ou quatro carros, para compensar a falta das outras, é apenas outra maneira de dizer que "quanto menos equipas dividirmos o bolo, melhor". Afinal de contas, os que estão dentro do "Grupo de Estratégia" é apenas o tamanho ideal do bolo que recebem de Ecclestone: 600 milhões de dólares, metade dos 1,2 mil milhões de lucros que recebem todos os anos...

Em suma, eis a agitação do momento. Eu tenho a impressão de que estas coisas não terão resolução rápida. O julgamento só terminará em setembro, e as equipas já começam a ver que terão problemas com Jean Todt. Se ambas as partes não chegarem a um acordo, a repetição dos eventos de 2009 poderá ter lugar. Resta saber se terá contornos de tragédia ou de farsa.  

Noticias: Porsche processada por familiares de ator morto

Os familiares de Roger Rodas, nomeadamente a sua víuva, estão a processar a Porsche afirmando que foi o design do modelo Carrera GT, bem como a sua mecânica, que causou a sua morte e a do seu acompanhante, o ator Paul Walker, em novembro de 2013.

Segundo o site Jalopnik, Kristine Rodas afirma no seu processo que "o Carrera GT era demasiado perigoso para o seu uso devido a defeitos no seu design, componentes mecânicos e aerodinâmicos, logo, não era seguro para o seu propósito". Especificamente, o processo fala que o carro não tinha uma celula de sobrevivência, falhas na suspensão e componentes de segurança no depósito de combustível.

Contudo, esse processo surge em contradição com as conclusões que a politica chegou que apenas o factor velocidade esteve envolvido no acidente, do qual o excesso de velocidade e a falta de "habituação" a que o condutor estava habituado a aquele carro - estava nas suas mãos há apenas algumas semanas - contribuiu para o acidente mortal.

Muitos na comunidade automobilística dizem que o caso têm poucas pernas para andar, porque nenhum desses fatores está indicado no relatório policial, publicado no inicio deste ano.

Os pilotos para os testes de Barcelona

Ao ver os testes que vão acontecer esta semana em Barcelona, verifico que haverão duas novidades interessantes: a McLaren vai trazer Stoffel Vandoorne e a Williams vai usar Susie Wolff como piloto de testes, ao lado de Felipe Massa, deixando de fora Valtteri Bottas. Os únicos que vão levar os pilotos titulares serão a Mercedes, Marussia e a Toro Rosso, e todos estarão lá para testar os mais recentes componentes que eles construíram nas suas fábricas.

Contudo, nada se sabe ainda quem serão os pilotos que estarão ao volante dos Ferrari. Deveremos ter uma resposta amanhã ou algo assim, mas é provavel que sejam os pilotos titulares, Fernando Alonso e Kimi Raikkonen. Também poderemos pensar em Pedro de la Rosa, pois Jules Bianchi estará no Marussia, ao lado de Max Chilton.

O que poderão trazer estes testes? Aparentemente não muito, dado o domínio dos Mercedes. Mas como a Red Bull está a fazer um grande esforço para os apanhar, talvez aqui eles possam testar peças novas e novas evoluções no sentido de os apanhar e quebrar o monopólio de vitórias e pole-positions que estão a ter nesta temporada. E matar a curiosidade de ver uma mulher a rolar num Formula 1 no meio dos rapazes...

Eis a lista de pilotos para os testes em Barcelona:

Mercedes: Lewis Hamilton e Nico Rosberg
Red Bull-Renault: Sebastien Buemi e Sebastian Vettel
Force India-Mercedes: Nico Hulkenberg e Daniel Juncadella
Williams-Mercedes: Felipe Massa e Susie Wolff
McLaren-Mercedes: Jenson Button e Stoffel Vandoorne
Toro Rosso-Renault: Jean-Eric Vergne e Daniil Kvyat
Lotus-Renault: Charles Pic e Pastor Maldonado
Sauber-Ferrari: Giedo van der Garde e Esteban Gutierrez
Marussia-Ferrari: Max Chilton e Jules Bianchi
Caterham-Renault: Kamui Kobayashi e Robin Frijns

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Preciso de um pulo!

Confesso não me recordar da última vez que fiz um apelo destes por aqui, mas como isto é visto por muita gente, pode ser que resulte.
Seguinte: há algum tempo que a minha pagina do Facebook anda perto de chegar aos 1500 fãs, só que o progresso têm sido lento, e gostava de lá chegar o mais depressa possível. Ando neste momento com 1496 fãs, e acho que era altura de fazer um apelo, não só para chegar a esse número, como o de superá-lo, pois acho que precisa de um "boost", um pouco para fazer valer a pena o trabalho que se faz por aqui.

Que tal, podem ajudar-me? Para seguir-me no Facebook, basta seguirem este link. 

Uma vitória com significado

Dean Stoneman venceu este domingo a segunda corrida da GP3 em Barcelona. Para quem ouviu este nome só agora, pode não significar nada, mas quem conhece este piloto há muito mais tempo, sabe que este britânico de 23 anos deve ter comemorado ontem uma das vitórias mais saborosas da sua carreira. É que este piloto, campeão da Formula 2 em 2010, esteve fora das pistas por dois anos para curar um cancro testicular, algo que trinta e cinco anos antes, matou outro automobilista, o sueco Gunnar Nilsson.

No inicio de 2011, depois de Stoneman ter vencido a competição e ter ganho o direito a testar um Williams de Formula 1, com bons resultados, detectaram-lhe um cancro, que "congelou" a sua carreira. Na altura, todos confiavam que o tratamento que iria efetuar o colocaria bom e o regresso às pistas seria breve. "Os especialistas fizeram o diagnostico precoce e estamos confiantes de que ele vai fazer uma recuperação completa, com tratamennto programado para começar de imediato", começava por dizer na altura o comunicado oficial no sitio do piloto. "Dean está determinado a vencer a doença e já está se inspirando em heróis desportivos como Lance Armstrong, para voltar às pistas o mais rápido possível", concluiu.

Na altura, Stoneman estava escalado para correr na Lotus Junior Team da World Series by Renault, ao lado de Daniel Ricciardo, mas esses planos foram deitados fora em detrimento da sua saúde. A batalha durou cerca de dois anos, até que os médicos pudessem dar "luz verde". Em 2013, ele regressou aos monolugares, primeiro ao volante de um Porsche, no Carrera Cup britânico, vencendo cinco corridas, e no final do ano, na GP3 da Koiranen Bros, conseguindo um segundo lugar em Abu Dhabi.

Na altura, escrevi isto: "Resta saber se ainda vai a tempo de vos mais altos, como a Formula 1. Mas é bom saber que superou aquela que foi a mais difícil competição da sua vida. Certamente que regressará com mais força e confiança." Pois bem, parece que está realmente de volta. A vitória na segunda corrida de Barcelona, depois de um sétimo posto na primeira corrida, demonstra que a sua vida deu um circulo completo. E provavelmente deverá ter sido das mais saborosas de todas. Mas acho que seria ainda mais ótimo se voltasse a trilhar o caminho para a Formula 1. 

Acho que seria uma excelente recompensa por tudo o que passou.

WRC 2014 - Rali da Argentina (Final)

Os Volkswagen venceram na Argentina, mas ao contrário do habitual, quem esteve no lugar mais alto do pódio foi Jari-Matti Latvala. Sem cometer erros nas longas classificativas portenhas, aproveitou as dificuldades que Sebastien Ogier teve no segundo dia do rali para abrir uma vantagem que se tornou decisivo para alcançar a sua segunda vitória do ano no Mundial WRC, e mantendo o monopólio da marca de Wolfsburgo no Mundial de 2014.

Este último dia de rali não teve história, pois Ogier abdicou da vitória, mas o Power Stage representou outra coisa, pois aí, ele foi ao ataque para alcançar os três pontos da vitória, e conseguiu. Com isto, saiu da Vila Carlos Paz com uma vantagem de 24 pontos sobre o seu companheiro de equipa, que conseguiu o terceiro melhor tempo e um ponto na Power Stage.

Depois da dobradinha da marca alemã, o último lugar do pódio ficou para Kris Meeke, que aguentou os ataques de Anders Mikkelsen e evitar um monopólio da marca alemã. Mas o norueguês teve um bom motivo para se ficar com o quarto posto: no final, começou por ter problemas no alternador e o melhor seria acabar o rali e recolher os 12 pontos necessários para o campeonato.

Thierry Neuville foi o quinto e o melhor representante da Hyundai, que apesar de ter voltado em modo "Rally2", até é um bom resultado, dado o estado de desenvolvimento do carro coreano. A seguir veio Robert Kubica, que neste rali decidiu mudar o "chip" e correr com o intuito de preservar o carro e manter-se na estrada. Isto resultou num sexto posto o e facto de ter saído vencedor do duelo com Elfyn Evans. E foi também o melhor dos Ford neste rali, na frente de Evans e Martin Prokop, o oitavo classificado.

Miko Hirvonen foi o nono, mas foi o grande destaque deste dia final, vencendo três das quatro classificativas existentes. É certo que nesta altura, todos tinham levantado o pé, mas o finlandês da Ford deu o seu melhor e viu-se recompensado com dois pontos. E a fechar, o qatari Nasser Al-Attiyah conseguiu o ponto que faltava.

Agora, máquinas e pilotos voltam à ação no mês que vêm, em terras da Sardenha.

domingo, 11 de maio de 2014

Formula 1 e Cartoons - Espanha (Pilotoons)

O Bruno Mantovani desenhou os pilotos da Mercedes a saborearem (mais uma) vitória, com Lewis Hamilton a nadar numa piscina de champanhe, com Nico Rosberg de boia, esperando dar o seu salto para ela. 

É... eles dominam.

WTCC 2014 - Eslováquia (Corridas)

O diluvio aconteceu hoje, e foi na Eslováquia. Digo isto porque as corridas do WTCC previstas para este domingo foram todas marcadas pela forte chuva, sendo até que a segunda corrida foi mesmo cancelada. Ainda houve a primeira corrida, que aconteceu de manhã, mas esta foi interrompida na nona volta - das catorze previstas - com a vitória a ser declarada a Sebastien Löeb.

Depois do sol que os brindou ontem na qualificação eslovaca, o dia de hoje começou com nuvens carregadas e chuva forte, ininterrupta. E as coisas continuaram assim quando a corrida começou, com Löeb a passar o argentino "Pechito" Lopez. Por outro lado, o terceiro Citroen, o de Yvan Muller, fez falsa partida e teve de cumprir uma penalização nas boxes, mas cm o tempo que fazia, o francês efetuou uma corrida de recuperação.

Enquanto que Löeb e Lopez rodavam juntos, atrás, Norbert Mischeliz fazia o melhor para tentar segurar a concorrência, especialmente os Chevrolet de Tom Coronel e Tom Chilton. Mas com o passar das voltas, a pista alagava-se e na sétima passagem pela meta, o Safety Car teve de entrar, dando por concluída a corrida, com Löeb a ser declarado vencedor.

Pensava-se que as condições atmosféricas pudessem melhorar por volta das 17:30 locais, altura em que estava marcada a segunda corrida, mas à medida que a hora se aproximava, a chuva não dava sinais de abrandar, alagando a pista. Sem sinais de abrandamento, e com o dia a terminar, a organização não teve outra hipótese senão de cancelar a corrida.

No Facebook, Tiago Monteiro - que era o "poleman" nesta corrida - confessou a sua frustração: "A segunda corrida aqui da Eslováquia foi cancelada devido à chuva. Estava na pole e acredito com boas condições de lutar pela vitória, é pena. Não me parece que tenha sido a melhor decisão, principalmente pelo respeito pelos fãs e para bem do espetáculo. Ainda assim alguns pontos com o sétimo lugar da primeira corrida."

Na classificação geral, José Maria Lopez comanda, com 138 pontos, seguido por Sebastien Löeb, com 113, Yvan Muller, com 109, e Tiago Monteiro, com 71 pontos.

O WTCC regressa dentro de duas semanas, no Salzburgring austríaco.

Formula 1 2014 - Ronda 5, Barcelona (Corrida)

Barcelona não é emocionante. O circuito, não a cidade. A corrida de abertura da jornada europeia da Formula 1 normalmente torna-se num belo suporifero de um agradável domingo de primavera, especialmente depois de um almoço bem regado com a família ou com os amigos. Com as competições de futebol a acabarem, a Formula 1 poderia ser uma alternativa agradável, mas Barcelona nunca teve fama de ser emocionante. E este ano, com o que está a acontecer, com os Mercedes a dominarem a competição, arriscava-se a ser mais aborrecida do que o habitual.

A partida foi sem história: Lewis Hamiltom partiu tranquilamente na frente de Nico Rosberg, enquanto que Valtteri Bottas fez uma boa partida e passou Daniel Ricciardo para o terceiro posto. Atrás, Jenson Button perdia posições devido a uma má largada e Pastor Maldonado... fez de Pastor Maldonado, ao tocar no Caterham de Marcus Ericsson. O toque fez com que o venezuelano tivesse um "stop and go" de cinco segundos. Típico...

Com os Mercedes a afastar-se da concorrência, a corrida reduziu-se às trocas nas boxes, e respectivas estratégias. Bottas resistiu como pode a Ricciardo, mas este estava bem mais veloz. Contudo, só o passou na primeira paragem nas boxes. Vettel fazia uma corrida de recuperação, com três paragens, e no final da primeira, era nono classificado, na frente de Felipe Massa. Na segunda paragem, passou Massa e Kevin Magnussen (que fizeram uma corrida da frente para trás, acabando ambos fora dos pontos) e com pneus médios, continuou a efetuar a sua corrida de recuperação.

A parte final da corrida foi mais emocionante, pois viu-se a aproximação de Hamilton a Rosberg, com a degradação dos pneus a ser cada vez mais evidente. Na volta 60, a diferença entre os dois era de menos de um segundo, e com as ordens de equipa a não existirem, o piloto britânico sentia a pressão do frio fino-alemão. A tensão aumentava à medida que se aproximava da bandeira de xadrez, enquanto que atrás, Vettel cumpria a sua recuperação passando Valtteri Bottas, enquanto que Fernando Alonso passava Kimi Raikkonen e conseguia o melhor lugar que a Ferrari pode alcançar: o sexto posto.

Mas apesar da tensão e das lutas, Hamilton aguentava a pressão e vencia o GP de Espanha, conseguindo a sua quarta vitória consecutiva e a liderança do campeonato ao seu companheiro de equipa. Poderá ser cedo para dizer, mas creio que sem ordens de equipa, parece que Lewis Hamilton demonstra ter "cabedal" para ser campeão do mundo, pois resiste aos ataques de um carro semelhante ao dele, que é o de Nico Rosberg.

A acompanhá-los no pódio está Daniel Ricciardo, que vai conseguir este por mérito próprio, isto é, se os comissários não encontrarem nada de irregular no seu carro... mas é um pódio merecido, de uma corrida discreta, mas certinha, e a demonstrar que a Red Bull é a segunda força na Formula 1, e a melhor demonstração disso foi a corrida de recuperação de Sebastian Vettel, que veio do 15º posto para ser o quarto classificado. E parecendo que não, é nestas condições que se vê a estrelinha de campeão, e o alemão têm-na. Mas este ano têm a forte concorrência do Ricciardo...

De resto, a única coisa de relevante nesta classificação foram os primeiros pontos da Lotus-Renault, com Romain Grosjean a ser o oitavo classificado, dando os primeiros pontos à marca de Enstone, e a dupla pontuação dos Force India, que deixaram de fora os McLaren. Será que em Woking já se trabalha no chassis de 2015? Só pode ser, com uma classificação tão baixa como esta...

WRC 2014 - Rali da Argentina (Dia 2)

O segundo dia do Rali da Argentina mostrou que os Volkswagen parecem não ter adversários à altura, mas parece que o roteiro poderá ter um final diferente. Lembram-se que nestas coisas, o Sebastien Ogier leva sempre a melhor? Pois bem, parece que um certo finlandês com tendência a cair na vala poderá acabar a comemorar o rali do lugar mais alto do pódio.

O segundo dia começou com os Volkswagen a dar cartas, incluindo o terceiro carro da marca, giado por Anders Mikkelsen. O piloto norueguês começou a tentar recuperar o tempo perdido, vencendo a primeira especial do dia e começando a ganhar tempo para os que estavam na frente. Cedo apanhou quer Martin Prokop, quer Robert Kubica, quer Elfyn Evans, alcançando o quarto posto. Atrás, Dani Sordo - que partia do oitavo posto, mesmo com "Rally2" - teve novo problema com o seu carro e ficou definitivamente de fora.

Ao logo do dia, parecia que Ogier não conseguia alcançar o seu companheiro de equipa da maneira como fazia anteriormente. Explicou depois que estava a ter dificuldades em ter uma condução mais "limpa" do que Latvala. Mas mais tarde, na nona especial, um furo num pneu, que também causou danos no seu para-choques, fez com que se atrasasse um pouco mais, deixando escapar o seu companheiro de equipa.

No final do dia, ambos estavam separados por 31,2 segundos de diferença, e parecia que isto pode estar decidido a favor do piloto finlandês. Claro, ainda haverá o terceiro e último dia para decidir, mas as coisas não parecem lá muito favoráveis para o atual lider do campeonato.

Atrás, no terceiro posto, Kris Meeke manteve o carro na estrada, mas não conseguiu acompanhar os carros da marca de Wolfsburgo, pois está a três minutos e 47 segundos de Latvala, e parece que têm de se precaver com Anders Mikkelsen, que está a menos de dois minutos de si.

Thierry Neuville é agora o quinto classificado, conseguindo passar o Ford de Robert Kubica, que está a conseguir manter o carro na estrada e aguentando o outro Ford de Elfyn Evans atrás de si. Martin Prokop é o oitavo, Nasser al-Attiyah o nono e Mads Ostberg, que voltou em modo "Rally2" - fecha o "top ten".

O rali da Argentina termina amanhã.

Youtube Racing Engeneering: Um carro feito por um rapaz de 21 anos


Vinte e um anos de idade, disléxico e com queda para automóveis. Apresento-vos Alex Kelsey, um neozelandês que decidiu fazer um "Frankensein", ou seja, um carro de ralis com um motor Renault V6. Não os Turbo, mas sim os que são usados na World Series by Renault.

O carro, baseado num Peugeot 207, é potente e muito bem feito. O projeto durou dezoito meses, numa garagem, e ele fez tudo: a fibra de carbono, as suspensões, os elementos de segurança... tudo. Um apaixonado pela engenharia e pelo automobilismo, e que era um "zero à esquerda" na escola. Mas havia uma razão: ele é disléxico. Tal como Jackie Stewart, por exemplo.

E ele têm experiência competitiva: o seu carro anterior, um Subaru Impreza modificado, fez com que fosse o piloto mais novo de sempre a vencer um rali na sua terra natal. E daqui a algumas semanas, irá colocar o seu carro novo num rali, para ver se repete a gracinha.

Parece que Bruce McLaren têm um sucessor à altura... esta vi no Jalopnik.

Youtube Racing Crash: O acidente na largada da IndyCar

Este sábado houve a corrida no circuito interno de Indianápolis, desenhado inicialmente para a formula 1 e é usado pela Moto GP. O poleman foi o colombiano Sebastian Saavedra, que aproveitou bem a qualificação no piso molhado, mas hoje, ficou parado na grelha de partida no pior momento possível, sendo batido por mais dois carros, um deles, o do russo Mikhail Aleshin.

Eis as imagens do acidente. Quanto ao vencedor, este caiu para as mãos do francês Simon Pagenaud