sábado, 17 de janeiro de 2015

A foto do dia

O acidente foi na quarta-feira, mas só encontrei a foto nesta sexta-feira. Mais uma vez, é o nosso apresentador da Eurosport, o João Carlos Costa, a providenciar a tal imagem. Nani Roma, que de uma certa forma, estava "fora de jogo" desde a avaria que teve logo no primeiro dia, mas isso significou que pôde continuar, tentando recuperar lugares e a incomodar os pilotos da frente. 

Nasser Al Attiyah ficou incomodado com ele algumas vezes, e houve uma altura em que sofreu um acidente por alturas das dunas do Atacama,, mas desta vez, este foi bem mais grave, pois envolveu várias cambalhotas e a estrutura do carro ficou comprometida, como se pode ver aqui nesta imagem.

O Dakar também pode ser isto.

Dakar 2015 - Final

A edição do Dakar de 2015 terminou este sábado, na ligação entre Rosário e Buenos Aires, e esta foi feita com muitas dificuldades devido à chuva que se fez sentir, e que interrompeu o percurso no quilómetro 101, dos 174 que fazia parte desta derradeira etapa. Sendo assim a etapa foi dada como terminada, e o vencedor foi o eslovaco Ivan Jakes, com Paulo Gonçalves a ser terceiro classificado, mas a consolidar o segundo lugar da geral, igualando o resultado alcançado por Ruben Faria em 2013.

Se Marc Coma foi o melhor - e alargando o triunfo da KTM prar 14 seguidas - já a Honda terá de esperar mais um ano para conseguir quebrar esse designio, já que não ganha desde 1989, com o francês Gilles Lalay, ainda o rali corria em terras africanas. Parecia que iria ser este ano, mas os problemas de Joan Barreda Bort e a penalização de Paulo Gonçalves fizeram com que Marc Coma elevasse para cinco as vitórias na categoria, a segunda seguida. E claro, mais uma vitória para a marca austriaca de motos.

Ruben Faria terminou o Dakar na sexta posição, enquanto que Hélder Rodrigues alcançou o 12º posto na geral, o pior desde que começou a correr no Dakar. Apesar das duas vitórias em etapas, os problemas que teve com a sua Honda e o facto das coisas terem corrido mal no Salar de Uyuni, comprometerem o seu resultado.

Contudo, tão interessante ainda é saber que no "top ten" neste rali está uma mulher. A espanhola Laia Sanz terminou o Dakar na nona posição, batendo um recorde com 34 anos, quando a francesa Christine Martin acabou no décimo posro na edição de 1981. Uma das pilotos oficiais da Honda, não deixou de agradecer a eles no final: "Obrigado! Especialmente à Honda HRC por acreditarem em mim e me darem uma moto tão boa e à KH-7 por todo o apoio no Dakar", disse a piloto de 29 anos.

Já nos automóveis, Nasser Al Attiyah conseguiu vencer o Dakar pela segunda vez na sua carreira no seu Mini, conseguindo uma vantagem de 35 minutos e meio sobre o sul-africano Giniel de Villiers. O pódio ficou fechado com outro Mini, o do polaco Kristof Holowczyic. Já o português Carlos Sousa, na sua primeira experiência com o Mitsubishi Brasil, acabou no oitavo lugar da geral, apesar de todos os problemas que suportou ao longo do rali com a suspensão.

Contudo, a grande desilusao foi com a Peugeot. Após a desistência de Carlos Sainz devido ao capotamento, no Chile, Stephane Peterhansel foi o melhor da marca, no 11º posto, a mais de três horas do vencedor. O facto de ser o primeiro ano de Dakar e o desenvolvimento no 2008 poderá servir de desculpa, mas as expectativas que foram criadas eram altas.

Acabou este Rally Dakar. Amanhã será a consagração dos sobreviventes, e em 2016, haverá mais nas areias sul-americanas.  

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Dakar 2015 - Dia 13

Com as motos e os carros a fazerem a etapa mais longa do Dakar, entre Termas de Rio Hondo e Rosário, no total de 1024 quilómetros, mas apenas 298 quilómetros em especial cronometrada, as coisas parecem estar definidas na classificação geral, agora que resta apenas uma etapa para terminar este Dakar. Apesar de nas motos, Toby Price ter sido o vencedor e Paulo Gonçalves ter conseguido recuperar três minutos e 23 segundos sobre Marc Coma, o espanhol é praticamente o vencedor deste rali nas motos, dado que a diferença entre os dois é de 17 minutos e 40 segundos.

O Dakar não está terminado, falta mais um dia de corrida. Estou na segunda posição, mas nada está garantido. Tudo pode acontecer ainda, positiva ou negativamente. Mas estou muito feliz por mim e por toda a equipa HRC, e por todo o trabalho que tem vindo a ser feito. O Joan Barreda esteve na frente da corrida até ao Salar de Uyuni, mas perdeu o comando devido a um problema causado pela água no motor. Se terminarmos o Dakar no pódio já será bom”, afirmou.

Hélder Rodrigues foi o oitavo na etapa, a oito minutos e 40 segundos do vencedor, enquanto que Ruben Faria terminou hoje na vigésima posição, a 16 minutos e 21 segundos de Price.

Em termos de classificação geral, está tudo definido, com Coma a caminho da quinta vitória no Dakar, controlando a aproximação de Paulo Gonçalves. Ruben Faria é o sexto e ainda poderá alcançar a sensação espanhola Laia Sanz, que está a quatro minutos do piloto português. Já Hélder Rodigues é o 11º da geral, a mais de três horas e 27 minutos de Coma.

Já nos automóveis, o grande vencedor foi local. Orlando Terranova foi o melhor a bordo do seu Mini, conseguindo uma vantagem de 30 segundos para o segundo classificado, o russo Vladimir Vassyliev. Outro argentino, Emiliano Spataro, foi o terceiro com o seu Renault Duster. Nasser Al Attiyah foi o quarto, mas conseguiu um avanço de sete minutos sobre Giniel de Villiers, que nesta etapa foi apenas o 12º classificado.

Carlos Sousa foi o sexto classificado na etapa, a apenas um minuto e 52 segundos do vencedor, mas conseguiu aqui o seu melhor resultado neste Dakar. Agora, ele está no oitavo lugar, mas têm bernard Ten Brinke mesmo a seu lado: um minuto e 47 segundos separam ambos os pilotos.

Amanhã é a última etapa, entre Rosário e Buenos Aires, com 393 quilómetros ao todo, dos quais 174 são feitos em troço cronometrado. 

A foto do dia

Eis o novo Porsche para a temporada de 2015 do WEC. As alterações são grandes, e vão para além da pintura nova. A marca de Estugarda afirma que houve alterações aerodinâmicas no seu 919 Hybrid, mas ainda não disse o que terá por dentro do seu carro, isto é, se a sua unidade de energia alcança os oito megajoules (MJ) que os regulamentos agora aprovam. 

Sabe-se que vão testar as soluções de seis e oito MJ nos testes que farão agora no Dubai, com Marc Lieb ao volante, mas ainda é cedo para saber qual vai ser a solução adotada.

Até lá, fiquem com uma imagem do carro.

O lugar do circuito alemão e a maneira como Ecclestone faz as coisas

Acho uma incrível piada as pessoas do meio da Formula 1 levarem as declarações de Bernie Ecclestone a sério, quando as pessoas "com dois dedos de testa" saberem que ele é um mentiroso compulsivo. Aliás, o Joe Saward, um dos jornalistas mais conhecedores cdo meio, têm uma expressão para esse tipo de pessoas: "papagaios".

Vêm isto a propósito das noticias que apareceram este fim de semana sobre a possibilidade de Nurburgring não receber a Formula 1 em 2015, dando essa vez a Hockenheim. As razões são relativamnte simples: o circuito mudou de donos e eles tinham outros planos do qual o velho não gostou. E como ele muitas das vezes têm a faca e o queijo na mão, usando técnicas "bullyistas", afirmou logo que Nurburgring, que receberia o circuito em anos impares, tinha deixado de ter o direito de receber o GP alemão, dando a coisa como um "fait accompli".

O engraçado desta história é que os organizadores do circuito de Hockenheim... não sabiam de nada. E para eles, isto, em vez de ser uma bênção, é mais um encargo para as suas finanças. É que parte disto é pago pelo "lander" de Baden-Wutemberg, dado que os proprietários do circuito não têm finanças próprias para assumir todos os encargos - aliás, Hockenheim é um dos circuitos europeus que admite que têm prejuízo quando recebe a Formula 1. Daí eles dizerem ao mundo que o acordo com Ecclestone ainda não existe, e por uma razão: foram apanhados com as "calças na mão".

A ideia de usar o calendário da Formula 1 como "arma de arremesso" não é nova, mas este ano parece que as pessoas vêm isso com "olhos de ver". A história do GP sul-coreano, agora retirado do calendário, os rumores sobre um circuito qatari, que na realidade não serviu mais para descobrirmos que os barenitas, seus vizinhos, têm uma clausula de veto nos seus contratos com a Formula 1, dão uma ideia de como é que estes negócios são feitos. Mais do que os valores em questão ou a sua posição do calendário, servir como arma para que Ecclestone leve sempre a sua água ao moinho, é algo imbatível. 

Resta saber como é que isto vai acabar e pensar como será tudo isto a partir do momento em que o anãozinho deixar fisicamente este mundo. Eu francamente, num desporto onde os contratos são tremendamente opacos, e sabemos tudo pela metade, espero tudo.

P.S: Para saberem mais e melhor sobre isto, recomendo a leitura que o Luis Fernado Ramos, o Ico, faz sobre isto. É muito esclarecedor, acreeditem. 

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Dakar 2015 - Dia 12

O Dakar poderá ter acabado para Paulo Gonçalves. Não tamto porque caiu ou algo assim, mas a organização da cmpetição irá penalizar o piloto português porque, aparentemente, a Honda decidiu trocar o motor da sua moto, numa etapa sem assistência. E por causa disso, poderá ter uma penalização de 15 minutos, o que significa que salvo acidente, e a poucos dias da meta em Buenos Aires, este Dakar caiu para as mãos de Marc Coma.

A explicação é simples: as motas começam a dar sinais de cansaço e o pessoal da Honda decidiu que iriam tomar decisões nesse sentido. o piloto português teve o seu motor trocado por aquele que tinha Joan Barreda Bort, mais novo (tinha o montado em Iquique, no final da nona etapa). Já o catalão ficou com o motor da moto de Jeremias Israel. Resultado final, apesar de Gonçalves ter sido penalizado - agora está a vinte minutos de Marc Coma - que ficou pior foi Barreda, que levou uma penalização de 40 minutos. E Paulo Gonçalves não perdeu o segundo lugar da geral.

Preferimos fazer esta troca a deitar tudo por terra. Tive um problema com o meu motor, não tínhamos assistência mecânica, era uma etapa maratona, não podíamos correr riscos. Só tenho a agradecer o esforço do Barreda, do Israel e do Hélder, cuja experiência foi fundamental. Trabalhámos de forma incrível, mudámos três motores, estou muito orgulhoso dos meus companheiros”, explicou o piloto português.

Do outro lado, Coma era um homem feliz, mas cauteloso: “Terminámos agora mesmo. É sempre stressante quando temos de trabalhar na moto, mas está tudo bem. Há ainda um dia difícil para disputar amanhã e depois novamente no sábado. Não estou, para já, a pensar no final. Veremos, porque ainda temos uns longos quilómetros pela frente, mas, por agora, estou feliz”.

Na etapa, que ligou Salta a Termas de Rio Hondo, em território argentino, o melhor tinha sido Barreda Bort, com Gonçalves logo atras, recuperando a diferença para Marc Coma, que fora apenas sexto, e tinha ali uma diferença de cinco minutos e 12 segundos. Ruben Faria acabara no quarto lugar, enquanto que Helder Rodrigues tinha acabado em oitavo, a cinco minutos e 25 segundos.

Nos automóveis, a grande novidade do Dakar fora a desistência de Yazid Al-Rahji, que teve graves problemas no seu motor, isto numa altura em que era terceiro classificado e quando estamos a dois dias do final deste rali. Assim, Nasser Al Attiyah e Giniel de Villiers andam mais aliviados na luta pela vitória e por um lugar no pódio, embora as coisas hoje estiveram mais favoráveis para o piloto qatari, ao ser o mai veloz na etapa de hoje, conseguindo uma vantagem de 27 segundos sobre Olrando Terranova e 39 segundo para Giniel de Villiers.

Já Carlos Sousa foi o oitavo na etapa, a dois minutos e 27 segundos de Nasser Al Attiyah. No final, o piloto da Mitsubishi explicou:
Pelo segundo dia consecutivo, fizemos uma etapa limpa, sem registo de qualquer problema. Entrámos bem e conseguimos imprimir um ritmo forte até final da especial. O carro esteve perfeito e só foi pena o percurso não ser mais extenso, porque as diferenças finais acabam por ser curtas… Mas numa prova como o Dakar, nunca podemos relaxar e pensar que este ou aquele resultado já está garantido só porque estamos a poucos dias da chegada. Hoje, por infortúnio do Alrajhi – que estava a realizar uma excelente prova –, subimos mais um lugar na classificação. Confesso que a minha ambição é ainda tentar chegar ao 7º lugar, porque foi esse o objetivo que definimos para esta edição. Fácil não vai ser, até pelo maior potencial competitivo dos MINI. Mas vamos acreditar até ao fim e dar a luta possível ao Ten Brinke nestas duas especiais que faltam até Buenos Aires”, prometeu.

Em termos de geral, Nasser Al Attiyah têm agora uma vantagem de 29 minutos sobre De Villiers e tudo indica que ele será o vencedor deste rali Dakar, agora que faltam dois dias para o seu final, em Buenos Aires.

Amanhã, automóveis e motos sairão de Termas de Rio Hondo para chegarem a Rosário, numa etapa que terá mais de mil quilómetros de extensão (1024, para ser mais concreto), 298 dos quais em ritmo cronometrado. 

A foto do dia (II)

Não se sabe quando é que foi tirado (até pode ter sido no dia em que chegou à Scuderia...), mas hoje foi divulgado este "selfie" de Sebastian Vettel com alguns dos membros do "staff" da Ferrari. Podem-se respirar novos ares em Maranello, mas o que interessa são os resultados no final da temporada.

Esta foto vi no sitio do Flávio Gomes.

As novas roupas para 2015



Volkswagen, Citroen e Ford já andaram a mostras as cores para a próxima temporada, a poucos dias do começo do Rali de Monte Carlo. Só falta a Hyundai, e ironicamente, vai ser esta última que trará as alterações mais profundas do pelotão, já que poderá aparecer uma versão atualizada do i20, semelhante à nova versão de estrada.

Mas estas serão as novas roupas para a nova temporada do WRC. É interessante ver a vencedora Volkswagen a andar mais de azul do que de branco, numa inversão do que acontece com a Ford, que antes era azul e agora passa a ter uma frente branca. Já a Citroen têm umas alterações ligeiras, mas ver ter um pouco mais de branco no seu carro.

Semana que vbêm virá o Rali de Monte Carlo, mas claro, o que interessa é que está dentro dos carros, não tanto as "pinturas de guerra"...

A foto do dia

A longa carreira de A.J. Foyt foi toda feita na América, e nunca quis saber da Europa para nada. Mas houve uma notável excepção, quando em 1967, a Ford convidou (dizendo melhor, Carrol Shelby) para guiar um dos GT40 nas 24 Horas de Le Mans, ao lado de outro nome consagrado, Dan Gurney.

Foyt odiou tudo. Odiou La Sarthe, dizendo que era "um circuitozinho perdido no campo", ofendendo os puristas que afirmavam que o circuito francês era dos mais desafiantes do mundo, e não fez mais do que dez voltas para se acostumar ao circuito. Em suma, só estava ali porque aceitou o convite para guiar. Durante a corrida, esteve ao volante na maior parte do tempo, pois Dan Gurney acabou por dormir a meio da noite e falhou a sua vez de guiar o carro. 

No final, Foyt andou dezoito horas, contra as seis de Gurney, mas foi mais do que suficiente para ambos terem sido a primeira dupla totalmente americana a vencer em La Sarthe, depois de pilotos como o próprio Shelby e Phil Hill terem lá chegado primeiro, mas com pilotos de outras nacionalidades a ajudá-los. No pódio, surpreso, Foyt chegou a perguntar: "ganhei o troféu de Rookie do Ano?". Na realidade, tinha sido um dos poucos estreantes a vencer a clássica da Endurance. 

Depois disto, não quis saber da Europa para nada. Nunca aceitou convites para guiar na Formula 1, incluindo os feitos por Gurney, no tempo em que tinha montado a Eagle. Sempre quis saber dos Estados Unidos, de guiar em Indianápolis, Daytona, nos NASCAR, nos "dirt tracks". Era um "all american", e para ele, a América era o seu mundo, em contraste com Mário Andretti

Vencer em Indianápolis importava. Daí o seu gesto colérico quando em 1982 ficou fulo da vida com o acidente causado por Kevin Coogan, que o eliminou a si e a outros pilotos, incluindo Mário Andretti. O acidente têm o seu comico como de trágico, e nem se calou quando lhe colocaram um microfone na sua frente. O certo é que a carreira de Kevin Coogan, (que passou pela Formula 1 sem glória) também não foi mais a mesma.

Hoje, A.J. Foyt faz 80 anos. É um dos nomes sagrados do automobilismo americano ainda vivos, ao lado dos Unser, de Johnny Rutheford, de Rick Mears, e claro, de Andretti e Gurney. Merece o seu lugar no Hall of Fame americano, e hoje em dia toma conta da sua equipa na IndyCar. Já têm netos (um deles, A.J.Foyt IV, correu na equipa do avô) e bisnetos, e o seu nome continua a ser sinonimo de lenda. Parabéns!

Youtube Presentation: A apresentação do Top Gear em Lego

A nova temporada do Top Gear está a aparecer dentro em breve (em principio, a 25 de janeiro) e os pessoal do programa decidiu fazer algo diferente, colocando-os como bonecos de Lego. Nestes dois minutos e pouco, o que mais me impressiona são os carros montados com as peças ou o poder de improvisação dos apresentadores...

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Dakar 2015 - Dia 11

Com a caravana a andar entre Calama e Salta, saindo do Chile e entrando na Argentina, máquinas e pilotos passavam por mais uma etapa maratona de um Dakar que tem tudo para ser duro e mortifero, especialmente em categorias onde as diferenças entre os dois primeiros são medidas em poucos minutos. 

E isso era assim nas motos, onde se assistia agora a um duelo entre a KTM e a Honda, ambos pela vitória, e onde Marc Coma fazia de tudo para impedir a aproximação de Paulo Gonçalves, agora o homem forte da marca japonesa depois do atraso de Joan Barreda Bort no Salar de Uyuni. Mas hoje, Barreda Bort foi o melhor, mas sobretudo, Marc Coma ficou na frente do português da Honda. O espanhol ficou em segundo lugar, a um minuito e 39 segundos do vencedor, enquanto que Ruben Faria foi o terceiro, a um minuto e 57 segundos. Paulo Gonçalves foi o quinto na tirada, a três minutos e 46 segundos, perdendo assim dois minutos para a liderança.

"Hoje foi uma etapa rápida, sem dificuldades em termos de navegação. A pista estava um pouco escorregadia no início, você tinha que ter cuidado com ela. Logo havia quatro de nós a andar juntos. Eu acho que nós andamos bem, poupando as nossas motocicletas. Isso foi crucial, porque esta noite é uma etapa maratona. Minha moto já está pronta para amanhã... e eu estou pronto para continuar a lutar", comentou o piloto da Honda.

Helder Rodrigues terminou a etapa no sétimo lugar, a seis minutos e 26 segundos de Barreda Bort. Outro dos portugueses presentes, Mário Patrão, acabou por desistir na sua Suzuki, vitima de um problema na bomba de injeção de combustivel. 

Estou fora de prova, triste, exausto, fiz tudo o que podia mas a sorte não me quis acompanhar neste Dakar. Andei todos os dias como se estivesse na minha oficina, em Seia, sempre a reparar a mota pelo percurso, sempre com problemas. Fiz de tudo para me limitar a chegar a Buenos Aires, o objetivo principal era terminar já que impor o meu ritmo e as minhas capacidades estava fora de questão”, explicou depois o piloto de Seia.

Em termos de geral, o melhor é Coma, agora mais "descansado" - têm uma diferença de sete minutos e 35 segundos sobre Paulo Gonçalves - enquanto que Ruben Faria é sétimo, a mais de uma hora e 41 minutos de desvantagem, e Hélder Rodrigues é o 11º, a três horas e 22 minutos do comandante.

Nos automóveis, o destaque da etapa foi o acidente de Nani Roma, que perdeu o controle ao volante do seu Mini e capotou várias vezes. De acordo com as noticias vindas da organização, quer ele, quero  seu navegador, sairam ilesos do acidente, mas o carro poderá ter ficado severamente danificado, e acabado ali o seu rali.

Na etapa, Nasser Al Attiyah foi o grande vencedor, e poderá ter decidido o rali a seu favor, pois ganhou três minutos e 39 segundos a Yazid Al-Rahji e quatro minutos e 24 segundos sobre Giniel de Villiers. Já Carlos Sousa, que ontem penalizou cerca de 40 minutos e baixou para o oitavo lugar da geral, hoje não passou do décimo tempo e desceu para o nono lugar da geral, trocando de lugar com o holandês Bernard Ten Brinke.  

Amanhã, o Dakar prossegue em terras argentinas, com a realização da etapa entre Salta e Termas de Rio Hondo, no total de 512 quilómetros, 371 dos quais feitos em tempo cronometrado para as motos, 359 quilómetros para os carros e camiões.

Formula 1 em Cartoons - A Ferrari de 2015 (Riko)

A Ferrari, tal como todas as outras equipas de Formula 1, prepara-se para 2015, e para o "Riko", eis o que Kimi Raikkonen e Sebastian Vettel comentam sobre as novidades da Scuderia...

"Kimi e Seb (as desilusões de 2014...) formarão a equipa... de ponta da Ferrari em 2015"

- "Mas ao menos poderemos trazer um afiador de lápis, não?"

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

A foto do dia (II)

Há 35 anos, debaixo de calor e de um asfalto que por vezes ameaçava derreter, máquinas e pilotos começavam o ano em paragens argentinas. E de uma certa maneira, a corrida de Buenos Aires foi um autêntico "bodo aos pobres", e colocou no pódio dois pilotos dos quais se iriam ouvir ao longo da década que estava agora a começar.

Nelson Piquet aproveitava bem a chance que tinha tido no final da temporada anterior quando Niki Lauda, sem aviso, decidiu abandonar a competição para se dedicar à aviação. Com fama de bom afinador e com o bom chassis que tinha à mão, naquele dia lutou com Jones, o Ferrari de Gilles Villeneuve e o Ligier de Jacques Laffite pelas melhores posições. No final, o segundo lugar foi uma recompensa por aquilo que fez, e apenas um prenuncio do que iria aparecer nos meses seguintes.

O terceiro classificado aproveitava a chance de uma fusão entre duas equipas, a Fittipaldi e a Wolf. A primeira aproveitava o que era de bom da equipa, como o chassis e os pilotos, e tentava fazer um ano melhor do que o anterior, que tinha sido catastrófico. Tinha um bom patrocinador e sabvia que qualquer resultado que alcançasse já seria um progresso em relação ao ano anterior. E aquele terceiro lugar final mostrava não só que Keke Rosberg mostrava o seu potencial, que era mais veloz do que o patrão. Os meses seguintes iriam demonstrar isso.

Na classificação final, na McLaren numero 8, havia um "rookie" francês que tinha impressionado desde o primeiro momento em que entrou num carro de Formula 1. As expectativas não eram muitas mas Alain Prost provou que estava ali para ficar na competição. E que na década que ali começava, iriamos ouvir o seu nome dezenas de vezes.

Em suma, naquele dia, ha 35 anos, estavam a começar uma parte dos anos 80 que acabamos por conhecer. Outros pedaços iriam aparecer nos próximos meses e anos.

Dakar 2015 - Dia 10

Com os dias de descanso cumpridos por motos e automóveis (e camiões), a caravana rolou hoje entre Iquique e Calama, em terras chilenas, numa etapa dura, com as dunas do deserto do Atacama como cenário.

Depois das motas passarem por apuros no dia anterior, passando por chuva e frio no Salar de Uyuni, e tendo uma razia em termos de classificação, o dia de hoje foi totalmente favorável às cores portuguesas, com Hélder Rodrigues, um dos "derrotados" de ontem a conseguir a proeza de repetir a vitória na etapa de hoje, conseguindo até uma dobradinha com Paulo Gonçalves, agora o piloto numero um da Honda. Segundo na tirada, conseguiu ganhar mais de quatro minutos a Marc Coma, que foi o terceiro da tirada. Já Ruben Faria foi o 11º a 34 minutos do vencedor.

Para Paulo Gonçalves, este foi um resultado importante: Hoje foi um bom dia para a equipa HRC, o Hélder [Rodrigues] ganhou a etapa, está de parabéns, eu consegui fazer uma boa especial, encurtei a distância para a frente da corrida e consegui distanciar-me dos meus perseguidores. No início estava muito pó, mas sabia que era um dia importante para ganhar algum tempo, estava a fazê-lo muito bem mas ao quilómetro 320 perdi imenso tempo a encontrar um waypoint muito difícil de encontrar, andei cerca de 10 quilómetros para o encontrar, mas depois tinha mais 210 para tentar recuperar voltar a encostar-me na frente da corrida, ataquei bastante e acabei por conseguir chegar relativamente perto. Estou satisfeito por mim, pela equipa HRC, pelo Hélder... depois do mau dia que a equipa teve ontem hoje foi bom termos recuperado e termos ganho a etapa”, salientou.

Já Ruben Faria referiu que apesar do cansaço e da altitude, continua forte: Hoje senti um pouco de dificuldades na fase final especialmente devido à altitude e ao cansaço acumulado do dia de ontem. Hoje ressenti-me um pouco mais do esforço de ontem mas mantive a sexta posição. Estou pronto para uma fase final de Dakar que promete ser bastante dura pois amanhã enfrentamos a primeira parte de uma segunda etapa maratona e essa sim pode ser decisiva para o resultado final.

Na geral, Coma lidera, mas vê a diferença para Paulo Gonçalves reduzida para cinco minutos e 28 segundos. Ruben Faria é agora o sexto classificado, a cerca de uma hora do piloto espanhol, enquanto que Helder Rodrigues fecha o "top ten", com um atraso de três horas para Coma.

Nos automóveis, Nani Roma foi o melhor na etapa, mas o que interessa é saber que Nasser al Attiyah foi o segundo classificado, que ganhou 15 minutos a Giniel de Villiers, que terminou o dia no quarto posto. Já Yazid al Rahji foi o sexto classificado, a 21 minutos do vencedor. Carlos Sousa não teve uma grande etapa e foi apenas o 16º a 52 minutos do vencedor.

Na geral, Al Attiyah lidera, com um avanço de 24 minitos sobre De Villiers, enquanto que Al Rahji têm 39 minutos e 29 segundos do piloto qatari. Já Carlos Sousa é nono, a mais de duas horas do lider.

A etapa de amanhã do Dakar irá marcar o início de mais uma etapa maratona, entre Calama e Salta, com mais 371 quilómetros cronometrados e outro tanto de ligações.

A foto do dia

O Rali Dakar não é só os vencedores. Para lá chegarem, lembra-nos uma velha frase de Winston Churchill: "Não vos posso prometer mais nada senão sangue, suor e lágrimas". Há lágrimas de alegria, de tristeza e de dor, tal como as razões pelos quais as pessoas sofrem. Nâo tanto para vencer, mas muitas das vezes para sobreviver. O dakar também é isto.

Para quem não sabe, este é Joan Barreda Bort, até ontem o lider do Dakar. A foto foi tirada pelo fotógrafo português André Lavadinho, e mostra que a etapa de Salar de Uyuni derrotou-o. O frio e as avarias mecânicas na sua Honda destruiram aquilo que era um rali que tinha tudo para ser seu. Deve ter sido dos dais mais longos e dificeis da sua carreira. A face dele, suja de lama e sal, e o olhar vazio dizem tudo: ele tinha perdido. Podia continuar, mas a partir dali nada fazia sentido. A chance que tinha, perdeu-o. E isso diz tudo.

Ele continua, mas agora é para os serviços minimos. Vai ajudar o seu companheiro de equipa Paulo Gonçalves a ver se ele bate Marc Coma e consegue para a Honra uma vitória que não existe há 25 anos. Vai ser complicado, mas para Barreda Bort, apenas no ano que vêm é que poderá tentar de novo a vitória. Este ano, acabou, só resta lutar pela honra e pelo espirito motard.

Apresentado o percurso do Rali de Portugal 2015

Ontem foi conhecido o percurso do Rali de Portugal de 2015, que pela primeira vez em 14 anos acontecerá em paragens nortenhas. Com partida em Matosinhos, todo o percurso foi desenhado à volta de Guimarães e Fafe, no norte, fazendo o total de 16 classificativas, algumas a recriarem passagens históricas. 

Em baixo, eis a descrição do percurso do Rali de Portugal feita pela Autosport portuguesa:

"Totalmente disputado a norte do rio Douro e com o centro nevrálgico em Matosinhos, nas instalações da Exponor, o rali apresentará um formato compacto, integrando um total de 16 provas de classificação repartidas pelos quatro dias de competição. A mais importante prova do desporto motorizado que se realiza em Portugal terá como aperitivo o Shakedown, a disputar no concelho de Paredes, na manhã de quinta-feira, 21 de Maio, com as últimas centenas de metros do troço a decorrerem no interior das instalações do Kartódromo de Baltar.

Ao início da tarde desse mesmo dia, o pelotão do WRC Vodafone Rally de Portugal ruma à cidade de Guimarães onde, tendo como pano de fundo o castelo que representa a fundação da nacionalidade, terá lugar a cerimónia de partida. Os primeiros quilómetros cronometrados vão disputar-se na pista de ralicross de Lousada, que será palco da única Super Especial da prova.

No segundo dia de competição (sexta-feira, 22 de Maio) os concorrentes ao WRC Vodafone Rally de Portugal rumam ao Alto Minho para enfrentar uma dupla passagem pelos troços de Ponte de Lima (27,45 km), Caminha (18,05 km) e Viana do Castelo (18,79 km). Este figurino competitivo repete-se no sábado, 23 de Maio, agora na região do Marão, com duas passagens pelas classificativas de Baião (18,57 km), Marão (27,64 km) e Amarante (37,67 km). 

Para domingo, 24 de Maio estão reservados dois troços: Fafe (11,15 km), cuja secção final foi utilizada nos últimos três anos como palco do bem sucedido WRC Fafe Rally Sprint, será disputado por duas vezes, a segunda das quais corresponderá ao Power Stage, entre as quais se intercalará uma passagem pela longa classificativa de Vieira do Minho, a qual, com os seus 32,35 km poderá ter um papel de relevo no estabelecimento da classificação final"

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

A foto do dia (III)

A foto têm precisamente 40 anos. Em paragens argentinas, a Copersucar fazia por fim a sua estreia oficial na Formula 1. Não foi uma estreia resplandecente: acabaram no último lugar da grelha e a aventura só durou 12 voltas, antes do carro pegar fogo e bater nos guard-rails. A aventura do FD01 durou apenas essa corrida, pois na seguinte, em Interlagos, já andavam com o FD02, mais desenvolvido.

Era o inicio de uma aventura que duraria oito temporadas, 120 Grandes Prémios e do qual conseguiriam 44 pontos e três pódios. Já foi dito por mais do que uma vez que montar uma equipa num lugar tão distante (dos centros tecnológicos da Formula 1) foi uma aventura, mas pessoal como Wilsinho e Ricardo Divila, entre outros, queriam arriscar na ideia de um carro nacional, com tecnologia o mais nacional possivel. Depois de duas temporadas, sabiam que o melhor seria ir para terras britânicas e recrutar os melhores para o seu projeto.

Já disse que apesar de todos os obstáculos, até foi um feito a equipa ter aguentado tanto tempo. Outras mais vitoriosas resistiram por menos tempo, como a Wolf, que foi comprada no final de 1979... pela Copersucar, que aproveitou muita da boa mão de obra humana e de um bom piloto, o finlandês Keke Rosberg, para dar uma segunda vida ao projeto. Pena que as pessoas no Brasil não tenham acreditado nele.

Um dia, alguém escreverá a história completa deste projeto. Espero que isso dê a devida honra aos que estiveram nela.

Dakar 2015 - Dia 9

Se os carros descansam hoje em Iquique, depois de terem estado em paragens bolivianas, já hoje as motos passaram por um dia difícil no Salar de Uyuni. Debaixo de temperaturas quase negativas - estiveram 4 graus Cº - o efeito atmosférico dizimou o pelotão do Dakar. Cerca de 45 pilotos sofreram de hipotermia e alguns acabaram por ser evacuados por apresentarem sintomas preocupantes.

Entre os que abandonaram a tirada foi o catalão Jordi Viladoms, mas o abandono do vencedor de 2006 foi mecânico, pois o motor da sua KTM acabou por se partir. Outro dos que se atrasaram bastante foi o líder, Joan Barreda Bort, que perdeu muito tempo com problemas mecânicos (mais de hora e meia), e por consequência, a liderança, para Marc Coma. Aliás, Barreda Bort está agora no 14º lugar da geral, e todas as suas chances de vitória foram água abaixo.

No final, o grande vencedor foi o chileno Pablo Quintanilla, que ficou na frente de Juan Pedrero Garcia, a 11 segundos. O melhor português foi Ruben Faria, no 14º posto, a sete minutos e 44 segundos do vencedor, enquanto que Paulo Gonçalves ficou logo atrás, e conseguiu o segundo lugar da geral, agora comandada por Marc Coma. Quem também perdeu imenso tempo foi Hélder Rodrigues, que ainda não acabou a especial, no momento em que se escrevem estas linhas.

Na frente, Coma é o novo líder, mas a vantagem para Paulo Gonçalves é de nove minutos e onze segundos. Pablo Quintanilla é o terceiro, a onze minutos de Coma, enquanto que Ruben Faria é o sexto, a 34 minutos da liderança.

Amanhã, carros, motos e camiões sairão de Iquique a Calama, no total de 539 quilómetros, dos quais 451 são feitos de forma cronometrada.

A foto do dia (II)



Estas imagens vi agora no Facebook do jornalista da Eurosport, João Carlos Costa, e contado... ninguém acreditava. Com os carros parados em Iquique a gozar um merecido dia de descanso, é agora a vez das motos a tentarem sair do Salar de Uyuni, mas hoje estão a lidar com céu nublado e temperaturas de... quatro graus positivos. Em pleno verão austral.

O "salar", que é um lago salgado, "liquidificou-se" no momento que não deveria acontecer (até o camião-vassoura atascou-se!), e pelas informações que estão a chegar de lá, está a causar problemas em toda a gente. Alguns já desistiram por exaustão (grande parte da etapa está a decorrer a mais de 3500 metros de altitude), outros por hipotermia (Ignazio Casale falava no Twitter que pelo menos 46 pilotos sofreram disso) e há noticias - ainda não confirmadas - que Marc Coma e Joan Barreda Bort poderão estar entre os que estão com dificuldades, bem como Hélder Rodrigues, que ganhou a etapa de sexta-feira.

Daqui a pouco, os concorrentes chegarão a Iquique, e ali teremos a imagem do que realmente aconteceu. Mas se perguntarem, direi que o Dakar é mesmo assim.

A foto do dia

A foto é de Marion Thouroude, que esteve presente nesta segunda-feira nas exéquias de Jean-Pierre Beltoise, morto há uma semana em Dakar, no Senegal. Na semana estupendamente agitada que correu em terras gaulesas, não se pode esquecer dos feitos de Beltoise, que andou pela Matra e BRM nos já distantes anos 60 e 70.

Segundo conta, todos os pesos pesados estiveram presentes, desde Jean Todt, o presidente da FIA, aos seus companheiros de equipa na Matra, como Jackie Stewart, Jean-Pierre Jabouille, Jacques Lafitte, Henri Pescarolo, Philippe Streiff, entre outros.

Aos poucos, é uma era que se acaba. Ars lunga, vita brevis.

domingo, 11 de janeiro de 2015

A(s) foto(s) do fim de semana



Já repararam que é diferente, mas e tudo por bons motivos. Nem nos nossos sonhos mais ousados de "petrolheads" poderíamos imaginar que em três dias seguidos, teríamos portugueses a mostrarem-se nos eventos automobilísticos mais relevantes deste inicio do ano de 2015.

Esperava que Paulo Gonçalves, Rúben Faria e Helder Rodrigues fizessem boa figura no Dakar deste ano, mas não esperava que em dois dias, Rodrigues e Gonçalves vencessem uma etapa cada um, e a unica coisa que os separava... era um dia de descanso.

Neste que é o "rally raid" mais duro do mundo, e ainda por cima, o mais mediatizado, a passar nas dunas sul-americanas, ver os motards portugueses a darem cartas é certamente um motivo de orgulho, mas melhor é ver que um deles, Paulo "Speedy" Gonçalves está na luta pela vitória, contra Marc Coma e Joan Barreda Bort, que hoje quebrou o guiador e está em maus lençois.

Pelo meio, assistimos na novata Formula E à inesperada vitória de António Félix da Costa. A nova competição da FIA de carros elétricos é certamente algo a ter em conta, sobretudo a quantidade de pilotos famosos e experientes que atraiu, muitos deles com passagem na Formula 1, e muitos deles, no caso especifico de Félix da Costa, antigos pilotos da Red Bull Junior Team, como Jean-Eric Vergne, Sebastian Buemi e Jaime Alguersuari.

A corrida foi atribulada, e Félix da Costa teve a sorte da corrida, quando viu os seus adversários serem penalizados nas boxes, mas é assim que também se ganha: estar lá no momento exato. E é uma das velhas máximas do automobilismo a cumprir-se: para chegar em primeiro, antes tem de lá chegar.

Mas mesmo assim, é um momento único ver que nestes últimos três dias, Portugal esteve em destaque, sejam nas duas rodas, sejam nas quatro. É um motivo de orgulho, e não sei se acabamos por aqui. Contudo, estes três pilotos merecem ser celebrados pelos seus feitos, num fim de semana único.

Dakar 2015 - Dia 8

A oitava etapa do Dakar têm agora a caravana dividida em duas partes. Para as motos, trata-se de repetir o percurso que os carros e os camiões fizeram ontem entre Iqique e Salar de Uyuni, na Bolivia, enquanto que os carros percorrem em sentido inverso, voltando a terras chilenas.

No caso das motos, o dia foi especial para as cores portuguesas, pois Paulo Gonçalves foi o melhor aos comandos da sua Honda, numa altura em que Joan Barreda Bort sofreu uma queda, danificou o guiador e foi 12º na tirada, perdendo cerca de seis minutos para ele e para Marc Coma, que foi segundo, com uma desvantagem a rondar os quatro minutos. Isto significa agora que do primeiro (Barreda Bort) para o terceiro lugar (Gonçalves) distam apenas... dez minutos e 59 segundos.

"Tive uma queda no quilómetro 200, e tive sorte de não ter partido o pulso. Havia muita lama, travei, mas a moto escorregou por vários metros e, no final bati um buraco. Foi aí que caí", disse Barreda Bort à chegada ao campo de Uyuni na Bolívia: "Agora temos de mudá-lo para a segunda parte da etapa maratona e a moto vai ter que estar perfeita para amanhã", concluiu.

Entrei da melhor forma nesta segunda metade. Consegui chegar à frente da corrida nos primeiros quilómetros e ganhar tempo aos meus adversários mais diretos. Senti-me bem, ataquei e foi muito bom vencer a etapa. Tudo está em aberto, é preciso concentrarmo-nos nos próximos dias até à chegada a Buenos Aires”, declarou o vencedor da etapa, Paulo "Speedy" Gonçalves.

Quanto a Hélder Rodrigues, ele foi oitavo na tirada e subiu ao sexto lugar da geral, enquanto que Ruben Faria perdeu mais de seis minutos na etapa e caiu para o oitavo lugar da classificação.

Já nos carros, com eles a lutarem contra as dunas, o melhor foi o saudita Yazid Al-Rahji, que aproveitou os deslizes de Giniel de Villers, perdendo tempo para Nasser Al Attiyah, embora a diferença entre estes dois tenha sido de apenas... treze segundos. O qatari foi o terceiro, atrás de Al-Rahji e de Orlando Terranova, o segundo classificado.

Já Carlos Sousa está a ter um rali complicado devido aos problemas de suspensão que passa no seu Mitsubishi, mas mesmo assim chegou ao final da etapa no décimo lugar, mantendo o nono posto da geral.

Foi um dia longo, mas relativamente tranquilo, já que não tivemos as surpresas da véspera, quando a chuva e a lama nos obrigaram a três paragens na pista para limpar o pára brisas do carro. Pelo contrário, hoje encontrámos muito calor no regresso ao Chile e o físico já se começa a ressentir após uma semana de corrida. Amanhã é finalmente o dia de descanso e a prioridade é tentar encontrar uma solução para os problemas de suspensão que nos tem atormentado desde há quatro dias… Sem esse problema, acredito que poderíamos estar a discutir um lutar entre os seis primeiros, que era o nosso grande objetivo e uma meta perfeitamente realista para o potencial que este carro já demonstrou”, resumiu o piloto português.

Na geral, Nasser Al Attiyah continua na frente, com oito minutos e 27 segundos de avanço sobre Giniel de Villiers, quanto que Yazid Al-Rahji é o terceiro, a 18 minutos e 40 segundos. Carlos Sousa continua no nono posto, a mais de duas horas da liderança.

Amanhã, os carros descansarão em Iquique, enquanto que as motos farão o percurso de regresso de Salar de Uyuni para a cidade chilena.

Maria Teresa de Philippis, a primeira mulher piloto

Recebi a noticia este domingo através do Paul-Henri Cahier: a italiana Maria Teresa de Filippis, a primeira mulher-piloto da história da Formula 1, está gravemente doente. Aos 88 anos de idade, Filippis, apesar de ter participado apenas em cinco corridas, tendo conseguido a qualificação em apenas três, é uma figura respeitada pelo facto de ter participado no automobilismo, num tempo onde morrer ali era demasiado fácil. E por ter sobrevivido a esse tempo e ter ombreado a todos eles que é uma pessoa respeitada pelos seus conterrâneos, fazendo parte de, por exemplo, da Associação de Antigos Pilotos de Formula 1.

Já não há muitos do seu tempo. Tirando Stirling Moss e Tony Brooks, todos já morreram, pelos acidentes ou pela velhice, dado que nesse tempo, estreava-se com trinta ou 40 anos, como Juan Manuel Fangio, e não havia a fome de procurar nos infantários por talentos precoces, pois sabiam que a morte estava à espreita em cada esquina.

A velhice é assim, a longa decadência para o final inevitável, e é por isso que deveremos preservar os testemunhos desses tempos, dessas nossas meninices (não a minha, mas de imensa gente mais velha do que eu), que certo dia, acabarão por desaparecer. E ainda por cima, de um tempo onde sair dali vivo era o equivalente a vencer um titulo mundial...

As melhoras, cara Maria Teresa. Ainda precisamos de si por mais algum tempo.

Noticias: Duran desclassificado em Buenos Aires, Piquet e Trulli penalizados

Isto não acaba até que a entidade sancione os resultados. E é por isso que só hoje é que soubemos pelo sitio oficial que o mexicano Salvador Duran, que acabou a corrida de ontem no oitavo posto, foi desclassificado pela organização por ter excedido o máximo de potência do seu carro. Deve ter a ver com o "boost". Assim sendo, todos os que estavam atrás dele subirão um lugar, com o francês Stephane Sarrazin a entrar no lote de pilotos pontuáveis.

Para além disso, Nelson Piquet recebeu uma penalização de cinco lugares por ter andado em excesso de velocidade numa zona de bandeiras amarelas. E para Jarno Trulli, o piloto-construtor da sua própria equipa, será penalizado em dez lugares por ter trocado a caixa de velocidades. Ambas as penalizações serão aplicadas na próxima corrida, em Miami, dentro de dois meses.

Recorde-se que a corrida de ontem foi vencida pelo português António Félix da Costa, enquanto que Nelson Piquet Jr. foi o terceiro classificado. Já Jarno Trulli não acabou a corrida.

Youtube Dakar Crash: os impressionantes acidentes de "Pato" Silva e Matthew Campbell


A Dakar também têm disto: acidentes. Este é o popular piloto argentino "Pato" Silva, que ontem capotou fortemente na etapa de ontem do Rally Dakar, entre Iquique e o Salar de Uyuni, na Bolivia. O piloto perdeu o controlo do seu Toyota depois de um salto e capotou - provavelmente - por quatro vezes. O mais interessante disto tudo é que pouco depois houve outro acidente semelhante com outro piloto, o canadiano Matthew Campbell, com resultados semelhantes.

No final, "Pato" Silva não sofreu nada, mas o seu navegador foi para o hospital, com suspeitas de fratura num pé. Mas o que estes acidentes mostram é que os "roll-cages" são bem eficazes em proteger os pilotos nestas situações.

Youtube Formula E Race: A corrida de Buenos Aires na íntegra

Caso não tenham visto a corrida de ontem, que deu a vitória a António Félix da Costa, nas ruas de Buenos Aires, podem ir ao Youtube, onde podem vê-la na integra. 

Eu coloco por aqui e posso dizer que vale a pena. Mesmo que não gostem do barulho.

Dakar 2015 - Dia 7 (carros)

Este fim de semana, a caravan do Dakar está dividida. Neste sábado, os carros e os camiões foram de Iquique para o Salar de Uyuni, em terras bolivianas, para cumprir a sétima etapa, ao mesmo tempo que as motos cumpriam um dia de descanso. E hoje, Orlando Terranova foi desta vez o grande vencedor na tirada, com o seu Mini, com um avanço de dois minutos e vinte segundos sobre o saudita Yazid al Rahji. 

O holandês Bernhard Ten Brinke foi o terceiro, a dois minutos e 28 segundos, enquanto que Giniel de Villiers foi o sexto na etapa, a seis minutos e 50 segundos do vencedor. Não muito longe do sul-africano estava Nasser al Attiyah, que acabou a etapa logo a seguir, a nove minutos e 48 segundos.

Já Carlos Sousa chegou a 25 minutos do vencedor, conseguindo apenas o 17º posto na etapa, e fazendo perigar o nono posto na geral, pois agora têm 12 minutos de avanço sobre o francês Stephane Chabot.

Na geral, Al-Attiyah continua na frente, mas de Villiers continua a marcá-lo, já que a diferença entre ambos é de oito minutos e 14 segundos, enquanto que Yazid Al-Rahji é o terceiro, a 21 minutos do primeiro. Já muito distante, no quarto lugar, está o polaco Kristof Holowczyc, a 54 minutos e dois segundos, e acossado por Bernhard Ten Brinke.

Amanhã, os carros sairão de Uyuni e voltarão ao Chile, para Iquique, enquanto que as motos irão fazer a sua vez de ir de Iquique para terras bolivianas.