sábado, 16 de fevereiro de 2013

Youtube Video Rally: a vitória de Ogier na Suécia


O pessoal da Volkswagen decidiu fazer um video sobre a sua vitória na Suécia, na semana passada. Com Sebastien Ogier ao volante, a marca de Wolfsburgo conseguiu, logo no segundo rali da temporada, obter a sua primeira vitória e mostrar à concorrência que são candidatos ao título e em termos interinos, que o seu investimento e os milhares de quilómetros que rodaram ao longo de 2012 compensaram largamente.

Agora resta saber se nos ralis de terra, que constituem a grande maioria das provas que compõem este campeonato, o Polo R é uma máquina tão boa como o Citroen DS3 ou o Ford Fiesta. A partir de 1 de março, em terras mexicanas, veremos isso.

Noticias: Acidente em rali escocês mata uma espectadora

Uma mulher de cinquenta anos morreu esta tarde durante uma especial da jornada de abertura do campeonato escocês de Ralis, o Snowman Rally. Segundo a policia local, um veículo capotou num cruzamento da especial de Glen Urquhart, perto da vila de Balnain, junto ao famoso Lago Ness.

Segundo a policia local, mais duas pessoas ficaram feridas, entre os quais uma criança de oito anos.  Não há noticias sobre o estado de saude do piloto e do seu navegador, mas presume-se que nada de grave tenham sofrido com este acidente.  

Devido ao sucedido, os organizadores decidiram cancelar o rali de imediato.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Um milhão e setecentos mil visitantes

Na semana em que este blog comemora o seu sexto aniversário natalício, alcançou hoje a inédita marca de 1,7 milhões de visualizações. O que, vamos ser sinceros, para um blog que é amador, em muitos aspectos, é um enorme feito.

Já desabafei na terça-feira sobre os feitos e frustrações que alcancei graças a este espaço, e hoje em dia volto a repetir o meu desejo de ganhar mais no setor financeiro e volto a apelar à vossa generosidade, seja clicando nas publicidades que tenho à minha volta - tem de ser, os tempos são muito complicados nas minhas bandas - seja recebendo alguma da vossa contribuição, por muito pequena que seja.

Mas tirando estes desabafos, gosto de saber que já fui muito longe naquilo que julgava alcançar quando comecei, em 2007. Não pensava que iria ter uma quantidade de "amigos virtuais", especialmente num país como o Brasil, e não pensava que iriam aparecer as coisas que já vieram associadas: as colaborações em outros sites, o podcast e a revista, entre outros. Sinto o carinho e o respeito de todos, e ainda bem.

Contudo, continuo com fome para mais, e desjo lutar para poder alcançar isso. Só que estou a ver que, mais do que ter nervos de aço é ter paciência de titânio. E uma esperança do tamanho do Universo para que um dia - ainda enquanto estiver vivo, espero eu - alcance aquilo que desejo, acima de tudo.

Mas mais uma vez, agradeço a todos pela marca registada. Pelo menos neste campo, não existem motivos de queixa. Obrigado a todos.

Youtube IndyCar Video: Harlem Shake, versão Brickyard


Depois dos V8 australianos, é a vez da IndyCar aderir ao "Harlem Shake". E com Josef Newgarden como o "suspeito do costume". O que fizeram? foram dançar no "brickyard", incluindo um carro da categoria e tudo. E entre outras coisas, estão o King Kong e o Homem Aranha...

Semana que vêm deveremos ter a Lotus ou a Red Bull a fazerem esta brincadeira. Isto é, se Bernie Ecclestone deixar. É que, segundo as últimas noticias, ainda está a assimilar os ritmos da musica Disco...

Quem me alertou sobre isto foi a minha amiga nipo-brasuca (e amante da Indycar) Patricia Fukui.  

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

E na 5ª Coluna desta semana...

A noticia que corre hoje é de que Adrian Sutil foi visto nas instalações da Force India, em Silverstone, para fazer um banco que o faça caber no novo VJM06. E isso veio acumular as especulações de que ele será o piloto escolhido e que será anunciado no inicio da outra semana, antes dos testes de Barcelona, marcados para começar no próximo dia 19. A um mês de começar a temporada da Formula 1, este é o único lugar por preencher nos 22 que existem neste momento nesta categoria do automobilismo, e à medida que os dias passam, esta indecisão começa a desafiar a lógica. (...)

(...) E para piorar as coisas, tudo isto acontece numa altura em que surgem noticias de que Vijay Mallya é pressionado pelos bancos a pagar o que deve no caso da Kingfisher Air, a sua companhia aérea que está a passar por enormes dificuldades. A falta de dinheiro fez com que os seus assalariados tenham sete meses de pagamentos em atraso, as dívidas em taxas aeroportuárias e de gasolina forçam a que os aviões fiquem estacionados em terra em vários aeroportos, como garantia de pagamento daquilo que a companhia deve, e no inicio do ano, o governo indiano decidiu suspender a licença de voo.

Foi por isso que Mallya vendeu uma parte da sua quota da United Breweries para a Diageo (a marca que têm, entre outros, a Johnny Walker), por cerca de 1.2 mil milhões de dólares, no final do ano. Mas parece que, até agora, ou ainda ele não viu a cor do dinheiro, ou ele anda a guardá-lo e a não pagar o que deve. (...)

Esta semana, na minha 5ª Coluna, falo sobre a atual situação da Force India, que mais parece um "saco de gatos", com as indecisões e relação ao segundo piloto, bem como os problemas financeiros da Vijay Mallya e dos parceiros da Sahara. E para além disso tudo, que motor é que aparecerá nos flancos dos carros em 2014, se será a Ferrari, se outra marca.

Tudo isto e muitos mais, podem ver através deste link.

Youtube Music Ad: Harlem Shake, versão V8 australianos


Adeus "Gangnam Style", olá "Harlem Shake". Parece que este é agora o clip do momento, os movimentos do momento. E nos últimos dias, o pessoal que anda a fazer videos sobre esta musica tem tido acessos monstruosos, da casa das dezenas de milhares, pelo menos. 

E uma das versões que apareceu no Youtube foi nos V8 australianos, com a equipa Red Bull 888. São apenas 30 segundos, mas é essa a média dos videos. Pequenos, mas virais.

Será que vai acontecer o mesmo à Formula 1?

Rumor do dia: Adrian Sutil na Force India?

E parece que a Force India já escolheu o seu piloto: será o alemão Adrian Sutil, que vai fazer assim o seu regresso à Formula 1, depois de um ano afastado devido a problemas legais. A Autosport britânica refere que o piloto de 30 anos está nas instalações de Silverstone para fazer o seu banco para o segundo carro da marca.

Apesar da marca ter dito que não faria qualquer anuncio a esse respeito esta semana, um porta-voz disse à Autosport britânica que na próxima segunda-feira a equipa iria anunciar os seus planos e que  sim, Sutil já esteve por lá a fazer o seu próprio banco.

Nascido a 11 de janeiro de 1983 e filho de pai uruguaio, tem ao todo 90 Grandes Prémios na sua carreira, que começou em 2007, ainda a equipa se chamava Spyker, e teve como melhor resultado um quarto lugar no GP de Itália de 2009, com uma volta mais rápida no seu currículo  A sua melhor classificação no campeonato é um nono lugar, em 2011. 

E foi nessa altura em que teve problemas legais numa rixa num bar de Xangai, quando se envolveu com um dos elementos da Genii. Como resultado disso, foi julgado e condenado a 18 meses de pena suspensa, o que levou a equipa anglo-indiana a preteri-lo a favor de outro alemão, Nico Hulkenberg.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Citroen e a falta de um primeiro piloto

O resultado de Sebastien Ogier na Suécia, onde conseguiu bater os nórdicos e deu à marca alemã a sua primeira vitória no WRC depois do seu regresso, e a maneira como conseguiu resistir aos ataques de Sebastien Löeb ao longo do rali, demonstra que o carro é bem nascido e o piloto francês de 29 anos tornou-se no candidato numero um ao título de 2013, já que Löeb decidiu diminuir a sua presença no WRC, a favor de uma temporada na Endurance.

E isso poderá ter soado algumas campainhas de alarme na sede da Citroen Racing, pois em paragens suecas, Mikko Hirvonen atrasou-se bastante devido a uma saída de estrada e Dani Sordo nunca esteve nos lugares de destaque antes de desistir, no último dia de rali. E sem Löeb para o resto da temporada, eles provavelmente poderão assistir a um "passeio" de Ogier neste campeonato.

Martin Holmes, veterano jornalista britânico, comentou sobre o caso na Autosport portuguesa: “Dececionante sim, mas por exemplo o Mikko [Hirvonen] quase nunca deixa ficar mal a equipa e oferece quase sempre uma performance, pelo menos, honesta. É um bom segundo piloto, como Sordo. E talvez isso seja um problema na Citroën.”

Para Sebastien Löeb, a razão por ter sido batido por Ogier na Suécia foi por ele ter apostado no cavalo errado: "Perdi o rali na manhã de quinta-feira, na sessão de qualificação”, começou por analisar.Decidimos mudar o ‘set-up’, mas partimos numa direcção errada e o fosso aumentou durante toda a primeira etapa. A partir daí fizemos jogo igual com o Sébastien Ogier, mas já era tarde demais. Parabéns a ele e à sua equipa por esta primeira vitória, no que foi um fim-de-semana sem falhas”, referiu.

A partir daqui, a marca francesa terá apenas Mikko Hirvonen e Dani Sordo para contrariar Sebastien Ogier, pois Löeb só regressará na Argentina, a quinta prova do ano. Ainda existem dúvidas sobre a capacidade do Volkswagen Polo R em troços de terra, cujo primeiro rali nessas condições acontecerá no inicio de março, em terras mexicanas. Mas somente em Portugal, entre os dias 10 e 12 de abril, é que haverá certezas sobre o que vai ser esta temporada, pois será aí que Jari-Matti Latvala estará mais adaptado ao novo carro e ali estarão todos juntos: Volkswagen, Citroen e Ford, e onde apenas Sebastien Löeb não estará presente.

E isso pode ser complicado para a Citroen em 2013. Hirvonen é bom piloto, mas algo desmotivado por ter sido sempre batido por Löeb nos últimos anos, principalmente nos tempos da Ford. Este ano é o primeiro piloto da marca, mas quer em Monte Carlo, quer na Suécia, desiludiu. E Sordo, que normalmente é um bom piloto em asfalto, nunca ganhou oficialmente um rali no WRC e ainda não se sabe se será um bom piloto em troços de terra. Foi melhor que Hirvonen em Monte Carlo, é certo, mas esteve a "galáxias" de distância dos "Sebastiões" em paragens suecas, logo, não é um piloto para todas as ocasiões.

E esses são problemas dos quais a marca do "double chevron" terá de lidar este ano, sob pena de assistir a novo domínio de um piloto que já esteve no seu seio e foi o maior rival de Löeb enquanto foi companheiro de equipa. Os tempos próximos dirão se isto tem razão de ser.

A capa do Autosport desta semana

A capa do Autosport desta semana têm como imagem principal a neve sueca, e com o Volkswagen Polo de Sebastien Ogier em grande plano - e em plena ação - o título é simples: "Sebastien Ogier dá a primeira vitória à Volkswagen", referindo-se ao resultado que o piloto francês teve por lá, conseguindo bater Sebastien Löeb.

A capa tem mais duas referências à Formula 1: em cima, há uma entrevista a Daniel Ricciardo, onde fala que o seu lugar não está em perigo, falando sobre o seu possivel substituto: "Félix da Costa não é uma ameaça". Abaixo, tem o resultado dos testes de Jerez, onde fala sobre os tempos da marca de Maranello. "Ferrari mais rápida, mas..."

Para finalizar, uma referência histórica sobre as pinturas que deram história ao longo dos úlimos 40 anos, como o Martini Racing, o Silk Cut da Jaguar ou o negro e dourado da John Player Special, entre outros. "Cores que fizeram história" é o titulo escolhido.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Os pés de Nico Hulkenberg, ou uma metáfora da Formula 1 atual

Já sabemos que a Formula 1 não tem lugar para velhos. Não tem lugar para talentosos, quando o orçamento das equipas aperta. E não convêm muito quando os pilotos são altos. Mas "pézudos"... olhem é nova para mim. Digo isto porque surgiu esta semana a noticia de que Nico Hulkenberg tem algumas dificuldades em caber dentro do Sauber C32, especialmente na área dos pés, de tal forma que a solução provisória foi o de cortas as solas na área do calcanhar. “Tivemos de cortar as solas pelos calcanhares para ter mais espaço”, referiu Hulkenberg.

A Formula 1 sempre foi uma área onde os projetistas raramente cederam aos pilotos, em nome da eficiência aerodinâmica. Tinham de ser eles a adaptarem-se do que os carros a adaptarem-se aos pilotos. Há uma história bem curiosa de Adrian Newey, quando ainda projetava carros na March: após o primeiro teste com o novo bólido, Ivan Capelli queixou-se que que praticamente não tinha espaço para virar sem que os cotovelos tocassem na parede do carro, de tal forma que ele acabava com eles em dor e sangue, de tanto tocar na altura em que fazia as curvas. Relutantemente, Newey fez modificações no carro de forma a que Capelli ficasse mais confortável no seu "cockpit".

A história de Hulkeberg é um pouco o símbolo da Formula 1 atual: compartimentada num determinado tamanho, do qual não grama muito as mudanças, desde que não tenham a ver com a entrada de mais dinheiro. Seria mais um "fait divers" se não fosse pelos tempos que vivemos agora, com a ascensão, mais do que nunca, dos pilotos pagantes, e com o facto de o novo Acordo da Concordia ainda não ter sido assinado e as equipas começarem a falar, cada vez menos em surdina, que algo deve ser feito para controlar os custos, sob pena de a categoria rebentar de duas formas: ou pelo dinheiro, ou pela rivalidade entre FIA e Ecclestone, tal como aconteceu entre 1980 e 1982.

No caso de Hulkenberg, engraçado, é um piloto que está lá mais pelo talento e não tanto pelo dinheiro, apesar de trazer algum. Mas só depois de ter sofrido com disso. Quem já se esqueceu do motivo pelo qual saiu da Williams em 2010, dias após ter feito a pole-position em Interlagos? 

No final, a Sauber arranjará um carro só para ele, onde não terá mais de cortar solas dos sapatos para poder caber confortavelmente. A equipa atendeu às queixas e irá fazer as mudanças necessárias. Mas e a Formula 1, será que fará o que tem de fazer quando estiver em guerra? 

Seis anos depois

Seis anos passam num sopro. E ver este blog após este tempo todo, pergunto-me se esperava todo este alcance. Claro que não, nada: apenas combinei o meu gosto por automobilismo com a minha necessidade e gosto de escrever, aproveitando os conhecimentos adquiridos durante o meu curso de jornalismo.

Já caminhei muito longe nesta aventura, e tive muitos frutos de todo este trabalho: muita gente a admirar o meu trabalho, ser convidado para programas, outros sites, podcasts e até uma revista online, e em tudo isso fui sempre o melhor profissional possível. Consegui até publicar um livro, algo que achava não impossível, mas altamente improvável. Pois bem, ele aconteceu, e espero que um dia volte a publicar outro.

Mas nesta altura do campeonato, vou ser honesto e de coração aberto: seis anos depois do inicio da aventura, estou numa encruzilhada. É certo que este blog me tornou conhecido. Sei que sou lido e as minhas opiniões são respeitadas, mesmo que por vezes, atiro completamente ao lado. Por vezes cedo aos rumores, mesmo que seja muito cauteloso naquilo que digo. Mas os aspectos positivos, muitos que sejam, esbarram contra uma velha frustração, que cresce a cada dia: não ter conseguido converter isto em algo palpável. Dinheiro. Viver disto o suficiente para pagar as contas e não procurar outra coisa. 

Só muito recentemente é que comecei a ganhar algum deste blog, e mesmo assim ainda não chega. Mas ao longo deste tempo, tive imensas esperanças e ilusões e igual numero de frustrações, a maior das quais é a do site. Construir um site profissional, do qual possa render alguma coisa para mim foi sempre um objetivo, do qual tentei mais a sério no ano passado e acabou por não resultar, porque a pessoa que o fez acabou por não fazer a sua parte. A minha sorte e que não lhe dei dinheiro algum, porque caso contrário, a frustração teria sido ainda maior.

E por causa destas e de outras coisas que sinto ter chegado a uma fase "cinzenta". Não sei se é por um excesso de trabalho, falta de dinheiro ou outra coisa qualquer, mas sinto uma vaga frustração por não ver um maior progresso. E questiono-me se tudo isto servirá para continuar. Creio que sim, mas preciso de ganhar dinheiro, ter algum no fim do mês para poder cumprir a segunda parte do meu "plano de independência". É muito bonito escrever sobre o que quiseres, sem limites. Mas quando ficas desempregado - como já estive várias vezes - tens de dar passos atrás para continuares a ser feliz naquilo que fazes. E é frustrante.

Tenho vontade de continuar, bastante. Mas acho que há muito tempo que busco aquela compensação financeira que tento fazer com que mereça. Mas as frustrações acumulam-se e francamente, estou a pedir ajuda a vocês. Clicar nas minhas publicidades de forma diária, para aliviar as minhas finanças, ou a doar, de modo frequente - há uma coisa dessas no canto superior esquerdo deste blog - para que possa fazer coisas como, por exemplo, construir o site que tanto desejo fazer. De uma certa forma, se não podem doar, ao menos cliquem nas minhas publicidades. Pelo menos uma  fez por dia. 

Mas não é só aqui que quero que essas frustrações terminem. É também nos outros projetos do qual estou envolvido, porque acredito neles e não queria que terminassem, porque as outras pessoas não sabiam - ou não queriam - dar o salto.

Enfim, desculpem-me este desabafo, num momento em que deveria ser festivo. Estamos no Carnaval - que por coincidência, calha no aniversário do blog - mas apesar da consciência que tive, desde o inicio, que este caminho iria ser longo e dificil, mesmo os mais empedernidos tem os seus dias maus. E este aniversário calha numa altura má. Talvez em breve apareça uma fase melhor, mas por agora, só vejo tudo mau.

Mesmo assim, desejo continuar. E agradeço a todos os amigos que fiz pelo caminho, e os admiradores que sei que existem aos montes, e que muitos deles me disseram que começaram os seus cantos por minha causa. Com isso, sei que já causei um impacto que nunca pensei causar. 

E só por isso, quero agradecer a todos vocês.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Extra-Campeonato: Sobre a resignação de Bento XVI

“Queridíssimos irmãos, Convoquei-vos para este Consistório, não apenas por causa das três canonizações, mas também para vos comunicar uma decisão de grande importância para a vida da Igreja. 

Depois de examinar reiteradamente a minha consciência perante Deus, cheguei à certeza de que, pela idade avançada, já não tenho forças para exercer adequadamente o ministério de Pedro (petrino). Sou consciente de que este ministério, pela sua natureza espiritual, deve ser levado a cabo não apenas por obras e palavras mas também, em menor grau, através do sofrimento e da oração. (...)

(...)  Por isso, sendo consciente da seriedade deste acto, e em plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, sucessor de S. Pedro, que me foi confiado pelos cardeais no dia 19 de Abril de 2005. De forma que, a partir do dia 28 de Fevereiro de 2013, às 20h (19h em Lisboa), a sede de Roma, a sede de S. Pedro vai ficar vaga e deverá ser convocada, através daqueles que têm competências, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice. (...)

Confesso que ouvi a noticia desta manhã com incredulidade, mas passado o choque inicial, acabei por entender: estamos a falar de um senhor que está a ficar crescentemente velho. Tem 85 anos e desde há muito se falava e se via que estava a ficar crescentemente fragilizado. E provavelmente para não repetir o que aconteceu com o Papa anterior, João Paulo II, que se debateu com a Doença de Parkinson nos seus últimos anos de vida, colocando a Igreja numa posição... "congelada", preferiu sair de cena enquanto estivesse vivo e "saudável", porque se tivesse uma debilidade que o colocasse numa cadeira de rodas, voltariam todas as suas especulações sobre a sua morte e sucessão. Assim sendo, pela primeira vez em quase 600 anos, decidiu abdicar.

Mesmo para as pessoas que não são católicas - sejam eles ateias ou de outras confissões religiosas - um Papa tem uma atração interessante. É uma figura importante, para começar. É um representante de uma moral que, mesmo não sendo partilhada por todos, é uma voz que é ouvida, mesmo que as pessoas não concordem com o que diz. E desde que foi Papa, em 2005, disse certas coisas inconvenientes, como a de declaração que os muçulmanos são intrinsecamente maus, para não falar dos abusos de padres pedófilos que, escondidos durante anos a fio, vieram à superfície durante o seu pontificado.

E depois, existe outra coisa: se hoje em dia os bispos e os cardeais podem resignar-se, atingida determinada idade (são 75 anos) e os cardeais só podem escolher novo Papa - e serem eleitos - até aos 80 anos, porque não um Papa também poder resignar-se? Para quê o Vaticano ter alguém com noventa ou cem anos à frente dos destinos da Igreja Católica? E se assim acontecesse, de que serviria, se ele estivesse demente?

Portanto, de certa forma, entende-se esta resignação, efetiva no dia 28 de fevereiro. Mas ao vermos isto, estaremos a ver algo único: um Ex-Papa. Vivo. Eventualmente, quando ele sair de cena, irá para um convento e lá passará os seus últimos dias. Quando morrer, terá direito ao funeral de Estado, assistido por... outro Papa. Vai ser estranho, não acham? Mas também achei estranho quando em 2005 vi toda aquela gente, com as suas câmaras de telemóvel, tirar fotos do féretro de Karol Woytila, também conhecido por João Paulo II...

Vai ser estranho, muito estranho. Mesmo para quem não tem nada a ver com o assunto, a Igreja Católica, como qualquer organização religiosa, com os seus ritos e cerimónias, vão ser dias nos quais as pessoas andarão em choque porque nunca viveram tal coisa. Falava-se, mas não pensavam que iria acontecer. Se calhar, Joseph Ratzinger quer com isto mostrar um sinal de que a Igreja deve se adaptar aos tempos que correm, e a sua saída de cena pode querer dizer, por outra forma, de que a Igreja tem de arranjar uma pessoa jovem e vigorosa, para marcar uma geração e não ser um "Papa transitório".

Veremos. Pela Páscoa "haberemus Papam". Tenho suspeitas de que será mais do mesmo, mas sempre adoramos novelas. E surpresas...

GP Memória - Brasil 1973


Duas semanas depois da vitória de Emerson Fittipaldi em terras argentinas, existia uma alta expectativa em terras brasileiras sobre a sua primeira performance de sempre em casa, no veloz e desafiante autódromo de Interlagos. Construído 33 anos antes, em 1940, tinha surpreendido quem tinha vindo aqui pela sua rapidez e complexidade, sendo considerado um dos circuitos mais completos do calendário. E com Emerson Fittipaldi, o campeão do mundo, como cabeça de cartaz, havia a garantia de que a casa estaria cheia.

Em termos de lista de inscritos, a diferença em relação à Argentina era que havia mais um carro inscrito. Essa novidade iria ser a Surtees ceder mais um carro para o piloto local Luiz Pereira Bueno, o “Peroba”, altamente experimentado naquele circuito e que tinha também participado na corrida do ano anterior, num March.

A Lotus tinha passado os dias anteriores a testar em Interlagos para se adaptar à pista e o resultado foi que eles monopolizaram a primeira linha da grelha de partida. Mas o melhor foi… Ronnie Peterson, que fazia aqui a sua primeira "pole-position" da sua carreira. Fittipaldi foi o segundo, enquanto que na segunda fila ficaram o Ferrari de Jacky Ickx e o BRM de Clay Regazzoni. Dennis Hulme era o quinto, seguido do Surtees de José Carlos Pace. Carlos Reutemann foi o sétimo, seguido pelo Tyrrell de Jackie Stewart. O “top ten” ficava em família: o segundo Tyrrell de Francois Cevért era o nono seguido pelo segundo BRM de Jean-Pierre Beltoise… o seu cunhado.

O dia 11 de fevereiro de 1973 esteve bem quente, com imenso calor na zona de São Paulo e o autódromo cheio de pessoas que queriam torcer pelos pilotos locais. E estes corresponderam logo no arranque, quando Fittipaldi sai bem e Pace consegue chegar à primeira curva no segundo lugar, superando Peterson, que cai para quarto, pois Stewart também partira melhor. Pace aguentou o Surtees até ao inicio da segunda volta, quando foi passado por Stewart, e logo depois, na terceira volta, Peterson o passou na reta da meta.

A seguir, Peterson foi atrás de Stewart para tentar ver se chegava ao segundo lugar, mas o duelo terminou na sexta volta quando uma das rodas do seu Lotus se soltou e ele embateu nos rails de proteção, sem causar ferimentos.

Pace herdou o terceiro lugar mas pouco depois é ultrapassado pelo Ferrari de Jacky Ickx. Mais atrás, Dennis Hulme tentava ganhar lugares atrás de lugares, e na volta 12,  passa Beltoise e Pace, atacava Ickx e conseguia ficar com o terceiro posto, três voltas mais tarde. Pouco depois, Ickx sofre um furo e tem de ir ás boxes para trocar de pneus, fazendo com que Beltoise herdasse o quarto posto. Parecia que o francês iria acabar nesse lugar, mas na volta 23, um problema elétrico o fez encostar à berma.     

Com isso, o quarto posto ficou nas mãos de outro BRM, o de Clay Regazzoni, e parecia que tudo iria acabar bem, mas perto do fim, o suíço teve problemas com o seu carro e teve de ir às boxes para resolver o problema.


Na frente, Emerson Fittipaldi liderava sem ser incomodado por Jackie Stewart e no final das 40 voltas à pista de Interlagos, o brasileiro levava a melhor sobre o escocês da Tyrrell. Dennis Hulme completava o pódio, os únicos que tinham completado na mesma volta do vencedor. Nos restantes lugares pontuáveis ficaram os Ferrari de Arturo Merzário e de Jacky Ickx e o BRM de Clay Regazzoni.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

WRC 2013 - Rali da Suécia (Final)

"Morreu o Sebastião, viva o Sebastião!" Este poderia este ser o novo grito nos ralis, pois hoje Sebastien Ogier levou a melhor sobre Sebastien Löeb no Rali da Suécia e deu à Volkswagen a vitória no WRC, logo na sua segunda aparição desde o seu regresso aos ralis. Mostrando que os mais de vinte mil quilómetros de testes ao longo de 2012 estão a ter a sua compensação agora, Ogier conseguiu ser o melhor que Löeb, num carro que começou agora mesmo a mostrar-se em termos competitivos.

O dia de hoje foi essencialmente de controlo entre Ogier e Löeb, mas o piloto da VW foi o melhor em seis das classificativas, incluindo a Power Stage, ficando na frente de Jari-Matti Latvala e Mads Ostberg. Apesar do norueguês ter ficado atrás de Latvala nesta Power Stage, o piloto da Ford conseguiu superar Latvala no lugar mais baixo do pódio. Este conseguiu os seus primeiros pontos da temporada, apesar de dizer que está em adaptação ao novo carro.

Thierry Neuville foi o quinto classificado, conseguindo aproveitar o capotanço de Evgueny Novikov, que caiu para o nono lugar da classificação. O belga conseguiu ser melhor do que Juho Hanninen, o sexto classificado da geral. Muito distante, no sétimo posto, ficou o checo Martin Prokop, que conseguiu superar o regressado Henning Solberg, que ficou na frente de Novikov e do árabe Yazeed Al-ARahji, o melhor dos S2000.

Realizado o Rali da Suécia, máquinas e pilotos irão agora para o México, onde no inicio de março disputar o rali local, o primeiro em troços de terra. Com o domínio de Ogier num sitio onde se esperava que os nórdicos mostrassem que aquele é o seu local, pode-se pensar que isto pode ser uma indicação que a Volkswagen irá colher os frutos das dezenas de milhares de quilómetros logo no seu primeiro ano. Contudo, é só no Mexico que entraremos nos troços de terra. Pode não haver Sebastien Löeb para grande parte da temporada, mas provavelmente ainda não se pode embandeirar em arco. VW, Citroen e Ford têm três carros muito bons em 2013, e estamos em era de transição.

Em abril, quando máquinas e pilotos estiverem em Portugal, provavelmente será o melhor tira-teimas em relação a esta temporada. Ainda é cedo, mas aparecem dois cenários: a de dominio de outro "Sebastião" e da Volkswagen, ou a de um equilibrio entre pilotos do qual o melhor será o mais regular. Mas até lá, fica-se com a ideia de que este campeonato será de outro Sebastião.

Rumor do dia: Karthikeyan na Force India?

Quando a Force Índia foi constituída  em 2007, imaginou-se que Vijay Mallya poderia a encher de indianos ou de colocar, pelo menos, um piloto indiano. Contudo, mesmo com Narain Kathikeyan e Karun Chandhok, Mallya nunca quis nenhum dos dois, alegando querer mais e melhores talentos. Bom, essa explicação é verdadeira pela metade, porque a outra metade tem a ver com puro ego: é que Mallya, um dos homens mais ricos da Índia  não se dá bem com Vicky Chandhok, o pai de Karun e o presidente da Federação de Automobilismo da Índia.

Pois bem, isso pode estar a mudar. Com a Force India a não decidir quem é o segundo piloto, e o caso a cada dia a ganhar contornos de leilão, mais um candidato poderá ter aparecido: Narain Kathikeyan. O veterano piloto de 36 anos poderá ter o apoio do seu patrocinador de sempre, a Tata, e esta estaria disposta a colocar 25 milhões de euros em cima da mesa para ficar com o lugar. E isso, numa altura em que Vijay Mallya está a braços com os problemas da Kingfisher Air e a Sahara com problemas com as autoridades bolsistas locais, a intervenção de uma terceira companhia indiana, mesmo que fosse para colocar um piloto local numa equipa que quer ser a bandeira do subcontinente, seria ótimo para o ego.

Contudo, as coisas poderão ser complicadas. É que a Force Índia quer Jules Bianchi devido à sua ligação com a Ferrari, e a marca quer os seus motores em 2014. E ter esses motores significa uma poupança de 25 milhões de euros. E é por isso que ainda nada se decidiu, embora, claro, Bianchi participe ativamente nos testes, pois é o terceiro piloto da marca. Subir na escala é uma tentação, mas provavelmente poderá estar a comprometer operações de curto prazo. Acresce-se também que a Force India é a unica equipa que não tem patrocinadores exteriores, ou seja, alguém que não seja nenhuma das empresas de Mallya ou da Sahara. Por outras palavras: é uma montra de milionários. A aceitar Karthikeyan, ele traria consigo um patrocinador externo, de origem tão indiana como so outros. Será que Mallya cede ainda mais ao seu orgulho?

Em suma: esta novela poderá nem se fechar antes dos testes de Barcelona, previstos para começar a 19 deste mês...

WRC 2013 - Rali da Suécia (Dia 2)

O segundo dia do Rali da Suécia foi marcado pelo duelo entre Sebastien Ogier e Sebastien Löeb, com o piloto da Volkswagen a levar a melhor, conseguindo uma vantagem de 26,9 segundos, a cerca de seis especiais do fim do Rali da Suécia. Este sábado ficou marcado pelo duelo nórdico pelo lugar mais baixo do pódio, entre o segundo Volkswagen de Jari-Matti Latvala e o Ford de Mads Ostberg, e no final do dia, o norueguês levou a melhor sobre o finlandês. Sobre isso, Latvala justifica que "ainda está a aprender com o carro".

O dia começou com Ogier a impor um ritmo cauteloso, que fez com que Löeb se aproximasse um pouco, diminuindo a diferença para 13 segundos, mas não o suficiente para ameaçar a liderança, pois logo a seguir, pela tarde, Ogier reagiu e começou a distanciar-se do piloto da Citroen.

Atrás, havia problemas: o britânico Matthew Wilson tinha capotado, terminando por ali o rali, enquanto que pouco dedpois era a vez do jovem Pontus Tidemand terminar o rali, vítima de uma quebra do motor. Ele que estava a fazer um grande rali, rolando no sexto posto ao volante de um Ford Fiesta WRC.

Pela tarde, Ostberg passou ao ataque, no sentido de ir buscar Jari-Matti Latvala, e conseguiu-o. Quando faltavam oito troços para o final do rali, a diferença entre ambos era de 3,1 segundos, e o finlandês já admitia que o norueguês tinha vantagem, pelo facto de Latvala estar ainda em fase de adaptação.

Atrás, o russo Evgueny Novikov era o quinto classificado, bem isolado dos quatro primeiros e a levar o carro até ao fim, num rali sem problemas para ele. No sexto lugar está o finlandês Juho Hanninen, que estava em luta com outro piloto Ford, o belga Thierry Neuville. No final do dia, havia onze segundos de diferença entre os dois pilotos. Henning Solberg é o oitavo, na frente do checo Martin Prokop e do Citroen de Dani Sordo.

O rali da Suécia chega amanhã ao seu fim.