Nesses tempos, a FIA dava imensa autonomia aos organizadores dos Grandes Prémios. Desde que seguissem os regulamentos, poderiam receber inscrições, organizar os comissários, decidir a hora de partida da corrida, especialmente em termos de boletim meteorológico. E foi por isso que, dois anos antes, em 1971, a corrida canadiana tinha entrado na história como a primeira que não chegou ao fim, quando uma bandeira vermelha interrompe uma corrida a sete voltas do fim, por causa da chuva intensa.
E neste ano de 1973, também chovia e estava frio.
Depois de Francois Cevért e Jody Scheckter terem batido na volta 32, a organização pediu a Eppie Witzes que entrasse no Porsche 914 amarelo e se colocasse naquele que seria o líder da corrida. Só que na altura, a pista estava a secar, e o líder deveria ser Jackie Stewart... que na altura, tinha ido às boxes trocar para slicks! Confusos - todos eles - o carro entra na pista quando lhe indicam que o líder era o carro 25, de Hownden Ganley. Ele entrou e uma bandeira amarela foi mostrada, pedindo aos pilotos que andassem a uma determinada velocidade.
Mas tinha sido cometido um erro: o líder era na realidade o francês Jean-Pierre Beltoise, no seu BRM. Ele, o Lotus de Emerson Fittipaldi e o McLaren de Peter Revson estavam na frente, mas a sair das boxes quando o Porsche saiu para a pista. Na realidade, esses pilotos tinham uma volta de atraso.
Quando o carro regressou às boxes, os pilotos começaram a recuperar os lugares aparentemente perdidos e no final, o primeiro a cortar a meta tinha sido, aparentemente, Fittipaldi. E Colin Chapman chegou a comemorar a vitória. Mas desde logo as equipas começaram a contestar o resultado. E após duas horas de cálculos, descobriu-se que Rewson tinha ganho a corrida, com 32 segundos de vantagem sobre Fittipaldi, e não muito longe, o Shadow de Jackie Oliver, no segundo pódio da marca na temporada de estreia.
Ganley, o inesperado líder, acabou em sexto, a uma volta. Até hoje, está convencido que ele poderá ter sido o vencedor. Numa era analógica, nunca saberemos. E a experiência do Safety Car foi tão "interessante"... que apenas 20 anos depois voltariam a repetir.
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