quinta-feira, 16 de maio de 2024

A imagem do dia


No final de 1993, Andrea de Cesaris ficava sem carro em 13 temporadas. As suas corridas na Tyrrell, nessa temporada, foram catastróficas, com um dos piores modelos da história da marca, o 021, a deixar sem qualquer ponto, a primeira vez desde 1990 e a quarta na sua carreira. E aos 34 anos, com quase década e meia de competição, ficou sem lugar no pelotão da Formula 1. De uma certa forma, o piloto italiano tinha sido sempre olhado como alguém rápido, mas também com o dinheiro da Marlboro Itália, lugar onde trabalhava o seu pai.

Parecia que ele iria se adaptar à sua nova vida e deixar o automobilismo para trás, mas um incidente em Interlagos deu-lhe um inesperado prolongamento. Ai, Eddie Irvine decidiu fazer uma carambola na Reta Oposta, colocando a ele e mais três pilotos - Eric Bernard, Martin Brundle e Jos Verstappen - fora da pista. Pior: por muito pouco, um dos pneus de Verstappen não arrancou o capacete e a cabeça de Brundle. A FIA não foi meiga e decidiu que o piloto irlandês seria suspenso para o GP seguinte, em Aida. 

Contudo, Eddie Jordan não ficou quieto e decidiu apelar. Mas valia ter ficado quieto, porque no Apelo, a pena foi agravada, ao ponto de ele ficar de fora por três corridas, nomeadamente, Imola e Monte Carlo. Apenas com Barrichello, tinha de arranjar alguém mais fiável, rápido e que conhecesse o carro para o lugar. E a solução veio de um velho conhecido. Isto... depois de Aguri Suzuki ter andado no carro na corrida do Pacifico.

Assim sendo, De Cesaris, que tinha sido piloto da Jordan em 1991, conseguindo oito pontos nessa temporada, foi escolhido. Mas as coisas não foram amenas. Primeiro, um acidente nos testes em Imola, antes da corrida, e no fim de semana, no meio das tragédias, tornou-se no único Jordan a correr. 21º na grelha, entre os Lotus de Johnny Herbert e Pedro Lamy, a sua corrida acabou na volta 49, quando se despistou, e uma posição bem discreta. Era o efeito dos seis meses sem entrar dentro de um carro.

No Mónaco, De Cesaris melhorou. Conseguiu o 14º tempo, ficando até na frente de Rubens Barrichello, e ficou no carro o tempo suficiente para evitar as confusões e os problemas dos outros. Numa corrida de sobrevivência, o quarto lugar final foi inesperado, dado que ficara sem correr no final do ano anterior. Ali, a veterania valeu tanto ou mais que a rapidez, ficando na frente do Ferrari de Jean Alesi, por exemplo. E como substituto, portou-se muito bem. E colocou-se rapidamente em forma. 

Parecia que iria ficar por ali, mas naquele final de semana, a Sauber ficou sem piloto e retirou os seus carros. A vaga ficou livre e... ele aproveitou. Mas essa é história que fica para outro dia.     

1 comentário:

SauberC12 disse...

Nessa prova, Michael Schumacher largou na pole position pela primeira vez na carreira.