Esta foto é bem interessante sobre as audiências nas corridas do Mundial de Endurance na temporada de 2014. Com a notável excepção do Bahrein, todas as outras corridas receberam um aumento de público entre 2013 e esta temporada. E pelos vistos, Jean Todt fez muito bem ao reavivar o Mundial de Endurance no final de 2012, vinte anos após a última vez que aconteceu.
Quando tal aconteceu, a Le Mans Series já tinha Audi e Toyota, com a Porsche a espreitar o regresso, só na categoria LMP1. Agora, teremos a Nissan a correr em 2015, com noticias de mais projetos em varias categorias de Endurance. Hoje por exemplo, surgiu na imprensa o rumor do regresso da Ford à clássica francesa, provavelmente em 2016, para comemorar os 50 anos da sua primeira vitória em La Sarthe.
Em apenas duas temporadas, poderemos dizer que a Endurace "está de volta". Pensava que teriamos de demorar mais tempo, mas parece que os construtores estão cada vez mais interessados na ideia. As razões são muitas, mas há em particular: existe uma maior liberdade de projetar os carros e colocar o tipo de motor dentro deles, algo que já não existe na Formula 1. E as unidades híbridas que andam por aí são mais potentes do que na Formula 1, para além de haver maior possibilidade de os colocar nos seus modelos de estrada.
E ainda não falamos dos numeros da European Le Mans Series, onde há corridas de quatro horas, como no Estoril. Para quem viu a prova no final de outubro, via-se o mar de gente que estava presente para ver os carros a passar. E era numa primeira edição, com bilhetes acessíveis, mostrando que a ideia é vencedora, desde que se mantenha assim.
Mas tudo isto acontece numa altura em que todos falam que há uma inversão de valores. A Formula 1 ornou-se num nicho elitista, governada por pessoas que lá estão há mais de 40 anos e não desejam mudar. Têm vindo a perder público e os pilotos, para irem lá, têm de pagar para correr. Pelo contrário, na Endurance, são pagos pelos construtores para correr como pilotos de fábrica.
Mas não é só a Endurance que está a ressurgir. A IndyCar e até a Formula E começam a ser alternativas viáveis à Formula 1, em maior ou menor grau. Se no caso dos elétricos, ainda falta muito para caminhar - e não estão em concorrência direta, pois as corridas acontecem quando esta está entre temporadas - no caso da IndyCar, mesmo com carros iguais e apenas dois tipos de motores, começam a atrair pilotos europeus para a competição.
Para finalizar, ao ver os números de espectadores no Bahrein, poderemos dizer que é são os petrodólares a grande razão para termos a corrida por lá. A grande concessão de Jean Todt, pois eles ficarão até 2017. Não sei quanto é que colocam por lá, mas se metem 50 milhões para ter a Formula 1 - e até têm o poder de veto para impedir que o seu vizinho Qatar tenha as mesmas coisas que eles - quanto meterão para ter por lá e mostrar ao resto do mundo?
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