Num fim de semana marcado pela quantidade de espectadores no local - mais de 440 mil espectadores ao longo dos três dias em Austin, um recorde - as discussões ainda tinham a ver com a Red Bull, por causa do teto orçamental, que o violou, e do qual as restantes equipas, depois de terem pedido inicialmente uma punição exemplar, acabaram por ficar mais calmas nesse sentido. Se calhar essa moderação tem a ver com eles mesmos, se calharem na sua altura...
Mas claro, outra razão tinha a ver com a morte de Dietrich Mateschitz, na noite de sábado. A Red Bull tinha mais um motivo para querer triunfar em Austin, não só para encerrar a história do título de construtores - que não é deles há quase uma década - como também para honrar a memória de alguém que moldou o desporto por mais de 30 anos, e que mostrou que havia bida para além dos patrocínios do tabaco - como existia a Marlboro e a Camel, por exemplo.
O tempo estava encoberto, mas não iria chover. Quanto a estratégias, pensava-se em duas paragens, e se calhar todos os compósitos "slick" poderiam ser usados, com as primeiras paragens a acontecerem entre as voltas 15 e 17, se começarem em médios. Quem iria partir das boxes era Esteban Ocon, que tinha mudado alguns componentes e a sua má posição inicial na grelha faria com que compensasse partir fora dela. E a Mercedes ainda teve de trocar de travões de disco na última hora.
Nas voltas seguintes, Pérez - que tinha a asa danificada - e Russell passaram Stroll, que tinha atrás de si... Seb, que aguentava um Leclerc que estava em cavalgada desde o lugar do qual eles colocaram por causa da penalização de sábado. Na frente, Max já se afastava dos Mercedes.
Na volta 11 aconteceram as primeiras paragens. Bottas, Tsunoda e Ricciardo foram os primeiros, seguido por Gasly, na volta seguinte. Na pista, Leclerc passou Vettel e era sexto, ao mesmo tempo que Hamilton trocava para duros e regressava atrás de ambos. Na volta 14, foi a altura de Max, dando a liderança ao seu companheiro de equipa. Pérez acabou por ir trocar para duros na volta 15, caindo para quinto.
No regresso, na volta 26, tudo na mesma: Max na frente de Lewis, e Pérez estava na frente de Leclerc. Mick Schumacher estava nos pontos, no décimo posto. Os olhos estavam postos em Leclerc e Pérez que lutavam pelo quarto posto. O monegasco conseguiu passá-lo na volta 30, numa travagem relativamente arriscada, e logo a seguir, foi atrás de Hamilton.
As coisas pareciam ir calmas até à volta 35, quando, entre os da frente, Hamilton foi às boxes trocar de pneus. Meteu duros, esperando ir até ao fim - faltavam 20 voltas nesta altura - mas quando Max Verstappen foi às boxes, o pessoal da Red Bull cometeu um erro e o neerlandês perdeu 11 segundos, suficiente para colocar Hamilton... na frente! E logo no preciso momento em que Russell e Pérez lutavam pelo primeiro lugar.
Verstappen partiu ao ataque e foi atrás de Leclerc. Ele resistiu o mais que pode, mas conseguiu passar o piloto da Ferrari. Na frente, na volta 40... estava Vettel, no seu Aston Martin! Max era terceiro, e perseguia Hamilton para ficar com o segundo posto, porque sabia que o alemão iria ter de ir às boxes e fazer a sua troca. Era agora um duelo a quatro, mesmo depois de Hamilton ter passado Vettel na volta 41, uma volta antes do alemão ir às boxes... e fazer uma paragem catastrófica, perdendo 16 segundos e caindo para fora dos pontos.
Max continuava a apanhar Hamilton, e na volta 50, ele já estava na sua traseira. Chegou-se à travagem, e apesar das trocas e dos duelos curva a curva, foi limpa e favorável ao piloto da Red Bull. A liderança regressava aos energéticos.
A Formula 1 acabou em Austin, agora arrumam as malas para rumar para o outro lado da fronteira, porque semana que vêm, correrão no Autódromo Hermanos Rodriguez.
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