quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

O desafio de Jenson Button

Jenson Button comemora hoje o seu 31º aniversário numa altura em que parte para o seu segundo ano como piloto da McLaren. A começar a sua 12ª temporada na categoria máxima do automobilismo - um verdadeiro veterano, apesar da sua idade relativamente jovem - conseguiu safar-se bem de uma temporada de rescaldo do seu surpreendente campeonato do mundo ganho pela Brawn GP em 2009, numa equipa, a McLaren, onde está toda virada para o seu compatriota Lewis Hamilton.

A sua experiência e a sua algo fácil adaptabilidade poderá ter amenizado as dificuldades que teria na temporada de 2010, mas creio que não foi colocado à prova. Pelo menos as profecias que alguns soltaram, afirmando que seria esmagado por Hamilton não foram cumpridas, e que seria relegado para o papel de "numero dois". Por aí, pode-se dizer que caiu nas boas graças de Martin Withmarsh, o agora numero um da equipa de Formula 1, depois da passagem de Ron Dennis para a divisão automotiva da marca.

Os excessos de Hamilton, que em muitos aspectos só tem a culpar a si o facto de se ter caido fora da luta pelo título antes de Abu Dhabi (as desistências em Monza e Singapura são bom exemplo disso), em claro contraste com o estilo de condução de Button e a sua maior utilidade à equipa, fizeram com que Button não fosse mais considerado como um mero bom piloto, que venceu o título de 2009 porque tinha um carro insuperável. Se dúvidas existisse, poderemos dizer que Jenson Button é um piloto a ter em conta nesta nova Formula 1, onde o reabastecimento foi abolido e conservar os pneus se tornou essencial. A inteligência e a estratégia em corrida, onde é comparado com Alain Prost, fazem-no dele sair da medianidade.

A temporada de 2011 vai ser interessante de seguir. Se o próximo chassis for algo no qual nos habituamos a ver na equipa de Woking, e se a luta pelo título for decidida entre as quatro equipas do costume, podemos dizer que Button é um elemento a ter em conta. E está na altura ideal para isso, pois pode ser menos agressivo, mas é mais cerebral. Nâo se envolve nas confusões da partida e consegue conservar os pneus melhor do que ninguém. E agora, com os novos pneus da Pirelli, que alegadamente terão um maior desgaste do que os Bridgestone, poderá colocar um fator novo na equação. E se Button for mestre nessa fórmula, poderemos dizer que ele tem mais uma arma para vencer nas duas frentes: na interna, contra Hamilton, e na externa, contra a concorrência.

Agora, Jenson Button deve estar a torcer para que se desenhe um bom chassis. Caso isso aconteça, poderá ser que o bicampeonato seja uma hipótese mais plausivel.

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