É um pouco estranho ver Baku tão cedo este ano no calendário, mas foi porque os russos não gostaram de ter a sua corrida nesta data e pediram para voltar a tê-la na data anterior, quando recebiam em setembro. Talvez seja porque abril ainda se sente o frio vindo das estepes siberianas, com os ventos a viajarem centenas de quilómetros, atravessando o mar Cáspio e embatendo na capital azeri ou no caso de Sochi, no mar Negro, antes de chegarem ao Cáucaso. Mas de uma certa maneira ter uma corrida no antigo espaço da União Soviética, num final de abril, é um pouco como ver corridas no inverno, são falta a neve a cair para compor a realidade.
Mas se o tempo não é grande coisa, e a abravisidade da pista não ser grande coisa, a realidade em termos de campeonato era outra. Ferrari, Mercedes e Red Bull estavam ali para disputar os melhores lugares da grelha e os Flechas de Prata chegavam à Terra do Fogo e do Gelo numa situação dramática: ainda não tinham vencido na temporada. E só tinham uma pole-position na Austrália para mostrar e noticias sobre um W09 que era dificil de domar e de conduzir.
Com isso em mente, começava a qualificação azeri.
Na Q1, todos começaram com ultramacios, suficientes para um tempo destes. Demorou um pouco para marcar tempos, mas quando aconteceu... surgiu a primeira situação de bandeiras amarelas, quando Romain Grosjean ficou parado na pista, vitima de uma caixa de velocidades quebrada. Claro, estragou a volta mais rápida de muita gente.
Depois de alguns minutos, a sessão voltou, com os Ferrari a marcarem bons tempos, contra os Mercedes e a Red Bull, mas no final, os Toro Rosso, o Sauber de Marcus Ericsson, o Haas de Romain Grosjean e o McLaren de Stoffel Vandoorne ficaram para trás, enquanto que nas boxes, os pilotos da Toro Rosso andaram a discutir um com o outro por causa do enorme susto que ele levou e do quase acidente. Pierre Gasly estava zangado, e com razão, pois teve de confiar no instinto para evitar um acidente a 270 km/hora, mas não sabia que Brendon Hartley tinha um furo...
E na Q2, estavam as Williams pela primeira vez esta temporada, bem como Charles Leclerc, piloto da Sauber.
A segunda parte começou com mais sarilhos por parte de Raikkonen, apesar dos pilotos da frente estarem com supermacios. O finlandês da Ferrari saiu em frente, mas sem consequências, ao mesmo tempo que via Bottas a fazer o melhor tempo provisório, com 1.42,679. E nessa altura, Raikkonen estava fora da classificação geral.
Na parte final, os Ferrari calçaram ultra-macios para ver se ficavam no topo da tabela de tempos... e resultou. Ficou com o melhor tempo, 1.42,510, seguido de Hamilton e Bottas, com Vettel a ser sexto, atrás de Max Verstappen e Esteban Ocon. E a fechar o top ten estavam os Renault, com Hulkenberg na frente de Sainz Jr, e Daniel Ricciardo a fechar o "top ten", ficando dentro por muito pouco.
E entre os eliminados, a "fava" ficava os Williams de Lance Stroll (no 11º posto, por muito pouco não entrava na Q3), seguido por Serguei Sirotkin, o McLaren de Fernando Alonso, o Sauber de Charles Leclerc e o Haas de Kevin Magnussen.
Para a Q3, as coisas começaram com os Red Bull a abrirem graças a Max Verstappen e os seus ultramacios, seguido por Valtteri Bottas, Lewis Hamilton e, por fim, Sebastian Vettel. O tempo do alemão veio em 1.41,498 - 342 centésimos à frente do inglês da Mercedes.
A Q3 decidiu-se por um erro, digamos assim. Kimi Raikkonen ia lançado na sua volta rápida e parecia ter controlada, rumo à sua primeira pole da temporada quando escorregou na aceleração para a reta da meta, perdendo quase nove centésimos de segundo para o seu companheiro de equipa. E por causa disso, Raikkonen foi sexto, superado pelos Mercedes e pelos REd Bull.
Claro, Vettel está feliz por aquilo que fez. Terceira pole seguida - não faz isso desde 2013, nos tempos da Red Bull - mas mais do que isso, terá os Mercedes atrás dele. Vai ser uma corrida complicada amanhã, é certo, mas será mais pela incerteza do que pelo ataque dos Flechas de Prata nas ruas da cidade azeri. Só se espera que seja uma corrida interessante.
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