sábado, 1 de março de 2008

GP Memória - Africa do Sul 1975

Trinta e três anos mais tarde, falo de uma corrida interessante, que esteve por não se realizar devido a motivos de segurança, para além de ter acontecido algo raro: foi a primeira e unica vez que um piloto sul-africano ganhou o seu Grande Prémio.


Mas vamos por partes: a temporada de 1975 tinha começado bem para a Brabham, com a vitória de José Carlos Pace no Brasil e as boas classificações de Carlos Reutmann na Argentina. Contudo, na partida da terceira prova do campeonato, no circuito sul-africano de Kyalami, havia mudanças a serem desenhadas no horizonte...


Pela primeira vez em 15 anos, o pelotão da Formula 1 conhecia um membro do sexo feminino: a italiana Lella Lombardi. Correndo a bordo de um March, Lombardi qualificcou-se na última posição da grelha, batendo dois nomes do automobilismo: Wilson Fittipaldi e Graham Hill. O brasileiro teve problemas no seu carro, enquanto que Hill teve um acidente, quando derrapou no óleo largado pelo Lotus do sueco Ronnie Peterson.


Contudo, o veterano inglês não foi o unico a escorregar por lá: Niki Lauda, Jody Scheckter e o britânico Tony Trimmer também sofreram despistes no mesmo local, e os pilotos decidiram tomar uma reacção enérgica, para que não se rodasse mais no circuito até que os rails danificados não fossem reparados. Os comissários fizeram as reparações, e a corrida foi por diante.


Na qualificação, os Brabham dominaram, com Pace a garantir pela primeira (e unica vez) na sua carreira a "pole-position". Era ainda a boa estrela do brasileiro, um mês depois da sua performance em Interlagos... na segunda fila, o Tyrrell e Jody Scheckter e o Ferrari de Niki Lauda ocupavam o terceiro e quarto lugares, enquanto que o francês Patrick Depailler e o americano Mario Andretti foram quinto e sexto da grelha, trespectivamente. Emerson Fittipaldi foi 11º na grelha, tendo logo atrás o inglês James Hunt, no seu Hesketh.


Na partida, Pace lidera, seguido por Scheckter e Reutmann. As coisas ficaram assim até à volta 3, altura em que o piloto da casa passa para a liderança. Até ao meio da corrida, Scheckter é perseguido pelos dois Brabham, seguido por Depailler, Peterson Lauda e Fittipaldi. Contudo, Pace começa a ter problemas nos travões e atrasa-se, sendo ultrapassado por Reutmann e Depailler. A corrida não teve mais grande história, a não ser os problemas de vela que Fittipaldi teve quando disputava o terceiro lugar com Depailler.


Depois de um pódio composto por Scheckter, Reutmann e Depailler, ficaram o Brabham de Pace, o Ferrari de Niki Lauda e o McLaren de Jochen Mass. Quase dois meses depois, a Formula 1 chegava à Europa para disputar o GP de Espanha, em Montjuich, e que acabou desta maneira...

Moto GP: Preparados para o GP nocturno

Normalmente não falo do Moto GP, porque não sou muito fã da modalidade, mas hoje fiquei curioso porque este fim de semana andam a fazer testes no circuito de Losail, no Qatar, tendo em vista algo inédito: o seu primeiro GP nocturno, a decorrer dentro de uma semana.


Estive a ver as imagens de como a iluminação fica na pista, e cheguei à conclusão que não é muito diferente daquilo que se vê nos estádios de futebol, quando vou ver jogos à noite. A pista vê-se bem, os pilotos não tem dificuldades, embora alguns deles se queixem de que ao fim de um certo tempo, ficam com os olhos cansados...

Como este ano, a Formula 1 também terá o seu primeiro GP nocturno, em Singapura, começo a pensar que esta ideia do Ecclestone até nem é má de todo. A IRL vai ter cinco provas nocturnas no calendário deste ano, e creio que não são prejudiciais aos pilotos, público e televisão. Contudo, gostaria que isto fosse uma excepção e não uma norma, pois nada bate a luz natural do dia...

WRC - Rali do México (Dia 1)

Já começou o Rali do México e o primeiro dia foi dominado pelo duelo entre o finlandês da Ford, Jari-Mari Latvala e o francês Sebastien Löeb, a bordo de um Citroen. O piloto finlandês quer demonstrar que a sua vitória na Suécia não foi fruto do acaso, e já está na frente, com quase cinco segundos de avanço sobre o francês.


No terceiro posto, vemos o australiano Chris Atkinson, a cerca de 22 segundos de Latvala, portanto, não está muito longe dos primeiros. O quarto é Petter Solberg, a quase um minuto de Atkinson, enquanto que Mirko Hirvonnen, que abriu a estrada no dia 1, teve um furo lento e caiu para o quinto posto no final do dia.

Enquanto isso, o primeiro dia do rali foi penoso para muitos pilotos: Daniel Sordo despistou-se e arrancou um braço da suspensão, mas irá voltar hoje; Giggi Galli desistiu com a suspensão traseira arrancada após despiste, mas voltará hoje. Os Suzuki de Andersson e Gardmeister já acabaram, ambos com problemas de motor. Mais logo, à noite (tarde no México) saberemos como decorreu o Dia 2 do Rali.

A minha imagem do dia

Esta apanhei hoje no site oficial do WTCC. São todos os participantes do campeonato que estão em Curitiba, participando na primeira jornada dupla do campeonato. Estão juntos, alegres e em celebração. Alguém alguma vez verá isto na Formula 1? Duvido...

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

WTCC - Ronda 1, Curitiba (Treinos)

Os primeiros treinos do WTCC no circuito brasileiro de Curitiba demonstraram um equilibrio entre a Seat e a BMW, com a marca alemã a levar a melhor, através do piloto da casa, Augusto Farfus. O piloto brasileiro bateu por 79 milésimos de segundo o Seat Leon TDi do italiano Gabriele Tarquini, enquanto que o sueco Rickard Rydell, também em Seat, foi o terceiro classificado.


Nicola Larini foi o melhor dos Chevrolet, fazendo o sexto tempo da sessão, enquanto que Tiago Monteiro foi 13º classificado. Amanhã são os treinos oficiais.

Noticias: Super Aguri garante presença no Mundial

A equipa de Aguri Suzuki anda há semanas na "corda bamba", o que faz alimentar especulações sobre a sua presença no Mundial 2008, bem como a possibilidade de ser vendida parcial ou totalmente. A razão dessa corda bamba foi, entre outras coisas, as dívidas que a equipa acumulou no último ano, depois de patrocinadores não terem pago os compromissos.


Contudo, Fumiko Akita, co-proprietário da Super Aguri, garantou hoje que a sua equipa estará presente em Melbourne, para a primeira etapa do Mundial, dentro de duas semanas. A razão pelo qual cancelaram a sua presença nos últimos testes colectivos, em Barceolna, teve a ver com a logistica: «Cancelamos os testes porque algumas peças não chegaram a tempo. Nós estamos a trabalhar desde o início da temporada. No ano passado foi complicado, mas este ano vamos estar à partida. Não estamos preocupados em não participar na prova».


Espero bem que sim. Vale a pena manter o actual numero de carros na grelha da Formula 1, pois 20 carros seriam muito pouco...

WRC - Rali do México (Prólogo)

Este fim de semana, o Mundial WRC continua, na sua incursão pela América do Norte com o Rali do México. Depois da suécia, com os nórdicos a dominaram e o francês Sebastien Löeb ter desistido, vítima de um capotamento e consequentes problemas de embreagem, o piloto francês da Citröen espera recuperar o tempo perdido e lutar pela vitória.

Contudo... no "shakedown" de ontem, o piloto francês teve um problema no sistema de gasolina do seu motor, e os responsáveis da marca queriam mudar de motor, antes do inicio das classificativas. Contudo, a FIA avisou-os de que caso fizesse essa mudança, estaria a violar os regulamentos acerca da troca de motores, logo, acarretaria uma penalização de cinco minutos mesmo no inicio do rali. Não arriscando tal coisa, decidiram arrancar com o velho motor, tentando arranjá-lo da melhor maneira possivel.

Logo se verá se foi a melhor escolha...

O que é que eu vos disse?

Depois de na terça-feira, o jornal espanhol "Marca" ter dito que os dias de Ron Dennis estavam contados, hoje, o seu alegado substituto, Martin Whitmarsh, deu uma entrevista ao jornal inglês Autosport, afirmando que o "tio Ron" estava de pedra e cal na equipa que refundou em 1980. "Os boatos sobre a saída de Dennis são totalmente infundados. Ele tem o apoio da equipa, e só o abandonaria caso desejasse", afirmou Whitmarsh.

Apesar das desavenças que possam haver entre Dennis e a Mercedes, ele tem 15 por cento das acções e a confiança dos restantes accionistas da equipa, fora a Mercedes, detentora de 40 por cento da equipa. A própria Mercedes, em comunicado, já veio desmentir a noticia do jornal espanhol: "Tudo não passa de mera especulação. No momento, não há planos de fazer modificações na direção da McLaren", disse um porta-voz da marca de Estugarda.

No final, eu tinha razão quanto à validade dessa noticia. E porquê? Primeiro, é mais um capítulo do ressentimento espanhol sobre a McLaren e Dennis, acerca do tratamento que estes lhe deram a Fernando Alonso. Uma maneira, como diz o Gustavo Coelho, do Blog F1 Grand Prix:

"(...) serviu apenas para atingir a moral da McLaren. Mesmo considerando todas as dificuldades que Fernando Alonso passou dentro do time prateado, já está mais do que na hora da imprensa espanhola parar de perseguir a equipe."

Que um dia Ron Dennis sairá da McLaren, isso acontecerá. Mas será sempre pelo seu próprio pé. E aplaudido por tudo e todos, masmo por aqueles que nunca o gramaram pelo seu estilo autoritário e arrogante... e nunca antes de levar Lewis Hamilton a um título mundial.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

GP2: Os testes e os escolhidos

Desde hoje que os pilotos da GP2 rodam na pista francesa de Paul Ricard, nos primeiros grandes testes colectivos da temporada 2008 do campeonato. Usando os novos chassis Dallara que servirão a categoria nas próximas três temporadas, os pilotos começarão a adaptar-se ao carro. Nos testes da manhã, o espanhol Adrian Vallés fez o melhor tempo, com 1.12.880. Já o português Alvaro Parente não marcou qualquer tempo, provavelmente por algum motivo mecânico.


Entretanto, já saiu a lista oficial de pilotos da GP2 para 2008. O interessante no meio disto tudo é saber que o piloto com o numero 1 não é o Bruno Senna, mas sim... o indiano Karun Chandook. Alvaro Parente é o numero 8.


Eis a lista completa:


1. Karun Chandhok (Índia) - iSport International
2. Bruno Senna (Brasil) - iSport International
3. Luca Filippi (Itália) - ART Grand Prix
4. Romain Grosjean (França) - ART Grand Prix
5. Vitaly Petrov (Rússia) - Campos Grand Prix
6. Ben Hanley (Grã-Bretanha) - Campos Grand Prix
7. Christian Bakkerud (Dinamarca) - Super Nova International
8. Álvaro Parente (Portugal) - Super Nova International
9. Jerôme d'Ambrosio (Bélgica) - DAMS
10. Kamui Kobayashi (Japão) - DAMS
11. Javier Villa (Espanha) - Racing Engineering
12. Giorgio Pantano (Itália) - Racing Engineering
14. Sébastien Buemi (Suíça) - Arden International
15. Yelmer Buurman (Holanda) - Arden International
16. Davide Valsecchi (Itália) - Durango
17. Alberto Valério (Brasil) - Durango
18. Adrián Valles (Espanha) - FMS International
19. Andy Soucek (Espanha) - FMS International
20. Mike Conway (Grã-Bretanha) - Trident Racing
21. Ho Pin Tung (China) - Trident Racing
22. Andreas Züber (Áustria) - Piquet Sports by GP Racing
23. Pastor Maldonado (Venezuela) - Piquet Sports by GP Racing
24. Michael Herck (Bélgica) - DPR
25. Diego Nunes (Brasil) - DPR
26. Paolo Maria Nocera (Itália) - BCN Competición
27. Milos Pavlovic (Sérvia) - BCN Competición

CART e IRL - Os detalhes da fusão

Os donos da IRL e da ChampCar deram ontem em Miami uma conferência de imprensa para falar sobre os detalhes da fusão entre as duas competições para a temporada de 2008. Tony George e Kevin Kalkhoven falaram que a Dallara vai ser a unica fornecedora de chassis à nova série, e que as equipas que venham da ChampCar serão assistidas por algumas das equipas da IRL. Exemplos: a Newman-Haas vai ser assistida pela Rahal Competition (pois lá está o seu filho Graham), e a Chip Ganassi assistirá os carros da KV Competition (onde anda Jimmy Vasser, campeão da CART em 1996)

Quanto a provas, em principio, Surfers Paradise, na Australia, e Edmonton, no Canadá, serão incluidas no calendário, enquanto que Long Beach correrá na mesma, contando para o campeonato e com os antigos chassis Panoz, mas será no mesmo fim de semana que a corrida de Motegi, no Japão. Essa prova terá o nome de "ChampCar Finale".

Para 2009, os planos serão maiores: em principio, terão 20 provas, metade em ovais, metade em pistas convencionais (circuitos ou pistas citadinas), e algumas das provas que não serão realizadas em 2008 poderão acontecer nesse ano, ou seja, está em aberto a possibilidade de provas fora da América do Norte.

Em suma: o primeiro ano da unificação vai ser... de transição.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Mais um videozinho, pessoal!

Hoje coloco aqui o mais recente video daquele prodígio finlandês, o Antti Kalhola, que monta belos videos sobre a Formula 1, aquele desporto que tanto amamos. Este video tem o legítimo título de "Champagne & Tears", em que mostra, mais uma vez, que a alegria e a tristeza não andam longe, não...


Podem carregar aqui para verem o video. Mais um colírio para os nossos olhos!

Noticias: Prost elogia Hamilton

O tetra-campeão do mundo, Alain Prost, afirmou hoje no jornal italiano Autosprint que Lewis Hamilton «tem um talento fenomenal» e que as actuais regras da Formula 1 só o irão favorecer.

Actual bi-campeão do Troféu Andros, ao voltante de um Toyota, disse que o actual vice-campeão do mundo e "Rookie do Ano" da Formula 1, só irá beneficiar com a abolição do controlo de tracção, porque «se o final das ajudas electrónicas vai complicar a vida a muitos pilotos, isso não vai acontecer com o Lewis. E sabem porquê? Porque ele é espantoso!»

Em relação à sua performance no seu ano de estreia, Prost desfez-se em elogios acerca de Hamilton:



«Ele fez qualquer coisa de excepcional. Não apenas pelas suas extraordinárias performances, mas porque foi fantástico em todos os sítios. Psicologicamente, ele foi também espantoso: no início, ele tinha a pressão do estreante mas, ao longo do ano, essa pressão foi aumentando até ao último Grande Prémio. Eu venci alguns Mundiais mas, até lá, perdi uma quantidade deles. Conseguem imaginar um estreante a aguentar mesmo até à última corrida, sem falhar?»



Em relação ao Mundial de 2008, porém, as coisas são diferentes, nomeadamente em relação ao seu novo companheiro de equipa, o finlandês Heiki Kovalainen: «É difícil fazer qualquer previsão sobre os pilotos, mas é fácil falar das equipes. Este ano, teremos, mais uma vez, uma grande disputa entre Ferrari e McLaren. É mais complicado apontar favoritos entre os pilotos. Hamilton não deve ser complacente com Kovalainen. O finlandês parece ser bastante perigoso

A minha imagem do dia

Hoje, volto de novo com esta rubrica, com uma imagem interessante que descobri enquanto pesquisava para a biografia do Alain Prost: uma foto de familia dos pilotos Marlboro, tirada no Mónaco, em 1992, por alturas dos 20 anos da sua entrada na Formula 1.


Reconhecem-se, da esquerda para a direita: James Hunt, Alain Prost, Keke Rosberg, Niki Lauda, Ayrton Senna e Dennis Hulme. É uma foto unica, pois pouco menos de dois anos depois, três deles (Hunt, Hulme e Senna) já não estavam mais no mundo dos vivos...

Ainda se lembram do Yuji Ide?

Os brazucas adoram pilotos japoneses. Para eles, qualquer piloto vindo do país do "Sol Nascente", é sempre motivo de piada pronta, pois sabem que nenhum Grande Prémio será aborrecido... e é assim desde os tempos do Nakajima pai!


Hoje, o Gustavo Coelho colocou no seu blog um video de um piloto japonês que em termos de reputação, bate aos pontos o Taki Inoue (o tal que atropelado por um comissário hungaro...) ou o Ukyo Katayama (os brazucas chamavam-no de Katagrama). Hoje coloco um video de homenagem a um piloto que só correu quatro GP's de Formula 1 em 2006, mas fez tudo para dar nas vistas... que diga Christijan Albers!

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Alain Prost - A sua carreira em imagens

O piloto do dia: Alain Prost (4ª parte)

(continuação do dia anterior)


Com um quase estreante como companheiro de equipa, o inglês Damon Hill, Alain Prost partiu rumo ao seu quarto título mundial. Julgando que, tendo o melhor carro, seria um caminho sem espinhos. Nem sempre foi assim... Ganhou na Africa do Sul, mas na prova seguinte, no Brasil, desistiu vítima de despiste, quando caiu uma chuvada no circuito. O seu rival Ayrton Senna conseguiu ganhar.

Na prova seguinte, em Donnington Park, no Domingo de Páscoa, Prost e Hill foram brindados com uma primeira volta de sonho feita pelo brasileiro da McLaren, que os ultrapassou no mesmo ponto! Prost terminou a corrida em terceiro, mas logo a seguir, a sua boa forma veio ao de cima: vitórias em Imola e Barcelona, e depois de um quarto lugar no Mónaco (numa corrida ganha por... Senna!), quatro vitórias consecutivas em Montreal, Magny-Cours, Silverstone e Hockenheim, lhe deram practicamente o seu quarto título mundial. Em Inglaterra, Prost alcançou a mítica marca das 50 vitórias, e na corrida seguinte, colocou a fasquia em 51. Um recorde batido sete anos depois por Michael Schumacher.

Contudo, o seu companheiro Hill começou a igualá-lo, e algumas desistências estavam a complicar a conquista do tetracampeonato. No Estoril, na sexta-feira, dois dias antes da corrida, decidiu anunciar a sua retirada definitiva das pistas. Na corrida, depois da desistência de Hill e Senna, bastou ficar atrás do vencedor, Michael Schumacher, para celebrar o seu quarto título mundial. Acabaria o campeonato com 99 pontos.


A sua carreira na Formula 1: 202 Grandes Prémios, em 13 temporadas (1980-91, 1993), 51 vitórias, 33 pole-positions, 41 voltas mais rápidas, 106 pódios, 768,5 pontos oficiais em 798,5 pontos reais. Campeão do Mundo de formula 1 em 1985, 1986, 1989 e 1993.

Passada a sua carreira na Formula 1, é tempo de fazer as pazes, pelo menos com o seu maior rival, Ayrton Senna. Correram juntos uma última vez no Festival de Karting em Bercy, em Dezembro de 1993, e no ano seguinte, aceitou o posto de comentador na TV francesa TF1. Nos treinos do fatídico GP de San Marino, em Imola, quando a emissora filmou uma volta no carro de Senna, este disse: "Gostaria de saudar o meu velho amigo Alain. Estamos todos com saudades tuas". Foi a ultima vez que falaram juntos em público. Poucos dias depois, em São Paulo, no funeral do piloto brasileiro, ele foi um dos pilotos que levaram o seu caixão no Cemitério do Morumbi.

Nos dois anos seguintes, Prost é comentador da TF1, bem como conselheiro da McLaren e Relações Públicas da Renault. Ocasionalmente, fazia uns testes para a equipa de Ron Dennis, mas ele acalentava um sonho: ter a sua própria equipa. Desde há uns anos atrás que Prost tentava comprar a equipa Ligier, mas sempre falhava.

Então, em 1997, após esta ter sido comprada por Flavio Briatore, Prost comprou-a e rebaptizou-a de Prost Grand Prix. No primeiro ano, as coisas correram bem, com dois pódios para Olivier Panis e 21 pontos no final do campeonato. No ano seguinte, arranjou um contrato exclusivo com os motores Peugeot, cumprindo o sonho de ter uma "Ecurie de France": chassis francês, motor francês, e pelo menos um piloto francês. Mas a temporada de 1998 foi um desastre, pois só conseguiram um ponto.

Em 1999, com Panis e o italiano Jarno Trulli a bordo, as coisas melhoraram, conseguindo um pódio e nove pontos, e em 2000, Prost convence o seu ex-companheiro de equipa Jean Alesi a correr com ele, ao lado do estreante Nick Heidfeld. Resultado? Falhanço total. No final desse ano, sem pontos, a Peugeot sai pela porta pequena.

Sendo assim, vai obter motores Ferrari para 2001, rebaptizados de Acer. Alesi continua, desta vez tendo como companheiro o argentino Gaston Mazzacane, que não aguenta mais do que quatro corridas, sendo substituido pelo brasileiro Luciano Burti. A época corre um pouco melhor, conseguindo quatro pontos. Mas as dívidas acumulam-se, e Jean Alesi sai após o GP da Alemanha, acusando salários em atraso, sendo substituido pelo alemão Heinz-Harald Frentzen, acabado de sair da Jordan. No final da época, Prost pede a falência e a equipa acaba.

Desde então, Alain Prost tem gozado a vida: observa a carreira do filho Nicolas Prost na Formula 3 espanhola, e corre no Troféu Andros, a bordo de um Toyota Auris, ao lado de Olivier Panis, onde ganhou os dois últimos campeonatos (2007 e 2008).


Fontes:


Acerca do rumor do dia...

O jornal espanhol "Marca" noticiou hoje que Ron Dennis pode estar de saída da McLaren, mais por pressão da Mercedes do que por vontade própria do "tio". A razão tem a ver com o Stephney/Coulghangate, e com a multa milionária que a equipa teve que pagar, e consequente desclassificação do Mundial de Construtores.


Eu li a noticia no jornal espanhol e andei à procura nos sites ingleses, sobre este assunto. Resultado? Nada. Nem uma linha. Contudo, há uma coisa interessante no site Pitpass.com sobre os prejuízos que a equipa teve em 2006. Mas uma coisa não implica forçosamente a outra. Mas até prova oficial, desmentindo ou confirmando a noticia, acho que isto não é mais do que uma manobra espanhola para desacreditar Dennis, a McLaren e Lewis Hamilton... Em suma, mais um rumor.

Bolides Memoráveis - BRM P207 (1977)

Ontem estava a ler o texto que o Luis Filipe Almeida (mais conhecido por almeidafoto), escreveu sobre o BRM P207, o último Formula 1 que a BRM fabricou na sua existência. E fiquei curioso sobre esse fim inglório que uma equipa fundada 30 anos antes, para combater as máquinas alemãs e italianas, que foi campeã do mundo de Construtores em 1962, e teve nas fileiras pilotos de calibre como Graham Hill, Jackie Stewart, John Surtees, Jo Siffert, Pedro Rodriguez, Jean-Pierre Beltoise, Clay Regazzoni e Niki Lauda, teve um fim tão inglório. Usando o texto do Luis como ponto de partida, resolvi pesquisar mais fundo.

No final de 1973, a equipa tinha perdido o apoio da Marlboro, que foi para a McLaren. No ano seguinte, o patrocinador foi a Motul, e Beltoise foi secundado por Henri Pescarolo, já que Lauda e Regazzoni foram para a McLaren. Beltoise arrancou um segundo lugar na Africa do Sul, mas esse foi o "canto do cisne" para a equipa. No ano seguinte, com Ian Ashley ao volante, as coisas foram piores, nem sequer pontuaram. Por esta altura, Sir Alfred Owen, o homem que tinha resgatado a equipa nos anos 50, tinha morrido, e Louis Stanley, cunhado de Alfred Owen, tinha resgatado a equipa, no sentido de a reavivar. Sendo assim, não participaram na maior parte da temporada de 1976, preparando o regresso em 1977, com motor e caixa de velocidades própria, e um novo chassis, baseado no Ferrari 312T: o BRM P207.

Desenhado por Len Terry e Mike Philbeam, o carro era um monocoque em aluminio, onde coube quer o motor de 3 Litros da marca, bem como a caixa de velocidades. Foram construidos dois chassis, e foi contratado o australiano Larry Perkins para ser o piloto principal. Entretanto, Louis Stanley conseguiu o patrocinio da Rotary Watches, transformando o carro numa máquina aul clara e branca. O carro estreou-se em Interlagos, e revelou-se num fracasso: era seis segundos mais lento do que o resto do pelotão, e desistiu na primeira volta, com um sobreaquecimento no radiador. Na corrida seguinte, na Africa do Sul, o pessoal foi buscar o velho P201B (com três anos!), onde não teve melhor sorte. O 207 voltou em Jarama, desta vez com o sueco Conny Anderson ao voltante (Perkins foi tentar a sua sorte na Surtees). Não conseguiu qualificar-se, e apesar de terem tido mais dois pilotos (o belga Teddy Pilette e o inglês Guy Edwards), o resultado foi o mesmo: a não-qualificação.

Após mais uma tentativa frustrada em Monza, com Pilette ao volante, a BRM resolveu arrumar as coisas de vez, saindo da Formula 1 pela porta pequena. Como diz Rodrigo Mattar no seu blog Saco de Gatos: "O P207 foi uma pá de cal e tanto numa gloriosa história que se encerrou de forma melancólica no automobilismo."

Chassis: BRM P207
Projectista: Len Terry e Mike Pilbeam
Motor: BRM H12 de 3 Litros
Pilotos: Larry Perkins, Conny Anderson, Guy Edwards e Teddy Pillete
Corridas: 8
Vitórias: 0
Pole-Positions: 0
Voltas Mais Rápidas: 0
Pontos: 0

Fontes:

"Grand Prix - A História da Fórmula 1", Francisco Santos, Talento. Algés, 2003

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Noticias: Grave acidente mata piloto australiano

O piloto australiano Ashley Cooper, de 27 anos, morreu hoje em Adelaide após um grave acidente no fim de semana inicial do V8 Supercars.


O acidente ocorreu na corrida de Sábado, quando o seu Holden Commodore se despistou a mais de 280 Km/hora e bateu fortemente no muro. Gravemente ferido na cabeça, foi transportado para o Hospital de Adelaide, onde acabou por morrer esta segunda-feira. Nascido a 11 de Julho de 1980, em Sydeney, Cooper começou a carreira em 1998, guiando Holdens, foi o Rookie do Ano em 2006 numa das categorias de acesso, estreando-se na categoria principal de 2007, correndo em quatro provas. Este ano, ainda corria na categoria secundária, onde era um dos principais candidatos ao título.


Colin Osborne, o presidente da Confederação Australiana de Automobilismo, afirmou que será aberto um inquérito para saber as circunstâncias deste acidente fatal, mas disse de inicio que não encontra falhas graves na segurança.O último acidente fatal nos V8 Australianos Foi no mítico Bathurst 1000 de 2006, quando o neozelandês Mark Porter morreu uma colisão lateral com um concorrente.

O piloto do dia: Alain Prost (3ª parte)

(continuação do dia anterior)

Em 1988, a McLaren tinha a combinação ideal: um bom chassis, o MP4/4, dois bons pilotos, Alain Prost e Ayrton Senna, e os novos motores Honda. Tudo estava feito para aquilo que viria a ser uma das épocas mais dominadoras da história da Formula 1. Aparentemente, a contratação de Senna foi ideia de... Alain Prost, pois sabia que contratando-o, ele traria automaticamente os motores Honda, já que os TAG-Porsche Turbo já acusavam o peso da idade.

Ambos os pilotos começaram a dar-se bem e a ajudar mutuamente na equipa, e Prost ganhou na etapa inicial, em Jacarépaguá. Era a sua quinta vitória no GP do Brasil, tornando-se no "Rei do Rio". Senna reagiu, ganhando em Imola, mas Prost ganhou as duas provas seguintes, no Mónaco (aproveitando uma distracção de Senna, que liderava com quase um minuto de avanço) e na Cidade do México.

Contudo, a meio da temporada, Senna reagiu, ganhando nas corridas americanas. Prost volta a vencer em Paul Ricard, mas as quatro corridas seguintes são para Senna. Volta a ganhar no Estoril e em Jerez, mas o brasileiro ganha em Suzuka, obtendo o seu primeiro título mundial, pois devido às regras da época, onde se contavam os 11 melhores resultados, Prost "deitou fora" três segundos lugares, ou seja 18 pontos. Assim sendo, dos 105 pontos que Prost conquistou realmente, apenas 87 contaram. Foi por isso que essa regra foi abandonada alguns anos depois...

Em 1989, Prost tinha que reagir a Senna, pois sabia que o seu prestigio estava em jogo. Por esta altura, ambos tinham feito um acordo verbal em que, quem estivesse na frente na primeira curva, seria o vencedor. O pacto foi posto à prova em Imola, no GP de San Marino. Na primeira partida, Senna foi para a frente, mas a corrida foi interrompida pelo acidente grave de Gerhard Berger. Na segunda partida, Prost foi para a frente, mas Senna conseguiu ultrapassá-lo e conseguiu ganhar a corrida. No final, Prost queixou-se de que Senna não cumpriu o pacto, mas o brasileiro afirmou que as segundas partidas não constavam nesse pacto. A guerra tinha começado.

Contudo, Prost teve que esperar até ao quinto GP da época, em Phoenix, para ganhar a sua primeira corrida de 1989. Seguiram-se vitórias em Paul Ricard, Silverstone e Monza. Mas o francês sabia que o ambiente na equipa era favorável a Senna, e a meio da época, em Paul Ricard, anunciou que iria abandonar a McLaren no final da época. Pouco tempo depois, assinou pela Ferrari. A sua regularidade fez com que estivesse no comando do campeonato na maior parte da temporada, e para Senna, a sua unica grande chance, depois do incidente com o inglês Nigel Mansell no Estoril, era de ganhar as três ultimas provas. Ganha em Jerez, e esperava ganhar a prova seguinte, em Suzuka, para relançar o título.

Na partida, Prost levou a melhor sobre o brasileiro, e este tentou apanhá-lo até à volta 46, altura em que teve a sua chance na chicane anterior à recta da meta. Aí, Prost e Senna colidiram, e o francês pura e simplesmente abandonou o seu carro. O brasileiro chamou os comissários para que o colocassem de novo na pista, e assim fizeram. Depois de mudar a asa da frente danificada, Senna voltou à pista para tentar ganhar a corrida, mas no final, foi desclassificado, por ter usado a escapatória para voltar à pista, para além de ter sido empurrado numa zona ilegal, colocando a segurança em risco.

A FIA não foi de modas, e multou Senna em 600 mil dólares e condenado a seis meses de suspensão da Super-Licença, não aplicada. Quanto a Prost, o terceiro título mundial, com 76 pontos legais, em 81 conquistados, era um bom legado pelos anos passados na McLaren, que lhe deram os seus melhores anos na Formula 1.

E um novo desafio estava à frente de Alain Prost: a Ferrari. Com o numero um na carenagem, e um novo companheiro de equipa, o inglês Nigel Mansell, o francês estava disposto a alcançar um quarto título mundial e a acabar com a seca de títulos que já há onze épocas acontecia nos lados de Maranello. Ganhou pela sexta vez no Brasil, desta vez em Interlagos, sob uma multidão em fúria, e teve depois três vitórias consecutivas, no México, em Paul Ricard e em Silverstone, indicando que o seu carro era capaz de vencer o campeonato. Contudo, uma forte ponta final de Senna fez com que a liderança caísse nas mãos do brasileiro, e depois de ganhar em Jerez, tudo se iria resolver em Suzuka. De novo.

Nos treinos, Senna foi "pole-position", mas a FIA decidiu mudar o lugar da partida, para uma zona que estava suja, provavelmente no sentido de favorecer o piloto francês, segundo na grelha. Senna avisou que queria chegar à primeira curva em primeiro, custe o que custar, incluindo colocar Prost fora de pista. No momento da partida, Senna perdeu o primeiro lugar para Prost, mas na curva, Senna não cedeu e colocou Prost fora da pista. Para Senna, era a vingança, e o bi-campeonato era dele. No final da corrida, o francês ameaçou abandonar a competição, afirmando "Aquilo que ele fez foi nojento. É um homem que sem valor." No final da época, Prost foi vice-campeão, com 71 pontos reais, em 73 conquistados.

Em 1991, Alain Prost tem um novo companheiro de equipa: o seu compatriota Jean Alesi. Como sempre, Prost era candidato ao título, mas a competitividade do carro deixava-o a desejar. Apesar de ter sido segundo em Phoenix, na etapa inaugural, o seu ponto baixo foi alcançado na volta de aquecimento do GP de San Marino, quando perdeu o controlo do seu carro e foi para a escapatória, desistindo! Um episódio para entrar nos anais da comédia... mas uma afronta para os "tiffosi", pois o maior rival, Ayrton Senna, ganhava as quatro primeiras provas do ano.

Para piorar as coisas, o ambiente na equipa não era o melhor. Cesare Fiorio tinha sido despedido, e a equipa era criticada por todos os lados. A competitividade do carro decrescia a olhos vistos, e um dia, prost fartou-se, quando após o quarto lugar no Japão, afirmou que "este carro era inguiável. Mais parece um camião". Foi a gota de água para a Ferrari, que o despediram na hora, substituindo-o pelo italiano Gianni Morbidelli. No final dessa época, foi quinto classificado, com 34 pontos, num ano em que o seu rival Senna era tri-campeão do Mundo.

Sem um voltante competitivo para 1992, e apesar de ter testado na Ligier, decidiu tirar um ano sabático, observando a Formula 1 fora dos circuitos. Contudo, o seu objectivo foi sempre de voltar à Formula 1, numa equipa que lhe permitisse ganhar corridas e campeonatos. Quando Frank Williams o contrata no inicio de 1992 (mas o seu contrato só foi anunciado no final do ano), Nigel Mansell, que tinha sido companheiro dele e saiu em conflito com o francês, decide abandonar a competição e correr na CART. Senna, que também ambicionava o lugar, chegando até a afirmar "que correria de graça", considerou a retirada das pistas, mas depois reconsiderou.

Conseguido o seu objectivo (um contrato de duas épocas), Alain Prost estava pronto para atacar o quarto título mundial. Um passeio ou Senna ainda daria luta? Isso fica para amanhã.