sábado, 8 de agosto de 2020

Formula E: Gunther vence em Berlim, Felix da Costa quarto

Max Gunther foi o vencedor da terceira corrida em Berlim, disputada no aeroporto de Tempelhof. O piloto alemão da BMW Andretti conseguiu a sua segunda vitória na temporada, e foi melhor que Robin Frijns, no seu Virgin, que acabou numa disputa ao sprint, com ambos separados por um carro e meio. Jean-Eric Vergne, o poleman, ficou com o lugar mais baixo do pódio, acossado por António F+elix da Costa, que com os 12 pontos, conseguiu alargar um pouco a sua liderança. André Lotterer, no seu Porsche, foi o quinto. 

Desta vez, esta jornada dupla era feita no sentido contrário das duas realizadas na quarta e quinta-feira. Com Vergne desta vez no primeiro lugar, e Félix da Costa em nono, parecia que os Techeetah continuariam a dominar, especialmente com o seu companheiro e rival no meio do pelotão - o português partiria de nono - concentrando-se na recuperação na classificação geral. Mas com Max Gunther atrás de si, parecia que as coisas poderiam ser mais complicadas, especialmente se não tivesse uma boa largada.

Antes da corrida, soube-se que Nyck de Vries iria ser penalizado em cinco lugares, beneficiando pilotos como Félix da Costa, que subiria para oitavo na grelha.

Na partida, Vergne largou melhor enquanto Gunther perdia o segundo posto para Lynn, e era pressionado pelo outro Mahindra de D'Ambrosio. Na segunda volta, o francês ia-se embora do pelotão, enquanto Gunther subia para segundo, tentando afastar-se dos carros indianos. Atrás, Felix da Costa mantinha o oitavo posto.

Nas voltas seguintes, Gunther aproximava-se de Vergne, enquanto atrás, Lynn perdia um lugar para Vandoorne e era quinto. O alemão pressionava o francês para assaltar a liderança, mas ainda não estava na capacidade para o atacar. Quando faltavam 32 minutos, Lucas di Grassi foi o primeiro do "top ten" a ir para o Attack Mode, mas foi na pior altura, porque Sergio Sette Câmara e Neel Jani chocaram um com o outro e o Safety Car entrou na pista para tirar os destroços. James Calado aproveitou para ir às boxes, trocar de componentes, porque também foi envolvido no acidente. Quem também ficou envolvido foi Rene Rast, mas não sofreu danos significativos. Atrás, Lucas di Grassi perdia tempo por causa de um toque de Felipe Massa, depois de o ter ultrapassado.

Algum tempo depois - a 22 minutos do final - a bandeira verde foi de novo agitada, com Gunther a tentar passar Vergne, sem sucesso. Logo a seguir, Gunther vai ao Attack Mode e perdeu três lugares, mas depois os da frente também foram para o Attack Mode. Vergne também estava em Attack Mode, e ambos lutavam lado a lado pela liderança, mas o francês aguentava. Atrás, Vandoorne sofria um toque e caia para o final do pelotão, enquanto Felix da Costa perdia um lugar porque era a sua vez de ir ao Attack Mode.

O português atacava Lynn, que se defendia, mas no final, não resistiu a uma manobra do português, que depois perdeu um lugar para Lotterer, no seu Porsche. Depois, foi atrás de Felipe Massa, no seu Venturi. A seguir, Vergne ia pela segunda vez ao Attack Mode, com Gunther a atacar a liderança, mas o francês aguentava-se. A 12 minutos do fim, os cinco primeiros estavam em Attack Mode pela segunda vez, mas o que se via era os dois primeiros a afastar-se de Frijns, o terceiro. Entretanto, por causa do toque com Di Grassi, Felipe Massa teria de cumprir uma penalização, passando pelas boxes.

Foi a vez de Félix da Costa ir pela segunda vez ao Attack Mode, suficiente para apanhar D'Ambrosio a ser quinto, e tentava aproximar-se de Rowland, para subir ainda mais posições. A poucos segundos de acabar a energia, ascendeu ao quarto posto. Na frente. Gunther observava Vergne para ver onde poderia atacar o Techeetah do francês. A quatro minutos do fim, tentou atacar por fora na primeira curva, mas Vergne defendeu-se. Contudo, mais adiante, o alemão tentou de novo e conseguiu passá-lo, e com isso viu Frijns e Felix da Costa aproximarem-se.

A parte final foi mais tensa. Frijns metia-se na luta pelo pódio, com Felix da Costa mais adiante, e Lotterer a seguir. Vergne era acossado pela holandês da Virgin e era passado, agora com Felix da Costa atrás dele. No final, Frijns atacou Gunther, mas o alemão acabou por vencer. Vergne ficou com o lugar mais baixo do pódio, mesmo acossado por Felix da Costa e Lotterer, atrás dele, que mantiveram as suas posições.

No campeonato, Felix da Costa tem agora 137 pontos, contra os 69 de Gunther. Amanhã haverá nova corrida e basta ao piloto português conseguir mais 23 pontos nas três corridas seguintes para ser o novo campeão. 

Formula E: Vergne é pole em Berlim, AFC sai de nono

Os Techeetah dominam em Berlim, nestas rondas finais da Formula E, mas neste sábado, Jean-Eric Vergne levou a melhor sobre Maximilian Gunther, no seu BMW Andretti, e Alex Lynn, no seu Mahindra. António Félix da Costa, líder do campeonato, não conseguiu entrar na SuperPole e sairá da quinta fila da grelha de partida, na nona posição. 

Depois de um dia de descanso, e o pelotão a digerir a dupla jornada perfeita de António Félix da Costa, que abriu uma enorme vantagem perante a concorrência, hoje, a pista era feita no sentido inverso daquele que os pilotos correram na quarta e quinta-feira. Mas no primeiro grupo, onde ele alinhava com Lucas  Di Grassi, Stoffel Vandoorne, Mitch Evans, Sam Bird e Sebastien Buemi, todos pilotos de craveira, o piloto português foi 224 centésimos mais lento que o belga da Mercedes. Di Grassi e Buemi ficaram atrás dele, é certo, bem como Evans, não ter sido o melhor do grupo poderia ser algo perigoso.

E isto porque o Grupo 2, foi melhor. Com Max Gunther, Alex Sims, André Lotterer, Oliver Rowland, Edoardo Mortara e Jean-Eric Vergne, Sims foi o melhor, mas foi logo superado por Vergne, com 1.06,597, com Gunther a seguir e Vandoorne em quarto, atrás de Sims. E todos tinham um tempo melhor que Felix da Costa, que de repente estava "na corda bamba", com o sexto tempo provisório.

No Grupo 3, com Nyck de Vries, Robin Frijns, Jerome D’Ambrosio, James Calado, Daniel Abt e Felipe Massa, o holandês da Mercedes fazia um bom tempo, mas a seguir foi superado pelo seu compatriota da Virgin e Jerome D'Ambrosio, da Mahindra, conseguindo tempo suficiente para ser terceiro e quarto na tabela provisória, colocando Felix da Costa e Rowland fora da SuperPole.

O último grupo, que tinha René Rast, Alex Lynn, Neel Jani, Oliver Turvey, Nico Müller e Setgio Sette Câmara, o único que fez um bom tempo foi Lynn, que no seu Mahindra fez o suficiente para o terceiro melhor tempo na tabela. 

Assim, para a SuperPole iam Vergne, Vandoorne, Lynn, Frijns, D’Ambrosio e Günther.

Ali, na fase decisiva, o alemão da BMW foi o primeiro a sair das boxes para fazer um tempo. Conseguiu 1.06,772, seguido por D'Ambrosio, mas foi mais lento. Pior foi Frijns, no seu Virgin, bem como Lynn e Vandoorne, que superou o britânico da Mahindra, mas não o suficiente. E o melhor ficou guardado para o fim, quando Vergne entrou na pista e fez 1.06,277, o melhor tempo daquela sessão de treinos. 

É engraçado como você vai de zero to hero [de zero a herói] neste campeonato”, disse Vergne no rescaldo da pole-position. “Eu tenho o mesmo carro [do Felix Da Costa]. Fico satisfeito com o resultado, foi importante para não baixar a cabeça”, continuou.

É fácil se colocar no fundo do poço, ainda mais com um companheiro fazendo um trabalho tão bom. Aqueles dois dias foram absolutamente horríveis e é importante fazer um 'reset'”, destacou.

A corrida acontece esta tarde pelas 18 horas de Lisboa e em Portugal, terá transmissão direta pela Eurosport.

Formula 1 2020: GP dos 70 anos (Qualificação)

São estranhos, estes tempos. Nos 70 anos da Formula 1, numa temporada atípica, onde o país onde vivo beneficia das portas fechadas noutros lados, ver uma corrida comemorativa da competição, uma semana depois do GP da Grã-Bretanha, em Silverstone, é tipica deste ano anormal, e sei que é uma homenagem à competição. Mas acho que chamar esta corrida de "GP de Inglaterra", para ver se, por uma vez, os brasileiros acertam realmente com a denominação - quando a oiço, sinto tentado em perguntar se a Escócia já é independente - não ficaria mal na fotografia. Assim sendo, faz lembrar dos tempos das corridas extra-campeonato, da Race of Champions em Brands Hatch e o International Trophyt, em Silverstone, corridas que foram disputadas até 1983 com carros de Formula 1...  

E depois dos incidentes das últimas duas voltas, na corrida anterior, e o tipo de pneus que iriam usar neste final de semana, ainda por cima com calor esperado naquela parte da Europa, havia dúvidas sobre como se iriam comportar, já que o fantasma de 2013 foi lembrado a eito nestes escassos dias que separaram uma e outra corrida. E depois disso, a decisão da FIA em penalizar a Racing Point - no mínimo estranha em termos de penalização, no máximo, ninguém gostou dela por acharem que foi "muito branda" - também agitou o "paddock".

Vida que se segue, mas mais do que decidida, está mais suspensa, logo, haverá cenas dos próximos capítulos. Como a segunda chance dada a Nico Hulkenberg, porque Sergio Perez ainda não pode sair do seu confinamento.  

Logo na primeira sessão, Max Verstappen começou a marcar um tempo para a concorrência, com 1.27,154, antes dos Mercedes marcarem a sua parte, com 1.26,818 por parte de Hamilton. Bottas veio depois, com um tempo pior, mas ficou com o segundo posto. Noico Hulkenberg era o quarto, na frente de Charles Leclerc, numa altura em que Gerorge Russell e Esteban Ocon tinham um incidente que os fez circular de modo perigoso. O piloto da Renault era o réu, e era provável que iria ser penalizado.

Na parte final, Bottas fez 1.26,738, melhorando perante Hamilton, enquanto atrás, todos andavam muito juntos. Até ao 16º posto, havia quase um segundo de diferença entre todos. E entre os eliminados, estava o Alpha Tauri de Daniil Kvyat, que vira o seu tempo anulado porque tinha excedido os limites, os Alfa Romeo, o Williams de Nicholas Lattifi, o Haas de Kevin Magnussen.

Na Q2, Bottas começou com um 1.25,785, ficando a quase meio segundo de Hamilton, com Ricciardo a ser terceiro, na frente dos Red Bull. A partir dali os pilotos calçavam ora os médios, ora os moles, e no final, foi Valteri Bottas o melhor, com Nico Hulkenberg a conseguir surpreender ao ser segundo, entre os carros negros. Em contraste, os Ferrari estavam mal, com Leclerc oitavo e Vettel 12º, um dos que não conseguiram passar para a Q3. O alemão fazia companhia a George Russell, Esteban Ocon, Carlos Sainz Jr e Romain Grosjean.

E o Verstappen ia quase fazendo companhia, com o seu nono tempo, com o Red Bull. E Pierre Gasly fazia o quarto tempo na Q2.

Na parte final da qualificação, com sete dos dez pilotos com moles - Verstappen, Ricciardo e Albon estavam de médios - na primeira tentativa, os Mercedes cilindraram a concorrência, com Hamilton a fazer 1.25,284, um décimo na frente de Bottas... e um segundo face ao resto, com Daniel Ricciardo a ser o terceiro, na frente de Nico Hulkenberg. Os Red Bull, mesmo com médios e a perder tempo na primeira parte da volta, conseguiam ser quinto e sexto.

Na volta final, com Hamilton, Bottas e Riccrdo com médios, e o resto com macios, e resultou para os Flechas Negras... mas com Bottas a fazer melhor que Hamilton, fazendo a pole-position, com 1.25,154. E no terceiro posto, Nico Hulkenberg, excelente no seu Racing Point, na frente de Daniel Ricciardo, Max Verstappen e Lance Stroll. Mas todos eles estavam quase um segundo atrás dos Mercedes. E eles fizeram a volta de médios!

E foi assim a qualificação britânica. Amanhã iria ver-se como seria a corrida, com o composto de pneus que eles tinham em mãos. E num dia mais quente que na semana passada...

sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Noticias: Hulkenberg correrá no domingo

Nico Hulkenberg correrá pela segunda vez em Silverstone, uma semana depois de substituir Sergio Perez, que foi anunciado ter o CoVid-19 e teve de cumprir um período de quarentena. Agora, o piloto mexicano cumpriu-a, mas novas análises indicaram que ainda tinha o virus no seu corpo, logo, terá de esperar até que tenha uma análise negativa para ser libertado e poder correr o resto da temporada. 

Eu fico animado por voltar à equipa em Silverstone”, começou por dizer o piloto alemão de 32 anos. “Demos um passo rumo ao desconhecido fim de semana passado, considerando que fiquei afastado da equipe por alguns anos e que pilotei um carro que nunca tinha pilotado antes. Eu aprendi muito sobre o RP20 na semana passada e estou pronto para aplicar essas experiências neste fim de semana. Correr na mesma pista facilita as coisas. Acho que podemos lutar por pontos neste fim de semana, que é certamente meu objetivo. Quero desejar o melhor ao Checo [Pérez] na sua recuperação”, seguiu.

Assim sendo, o piloto alemão vai ter nova chance neste domingo, esperando que ele desta vez possa sair das boxes, ao contrário do que aconteceu da primeira vez, quando sofreu um problema na embraiagem e não largou para o GP da Grã-Bretanha.

Noticias: Racing Point culpada e penalizada

A FIA considerou esta sexta-feira que a Racing Point é culpada no caso das condutas de travão do seu RP20, que foi protestada pela Renault, que a considerava ilegal. Assim sendo, a equipa foi multada em 400 mil libras e retirados 15 pontos no campeonato de Construtores, por causa dos pontos conquistados nas corridas da Áustria, Styria e Grã-Bretanha. A FIA decidiu também que iria excluir a desclassificação porque a violação do desenho quebrou apenas o Regulamento Desportivo e não o Técnico.

A Racing Point tem agora 24 horas para decidir se apela da decisão ou não.

A decisão surge depois dos protestos da Renault, que afirmava que as condutas de arrefecimento de travões, que se tornaram uma peça listada e em 2020, se tornou ilegal. Mas em 2019, tal não era, e a Racing Point adquiriu as informações sobre as condutas de travão do Mercedes W10 de 2019 no ano passado e argumentou que utilizou essa informação para conceber os seus próprios componentes, a partir do zero. Algo que a FIA e a Renault não concordaram.

No final, os comissários desportivos da FIA disseram que a Racing Point sabia que a concepção das condutas de travão para 2020 seria vista como ‘peças listadas’, por isso, “não podia ser concebida utilizando os modelos CAD das condutas de travão do W10 da Mercedes”. A equipa de Brackley foi também investigada no sentido de fornecesse as condutas de travão dianteiras e traseiras do seu W10 para que os Comissários pudessem fazer uma comparação com as peças do RP20, mas no final, a Mercedes foi ilibada de qualquer consequência.

A retirada de pontos por parte da equipa não afeta a classificação geral de pilotos. Contudo, nos Construtores, perde o quinto lugar a favor da Renault.

quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Formula E: Felix da Costa novamente imperial em Berlim

António Félix da Costa
está imperial: esta tarde, depois da pole-position, alcançou nova vitória na pista do aeroporto de Tempelhof, em Berlim, 24 horas depois da sua última, trunfando com autoridade sobre Sebastien Buemi e Lucas di Grassi, aumentando ainda mais a distância sobre a concorrência, quando faltam quatro provas para o fim do campeonato.   

A partida foi calma, com o piloto português a manter a liderança sobre Sebastien Buemi e Nyck de Vries, que aguentava o resto do pelotão. Vergne caiu para décimo na partida, e procurava recuperar os lugares perdidos. Passadas três voltas, Felix da Costa já tinha um segundo de vantagem sobre Buemi.

Nas voltas seguintes, Frijns conseguiu passar de Vries e ficou com o terceiro lugar, mas ele já tinha mais de quatro segundos de desvantagem, ao mesmo tepo que atrás, Max Gunther batia e danificava o seu nariz, indo às boxes trocar a frente do seu carro.

Nos da frente, Buemi foi o primeiro a ir ao Attack Mode, para diminuir a diferença, que naquela altura era de 3,2 segundos. Mas enquanto fazia isso, a corrida ia momentaneamente para Full Course Yellow, para tirar peças caídas do carro de Gunther. O resto dos pilotos da frente aproveitou o final do segundo Full Course Yellow para ir ao Attack Mode, e um deles foi Lucas di Grassi, que subia para o terceiro posto.

Quando faltavam 26 minutos, o Mercedes de Nyck de Vries parava no meio da pista devido a problemas no seu carro, e com isso, o Full Course Yellow entrava pela terceira vez na corrida. A situação durou três minutos, e quando a bandeira verde foi mostrada, o piloto português foi ao Attack Mode, sendo imediatamente assediado por Buemi e di Grassi. Mas o piloto português afastou-se de imediato, fazendo a volta mais rápida. Um pouco atrás, Steffel Vandoorne conseguiu passar... dois pilotos, Sam Bird e Edoardo Mortara, para ser quinto. 

A 16 minutos do fim, alguns dos pilotos da frente iam ao Attack Mode pela segunda vez. Buemi e Frijns foram dos primeiros, mas Di Grassi estava inatacável no segundo posto, até ser passado de novo por Di Grassi. Logo depois, Félix da Costa ia de novo ao Attack Mode, para manter a distância. 

A nove minutos do fim, era a vez de Di Grassi ir ao Attack Mode e recuperar o terceiro posto a Robin Frijns e ia atrás de Buemi, mas as coisas pareciam não ser suficiente para os apanhar, dada a distância que eles já tinham. 

Na parte final da corrida, tudo estável, tentando levar os carros até ao fim por causa da energia que tinham de gerir, mas na frente, Félix da Costa geria também a vantagem e rumava à sua segunda vitória seguida em Berlim, e terceira seguida no campeonato.

Agora com 125 pontos, o piloto português tem o caminho livre para o título. Sábado e domingo haverá nova jornada dupla, numa nova versão da pista de Tempelhof.   

No Nobres do Grid deste mês...


A pandemia do coronavirus pode fechar portas, mas abre janelas: à custa das corridas americanas - especialmente o Brasil, que ficará ausente do calendário após 48 anos - a Formula 1 regressa a Portugal depois de 24 anos de ausência. Curiosamente, será o mesmo tempo do qual não teve a visita da Formula 1 na primeira vez, entre 1960 e 84, quando correu pela primeira vez no Estoril. E agora, como aconteceu nesse ano, irá estrear-se num autódromo feito de raiz: em Portimão, uma pista construída em 2008 e recebeu os testes da Formula 1 no inicio de 2009.

(...)

Em 1984, Bernie Ecclestone tinha chegado a acordo para ter uma corrida em Espanha, mais concretamente em Fuengirola, uma estância balnear no sul. Contudo, esse circuito citadino era mal desenhado e pobremente organizado, e cedo foi descartado. Rapidamente, na primavera desse ano, as coisas avançaram rapidamente e no fim de semana do GP do Mónaco, o anuncio foi feito: a 21 de outubro, a Formula 1 iria encerrar em terras portuguesas. Foi o delírio, ainda por cima, poderia ser o cenário de uma decisão do título.

Foi o que aconteceu: perante 85 mil pessoas, Niki Lauda e Alain Prost disputavam o título mundial. O francês venceu, mas Lauda, que partia de um modesto 11º posto, chegou ao segundo lugar, necessário para ser campeão, depois dos freios do Lotus de Nigel Mansell terem cedido. Ayrton Senna, na sua última corrida pela Toleman, conseguia ali o seu terceiro pódio da sua carreira.


(...) Os primeiros anos do século XXI foram de deserto automobilístico, até que em 2006 surgiu o projeto do autódromo do Algarve. Construido em menos de um ano, foi a ideia de Paulo Pinheiro de ter um autódromo cinco estrelas, com Grau 1 da FIA, sem ser desenhado por Hermann Tilke. O financiamento foi conseguido através de bancos irlandeses, e o projeto contemplava um hotel de cinco estrelas e um complexo habitacional de luxo nos terrenos à volta.

Tudo ficou pronto em outubro de 2008, precisamente na altura em que rebentava a crise mundial e um dos mais atingidos tinham sido os bancos irlandeses, nacionalizados pelo governo e do qual assumiriam as suas dívidas. Parecia um projeto megalómano e muitos colocaram-o em dúvida, mas apenas teve o azar de abrir na altura errada. Com o passar dos anos, recebeu diversas provas, desde uma prova da GP2 até corridas da European Le Mans Series - é a prova de encerramento da temporada desde há alguns anos - até aparições em dois dos principais programas de automóveis a nível mundial: o Top Gear e o The Grand Tour.

(...)

No dia 25 de outubro, as luzes apagarão e o solo português verá o pelotão da Formula 1 a correr ao vivo.

Num ano excepcional, aconteceu um sonho que muitos ambicionavam ter mas parecia impossível dado o dinheiro envolvido e a pouca vontade de investimento por parte do Estado. O regresso do GP de Portugal pode acontecer à custa do cancelamento de metade do campeonato, de uma Liberty Media que aposta na Europa, menos afetada pela pandemia, que as Américas, por exemplo. A corrida poderá ser dos primeiros eventos com público, e por causa disso, mais de 45 mil bilhetes serão vendidos, pouco mais de 60 por cento da capacidade da pista, devido a restrições por causa da doença e do distanciamento social.

Contudo, este é o culminar de uma ambição e 24 anos depois, regressa um GP de Portugal que teve duas fases, a primeira entre 1958 e 60, e a segunda entre 1984 e 96, esta última no Autódromo do Estoril, e curiosamente, também para substituir uma corrida que não aconteceu... tudo isso e muito mais, falo este mês no Nobres do Grid.

Formula E: Felix da Costa novamente na pole-position

Segunda qualificação, segunda pole-position em Berlim para o piloto português da Techeetah. António Félix da Costa acrescentou mais três pontos no seu pecúlio ao ser mais veloz que o Nissan de Sebastien Buemi e o Mahindra de Alex Lynn, na qualificação desta tarde na capital alemã, antevisão da corrida que vai acontecer no final da tarde.

Com um circuito de Tempelhof que nesta manhã forneceu mais aderência e trouxe mais equilíbrio entre as equipas, máquinas e pilotos esforçaram-se por se destacar, mal refeitos das emoções de ontem. Boa parte da qualificação se decidiu no Grupo 1, que tinha Sam Bird, Stoffell Vandoorne, António Félix da Costa, Mitch Evans, Alexander Sims e Max Guenther. Ali, o primeiro a sair foi Vandoorne, o belga da Mercedes, que abriu as hostilidades com 1.07,292, mas o português da Techeetah fez 1.06,791 e de uma certa forma, resolveu as coisas no grupo. Mitch Evans, seu rival na luta pelo título, fez 1.07,516, o pior tempo desse grupo.

Foi na Q2 que apareceu os maiores rivais de Felix da Costa para a SuperPole. Ali estavam Lucas Di Grassi, Nyck De Vries, Sébastien Buemi, Jean-Éric Vergne, André Lotterer e Edoardo Mortara. De Vries foi o primeiro a sair à pista e marcar tempo, fazendo 1.06,951 e segundo segundo provisoriamente, mas a seguir saiu Sebastien Buemi e fez 1.06,771, e ficava no topo da tabela de tempos, superando Félix da Costa. Di Grassi fez 1.06,961 e era o terceiro melhor no grupo.

Do Grupo 3, que tinha Oliver Rowland, Daniel Abt, Felipe Massa, Jérôme D’Ambrosio, James Calado e Robin Frijns, o holandês fez o tempo mais relevante com 1.06,924, que lhe dava um lugar provisório na SuperPole. E no quarto grupo, com Sérgio Sette Câmara, Oliver Turvey, René Rast, Nico Mueller, Alex Lynn e Neel Jani, foi Lynn que surpreendeu a todos ao fazer 1.06,873 e arranjou lugar na SuperPole, meio segundo mais veloz que o segundo melhor tempo, que pertenceu a Oliver Turvey.

Para a fase final foram Sébastien Buemi, Alex Lynn, Lucas Di Grassi, Robin Frijns, António Félix da Costa e Nyck De Vries. E ali, o primeiro a abrir a sua volta foi o holandês da Virgin, que marcou 1.06,921, mas logo a seguir, Alex Lynn fez melhor no seu Mahindra, com 1.06,919. 

Foi aí que o piloto português entrou na pista e fez um tempo-canhão de 1.06,442, praticamente resolvendo a questão, pois tinha dado mais de meio segundo de avanço sobre os tempos feitos até então, e intimidando os restantes pilotos que ainda não tinham ido para a pista. Buemi conseguiu apenas o segundo melhor tempo, e Di Grassi ficou com o pior de eles todos.

Assim sendo, pelas 18 horas de Lisboa, a segunda corrida terá mais uma vez o piloto de Cascais no primeiro lugar da grelha, e um dos favoritos à vitória. 

quarta-feira, 5 de agosto de 2020

Noticias: Agag anuncia que apanhou o coronavirus

O fundador e diretor da Formula E, Alejandro Agag, anunciou esta quarta-feira que tem o CoVid-19, e por causa disso, esteve ausente das primeiras corridas em Berlim. 

Na sua conta do Instagram, o espanhol de 50 anos deu conta da sua tristeza em não poder assistir a corrida, pois está confinado no seu hotel na capital alemã e seguir os procedimentos para se recuperar da doença. Por agora, afirma estar assintomático.

É tão triste perder a minha primeira corrida de Fórmula E, que tive que assistir do meu quarto em Berlim. Eu testei positivo para covid na chegada e estou seguindo todos os excelentes protocolos que temos para manter todos em segurança”, informou.

A Formula E voltou esta quarta-feira à competição, cinco meses depois da última vez, em Marrocos, e a primeira corrida foi dominada pelo DS Techeetah de António Félix da Costa

Formula E: Felix da Costa vence em Berlim

António Félix da Costa
foi o grande vencedor na primeira corrida em Berlim, nesta quarta-feira. Numa prova onde viu alguns dos seus rivais a não pontuarem, o piloto de Cascais culminou uma prova perfeita. Depois da pole-position, e tirando um momento onde foi pressionado por Jean-Eric Vergne, o piloto da DS Techeetah dominou do principio ao fim, ampliando a sua vantagem no campeonato, na primeira corrida da primeira jornada dupla na pista alemã.

Corrida no sentido inverso dos ponteiros do relógio, e com os DS Techeetah a dominaram na qualificação, parecia que António Félix da Costa estava na melhor posição para consolidar a liderança do campeonato. Na partida, o piloto português voa para a frente, com Vergne a seguir e André Lotterer em terceiro e Sebastien Buemi quarto. De resto, a partida foi pacifica, sem problemas.

O piloto português cimentou a sua liderança nas voltas seguintes, com Vergne também a afastar-se do piloto da Porsche. As coisas andavam estáveis entre os dois primeiros, logo, as lutas aconteciam no meio do pelotão, entre Felipe Massa e Mitch Evans, oitavo e nono naquela altura.

Pouco depois, na volta oito, Robin Frijns bateu forte no muro, depois de um "chega para lá" com Max Gunther, com danos na suspensão frontal direita e com peças no asfalto, arrastando-se na pista, mas não chegou às boxes. Por causa disso, o Safety Car teve de entrar na pista. 

Na bandeira verde, as posições foram mantidas, com Felix da Costa a liderar sobre Vergne, enquanto Sam Bird passava Jerome D'Ambrosio, para ser sexto. Buemi tentou ir para o Attack Mode, mas este não funcionou e perdeu um lugar para Sam Bird. Pouco depois, apareceu o Fanboost, onde António Felix da Costa e Daniel Abt estavam com ele, e quase de imediato, os pilotos da DS Techeetah iam para o primeiro Attack Mode, mantendo as posições.

Os dois pilotos afastavam-se, enquanto o pelotão ia para a sua vez no Attack Mode, causando confusão e lutas entre eles. De Vries era terceiro, mas não tinha passado pelo Attack Mode, pois era pressionado por Lotterer. Este conseguiu passar o holandês na volta 23.

Pouco depois, Felipe Massa parava na berma de vez, não conseguindo parar e batendo no muro. Ao mesmo tempo, Vergne ia de novo para o Attack Mode, e perdia momentaneamente o segundo posto para Lotterer, mas logo a seguir, a organização decidira Full Course Yellow e os carros andavam à velocidade do caracol. A corrida retomou a oito minutos do final da corrida, com o português na frente e Vergne pressionado por Lotterer. 

Quando o português foi ao Attack Mode, Vergne tentou passá-lo, pressionando contra o muro, mas ele aguentou e foi-se embora. Atrás, Lotterer perdia dois lugares para Bird e De Vries, por causa do Attack Mode. E a partir dali, a luta pelo segundo posto estava ao rubro, com Bird, Lotterer e De Vries a atacarem Vergne pelo segundo lugar. O francês perdia para Bird, e ainda era pressionado por Lotterer, que se defendia de forma musculada.

Na parte final, Evans fez um pião e caiu para o fundo do pelotão, enquanto Vergne caia cada vez mais, acabando a corrida nas boxes, não conseguindo salvar o que restava da sua corrida. Amanhã há nova corrida na pista de Berlim. 

Youtube Motorsport Video: A qualificação da primeira corrida de Berlim

Começa hoje a primeira de seis corridas (!) em Berlim, que servem como encerramento da temporada 2019-20 da Formula E. Aqui coloco um video da qualificação desta tarde, que passou no canal oficial da competição no Youtube, e como sabem, deu a pole-position ao piloto português.

Formula E: Félix da Costa parte da pole em Berlim

António Félix da Costa
começa bem a sua série de corridas em Berlim, ao fazer esta tarde a pole-position para a corrida de hoje no circuito desenhado no aeroporto de Tempelhof, no centro da capital alemã. O piloto da DS Techeetah superou Jean-Eric Vergne, seu companheiro de equipa, e o Porsche de André Lotterer. Lucas di Grassi errou e largará de 21º, dois lugares acima do estreante Sergio Sette Câmara, que será 23º.

No final da qualificação, o piloto de Cascais explicou como foram as suas voltas até chegar ao primeiro lugar da tabela de tempos.

"A primeira vez que guiei o carro, deixou-me um pouco fora de forma, mas depois de algumas voltas tudo voltou naturalmente. A partir de então, começamos a trabalhar e continuamos nosso trabalho. Esta equipa é incrível e se tornará no que for preciso em todas as horas para vencer. O resultado é claro com um-dois na qualificação."

"António fez uma boa volta, parabéns. O segundo é um resultado muito bom para mim, é a primeira vez que estive na SuperPole esta temporada", respondeu Vergne.

A qualificação começou logo a ser definido no primeiro grupo. Ali, Félix da Costa tinha a companhia de Stoffel Vandoorne, Lucas di Grassi, Mitch Evans, Max Gunther e Alexander Sims, e ele fez uma volta que colocou todos em sentido, indo de imediato para a SuperPole, um segundo à frente de Di Grassi, o pior do grupo. Alexander Sims andou bem, mas pagou o preço por ser o primeiro numa pista com pouca aderência.

No segundo grupo, que tinha Sebastien Buemi, Sam Bird, Oliver Rowland, Jean-Eric Vergne, Andre Lotterer e Edoardo Mortara, Buemi e Vergne foram os melhores, mas a diferença era de 145 centésimos, no caso de Buemi, e 152 centésimos, no caso do francês, em relação ao piloto português. Lotterer perdera três centésimos na sua volta rápida, e o seu lugar estava em risco, em relação aos grupos a seguir.

O terceiro grupo a sair para a pista, que tinha Felipe Massa, Robin Frijns, Nick de Vries, Daniel Abt, James Calado e Jerome D'Ambrosio, tinha alguma pressa, com De Vries a marcar um bom tempo, 186 centésimos pior que Felix da Costa, mas com a capacidade de ir à SuperPole. Depois veio o resto do grupo, mas alguns tinham um ritmo tão desfasado que Daniel Abt fez um tempo 1,4 segundos pior. James Calado foi três segundos mais lento, mas ele não pode participar nos treinos livres por causa dos problemas que teve no carro, e que o fará perder... 60 lugares devido à troca das unidades de energia.

Do Grupo 4, com o estreante Sergio Sette Câmara, Oliver Turvey, Neel Jani, René Rast, Alex Lynn e Nico Muller, este último fez o melhor tempo do grupo, mas isso apenas deu-lhe o 12º posto da grelha.

Para a SuperPole, os seis pilotos eram Felix da Costa, Buemi, Vergne, De Vries, Lotterer e D’Ambrosio.

Ali, o primeiro foi o belga da Mahindra, que fez 1.07,371, melhor do que tinha feito anteriormente, mas não impressionava. André Lotterer veio a seguir, para fazer 1.07,235, e punha-se no topo da tabela de tempos, algo do qual Nick de Vries não foi capaz de o tirar. Contudo, os pilotos da DS Techeetah foram para a pista e acabaram com as dúvidas. Primeiro Vergne, com 1.07,121, e depois Felix da Costa com 1.06,799, impecável nos três sectores da pista. Pelo meio, Sebastien Buemi, que cometeu um ligeiro deslize, suficiente para conseguir apenas o terceiro melhor tempo.

A corrida está marcada para as 18 horas e em Portugal, será transmitida pela Eurosport. 

terça-feira, 4 de agosto de 2020

Formula E: Patrão da Mahindra tem coronavirus

Dilbagh Gill
, o patrão da Mahindra, foi-lhe detectado Covid-19 e ficará em isolamento por duas semanas. Ele foi uma de duas pessoas que deram positivo para a doença, depois de terem feito testes a 1423 pessoas antes das jornadas da competição que vão acontecer em Berlim. O team-manager está em Londres, em isolamento e garante estar assintomático.

"Por agora tenho de me isolar por dez a 14 dias, assim sendo, ficarei isolado no meu quarto de hotel até ao final da temporada", comentou. No seu lugar estará Toni Cuquerella, antigo engenheiro de equipas como Ferrari, Super Aguri e HRT.

A Formula E terá esta quarta-feira a primeira de duas jornadas duplas no circuito de Tempelhof, em Berlim.

IndyCar: 500 Milhas de Indianápolis sem espectadores

As 500 Milhas de Indianápolis, previstas para o dia 23 de agosto, não terão espectadores nas bancadas. A noticia foi dada esta terça-feira pela organização da corrida. Roger Penske afirmou que devido ao aumento dos casos do coronavirus no estado do Indiana, teve de tomar aquilo que anunciou como "a decisão mais dificil como homem de negócios", pois ele tinha dito algumas semanas antes que poderia abrir a posta até cerca de 25 por cento da sua capacidade, ou seja, 80 mil espectadores.

"Precisamos estar seguros e espertos quanto a isso", afirmou Penske. "Obviamente, queríamos assistência total, mas não queremos comprometer a saúde e a segurança de nossos fãs e da comunidade. Também não queremos comprometer a capacidade de realizar uma corrida bem-sucedida", continuou.

A noticia do encerramento do circuito acontece dias depois do aumento de casos no estado do Indiana, onde Indianápolis se situa, e também depois de se ter anunciado alterações no calendário, com o anulamento das rondas de Portland e Laguna Seca, substituidas por jornadas duplas em Gateway, na cidade de St. Louis e na pista interior de Indianápolis, reduzindo o número de provas no caledário para catorze.

Formula E: Felix da Costa deseja alcançar o título

Nas vésperas das corridas em Berlim, que fecharão o campeonato, o líder do campeonato, o português António Félix da Costa, contou à Autosport portuguesa sobre as expectativas alemãs, onde está na liderança do campeonato, onze pontos na frente do neozelandês da Jaguar, Mitch Evans

Já em Berlim e depois de cumprir um período de isolamento antes das provas, o piloto português da Techeetah disse sobre o que vem aí.

"Vai ser um ano importante, estamos na luta pelo campeonato, em condições normais seriam seis corridas completamente isoladas umas das outras até ao final, mas este ano, e com a pandemia, vamos fazer seis corridas em nove dias e onde se vai decidir o campeonato." começou por dizer.

"Estamos na frente, estou confiante que poderemos continuar a nossa caminhada, a equipa está motivada, estamos a preparar muito bem, e acho que vamos chegar a Berlim bem preparados para esta guerra, e trazer este título para Portugal. Estou a fazer tudo o que está ao meu alcance, fisicamente e psicologicamente para estar o mais bem preparado possível. Vamos ter uma palavra a dizer sobre este título", concluiu.

Com o desenho contrário aos ponteiros do relógio, as duas primeiras provas vão acontecer nesta quarta e quinta-feira, pelas 18 horas de Lisboa, depois da sessão de qualificação, que acontecerá pela hora do almoço.

The End: Ernesto "Tino" Brambilla (1934-2020)

Ernesto
"Tino" Brambilla, piloto versátil dos anos 60, quer em motos e automóveis, morreu esta segunda-feira aos 86 anos. Era o irmão mais velho de Vittorio Brambilla, que andou nos anos 60 e 70 em motos e automóveis pela March, Surtees e Alfa Romeo, entre outros.

Nascido a 31 de janeiro de 1934 em Monza, foi o mais velho de quatro irmãos, cujo pai era o dono de uma oficina mecânica perto do circuito que tinha sido erguido. Seguiram o oficio do pai, mas em 1953, Ernesto ficou com o bichinho da competição, estreando-se no motociclismo, numa Rumi de 125cc. Rumou à MV Agusta no ano seguinte, onde foi campeão italiano, e ficando na marca até 1959, onde foi terceiro classificado no GP da Alemanha de 350cc.

Em 1960 corre na Bianchi, onde se torna campeão italiano de 500cc, e no ano seguinte corre no mundial, na classe 350cc, onde acabou na décima posição. No final do ano, vai para a Moto Morini e em 1963, troca as duas pelas quatro rodas, primeiro no karting, depois na Formula 3, e no final do ano, ainda se estreia na Formula 1 a bordo de um Cooper-Maserari pela Scuderia Centro Sud, não se qualificando para o GP de Itália.

Vice-campeão da Formula 3 italiana em 1965, é campeão no ano seguinte, a bordo de um Brabham, em 1967 envolve-se num acidente grave em Caserta, quando acontece uma carambola que custou a vida a Giacomo "Geki" Russo, Romano "Tiger" Perdomi e o suíço Fehr Beat. Em 1968 segue para a Formula 2, onde acaba no terceiro lugar no europeu da categoria, vencendo duas corridas a bordo de uma Ferrari Dino. No ano seguinte, volta à Formula 1, no GP de Itália, mas apenas participa nos treinos, pois devido a problemas físicos, não pode competir e no seu lugar corre o mexicano Pedro Rodriguez, que será sexto na corrida. Nessa temporada, é sétimo na Formula 2, com dois pódios.

No inicio da década, deixa a ribalta para o seu irmão Vittorio, que também veio das motos para correr nos automóveis, com maior sucesso. Dedica-se até à reforma em cuidar da oficina mecânica familiar numa das catedrais do automobilismo, que não era mais do que o seu quintal, e em 2015 escreveu a sua autobiografia, de seu título "Foi sempre um prazer vencer"

segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Youtube Motoring Test: Honda e versus Honda Civic

O Johnny Smith andou por estes tempos a testar o Honda e, o primeiro carro elétrico para as massas da marca japonesa. Ele está convencido que o carro será um clássico instantâneo e se vencerá como pãezinhos quentes, da mesma forma que, quase 50 anos antes, o Honda Civic começou a ser vendido no resto do mundo, colocando a marca japonesa nas bocas do mundo e fazendo dos pequenos "hatchbacks" uma visão comum nas nossas estradas nas suas décadas seguintes.

Hoje, ele coloca um video onde compara ambos, não em termos de motorização, mas sim em termos de tamanho e agilidade. Veremos se ele terá ou não razão... 

Youtube Motorsport Video: Os melhores momentos do GP da Grã-Bretanha

 
Numa corrida em que valeu pelas duas últimas voltas, eis o video com os melhores momentos do primeiro GP da Grã-Bretanha, em Silverstone, onde se pode ver as aflições da última volta. 

domingo, 2 de agosto de 2020

A imagem do dia

Há meio século, em Hockenheim, Jochen Rindt estava a ter o verão da sua vida, Por fim, o modelo 72 era um sucesso e tinha estado nas últimas seis semanas a vencer corridas. Tinha triunfado em Zandvoort, Clermont-Ferrand, Brands Hatch, e agora, em Hockenheim, palco de um GP da Alemanha arranjado às pressas porque os pilotos ameaçaram boicotar a pista de Nurburgring se esta não fosse remodelada para colocar guard-rails e outras medidas de segurança para os pilotos.

Mas nesse verão de sonho para a Lotus, um outro piloto estava a entrar em cena: Emerson Fittipaldi. Tinha-se estreado na corrida anterior, em Brands Hatch, feliz da vida por concretizar o seu sonho da Formula 1, apenas ano e meio depois de ter chegado ao Reino Unido. Nesse tempo, correu na Formula Ford e Formula 3, suficiente para impressionar Colin Chapman e dar-lhe uma chance para testar um modelo 49, antes de largar da última fila, ao lado do veterano Graham Hill, noutro Lotus.

Ele aprendeu depressa. Hockenheim era a segunda corrida dele a bordo do velho modelo 49, e partia um pouco mais adiante na grelha, num digno 13º posto, mas foi subindo na geral, até acabar no quarto posto, conseguindo assim os seus primeiros três pontos. Claro, ninguém viu a sua performance porque todos estavam colados ao duelo entre Rindt e o belga Jacky Ickx, numa Ferrari que naquele ano, ainda não tinha mostrado o potencial para ser o rival da Lotus para o título mundial.

Foi um grande duelo, e no final, o austríaco levou a melhor. Iria ser a sua última vitória na Formula 1. E ninguém sabia, mas Rindt iria ter mais cinco semanas de vida.

Quanto a Fittipaldi, as coisas só estariam a começar. E dali a pouco tempo, iria ter uma chance para deixar de ser mais um para entrar na história e lenda do automobilismo.

Formula 1 2020 - Ronda 4, Grã-Bretanha (Corrida)

A história deste GP da Grã-Bretanha, num Silverstone vazio, é a de uma corrida que valeu por duas voltas. As restantes 50 podem ser deitadas fora porque não apresentaram nada, tirando os incidentes de corrida que deram na entrada do Safety Car por duas vezes durante a prova. Mas a história desta corrida foi uma onde o vencedor teve uma sorte de campeão no meio do azar que teve de um furo na pior altura possível, com a concorrência fazendo pior que ele, provavelmente poderá ter sido o momento decisivo não só desta prova, como do campeonato. Porque se com assim, ele não foi vítima, mas herói, então o caneco do campeonato já tem o seu nome inscrito. 

Antes de tudo começar, numa Silverstone sem público, e com um tempo nublado, mas sem chuva, houve logo na volta de formação a primeira baixa da corrida: Nico Hulkenberg tinha problemas hidraulicos no seu carro e acabaria por não largar. Um triste regresso à Formula 1...

Com apenas 19 carros na largada, esta aconteceu com Bottas a tentar contestar Hamilton, mas o inglês saiu melhor e ficou na frente. Atrás, Verstappen tentava se defender de Leclerc e dos McLaren, mas conseguia. Mas no final da primeira volta, o outro Red Bull de Alex Albon embateu com o Haas de Kevin Magnussen e o dinamarquês acabou na gravilha, no final da primeira volta, acabando com a entrada do Safety Car.

O Mercedes ficou na frente por cinco voltas até ao recomeço, onde os Mercedes já iam embora face a concorrência, com Leclerc a ser pressionado pelos McLaren, seguido pelo resto do pelotão. No final dessa volta, Alex Albon foi às boxes para trocar para duros.

Logo na segunda volta após o recomeço, os três primeiros foram-se embora, enquanto Leclerc parecia que estava a aguentar os McLaren, Renault e o Racing Point de Lance Stroll. Sebastian Vettel, de moles, estava a ser pressionado pelo Alpha Tauri de Pierre Gasly. Mas nada deu.

Contudo, na volta 13, entre Maggots e Becketts, Daniil Kvyat despistou-se forte e feio, dando cabo do seu Alpha Tauri. Saiu ileso, mas foi o suficiente para haver novo safety car, que foi aproveitado por quase todo o pelotão para trocar de pneus, para duros, no sentido de irem o mais longe possível. Quem ficava na pista era Romain Grosjean, com os seus médios e com as paragens, era quinto.

Tirar o carro, nestes tempo, e com menos gente, iria demorar o seu tempo, e apenas na volta 19 é que recomeçou a corrida. As lutas no meio do pelotão eram as mais impressionantes, enquanto atrás, Esteban Ocon passava Sebastian Vettel e este estava fora dos pontos. Mas o mais inteessante é que os McLaren não conseguiam passar o Haas de Grosjean, que aguentava os McLaren no quinto posto. Enquanto, isso, na frente, os Mercedes iam-se embora de Max Verstappen, e por ali, parecia tudo resolvido.

Na volta 23, Sainz Jr, passou Grosjean para ser quinto, depois de algumas tentativas abortadas, enquanto os comissários avisaram Alex Albon que iria ter cinco segundos de penalização por causa do seu incidente com Kevin Magnussen, declarando-o culpado. Duas voltas depois, Lando Norris passou Grosjean na curva Stowe, e ambos tentariam apanhar o Ferrari de Charles Leclerc. Em vão.

Na volta 38, depois de ser passado por Lance Stroll, o piloto da Haas foi às boxes porque aqueles pneus médios não davam para mais, caindo para o fundo do pelotão. Mais atrás, Pierre Gasly passava Sebastian Vettel e estava nos pontos.

A parte final da prova parecia não ter grande história. Apesar de se ouvir que Mercedes queixavam-se do estado dos pneus, na realidade, ninguém ligava alguma. Pareciam não ser ameaça. A grande luta parecia ser entre Lance Stroll e esteban Ocon pelo... oitavo posto, mas apesar das ameaças, nada acontecia até à volta 46, quando o passou na curva Brooklands. Alex Albon, que caíra para o fundo do pelotão, andava a passar alguns carros, entre eles os pilotos da Williams e Kimi Raikkonen, que na volta 47, saira de pista e ficava sem asa dianteira... por causa de um furo. Era o aviso, mas ninguém ligava alguma.

E de repente, sem aviso, tudo aconteceu. Faltavam duas voltas para o fim quando, primeiro Bottas, depois Hamilton, viram os seus pneus rebentarem. Os frente-esquerdos, mais sujeitos aos esforços numa pista como aquela. O finlandês arrastou-se até às boxes e caiu de segundo para 12º, ao mesmo tempo que Max Verstappen fora às boxes, de prevenção para evitar outra surpresa desagradável. Na altura, não sabiam se o britânico estaria com problemas, mas todos observavam se ele estaria bem.

E no inicio da última volta, lá aconteceu o furo. Hamilton arrastou-se, e tentou gerir o estrago, esperando ter tempo para tudo, para cruzar a meta mantendo o primeiro posto. Todas as recordações apareceram por ali: Gilles em Zandvoort, Senna apenas com a sexta marcha em Interlagos, Johansson apenas com três rodas em Hockenheim... a sorte dele foi que tudo aconteceu a uma volta do fim, nem precisou de ir às boxes. Quando cruzou a meta com as três rodas, tinha feito o suficiente para transformar uma corrida aborrecida numa épica. E claro, mostrava que tinha a sorte do campeão.

Agora com isto, o resto é conhecido: todos já sabem quem é o campeão, só queremos saber quando é que acontece. A minha aposta, com os 30 pontos de diferença, é que tudo se resolva em Imola. Ou então, se calhar, em Portimão. Veremos.