quarta-feira, 25 de agosto de 2021

The End: Robin Miller (1949-2021)


Robin Miller, jornalista e antigo piloto de automóveis, com uma extensa carreira a cobrir a CART e as 500 Milhas de Indianápolis, morreu esta quarta-feira aos 71 anos de idade, vítima de leucemia. A noticia foi anunciada pela sua irmã Diane na sua página do Facebook.

"É com o coração pesado que partilho [a noticia] de que o meu irmão, o único Robin Miller, acabou de fazer a sua "última volta". Foi o melhor amigo, irmão, tio, confidente e jornalista! Tinha um coração grande, sua generosidade era incomensurável, sua personalidade era sem paralelo. As suas histórias são das melhores que já ouviram, algumas não podem ser repetidas, mas podemos imaginar todas elas. Se você o conheceu, experienciou tudo isso... muitos risos e grandes momentos que foram partilhados!"

Nascido a 27 de outubro de 1949 em Anderson, no Indiana, começou e percorrer as garagens de Indianápolis em 1968 como mecânico na equipa de Jim Hurtubise, de anos depois de ter lá estado como espectador. Nesse mesmo ano, começou a escrever sobre automobilismo no Indianápolis Star, colaborando até 2001. Entre as suas primeiras amizades no mundo do automobilismo contam-se o piloto Art Pollard, e Bill Finley, o seu chefe de mecânicos, que o levou a trabalhar em algumas equipas ao longo dos anos 70. Ao mesmo tempo, tentou uma carreira automobilística, nos USAC Midgets e na Formula Ford, correndo até 1983, sem enormes resultados de relevo.

Personalidade colorida e controversa, chegou a acusar A.J. Foyt de batota, num artigo de 1981, e este respondeu com um soco na cara, e o jornal a publicar um pedido de desculpas pela sua linguagem viperina. Também cobriu jogos de basket, nomeadamente a equipa de Indiana, os Pacers. Outro alvo das suas criticas foi Tony George, o homem por trás do Indianápolis Motor Speedway e que incentivou a separação entre a CART e a IRL. As coisas chegaram ao ponto de, em janeiro de 2001, Miller ter sido despedido do Indianápolis Star, depois de 33 anos de colaboração.

Se do lado da IRL, ele era visto como a encarnação do Diabo, no lado da CART, ganhou um vasto culto entre os seus seguidores. Contudo, independentemente do lado, houve um grupo que defendeu sempre: os pilotos e os respetivos diretores de equipa.

Depois do "Indy Star", foi trabalhar para a ESPN, entre 2001 e 2004, e a seguir, para o canal Speed, ambas as vezes como "insider", dando muitas noticias em primeira mão, incluindo a fusão entre a CART e a IRL, em 2008. Em 2011, foi para a NBC Sports como analista ca IndyCar, incluindo as 500 Milhas. 

Miller adorava divertir-se. Nunca se casou, adorava jogar e chegou a ter uma dívida de jogo de 250 mil dólares. Afirmou que o seu pior momento na ida foi quando viu morrer o seu amigo Art Pollard nas 500 milhas de 1973, uma das piores da história da competição. Contudo, apesar de tudo, da sua língua viperina, ninguém poderá dizer que era uma personagem aborrecida ou cinzenta. E que como nós, sempre amou este desporto de quatro rodas e um volante. Ars longa, vita brevis, Robin

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