A luta "Team Lotus vs Lotus Group" teve a devida pausa do fim de semana, depois da apresentação das cores da Renault-Lotus em Birmingham, antes da apresentação oficial do novo chassis, que vai acontecer a 31 de Janeiro. Contudo, esta segunda-feira, a BBC publicou uma entrevista feita a Dany Bahar, onde ele fala da sua confiança de que esta luta pelos direitos do nome Lotus na Formula 1 será resolvida num acordo fora dos tribunais, com o apoio dos accionistas.
"Quando chegamos com uma nova equipa, tinhamos as nossas próprias ideias e planos. As coisas estão assim não por culpa nem dos nossos accionistas, nem do senhor Fernandes", começou por dizer. "Temos uma visão muito clara das coisas e aquilo que queremos no futuro. Como em qualquer relação de negócios, se as coisas forem benéficos para os dois lados, a relação continua. Caso contrário, esta termina. É como um casamento. E neste caso, tornou-se numa relação mal sucedida", concluiu.
Pouco depois, Tony Fernandes respondeu que se está à espera de qualquer compromisso, ele não vê qualquer sinal vindo do outro lado da barricada: "Podemos estar abertos a qualquer compromisso, mas neste momento não vemos qualquer sinal nessa direcção", afirmou. Aliás, uma das razões pelo qual existe este diferendo também passa pelo facto da Proton ter quebrado de forma unilateral o acordo que tinha com Tony Fernandes e a Lotus Racing, que tinha a duração de cinco temporadas.
Para ser honesto, a minha impressão é que é mais uma operação de relações públicas por parte de Bahar e dos seus associados, ainda por cima quando se ouve cada vez mais vozes vindas de fontes relativamente seguras de que a operação da Lotus-Proton tem cada vez mais pés de barro. A última, contada pelo Joe Saward, tem a ver com a nomeação de Jean Alesi como "embaixador" da marca, nomeadamente no projecto Lotus Exos Type 125, que é simplesmente a construção de um modelo semelhante a um Formula 1, limitado e 25 exemplares, cada um dos quais a custar 950 mil dólares.
O Joe diz que não faz ideia quem é que constroi estes modelos, porque a empresa que normalmente fazia isto em regime de subcontratação ao Group Lotus, vendeu as suas instalações... à Team Lotus. Confuso, hein?
O que se fala é que a Lotus poderá ter comprado à Panoz os seus chassis da extinta ChampCar, construidos em 2007 e servidos durante uma temporada até que esta foi absorvida pela Indy Racing League para formar a Indy Car Series, e que desde então tem estado inactivos. A possibilidade da Panoz, em subcontratação, ter modificado esses carros, com dinheiro pago pela Proton e Grupo Lotus é uma hipótese que está a ser especulada, mas é perfeitamente verosimil, caso os dados lançados pelo Grupo Lotus sejam verdadeiros.
Em suma: dos lados de Bahar e do Grupo Lotus, a confusão, o mistério e a desconfiança parecem ser crescentes. E o comportamento algo errático de Dany Bahar não ajuda.
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