terça-feira, 28 de março de 2017

O golpe italiano

Contado, ninguém acredita. Mas pelos vistos, é bem real. Esta terça-feira, um juíz de Cagliari, na Sardenha, emitiu mandatos de busca e detenção de um gang que estava espalhado um pouco por toda a Itália. Mais um que está envolvido em droga e crime organizado, como há muitos nessa país. Contudo, os planos desse gang envolviam também extorsão, e o que queriam fazer era tremendamente audacioso: roubar um cadáver. Mas não um qualquer, era o cadáver de Enzo Ferrari.

O plano era simples: durante a noite, um grupo iria ao cemitério San Cataldo, em Modena, onde iria tirar o caixão do Commendatore e levá-lo para um refugio nos Apeninos. Dali, o grupo reclamaria o cadáver e extorquía uma grande quantidade de dinheiro à familia, para que recuperasse o famoso e voltasse ao seu local de repouso. O plano - ousado, no mínimo - iria acontecer nos próximos dias. E foi por causa dessa proximidade que a policia decidiu agir e pediu ao juiz os mandados de busca e detenção. Ao todo, já foram apanhados 34 pessoas, que estão a ser interrogadas um pouco por toda a Itália, desde o Veneto, no norte, à Emiglia-Romana, no centro.

Roubar cadáveres famosos não é inédito, já aconteceu ao longo da História. No século XIX, havia o péssimo hábito de se roubarem cadáveres frescos dos cemitérios no sentido de os vender às Faculdades de Medicina, no sentido de os ter presentes nas aulas de anatomia. As coisas mudaram muito desde então, mas roubar cadáveres de famosos é uma grande tentação. Em março de 1978, um polaco e um búlgaro conseguiram roubar o cadáver de Charlie Chaplin, algumas semanas depois do seu enterro, para exigir o seu resgate, que não foi bem sucedido, pois a policia prendeu-os dois meses depois.

Raptar o cadáver seria, sem dúvida, um golpe que daria primeiras páginas um pouco por todo o mundo. Mas para felicidade de todos nós, tal coisa não aconteceu. 

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