segunda-feira, 3 de abril de 2023

A imagem do dia



Há 35 anos, em Jacarépagua, no Rio de Janeiro, mais uma temporada começava, mas um chassis dominador entrava em cena. O McLaren MP4/4, projeto de Steve Nichols, e conduzido por Alain Prost e Ayrton Senna, estava em pista e conseguia a primeira das suas 15 vitórias em 16 Grandes Prémios, algo que não foi batido desde então. 

A corrida até poderia nem ter tido história... se não fossem os problemas que Senna teve antes de largar. Trocando de carro, efetuou uma corrida de recuperação... até ser desclassificado. 

O brasileiro tinha feito a pole-position com mais de meio segundo de vantagem sobre Prost, e parecia ser o favorito, porque corria em casa. Contudo, na volta de aquecimento, o mecanismo seletor da caixa de velocidades avariou e ele abanou as mãos, assinalando que tinha problemas. A partida foi abortada, dando tempo para ele saltar para o seu carro de reserva. Só que não era permitido. E demorou tempo para ser avisado (essas coisas já aconteciam antes, não é um problema de agora).

Claro, o tempo foi mais que suficiente para Senna empreender uma corrida de recuperação, ficando com o segundo lugar na volta 20, passando Piquet e aproveitando uma paragem do Gerhard Berger nas boxes. Ele parou sete voltas depois, para... deixar o motor ir abaixo, regressando em sexto. E estava a caminho de ser segundo quando na volta 31, a bandeira preta foi mostrada a ele, obrigando a parar nas boxes.

Depois dessa recuperação épica, a corrida perdeu muito do seu interesse, acabando com Prost a ganhar, sobre um Berger que se tentou aproximar-se, mas de uma certa forma, era porque o francês estava descontraído. Ele estava satisfeito com aquilo que tinha em mãos, e sabia que iria dominar a concorrência. Mas também, se estivesse a assistir à corrida do seu companheiro de equipa, teria saído do Rio com a ideia que ele iria ser o seu rival mais duro para o campeonato. E aquela corrida tinha demonstrado isso. 

Para finalizar, dos 26 carros que partiram, apenas nove terminaram. E desses, oito eram turbos. O aspirado sobrevivente, o Ligier de Stefan Johansson, terminou em nono e último lugar, a três voltas do vencedor. Os turbo começavam aqui o seu último ano, mas ainda mandavam no pelotão da Formula 1.     

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