O evento foi ontem, mas só calhou falar sobre isto hoje, logo, não deixo passar em claro: há 40 anos, em Montreal, Gilles Villeneuve venceu a sua primeira corrida na Formula 1. E logo na sua corrida caseira, e no ano em que se transferiram de Mosport, no Ontário, para Montreal, no Quebec. A vitória, que aconteceu na última corrida de uma temporada onde a Lotus dominou, foi o culminar de um ano difícil para o piloto.
Villeneuve chegou no final de 1977 para substituir Niki Lauda. Enzo Ferrari tinha gostado dele e achava que poderia ser como Lauda: pouca experiência, mas com muito talento. A aposta no austríaco tinha compensado bastante, e esperava que outro piloto como ele valeria a pena. De facto, tinha talento, mas era demasiado "bruto" com os carros, e logo na sua segunda corrida, tinha estado envolvido num grande acidente com Ronnie Peterson, em Fuji. Mas a culpa não tinha sido dele, os seus travões tinham falhado.
Mas no inicio de 1978, Villeneuve errava constantemente, ao ponto da imprensa italiana já exigir a sua substituição. E apontavam candidatos, um deles um rapaz de 20 anos chamado Elio de Angelis. Aliás, ele até tinha testado com o carro em Maranello, mas o velho Commendatore mantinha a confiança no canadiano. Depois, na segunda metade da temporada, as coisas correram melhor. O seu primeiro pódio foi na Áustria, e em Monza, foi segundo na qualificação, batido apenas por Mário Andretti. Infelizmente, queimou a partida, que o impediu de ter outro pódio, ainda por cima na casa da Ferrari.
Em Montreal, Villeneuve largava do terceiro posto da grelha, e ao contrário do que aconteceu em algumas corridas anteriores, ele limitou-se a esperar pelos azares dos outros. Primeiro, quando Jones teve problemas no seu carro, e depois, quando Jean-Pierre Jarier, o líder, desistiu na volta 50 cvom problemas mecânicos. Ao contrário do que aconteceu no passado - e mais adiante na sua carreira - a vitória de Montreal não teve muito de épico nem ficou no goto dos fãs. Apenas foi memorável porque foi um canadiano a vencer no Canadá. Na história da Formula 1, tal nunca tinha acontecido antes. E nem voltaria a acontecer, pelo menos até aos nossos dias.
Menos de quatro anos depois, Gilles passaria à história. Mas o circuito preservou o nome e deixa sempre uma mensagem: "Salut, Gilles!"
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