quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

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Logo a noite, arrancará o WRC 2017, o primeiro rali de uma nova era. Carros novos, uma safra diferente de pilotos, e a recordação de uma era já distante, do qual uma nova geração só ouviu falar ou ver os videos do Youtube. Eu, ao contrário deles, vi tudo isso acontecer diante dos meus olhos, fosse ao vivo, ou na televisão, ou numa cassete VHS ou Betamax.

Quem era uma criança de nove anos em 1985 e vivia na Europa, tinha mais do que uma coisa para ver, se apaixonasse por automobilismo: os Formula 1 turbo, os carros de ralis do Grupo B ou os carros de Endurance do Grupo C. Desde então, todos parecem que desejam recuperar essa "constelação astral", nem sempre com sucesso. E acho que é essa obsessão ilusória que está a estragar um pouco a nossa discussão sobre o que deveria ser o automobilismo. Mas isso é matéria para outros dias.

Agora, falamos dos ralis e da temporada que agora começa. Parece que a FIA decidiu definitivamente trazer de volta o espírito do Grupo B, abolidos 30 anos antes. Os carros são mais potentes, mais aparatosos, mais velozes. A Volkswagen foi-se embora (mas pode voltar) e temos a Toyota por ali, a fazer companhia a Hyundai, Citroen e Ford. E Sebastien Ogier poderá ter a concorrência do costume, disposta a fazer-lhe a vida negra... mas com mais chances de o derrotar. Vejam os Citroen, com Kris Meeke ao volante, por exemplo. Estou convencido que ele será o maior adversário do piloto francês.

Muitos falam que este pode ser um grande campeonato, mais equilibrado do que era dantes, agora que a Volkswagen saiu de cena... mas não tanto. Contudo, há quem se queixe de que isto acontece "demasiado tarde" para salvar o WRC, pois com tantos domínios, tirou a espectacularidade e irá transformar a competição num nicho para os "hardcorers". Eu não sei, para vos ser sincero. Estava a ler esta tarde as declarações do João Carlos Costa na sua página do Facebook e se por um lado tem razão numas coisas, por outro, tenho o meu quê de discórdia.

Não sou muito fã dos Grupo B. Muitos aplaudem, mas vi-os como bestas selvagens, dos quais eram crescentemente incontroláveis, com as consequências que conhecemos. Lagoa Azul, Henri Toivonen na Corsega, etc. Os carros anteriores também tinham as suas dificuldades em se controlar, e os pilotos tem de se adaptar a isso, a em alguns casos, acabou com acidentes bem feios, como o que sofreu Sebastien Lefebvre, na Alemanha. Ainda tenho as imagens... e falamos em 2016 de um carro com 300 cavalos. As estradas são as mesmas, acham que com 330 cavalos, eles terão a vida facilitada?

Vamos a ver. Agora, é altura dos carros circularem, e de começar o rali de Monte Carlo. Boa sorte a eles!

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