quinta-feira, 28 de agosto de 2008

GP Memória - Holanda 1983

Depois da Austria, onde o Mundial tinha sido relançado, com três pilotos disputando taco-a-taco o comando do Mundial, o pelotão da Formula 1 chegava ao circuito holandês de Zandvoort, numa altura que muita coisa se definia para a temporada seguinte, quer em termos de pilotos, quer em termos de máquinas.

Todos sabiam que a pouco e pouco, as equipas, se quisessem permanecer competitivas, teriam que ter motores Turbo, e aos poucos, eles o iriam ter. Neste caso, a McLaren estreava nesse fim de semana o seu motor TAG-Porsche, financiado por Mansour Ojjeh (o dono da TAG), e construido pela Porsche. Niki Lauda iria guiar o carro com versão Porsche para Zandvoort, enquanto que John Watson tinha que esperar mais uma corrida para o ter.



Noutro lado, a Williams já tinha acordado que iria ter motores Honda Turbo para 1984, e assim sendo, tratou logo de renovar os contratos dos seus pilotos Keke Rosberg e Jacques Laffite. Entretanto, sabia-se que Patrick Tambay já não ficaria na Ferrari para além de 1983, e corriam rumores de que alain Prost tinha sido convidado. Mas pelo facto de ele e Arnoux não se darem bem, esses rumores não deviam ter fundamento...



Nos treinos, o melhor foi o Brabham-BMW de Nelson Piquet, seguido pelo Ferrari de Patrick Tambay, enquanto que o seu companheiro de equipa, René Arnoux, a braços com problemas de motor, não foi para além do décimo tempo da grelha. Alain Prost era o quarto, batido pelo Lotus-Renault de Elio de Angelis, enquanto que na terceira fila estavam o outro Lotus-Renault de Nigel Mansell e o segundo Brabham-BMW de Riccardo Patrese. Niki Lauda, com o seu novo McLaren-TAG Porsche, não fora além do 19º tempo, enquanto que o melhor não-Turbo era o Arrows-Cosworth do suiço Marc Surer, 14º na grelha.



Como de costume, três pilotos ficaram de fora desta corrida, com o estatuto de não-qualificados. Eram eles o Osella de Piercarlo Ghinzani, o RAM de Kenny Acheson e o Theodore de Johnny Ceccoto.


Na partida, Piquet partiu melhor do que Tambay, que tinha tido uma má largada e fora altrapassado por alguns adversários, entre os quais um sensacional Eddie Cheever, que de 11º, era segundo no final da primeira curva! Se ele estava nesse lugar, Tambay, em contraste, passava a Curva Tarzan na 21ª posição...


No final da primeira volta, Prost consegue ultrapassar Cheever e fica em segundo. Entretanto, os concorrentes tinham problemas, à medida que cumpriam as voltas no circuito holandês. De Cesaris, que rolava em quinto após a primeira volta, desistiu na volta cinco, com o motor rebentado. Na volta 12, Elio de Angelis, que era sexto, abandonou quando o filtro de combustivel se rompeu. Enquanto isso acontecia, Patrese conseguiu ultrapassar Cheever e era terceiro, atrás de Prost e do seu companheiro Piquet. O americano iria perder mais uma posição a favor do Ferrari de Arnoux, antes do periodo de reabastecimentos.


Entretanto, Prost e Piquet lutavam entre si a liderança da corrida, com Patrese a perder o terceiro lugar a favor de Arnoux, na volta 22. O francês aproveita para parar primeiro do que Piquet e Prost, pois sabia que caso acontecesse, ia para a liderança, pelo menos temporariamente...


À entrada da volta 41, na Curva Tarzan, Prost tenta a sua manobra de ultrapassagem, só que esta é mal sucedida, pois ao controlar o carro, derrapa e toca em Piquet, que vai de encontro com o muro dos pneus. Prost continua, mas não por muito tempo, pois a suspensão frante-esquerda ficou irremediavelmente danificada. Com isto tudo, a eventual liderança de Arnoux tornou-se definitiva...


Com o francês confortável no primeiro posto, Patrese era agora o segundo, mas pressionado pelo Ferrari de Patrick Tambay, que fizera uma corrida de trás para a frente. Mas a duas voltas do fim, o segundo Brabham perde potência e a casa de Maranello obtinha uma dobradinha.



A fechar o pódio ficava John Watson, no seu McLaren-Cosworth, o melhor dos não-Turbo. Um claro contraste com Lauda, que por causa de problemas nos travões, não passara da volta 25. Nos restantes lugares pontuáveis ficaram o Toleman-Hart de Derek Warwick, (os primeiros de sempre do piloto, da equipa e do motor!), o Alfa Romeo de Mauro Baldi, e o Tyrrell-Cosworth de Michele Alboreto.


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