segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

A quase zebra de Kyalami

(...) Contra eles estavam a fina-flor do automobilismo local. Inscritos estavam Dave Charlton e Luki Botha, bem como dois rodesianos, Sam Tingle e John Love, ambos veteranos com mais de 40 anos de idade.

 A corrida iria acontecer num novo autódromo, construído nos arredores de Joanesburgo, de seu nome Kyalami. Traduzido do zulu, significava "minha casa" e era de fato uma casa adequada para a Formula 1 e para o automobilismo local, apesar de já existir desde 1961 e de ter tido um evento de ensaio no ano anterior, vencido por Mike Spence. (...)

 (...) As coisas ficaram assim até à volta 59 quando Hulme começou a ter problemas nos seus travões, obrigando-o também a parar, no sentido de os reparar. O tempo perdido fez com que o líder fosse, sensacionalmente, o de um piloto local! Nas voltas seguintes, a veterania de Love fez com que pudesse andar de forma calma e consistente, mantendo-se as distâncias, e à medida que se aproximava do fim, mais parecia que o impossível iria acontecer, uma vitória surpresa de um piloto que não fazia qualquer temporada completa no Mundial de Formula 1, e ainda por cima, num carro que não era feito para esta competição. Contudo, não iria ser o dia dele. A sete voltas do fim, notou-se que o seu Cooper não teria o combustível suficiente para chegar ao fim, e teve de ir às boxes para reabastecer. Assim sendo, a liderança caiu nas mãos de outro piloto estreante nestas andanças, Pedro Rodriguez, e só teve de o levar até à bandeira de xadrez, dando a primeira vitória de sempre a um mexicano. (...) 

Há precisamente 45 anos, a Formula 1 chegava a um novo circuito na Africa do Sul. Em Kyalami, logo após o Ano Novo, o pelotão competia no quente verão austral e as surpresas foram muitas. Por pouco, um piloto local ia vencendo uma corrida e no final, o piloto que subiu ao lugar mais alto do pódio foi um estreante, que tinha ido para a Cooper... numa base provisória. Para Pedro Rodriguez, foi o passaporte para se manter permanentemente na Formula 1, mas para John Love, por pouco não alcançou algo inédito. Ainda por cima numa máquina desenhada inicialmente para a Tasman Series... 

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