O acidente foi na segunda-feira, e entra na história como sendo dos mais bizarros: Giuseppe "Beppe" Volta estava nos arredores de Milão quando sofreu um toque contra um Fiat Punto na auto-estrada. Quando saiu do carro para tratar dos pormenores técnicos com a outra condutora, um Mercedes atravessou o caminho e despistou-se, indo de encontro com eles. Volta teve morte imediata. Tinha 71 anos.
Chegava ao fim, de maneira bizarra, a vida de uma pessoa que esteve ligado à Lancia. Nos anos 80, quando a marca italiana começou a envolver-se de forma mais forte nos ralis, começou a preparar e a cuidar dos modelos 037, que entraram em ação em 1982, o primeiro ano dos Grupo B. Depois passou para os Delta S4, e quando acabou os Grupo B, em 1986, começou a trabalhar nos Delta 4WD e Integrale.
Tudo isto numa carreira que tinha começado anos antes na Osella, preparando os carros de montanha que Enzo Osella tinha construído, depois de ter comprado o espólio da Abarth, no inicio dos anos 70. Depois da Osella, abriu o seu próprio negócio, preparando carros de pista como os Chevron de Sports Cars. A Abarth - que na altura já pertencia à Fiat - notou o seu talento e lhe pediu, em meados dos anos 70, que preparasse os seus 131 de ralis, com bastante sucesso.
Volta não largou a Lancia, mesmo depois de eles sairem de cena no WRC. Foi para os carros de clássicos e pegou no ECV, que iria ser o carro de Grupo S que a FIA iria meter em 1988, se não tivesse abolido os Grupo B no final de 1986 e decidido apostar nos Grupo A. O modelo era constantemente visto nos ralis de clássicos, e Volta muitas das vezes estava no lado do navegador, especialmente quando o carro era guiado por Massimo Biasion.
Apesar de tudo, é assim que deveremos recordar Volta: uma pessoa feliz com o que fazia. Ars lunga, vita brevis.
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